Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

A Carta

(2823 palavras)

Ashvalle, onze de agosto de dois mil e dezoito.

''Querida'' Ramona, me esqueça.

Não me procure, nem pergunte por mim. Essa foi a melhor escolha que tomei por nós duas, já que durante todo o nosso alucinógeno e conturbado ''romance'', foi você quem sempre tomou as rédeas de cada situação.

Antes de você entrar como um furacão em minha vida e me levar a recomeçar longe de todos, eu havia planos, um futuro definido e um namorado que não conseguia brincar com os meus sentimentos como você tanto gostou de brincar.

Nunca entendi o porquê, mas durante muito tempo acreditei que, um dia, sentiria tudo o que me contavam ser um ''amor ardente'' por Niall, mas foi só você aparecer em minha vida, que o fogo surgiu e isso me intrigou tanto, que acabei caindo dentro de uma armadilha e me tornando mais uma de suas presas.

Nossa primeira troca de olhares, justo no primeiro dia após as ferias de inverno e justo no seu primeiro dia naquela escola. Quando te vi passar pela porta da sala nove, foi como se visse a mistura de um anjo e um demônio, os lábios vermelho sangue, o olhar escuro igual os cabelos, e as roupas angelicais, tornando tudo em você algo intrigante para os meus pensamentos.

Mas como acabamos nos aproximando? Isso eu realmente não me lembro, tudo aconteceu tão rápido, que quando percebi, já estava cometendo as loucuras que sempre me impedi de cometer. Já estava presa em sua armadilha.

— Vamos Sarah, te desafio a passar sete minutos no paraíso, com a pessoa que a garrafa apontar. – escuto a voz grave e provocativa de um dos meninos me desafiar.

— Nós temos dezesseis anos, não treze. – respondo de forma ríspida — E eu namoro esqueceu?

A festa já estava me enlouquecendo, mas Annie pediu para que eu fique pelo menos até o parabéns, e aqui estou, sendo obrigada a participar de um jogo idiota.

O garoto parece não me escutar e gira a garrafa, meus olhos se reviram pela milésima vez, mas esse é o preço que tenho de pagar para que minha melhor amiga não passe a semana toda reclamando por não me importar com sua festa de aniversário.

Sei que Niall não ficará com ciúmes ao descobrir da minha ida ao ''paraíso'' com outro alguém que não seja ele, já que nosso relacionamento é mais para a felicidade de nossos pais. A cada segundo a garrafa gira numa velocidade menor, mas assim que para, peço para que um vento bata e a rode novamente.

— Acho que teremos que passar sete minutos naquele armário juntas. – a voz de Ramona me seduz, levando meu olhar ao seu por um breve momento.

— Eu tenho mesmo que entrar naquele negocio? –me volto para a roda de adolescentes a minha frente. As meninas balançam a cabeça como um sim, já os garotos parecem divididos por saberem que passarão sete minutos sem um desafio que os leve a Ramona.

— Pelo menos não é um dos garotos, acho que o seu namoradinho vai ficar mais relaxado se eu for. – a morena de lábios vermelhos se levanta e anda em minha direção — São só sete minutos em um armário, ninguém vai morrer. – sua mão se une a minha e então sou levada até o outro lado do quarto.

Assim que fechamos a porta o tempo começa a ser contado. Meu olhar vai à procura de alguma cordinha para que a luz dali se acenda, mas pelo visto, ficaremos em plena escuridão, porque assim que acho percebo que a lâmpada está queimada.

— Ótimo, sete minutos nesse negocio e no escuro. – respiro fundo na tentativa de relaxar.

— Qual é o seu problema?

— Oi? – pergunto sem entender.

— Se não está se divertindo, por que veio? – Ramona acende a tela de seu celular, ligando a lanterna no segundo seguinte.

— Você não conhece a Annie, prefiro passar uma noite suportando essas brincadeiras idiotas do que escutar, durante dias, as reclamações dela.

— Inventava uma desculpa, seu namorado conseguiu inventar uma não foi? – ela solta uma risadinha. — Aliás, ele não foi o único que arranjou uma...

— Niall precisou ir para o avô resolver um problema. – respondo indiferente.

Sei que isso não é mentira, nossas famílias querem a nossa união muito mais do que nós, então meu pai saber de qualquer coisa sobre Niall ou nosso relacionamento, é graças a amizade que tem com meu sogro.

Além disso, Niall nunca faltaria numa das datas especiais para Annie, à garota pode ser minha ''melhor'' amiga, mas é com Niall que tem uma algo (até mesmo uma ''ligação'') indestrutível.

— Engraçado, você não sente nem um pingo de ciúme. – sua voz soa de forma provocativa — Eu literalmente acabei de insinuar que ele está te traindo e não se importa nem um pouco. – ela parece intrigada enquanto decide dar um passo a frente, o que diminui nossa distancia.

— Por que eu sentiria? Sei que ele não me trairia. – e isso é realmente verdade, eu mesma presenciei secretamente uma oportunidade que acabaria com o nosso namoro, mas ele é mesmo o garoto mais incrível que existe. — Eu confio nele.

— Ou você não sente nada por ele. – acertou. Mais um passo é dado e minha respiração muda, agora mais tensa do que o normal.

Seu perfume é forte e incrivelmente bom. Seu olhar está grudado aos meus na tentativa de encontrar a verdade, só que ela já percebeu que está certa.

— Por que está tão tensa Sarah? – sua voz maliciosa faz o fogo em meu corpo aumentar.

— Não gosto de ficar em lugares pequenos. – minto.

— Não é o lugar, – ela aproxima ainda mais seu corpo e leva sua boca para perto de meu ouvido — sou eu que te deixo assim, não é? –respiro com dificuldade.

— Eu já disse, não gosto de luga... – seu rosto sai de perto da minha orelha, mas sua mão entra em contato com a minha bochecha na mesma hora.

— Admita Sarah, você está tensa porque não quer gostar do que seu corpo está pedindo.

— E o que ele está pedindo? – tento voltar ao normal ao provoca-la, só que acabo tornando o efeito contrario, seu olhar continua preso ao meu e seu sorriso se torna ainda mais malicioso.

— Isso aqui...

E foi no instante em que me beijou Ramona, que me tornei oficialmente a sua presa, que percebi o que me faltava e o porque de não sentir o mesmo com Niall. Ele não me atraia como você, ele não era você e nem o que eu realmente gostava. Ele era um garoto.

Foi como se eu houvesse cometido o maior dos crimes, mas eu não me importava, eu estava sedenta por mais. Eu só queria entender meus sentimentos e o que me levava a ficar tão submissa a esse desejo, ao ponto de não me importar com os sentimentos dele, ou com todos os planos para o futuro.

Por você Ramona, senti coisas inexplicáveis. Seus beijos me viciavam, sua voz vivia em minha cabeça e toda sua imagem, que se parecia à junção do inferno ao paraíso, me deixava louca para ter mais uma parte sua junto a mim.

As aulas se tornaram melhores com você, os jogos de basquete viraram um evento divertido e as idas ao lago foram momentos únicos, só que tudo acabou quando percebi que não era a única em sua vida. Éramos apenas um segredo e achei que fosse para me ajudar, mas era para que continuasse a brincar com outros corações além do meu.

Você abriu meus olhos para um mundo novo, um mundo escondido dentro de mim e que ao se libertar, mostrou quem realmente sou e o que quero para a minha vida. Então lhe agradeço por mostrar que o meu verdadeiro eu estava preso nas sombras por medo de não aceitarem como sou.

''Querida'' Ramona, você foi a personagem principal naqueles últimos seis meses de aula antes do verão chegar. Fui levada ao delírio, ao extremo e isso talvez eu nunca esqueça. Porem, assim como me mostrou o quanto posso ser amada e o quanto posso sentir por alguma garota, você me mostrou o quanto dói ver que nem todas às vezes, recebemos a reciprocidade que esperamos receber.

Entreguei meu coração em uma bandeja de prata esperando que aquilo valesse a pena. Senti borboletas em meu estomago pela primeira vez. Pude sentir uma onda de felicidade ao descobrir que estava finalmente apaixonada por alguém e então, pude sentir a primeira dose de adrenalina em meu corpo, ao combinarmos de deixar as coisas acontecerem como um segredo valioso.

Só não esperava ter que sentir o mundo desabar, nem pensei que me sentiria dentro de uma ilusão. Apaixonar-me por você foi me tornar um de seus brinquedos, e percebi que, se eu continuasse com isso por mais tempo, minha vida seria pior. Muito pior do que antes, quando eu era apenas uma menina com um futuro inteiramente planejado ao lado de um garoto que, pelo menos, tentava me fazer sentir como se eu fosse única.

A pior parte pela qual passei não foi me apaixonar, nem ver que nós não seriamos um casal. Foi sentir e ver tudo desabar sobre mim assim que fiz dezessete anos, no mesmo dia em que o verão começou e trouxe nossas ferias. Eu havia terminado com Niall e estava me preparando para contar ao meu pai tudo, só que você preferiu transformar o meu aniversario em mais um dia sobre Ramona Montez.

Você preferiu me expor na frente de todos, preferiu me calar e me colocar como uma mentirosa, como alguém que usa as pessoas e as joga fora quando quer. Você quis me transformar em uma replica sua! E tudo isso a troco de quê? Apenas atenção.

— Está tudo bem? – me aproximo o mais rápido possível para segurar a mão de Ramona e ajuda-la a descer da mesa.

— Olha só quem resolveu me dar um pouquinho de atenção! – Ramona fala num tom extremamente alto e toma um gole da bebida em sua garrafinha.

— Ramona, por favor, desce dai. – peço esperando a garota segurar minha mão.

— Por quê? Essa festa precisa ficar mais animada, vocês não acham?! – a morena pergunta aos adolescentes a sua volta, que balançam as cabeças como cachorrinhos.

Perdi a amizade de Niall, o apoio de Annie e a confiança que toda a minha família depositava em mim. Como eu olharia para cada pessoa naquele salão novamente? Como eu conseguiria voltar para a escola sabendo que nunca mais seria a mesma coisa?

— O que está acontecendo aqui? – meu pai se aproxima e as atenções de todos os adultos se levam a nossa direção. — Sarah, quem é essa menina?

— Uma amiga, pai. – respondo de imediato — Por favor Mona, desce daí. – sussurro.

— Amiga? É isso que sou para você? – ''ofendida'', ela solta minha mão — Bom, não foi isso que pareceu nos últimos meses. – o olhar de Ramona vai em direção à outra pessoa.

— Sarah, do que ela está falando? – a voz confusa de Niall faz minha atenção ser levada ao garoto a poucos passos de distancia e vejo que não é apenas sua voz que aparenta estar confusa.

— Poxa Niall, achei que pelo menos soubesse o motivo do peso extra na sua cabeça. – alguns garotos soltam uma risadinha preenchendo o fundo da cena. — Afinal, ela continuou com você quando começamos a sair.

— Por que está fazendo isso? – pergunto num tom baixo na tentativa de impedir minhas lagrimas e os olhos de Ramona se voltam aos meus num breve segundo.

— Você brinca com a vida de todos, mas eu já cansei! – Ramona toma mais um gole de sua bebida — A verdade pessoal, é que a Sarah escondeu de todo mundo um relacionamento comigo durante os últimos meses, só pra continuar sendo taxada de boa moça!

Virei-me para Niall instantaneamente a fim de descobrir como o garoto reagira com essa noticia, mas ele continua se afastando aos poucos e se juntando a Annie no canto da sala.

— E o pior, é que nem eu sei se posso confiar nela, já que essa garota pode muito bem ter escondido mais algum relacionamento durante todo esse tempo. – ela solta uma risadinha e só então desce da mesa. — Então recapitulando... – ela da uma giradinha a fim de passar seu olhar por todos da sala — Niall, você escolheu a garota errada, está na cara que a Annie e você são almas gêmeas. – ela suspira e vira o resto do conteúdo da garrafa em sua boca — Senhor Griffin, pelo visto a sua menininha não é um anjo como achou que fosse, mas tudo bem viu? Ninguém é tão perfeito como ela fingia ser.

Junto a dois garotos – cujo não lembro quem são – começa a andar em direção à saída. A cada passo, meu coração parece doer mais e minhas lagrimas parecem ficar cada vez mais pesadas e com mais vontade de sair.

— Quase me esqueci! – Ramona se vira em minha direção  — Feliz aniversario Sarita!

Você aquela noite quebrou o meu coração em milhares de pedaços, e eu nem soube o porquê!

— Niall, por favor... – o garoto passa por mim sem me dizer uma única palavra, mas nem precisava, já que sua feição já continha sua resposta.

Como foi de se esperar, Annie, também saía do lugar junto a Niall, mas diferente do meu ex, a garota parou diante a mim e olhou-me de cima a baixo.

— Pensei que fossemos melhores amigas. – mais uma vez não consigo identificar através de seu olhar, o que sente por mim no momento.

— E nós somos. – aviso tentando segurar sua mão.

— Não. Não somos! – raiva agora emana de seu corpo e então respira fundo — Tem noção de como foi difícil ver você e ele naquele relacionamento fajuto, só pro seu pai se orgulhar de você? Enquanto eu sempre fui apaixonada pelo Niall e sei que ele sente o mesmo? – ela passa as mãos pelo cabelo.

— Annie...

— Chega! Você sempre soube e nunca se importou! Nós dois abrimos mão da nossa felicidade, desde que sua mãe foi embora, pra você rir da nossa cara esse tempo todo enquanto saia com ela? – sua mão é levada até meu pescoço e então, Annie arranca meu colar da amizade que usamos há anos — Nunca mais chegue perto de mim!

Eu me senti mal, me senti culpada de ter pensado nos meus sentimentos e nas minhas vontades pela primeira vez. Por simplesmente jogar todo o meu futuro no lixo, como o meu pai disse que fiz, por ver Niall triste e pela primeira vez decepcionado comigo. E ter que escutar Annie colocando um ponto final na amizade que temos desde pequenas.

Então, no meu primeiro dia com dezessete anos, fiz algo que nunca pensei que faria. Liguei para a única pessoa que ficaria ao meu lado naquele momento, minha mãe. Não me importei de ela ter se mudado para outro estado, nem por me fazer sofrer todo feriado em que resolvia não aparecer. Eu apenas me permiti chorar, já que a ligação mostrava que pelo menos alguém estava se preocupando comigo e não decepcionado ou me odiando.

Durante a ligação houve a proposta de um recomeço, eu passaria as ferias com ela, e caso eu gostasse, poderíamos conseguir uma bolsa no internato em que ela coordena. No momento até pensei em negar, mas por que eu negaria? Perdi minha melhor amiga, magoei o único garoto que só queria me ver feliz, perdi o respeito do meu pai e teria que ver o rosto de quem me deixou entre o céu e o inferno durante meses, e numa questão de segundo, me jogou do precipício.

Na manhã seguinte ela voltou. Ela, meu pai e mais alguns membros da minha família discutiram feio, mas eu estava pronta para ir. Arrumei minhas malas e quando desci não recebi nem um abraço do meu pai, nem um tchau, nem mesmo o vi olhar para mim.

No começo, foi difícil me adaptar, era um lugar novo, com pessoas que nunca vi, nem mesmo ouvi falar sobre, mas por sorte, alguns amigos da minha mãe tinham filhos da mesma idade que eu e com eles, me esqueci de você, de  Niall, Annie e até mesmo de meu pai.

Agora, três meses depois, voltei para pegar o resto de minhas coisas e meu pai ainda não me dirigiu uma única frase, o que faz minha decisão se tornar ainda melhor. E não, não foi ele que falou sobre você estar me procurando, ou perguntando por mim por ai. Meu priminho resolveu contar assim que cheguei, e quando disse que era uma garota com a boca vermelha e cabelos pretos, soube na hora que era você.

Por isso estou escrevendo essa carta. Não quero que continue em minha vida. Eu perdi tudo para me encontrar, para descobrir quem realmente sou. Tive uma chance de recomeçar e então decidi agarrar a oportunidade, só que agora sem você, sem meu pai e sem nada que me prenda ao passado e minha antiga vida.

Agora, sou livre.

Sarah Griffin.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro