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VI - PARTIU PECAR.

07h01. Tudo bem, pensei, as pessoas atrasam. Super normal. Nada para se preocupar.

07h02. Marcos me largou e mudou-se para Anta Gorda-RS.

07h03. Aquele filho da mãe, desgraçado, maldito, pestilento, arruaceiro, gato polar, gostoso de uma figa vai me dar bolo. Não é possível.

07h04. NINGUÉM ME AMA, NINGUÉM ME QUER!!!

07h05. Prestes a desistir e recolher-me à minha insignificância no canto do quadrinho, ouvi o familiar clique do teleporte de Marcos. Finalmente, ele surgiu no meio do quarto como se sempre estivesse ali. Meu coração acalmou-se no mesmo instante. Na presença de meu Marcos, nada parecia impossível. Nenhum problema era grande demais e eu não era pequeno demais para lidar com eles. Porém, algo definitivamente estava errado. Não apenas pela expressão muito confusa naquele rosto lindo, como também pelas roupas estranhas que ele usava. Pisquei algumas vezes para garantir que não era o nervosismo me fazendo ter alucinações, mas o tempo passou e a cena não mudou.

Marcos usava um coturno bege horrendo, bermuda cáqui grossa, colete cargo e um chapéu verde enorme parecido com aquele do Chaves. Numa mão tinha uma maleta metálica, na outra, duas longas varas de pesca.

Franzi a testa. Que fetiche era aquele agora? Eu deveria saber?

― O que eu perdi? ― perguntamos em uníssono.

― C-como assim? ― indaguei. Marcos nem parecia ter notado como eu estava sensual. ― Eu tô aqui pronto pra gente começar.

― Começar o quê, homem? ― retrucou.

― Ué, v-você mandou aquela mensagem perguntando se eu queria pecar e...

― Não ― disse ele pausadamente. ― Eu te mandei uma mensagem perguntando se você queria pescar. Você achou que eu... que íamos...

Nos encaramos por um loooongo segundo. As peças finalmente juntando-se na minha cabeça. Por isso ele marcou para começarmos cedo, por isso agiu de forma meio distante como se fosse algo casual. Por que era. Ai, Deus. Ai, Deus. Ai, Deus. Tinha entendido tudo errado.

Senti minhas bochechas queimando como o próprio sol. Não ajudou nada quando a risada histérica de Marcos explodiu pelo quarto inteiro. Mais que depressa, puxei o cobertor sobre mim, morrendo de vergonha. Queria ter um buraco pra enfiar a cabeça e não do jeito legal.

― Para de rir ― berrei. ― Eu não sou adivinho, não sei ler o futuro através das folhas de chá ou o exame da casca do ovo e por que você não leu a mensagem antes de enviar, seu... doente maluco. Psicopata do caralho.

Marcos riu mais alto.

― Cara, eu quase perguntei se tinha problema o meu pai participar. ― comentou antes de cair no chão literalmente rolando de rir.

Quis tanto morrer.

Com os dentes cerrados, atirei um travesseiro nele. Marcos esquivou-se usando seu dom para sumir e ressurgir ao meu lado na cama. Seus braços fortes enrolaram-se em mim, movendo minha boca até a sua. Ergui os braços para continuar a brigar, mas simplesmente perdi toda a força. Debaixo de Marcos, meu corpo virava geleia. Deslizei as mãos para sua nuca apertando-o ainda mais contra mim. Então, nada mais existia. Éramos apenas nós, nosso espaço e nossos corpos. Juntos. Como sempre deveriam estar. Quando nos afastamos unicamente por precisarmos de oxigênio, Marcos estava sorrindo todo bobão.

― Desculpa por causar essa confusão toda ― pediu. ― Não era, nem de longe, minha intenção.

Balancei a cabeça.

― Não tem do que se desculpar ― falei. ― O corretor, às vezes, ferra com a gente mesmo e, verdade seja dita, eu tirei muita coisa do cu.

― Achei que o objetivo fosse botar coisas lá ― dei-lhe um tapinha no braço. Marcos pegou meu rosto entre as mãos ― Mateus, meu amor, eu não sei como vai ser quando for hora de fazermos isso, de pecar, mas tenho certeza que não seria assim. Pra começo de conversa, eu nunca faria nesse quarto mequetrefe, sempre teve tantas camisinhas no lixo?

― Ah, você viu. ― desviei o olhar. ― Eu não sabia se iam servir, então experimentei algumas.

― Meu Deus, cara! ― rimos juntos. ― O nervosismo te pegou de jeito.

― Não mais do que você pegaria.

― Hahaha, tá me deixando sem jeito. ― ele tocou nossas testas. ― Escuta agora, Mateus, amor da minha vida: Quando chegar nosso momento e ele vai chegar, eu nunca faria uma coisa tão... ridícula e fria como mandar uma mensagem no zap como um animal. Mateus, você é tudo. Merece tudo. Merece grandes coisas. Eu respeitei seu tempo até agora, vou continuar fazendo isso como sempre. Eu não estou com você por algo tão besta e simplório como sexo, eu estou aqui porque te amo. Amo cada parte de você. Toda a bagagem, o nervosismo, a parte que confunde as coisas. Tudo. Me apaixonei por tudo em você. Essa coisa de "pecar" não passa de outra forma de demonstrar afeto, não é e nem nunca vai ser mais do que isso. Eu te amo, amo muito, meu príncipe.

Engoli em seco. Uma lágrima desceu por minha bochecha. Nos abraçamos forte. Pesando agora, não fazia sentido. A mensagem ou aquela ausência esquisita. Não combinava em absolutamente nada com meu Marcos. Ele jamais me deixaria para lidar com aquilo sozinho, mas tive tanto medo de decepcioná-lo caso não aceitasse, que ignorei toda a lógica. Estava me sentindo um idiota, entretanto, havia alguma verdade em tudo aquilo.

― Sabe ― sussurrei, encabulado. ― Como estamos aqui, nós poderíamos muito bem... sabe?

― O quê? ― questionou. ― Enfiar o dedo na chocolateira, levar o Bernardo às compras, fazer um tchuplec tchuplim no ratiofly?

Ri alto.

― Talvez... ― encarei-o, esperançoso. ― Que tal?

― Ô, Mateus, aquieta esse rabo ― Marcos acertou um tapa na minha bunda, mas senti mais vergonha que tesão. ― Temos uma tarefa mais importante pra hoje.

― Como assim? ― franzi o cenho. Por essa, com certeza, eu não esperava.

― Antes, falei sério sobre meu pai, vamos pescar com ele hoje! ― havia um tom estranhamente feliz demais em sua voz. ― E você já aceitou.

Abri um meio sorriso. Apesar da grande quebra de expectativa, de alguma forma aquele plano pareceu infinitamente mais certo. Muito mais... nós.

― Certo, que assim seja, meu bom cavalheiro. ― sentei na cama. ― Acho melhor trocar de roupa, então.

― Deus, sim. ― Marcos riu. ― E, sério, na hora H vamos bolar algo legal e juntos, como sempre. Nós não esperamos tanto tempo para fazer às pressas, de qualquer jeito. Tem que ser especial. Sei que é uma noção juvenil, uma ideia besta de dois bestões, mas foda-se. É o que eu penso e não vou mudar de ideia.

― Não precisa. ― acariciei sua bochecha. ― Eu acho perfeito assim.

Já trajado adequadamente, segurei a mão de Marcos. Nossos dedos entrelaçados traziam uma sensação de profunda paz. Um friozinho espalhou-se pela barriga, quando sua magia fluiu através de mim. Fechei os olhos com força. Dois segundos depois, um vento forte soprou sobre mim e estávamos às margens de um vasto rio. O azul profundo da água quase parecia refletir fielmente o céu limpo daquela manhã. Muitas árvores cercavam-nos. Na cidade, elas era raras. Havia de todo tipo. Grandes, pequenas, jovens, velhas, mas todas transbordando mana igualmente.

Nas regiões interioranas, a magia era poderosa, quase palpável mesmo àqueles com pouca sensibilidade mágica como eu. Tive a impressão de ver relances de espíritos na face da água. Respirei bem fundo, podia sentir as partículas mágicas alojando-se dentro de mim. Aquele lugar era fantástico. Um reino mágico dentro de um mundo repleto de magia.

Mal percebi o pai de Marcos, seu Josias acenando para nós do chalé de madeira ou como a cena parecia demais com aquela certa saga de livros clássicos sobre o acampamento de semideuses ― eram leitura obrigatória na escola, algo sobre o entendimento das gerações antigas sobre magia e divindades.

― Bom dia, meninos! ― disse seu Josias. ― Oi, Mateus.

Só então recobrei a consciência notando, de fato, a presença do homem. Seu Josias não parecia com Marcos, era baixo, tinha o rosto fino, sua pele era cerca de dois tons mais clara e haviam aqueles grandes olhos esverdeados os quais Marcos não herdou. Pelas fotos, ficava evidente a semelhança dele com sua falecida mãe. Eles compartilhavam até mesmo o dom do teletransporte enquanto seu Josias não possuía magia. Por outro lado, a personalidade dos dois era idêntica. Tinham o mesmo senso de humor, gostavam das mesmas coisas e amavam passar tempo juntos. Mentiria se dissesse não sentir nem uma pontinha de ciúmes da relação deles. Minha família era distante, exceto por raras exceções. Marcos, porém, não entendia isso ou a razão de não falarmos "eu te amo" com a mesma casualidade que eles.

― Ah, bom dia, seu Josias. ― fui cumprimentá-lo, mas me dei conta de algo terrível e meu coração quase parou. Eu ainda estava segurando a mão de Marcos. Na presença de outra pessoa. Mais que depressa, tentei separá-las. Porém, Marcos apertou com mais força. Olhei para ele, desesperado. Apontei para seu pai com a cabeça. Marcos trocou um olhar com o pai e sorriu.

― Então, Mateus, ontem eu conversei com meu pai e, bem, eu me assumi pra ele. ― revelou Marcos dando de ombros.

Meu queixo caiu. Olhei para seu Josias, ele não parecia bravo, louco ou prestes a tirar um revólver da cintura. Qual era o problema daqueles dois? Ah, Deus, eu estava sonhando, não é? Desmaiei no banheiro, agora tava sonhando, pelado e todo enrugado.

― Convenhamos, filho, já não era sem tempo. ― comentou seu Josias.

― Ele sacou na hora que estávamos juntos. ― adicionou Marcos.

― Garoto, eu sou velho, não idiota. ― arqueou as sobrancelhas. ― E isso explica por que você não consegue dizer o nome dele sem sorrir.

― Qual é, pai?! ― Marcos desviou o olhar, envergonhado. ― Não era pra contar isso.

Seu Josias espichou a língua para o filho.

Encarei a cena ainda meio perdido, sem conseguir reagir. Obviamente, já tínhamos conversado sobre aquela possibilidade, mas nunca imaginei que aconteceria, de verdade.

― Preciso dizer que fico muito feliz por vocês dois. ― seu Josias pôs a mão em nossos ombros. ― Levei a vida inteira para conseguir dizer isso. Mateus, eu te vi crescendo, você também é como um filho para mim, não consigo imaginar ninguém melhor para meu Marquinhos. Eu conheço bem sua família, se algum dia eles souberem e não reagirem bem, saiba que é sempre bem-vindo na minha casa. Você é da família.

Disse e me envolveu em um caloroso abraço. Marcos juntou-se a nós.

― E-eu nem sei o que dizer ― gaguejei. ― O-obrigado e, Marcos, isso é tipo... meu Deus, nem parece verdade.

Marcos abriu aquele sorrisão de sempre.

― Pois é, eu ainda tô custando pra acreditar ― admitiu. ― Eu não pretendia contar agora, a chance simplesmente surgiu e não consegui segurar. Engraçado, a gente pensa tanto em alguma coisa pra, no final, ela acontecer por impulso. O mundo é muito doido.

― Mas dá pra encarar ― falei. ― Com as pessoas certas.

O dia acabou sendo melhor do que pensei que seria, no início. Pescamos durante toda a manhã, me descobri extremamente ruim nisso. Sendo honesto, cheguei perto de cair do barco mais vezes que tenho coragem de assumir. Malditos peixes mágicos. Passamos a tarde toda comendo o fruto do nosso esforço (leia esforço de Josias e Marcos) enquanto batíamos um papo. Os dois tinham centenas de histórias de família, algumas dez eu ainda não tinha ouvido antes. Descobri sobre como os pais de Marcos se conheceram num bar. Ela era bartender e ele estava entregando panfletos da igreja na porta. Se esbarraram quando ela estava saindo. Os panfletos caíram. Vinte e cinco anos depois, cá estamos nós. Vi fotos de Marcos, Josias falava sem pudor de como ele era um bebê cabeçudo. Brinquei perguntando "Como assim era?" o homem quase se engasgou com a comida.

A noite chegou sem sequer ser notada. A lua cheia brilhava tão intensa quanto o sol. Um manto prateado cobrindo a floresta. Luzes mágicas fluíam do rio, preenchendo o ar. Era como se as estrelas estivessem ascendendo ao seu lugar de direito. Marcos e eu dormimos na mesma cama. Era indescritível poder fazer isso sem o medo de alguém chegar, nos descobrir e acabar com nossa vida. Estava dormindo como um bebê quando ouvi Marcos me chamando.

― Faça tudo comigo, só não me acorde. ― implorei.

― É importante ― disse ele. ― Por favor, faz um esforcinho.

Gani propositalmente alto para abrir os olhos. Aqueles malditos olhões fofos me encaravam. Praguejei em pensamento antes de levantar.

― É bom ter o melhor motivo do mundo, eu te amo, mas mato você aqui mesmo se for uma gracinha sua...

― Relaxa, eu não sou doido de acordar você por nada. ― respondeu, oferecendo-me sua mão. ― Majestade, por favor.

Lancei-lhe um olhar de desprezo tão forte que Marcos engoliu em seco, mas aceitei sua mão.

De repente, o quarto do chalé deu lugar às conhecidas paredes cor de creme da boa e velha igreja que frequentamos a vida toda. O odor de incenso encheu meu nariz. De alguma forma, sempre tinha esse cheiro por lá. O lugar parecia meio assustador à meia luz das lâmpadas sobre o altar, mas Marcos segurou minhas mãos com as dele.

― Não costumo sonhar muito sobre nós, porque com você cada segundo é um sonho maravilhoso. ― minhas bochechas esquentaram. ― Contudo, se eu pudesse me dar esse luxo, eu nos imaginaria aqui. Neste lugar onde nós crescemos, onde nos conhecemos, nos tornamos melhores amigos e enfim nos apaixonamos. Imaginaria a gente aqui juntinhos como agora. Estaríamos usando lindos ternos muito chiques. Nossa família, nossos amigos e todo mundo que acompanhou essa história, eles estariam aqui em volta. Todos sorrindo, orgulhosos e felizes por nós. O padre Antonio faria a cerimônia, assim como fez a dos nossos pais. Além da crisma, comunhão e batizado. Eu olharia para você, lembraria de todos os momentos nos quais te amei, incluindo aqueles onde nem sabia disso, e diria a melhor palavra do mundo. Eu diria sim ― funguei segurando as lágrimas. ― Tudo que eu faço, penso ou digo é um passo mais perto desse momento. Não vai ser exatamente assim, eu sei, assim como sei que metade do que falei é totalmente impossível, mas sonhos são tão divertidos justamente por isso, não é? E esse é meu sonho. Meu grande sonho.

Marcos olhou para mim. Seus olhos marejados. Senti com cada pedacinho do meu ser como aquilo era verdade. Às vezes, nem conseguia conceber como alguém poderia me amar com tanta força ou como eu poderia retribuir com ainda mais intensidade. Mas talvez não devesse fazer sentido. Amor existe além do campo da lógica ou das explicações. Está além da magia ou da ciência. Ele apenas existe e, por isso, existimos. Fitei o rosto do homem que era o amor da minha vida, Deus, como eu o amava. Não havia maneira disso ser pecado, o meu Deus não diria isso, porque se acreditava em algo, era que fui feito como devia ser.

― Não ― falei, me diverti com a microexpressão de pânico no rosto de Marcos antes de completar: ― Esse é nosso sonho.

Ele sorriu, aliviado.

― Mas temos tempo. ― disse, gradativamente diminuindo a distância entre nós.

― Sim ― imitei seu gesto. ― Temos nosso próprio tempo.

Nos encontramos no meio do caminho, nossos lábios dançaram longamente.

― Esse deve ser, de longe, o maior pecado que já rolou nessa igreja ― Marcos murmurou no calor de nosso espaço particular.

― Haha, eu acordei hoje preparadíssimo pra pecar ― sorri. ― Bom saber que cumpri suas promessas, nobre cavalheiro.

― Preciso fazer jus ao título, meu príncipe. ― soltei um arzinho do nariz. ― Eu te amo.

― Te amo mais. ― respondi.


FIM


Olá a todos, obrigado por acompanharem essa história. Quem me conhece sabe que não sou um escritor de romance, mas volta e meia me aventuro nessa área. Essa história foi originalmente escrita para o desafio drabble do site "Nyah! Fanfiction", um desafio muito legal que ocorre em outubro. A premissa é escrever uma história cujos capítulos tenham exatas 100 palavras, postar um capítulo por dia encaixando uma certa palavra peculiar. Foi meu quarto ano participando e essa é a primeira vez que trago uma história para cá, nesse formato. Espero que tenha ficado legal. Obrigado a todos por lerem e, caso se interessem, tenho outras histórias no perfil. Abração a todos.

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