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9- Changes

  Você é a droga...

  E lá estávamos nós, fingindo que nada havia acontecido. Depois de toda aquela revelação sobre o passado da minha amada tia, nós três conversamos sobre o que seria bom para ela. Nesse momento, apenas descanso.

  Eu jamais poderia imaginar que aquele tipo de coisa acontecia com uma pessoa tão boa, tão maravilhosa. Então era verdade o que diziam sobre as pessoas que escondem sua dor por trás de um sorriso?!

  Bebo um pouco mais de limonada e passo a mão na testa, limpando o suor que se acumulava ali. Anne estava ajudando minha tia com o almoço e sobrara apenas Harry para auxiliar na limpeza do jardim.

  Não sabia exatamente onde ele se encontrava, já que evitava olhar em sua direção. Harry Styles estava suado e sem camisa, transitando por aí com ferramentas de jardinagem e mãos sujas de terra. Era tão bonito e letal, que a menção de olhar em sua direção já poderia me colocar num estado crítico de perigo.

— Hey, Loulouzinho. Essa flor parece com você. — Ele sustenta um olhar inocente e doce enquanto exibe um girassol.

— Por que um girassol parece comigo? — Questiono antes de beber todo o conteúdo em meu copo, só para sair dali antes que Harry se aproxime.

— Porque é radiante. — ele rapidamente se aproximou e sussurou em meu ouvido, pegando-me de surpresa com seu hálito quente, provocando arrepios em minha nuca.

— Hmm... — murmurei desvencilhando-me, no entanto, lá estava o cafajeste vindo em minha direção. — O que você quer?

— Quer mesmo saber a resposta ou está com medo de descobrir o que eu não quero? — Retruca, bebendo mais limonada e fazendo uma pose viril.

  Engulo em seco, tentando não fazer meu lado gay gritar mais alto perto deste ser tão másculo e bonito. Nego com a cabeça e viro na direção oposta.

— Você sabe diferenciar o quer quer do que precisa, Louis? — Indaga com um sorriso travesso, em resposta, e eu apenas assinto. — O que você quer?

  Nego com a cabeça novamente, não irei cair nesses joguinhos doentios. Qual era o problema dele?!

— Quero que você pegue essa sua testosterona alta e gaste com a Lola. Assim, você pode me deixar em paz. Será que não consegue cortar grama sem transformar isso num filme pornô caseiro? — Pergunto irritado, Harry apenas gargalha, jogando a cabeça para trás.

— Loulouzinho, está com pensamento erótico a meu respeito? Meu abdômen faz isso? As tatuagens? — Ele passa a própria mão no tórax e me observa sem jeito.

Ficamos ali por uns segundos, minha vontade era pular em seu pescoço e mostrar os caminhos da minha floresta. Quer dizer, o caminho para fora da minha vida. Mas, Harry continuava me importunando.

— Meninos, o almoço está servido. — tia Emma anunciou com um sorriso, vê-la bem já era algo que alegrava o meu coração. — Venham logo.

  Harry e eu saímos daquela atmosfera esquisita, já tinha problemas demais em minha vida. Styles era perigo e irei tentar ficar sempre o mais distante possível dele.

  Depois de um banho e roupas limpas, dormi um pouco para compensar os afazeres de hoje. Ao acordar, já estava de saída quando percebi Anne e Emma conversando animadamente enquanto faziam pipoca e brigadeiro.

— Tarde das garotas. — Anne anunciou ao perceber meu olhar confuso.

— Estou indo à biblioteca. — Sorri ao vê-las, acho que deve ser legal ter uma melhor amiga e conseguir nutrir isso por tantos anos.

— Eu também. — Harry surgiu, fazendo com que todos os olhares fossem em sua direção. Nego com a cabeça e ponho as mãos nos bolsos.

— Algum problema, Loulouzinho? — tia Emma questiona, mordo o lábio e nego. — Ótimo então.

— Tarde dos garotos. — Harry sorri animadamente e passa uma mão ao redor do meu pescoço, puxando-me mais para perto. — Vou cuidar para que o Loulouzinho não se meta em encrencas.

  Reviro os olhos enquanto Harry balança as chaves do carro e caminha para fora da residência. Bufo e cruzo os braços, lembro perfeitamente do que aconteceu quando estávamos no carro da mãe dele.

— Lembranças? — Ele sorri malicioso e destrava o carro, adentrando e lançando um olhar convidativo.

— Quando você ficou tão metido? — Reviro os olhos e após adentrar no veículo permaneço em silêncio até enfim chegarmos lá.

[...]

  Desci do carro quase correndo para a biblioteca, na tentativa de evitar qualquer contato com ele. Aposto que tudo aquilo era um teatrinho barato. O que alguém como ele faria num lugar tão calmo?!

  Nego com a cabeça e sorrio sem que Styles perceba. Estou esperando muita coisa de alguém que não conheço — mas que supostamente era meu melhor amigo —, suspiro fundo e vou começando a organizar alguns livros.

— Ficou melhor depois que você arrumou. — Ele anunciou antes de pôr as mãos nos bolsos e sorrir. — Quer dizer, muitas coisas melhoraram desde que você chegou.

— Harry... — suspiro pesadamente e olho em sua direção — O que você quer de mim? Me deixa em paz!

— Nada, Louis. Não podemos ter uma amizade? — Ele sorri malicioso, aproximando-se de mim.

  Engulo em seco e apenas dou passos para atrás, tentando me esquivar de seu olhar intenso.

— Claro que podemos. — Falo rapidamente e mordo o lábio.

— Então, por que parece que você está fugindo de mim? — Harry sorri novamente, passando a mão naquela droga de cabelo lindo.

— Não estou fugindo de você, Styles. Só é irritante você sempre estar próximo de mim. — retruco, dando mais um passo e esbarrando numa prateleira com obras de ficção científica.

Ele sorri sarcástico e continua vindo em minha direção, tornando a distância entre nós quase nula.

— Pois bem, parece que você está fugindo de mim. Seria muita maldade meu melhor amigo de infância odiar o Harryzinho aqui. — Styles está tão próximo que sinto seu hálito tocar meu rosto. — Te deixo nervoso?

  Apenas fecho os olhos e mentalmente conto até dez, não posso me deixar seduzir por um truque tão ultrapassado. Sinto seus dedos tocarem a minha bochecha e simplesmente travo, congelo no momento. Completamente alheio ao seu toque. A ponta de seu dedo faz cócegas em meu rosto e quando abro os olhos, a distância entre nós é tão pequena que sinto o nariz dele tocar o meu.

— Harry... — tento repreender sua atitude mas ele apenas põe o indicador em meus lábios e interrompe a minha frase.

— Louis... — sinto seus lábios roçarem nos meus e por um instante pergunto-me se meu coração está pulsando alto o bastante para que ele possa ouvir também.

  Fecho os olhos novamente, sabendo que estou abdicando de minha dignidade quando encosto meus lábios nos dele. E em resposta, Harry dá início a um beijo quente, logo após pôr as mãos na minha cintura e nos aproximar mais.

— Harry, te vi entrar e sei que está em algum lugar. — A voz feminina invadiu o local, fazendo que com nossos corpos fossem separados rapidamente, mas não o bastante para que não fôssemos flagrados.

Mais viciante que já provei...

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