12- Truth
Adentro no recinto com a decoração simples e tonalidades claras, observo meu crachá e suspiro fundo. Seria mais uma tarde ao lado dela, essa mulher tão incrível que mudou a minha vida. Lola não podia saber, ela não aceitaria, iria me julgar. Ainda assim, sei que estou fazendo a coisa certa. Me perco em pensamentos, até que alguém chama a minha atenção.
— Styles? Ela está esperando no quarto. — Assinto e dou uma leve batida na porta antes de adentrar completamente. — Bom dia, senhorita.
Joana sorri com seus olhos castanhos brilhosos e vem em minha direção, dando um abraço saudoso e apertado.
— Que saudades, querido. Que bom que veio. — Ela sorri e segura em minhas mãos, fazendo com que eu me sente em sua cama.
Há um ano, minha turma do ensino médio se juntou para fazer um trabalho comunitário. Fomos divididos em subgrupos, sendo este, um lar de idosos. Foi assim que eu conhecia esta senhora tão encantadora. Joana foi como ganhar um presente inesperado da vida, ter uma avó com um laço além do sangue.
Quando eu a vi pela primeira vez, seus olhos estavam vidrados no exemplar de um livro com a capa de couro. Sorri para ela e foi instantâneo, uma amizade surgiu ali. Desde então, estou sempre visitando ela e trazendo mais livros. Sempre digo que é para a irmã da Lola, mas ela é filha única.
— O que você trouxe desta vez? — seus olhos cheios de curiosidade e ternura encontraram os meus.
— Branca de Neve. A senhora adora princesas, não é? — Sorriu novamente quando ela pede para que eu leia.
— Sim. Querido. Poderia ler para mim? Adoro o som da sua voz, netinho.
Assinto e começo a ler, enquanto Joana sorri e come alguns bolinhos. Sento em sua cama e a hora parece correr quando estamos juntos. A família dela deixou a pobrezinha aqui, pois, ela não era cabível a tanta "perfeição" exigida pelo seu filho. Era incrível como um ser humano poderia rejeitar a mulher que deu a vida por ele.
Joana era sozinha, além de ser uma senhora carinhosa e alegre. Não havia outra companhia além dos enfermeiros do asilo.
Suspiro quando chego na metade do livro e ela pede para que eu continue depois.
— Vamos dar uma volta no bosque, querido? Minhas engrenagens estão enferrujadas.
Sorrio para minha carinhosa amada com os cabelos de algodão e assinto. Estendo meu braço e ela segura com firmeza, dando início a nossa caminhada.
— Como está aquele doce rapaz que você ama? — Joana perguntou sem rodeios, fazendo-me corar.
— Eu não... Bem, eu... — coço a nuca e ela apenas sorri, mostrando as rugas nos cantos de seus olhos.
— Querido, você sempre fala nesse rapaz. Seus olhos brilham sempre. Por que você não o traz aqui um dia? Estou ansiosa para conhecer este doce bibliotecário.
— Um dia o trarei aqui, vovó. Eu prometo. — Ela deposita um beijo em minha bochecha e sorriu.
— Styles, a visita acabou. Leve Joana de volta para o quarto. — O enfermeiro chefe anunciou.
Suspirei fundo e caminhei com Joana no percurso de volta para o seu quarto.
— Não demore para vir me visitar, querido. Na próxima vez por favor traga mais três livros se puder. — Joana sorri e se despede com um aceno.
Deixo o crachá e caminho de volta para casa. Mas, antes disso resolvo tomar um bom milkshake de chocolate. Joana tinha razão, falar do Louis era tão fácil, tão bom. Era como falar sobre uma parte minha. Quem estou querendo enganar? Sua vinda para cá, trouxera lembranças e uma chama foi despertada novamente. Não sou quem eu sou quando estou longe dele, mas tenho a convicção de dizer que é minha melhor versão surge quando meu menino está do meu lado. Meu Loulouzinho.
Sem pensar muito no que estou fazendo, pago o milkshake e saio em direção a casa de Emma. Preciso declarar todo o meu amor por Tomlinson, já chega de ter medo dos meus sentimentos.
Bato na porta com certa urgência e ao abrir, encontro o Tomlinson errado. Seu olhar implacável e as roupas formais, são as mesmas de quando eu era uma criança. Ele não havia mudado.
— O Louis está? Gostaria de falar com ele. — Gaguejo um pouco, nervoso com a figura do pai dele.
O homem apenas assentiu e abriu passagem, permitindo a minha entrada. Passo a mão no cabelo e caminho lentamente até onde algumas vozes indicam. Paro ao ver toda a família em volta da mesa, mas isso não é o mais impressionante. Lorena e Louis estão juntos, sorrindo e brincando na mesa, como se fossem um casal.
Fico estático, parado como se tivesse criado raízes no chão. Foi assim que eles me notaram, cruzo os braços e espero uma explicação plausível antes de ir embora dali.
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