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Novo Prólogo 2.0

Anos Atrás

Contente, Evelyn pegava escondido de sua Babá o filme que sua irmã disse ter cenas de beijo.

— Será que Sarah vai demorar muito? — Evelyn pergunta a sua irmã que olha para os lados.

Sua babá havia saído para conversar com seu amigo no quarto dos pais delas e como aquilo levava horas, as duas podiam fazer o que bem entendessem na sala de estar da casa, após chegarem das aulas.

— Provavelmente. Eles devem estar imitando aqueles filmes estranhos de novo. — comentando com a irmã, a fez revirar os olhos e fazer cara de nojo.

Brincar sem roupas era simplesmente nojento. E papai e mamãe viviam as dizendo que era algo proibido, logo Sarah não poderia fazê-lo, mas como as irmãs também não poderiam ver filmes de adultos, aqueles que têm beijos e pessoas fazendo coisas de adultos, logo não haviam do que reclamarem para seus pais.

As gêmeas tinham nove anos, mas haviam dois rapazes no colégio que eram muito bonitos e estavam à chamando para passear no recreio a alguns dias, logo precisavam aprender a beijar, porque eles eram de turma mais avançada e não podiam serem bobas como Caroline, que beijou errado um garoto mais velho e ficou sendo piada da escola.

— Vamos antes que Sarah acabe de brincar...! — Evelyn chama a atenção da irmã que logo se aproxima dela e deixa a atenção das escadarias por onde a babá subiu com seu namorado.

— Peguei o filme novo da mamãe! Coloca baixo senão a chata escuta e desliga! — dizendo agitada joga o controle na irmã que se põe a atender o pedido dela.

Temerosas por mancharem sua reputação, de garotas mais legais do colégio, as meninas começaram a assistir o filme proibido para aprenderem sobre como beijar como adultos, mas tão logo que viram o ator principal, às duas se puseram a avaliá-lo.

Ele era bonito, inteligente e até mesmo ficava agradável rindo, ao contrário dos garotos da escola. O homem não fazia nada contra a menina e não a dava puxões de cabelo para mostrar que gostava dela, sendo assim, Evy e Nana combinaram entre si que achariam aquele homem, ou alguém igual a ele pra ser namorado. Desistindo por completo dos dois bobões do colégio.

O que se manteve por alguns anos, até que às duas completassem seus treze anos, quando a união entre as irmãs começou a ruir.

     —  X —

Dia que Evelyn lembrava com precisão  qual era.

— Evelyn! Eu já disse que não vou chegar com você desse jeito! — Nana a repreende recebendo um sinal positivo da mãe.

Embora às duas fossem idênticas, Nadija incentivada por sua mãe alisou os cabelos, pintou de loiro e agora era uma líder de torcida. Que pra variar se engraçava com o capitão do time de futebol americano.

— Eu vou de cachos soltos pra escola sim! Se está incomodada, morre que passa, Nana! — Evy grita antes de pegar panquecas e morder duas de uma vez.

Sua irmã havia se tornado uma garota fútil.

Nada a ver com a Evelyn, que por sua vez, estava ocupada demais rastreando Chris Rogers, sabendo onde ele estava, com quem, de que forma e até mesmo, por quanto tempo ficaria. Aquele homem era o amor da sua vida e não se via sem pelo menos três vezes por dia checar as informações das fanbases sobre ele.  Onde esteve, com quem esteve e por poderia ir.

— Está horrível esse troço na sua cabeça! Você nunca vai ser popular assim! — Nana gritando com a irmã recebe o dedo médio de Evelyn, que precisou correr para não ser acertada pela mãe, que odiava aquele tipo de linguagem.

Tao logo que chegou na escola a adolescente correu para detrás das arquibancadas, onde começou a mexer no seu celular escondida, procurando mais notícias sobre seu ídolo.

Algum dia casaria com aquele homem. Tinha certeza que sim!

    — X —

Back in Black tocava no máximo quando a irmã de Evy entrou no quarto furiosa e foi até o guarda roupa da irmã, jogando tudo no chão. O que levou a moça a ir até ela, a puxando pelos cabelos, jogando no chão com força, causando um baque que se pôde escutar no primeiro andar da casa. Fazendo a mãe das meninas entrar no cômodo a tempo de ver as duas irmãs brigando como duas lutadoras de WWE.

— Qual o problema de vocês? Não conseguem ficar no mesmo cômodo sem tentarem se matar? — gritando acima do som correu para desligar a música vulgar da filha revoltada, indo separar as duas meninas que se puxavam pelos cabelos.

— Ela quem começou! — Evelyn acusou a irmã que a deu um chute na barriga em resposta.

Fazendo a mãe das duas intervir, entrando no meio da confusão, enquanto gritava o pai das duas, que acabara de chegar do trabalho.

— Essa metaleira ridícula que me puxou pelo cabelo! — Nadija grita para o pai que a segura com força, lançando um olhar furioso para Evy.

As duas viviam entre tapas já a algum tempo e o patriarca da família não sabia mais o que fazer. Castigos, ameaças, gritos, puxões de orelha, nada adiantava. O bom é que iam fazer seus dezoito anos no final daquele ano letivo e assim cada uma iria para uma universidade, dando paz ao casal por um bom tempo até se formarem e precisarem trabalhar juntas na empresa.

Uma joalheria que começou pequena e a cada dia se solidificava mais no mercado, graças as suas peças exclusivas e de design próprio limitado.

— Não tenho culpa se você, sua patricinha babaca não entende que não quero você mexendo na porra das minhas roupas! — Evy rosna para a irmã que tenta se mexer, sendo impedida pelo pai.

— Chega, Evelyn! Olha a língua! — o senhor Evergreen repreendeu a filha que apenas revirou os olhos.

Mais contida que no começo daquela briga incômoda. Razão pela qual o pai das duas nunca mais quis tentar ter um menino. Temendo que tivesse mais dois filhos brigões para administrar além das que já possuía.

— Gente preta de preto é simplesmente feio, Evelyn! Você acaba com minhas vistas usando essas roupas! Já não basta esse cabelo ruim! — Nana acusando a irmã recebe um olhar surpreso dela.

Que assim como o pai não entendia desde quando a sua filha ficou tão preconceituosa com a própria cor.

— Pelo amor de Deus, Nadija! Vocês são morenas! Não negras! Onde já se viu dizer que sua irmã é negra? — a senhora Evergreen repreende a sua filha, sendo empurrada por Evelyn.

— Sim! Eu sou negra com muito orgulho! E o que uso não diz respeito a nenhuma de vocês! Saiam do meu quarto! — expulsou Evy a todos, contendo suas lágrimas o máximo que podia.

Apesar de querer consolar a filha, o pai apenas a lançou um olhar solidário e optou pela solução dos covardes, indo para a saída do quarto de Evy, levando as duas outras mulheres com ele.

Fazendo questão de reforçar a filha Nana que nada de boates para ela se Evelyn não fosse com ela naquela noite. Da suaaneira tentando forçar Evy a sair do seu mundinhho que vivia suspirando por atores famosos e ouvindo músicas barulhentas.

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