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||capítulo III -Salvei você?||

"Um dia nos encontraremos novamente, talvez amanhã ou hoje. Nunca se sabe o futuro. Essa é a esperança que muitos almejamos, não é mesmo? Há alguém que queira abraçar?
Para mim havia essa pessoa, porém ele não se foi com a brisa da morte,  era proibido tê-lo no meu coração.."

Gustavo Springer

—Cara.

Jogo a moeda para cima com à  expectativa de ganhar na sorte.

—Coroa. — Fernando fitou a moeda cair na palma da mão, rapidamente virou colocando no dorso.

—Merda do caralho— falei exprimindo os olhos em frustração.

Serei babá dele novamente, essa não é a primeira vez que perco para o cara de bunda, já perdi as contas de que ele vomitou no meu tênis, por mais que tento fugir dessa tragédia, sempre acontece como um efeito borboleta. Céus! Como posso perder toda vez?

—Vamos beber todas hoje! Espera... Eu vou beber todas hoje!

Andou na frente entrando no gramado da área da enorme casa cheia de adolescente agitados com suas alegrias superficiais que os deixavam famitos por mais diversão. Em seguida o segui entrando na casa lotada, a festa está acontecendo desde cedo e essa chuva também, odeio esse clima úmido.

Sento no sofá do lado de Fernando que pega o primeiro copo, olhei a mesinha cheia de bebidas alcoólicas, revirei os olhos pelo fato de não beber.  Sortudo da porra.

—Essa é pela Letícia que terminou comigo.

Bebeu de uma vez, ele sempre dedica a bebida a ela.

—Esquece ela, vai continuar pensando em alguém que te abandonou feito otário? Ela nem se importou nem com minha irmã —falei com desdém pelo fato de Letícia não ter se despedido.

— Falando na minha priminha... — Ele ficou em cima da mesa próximo do sofá, e bebeu novamente quase caindo no piso sujo. — Ela mudou e ficou tímida, e eu não a reconheço mais...

—Você sabe que ela está em momentos difíceis— defendi.

Olhei para bebida e revirei olhos. Lhe quero, mas não posso tê-la descendo a goela abaixo.

Kethellen se afastou de todo mundo não conseguia ser mais a mesma, mas ontem pude perceber que a culpa também era minha, afastando-se. O que ela poderia fazer? Ela me magoou sem perceber o quanto doeu, prefiro ignorar a sua existência.

Mas secretamente me importo. Aos 15 anos ouvia os gritos da minha irmã, todas noites cuidava dela, mas teve uma noite que me feriu, então parei de ser o mesmo.

—Quando Letícia foi embora, comecei a perceber que Kethellen estava sozinha. Não achei importante continuar perto dela, mas vê-la realmente sozinha me fez sentir culpa por ficar distante. — bebeu mais um.

—A culpa também é nossa. —Penso alto.

—Letícia me abandonou! Kethe é estranha!

Bebeu tudo de uma vez como se não houvesse amanhã.

—A bebida não vai fugir de você. Mas sim de mim que tenho que dirige enquanto não tenho carteira, merda de caralho de sorte.

—Quero mais! — Fernando estica o corpo da mesa e cai no sofá, levantou pegando a força a garrafa do primeiro cara que viu em sua frente.

—Sai daqui, seu moleque!

O grandalhão socou a face de Fernando e com isso percebo que não sou uma boa babá, começo a rir para não xingar.

—Vamos. —Puxei ele para fora,  não quero passar mais vergonha mesmo sendo engraçado.

—Ela não atende minhas ligações, só visualiza minhas mensagens...

Ele começou a chorar.

—É por isso meu amigo, que eu não namoro. Sei que deve ser difícil esquecer, mas você precisa continuar seguindo em frente, bola para frente. —Minha garganta está muito seca. —Aquela amiga da Kethellen é a maior gata, acho que o nome dela é Júlia. O que tal pegar à loira?

—Ela é uma nerd... Por que você não pega se acha tão bonita? —respondeu imediatamente caminhando de maneira oscilante, sem ele perceber desenho um pau em uma parte de seu rosto acima dos olhos e tiro foto, se me irritar novamente, essa vai para todas as redes sociais ou desenho em ação seu amiguinho.

Realmente não tinha nada a ver fazer algo tão besta, mas para descontrair serve.

—E dai? Garotas inteligentes são atraentes.

Sorri de um jeito provocante.

—Se parece demais com Letícia, o melhor é ignorar a existência dela. —Não consegui convencê-lo, acabou vomitando nos meus sapatos novos.

—Já chega! Acabou sua farra—Empurro ele para dentro do carro e dirijo, não demorou muito chegar em sua casa.

Fernanda abre a porta chateada, sorte minha que ela está na casa da seu pai. Seus pais se separaram quando tinha 8 anos, ambos viveram em casa separada Já que Fernanda escolheu sua mãe.

—Fala sério, a primeira vez que ele se apaixona e isso acontece. Aquela vaca nem se despediu —Diz revoltada. Concordei com a cabeça. —Como está Kethellen?

—Recusa ir para terapia. —Penso nos acontecimentos.

—Aquela psicóloga é uma chata venosa, perguntei sobre Kethellen e a víbora não quis me dizer. Eu sou da família, poxa! —irritada fecha a porta atrás de nós.

—Você deveria perguntar para própria Kethellen —falei o óbvio, ela revirou os olhos.

— Ela não fala mais com ninguém, tem problemas para interagir.

—Não quero mais me afastar dela, parece que a situação se agravou. — comentei.

Atendo o celular que toca no bolso da calça jeans, Ian é o vizinho que estuda na mesma escola, e na primeira aula nos tornamos próximos.

—Gustavo vem para o hospital Esperança agora! Sua irmã é Kethellen né?

—Vem comigo. —Puxei Fernanda até o carro, apertei firme suas mãos sentindo o nervosismo.

—O que aconteceu?

—Kethellen não está bem. — respondi ligando para Lucy que não atende, ligo para minha mãe.

—O que aconteceu com Kethellen? —Perguntei soltando a garota do lado, passei a mão  no cabelo com nervosismo .

—O quê? Estou aqui por causa de Lucy que sofreu um acidente...Filha? KETHELLEN!!!

—Mãe? 

Chamei, mas ela desligou na minha cara, liguei o carro quando entrei junto com minha prima.

—Gus! Acelera logo, assim está parecendo uma tartaruga. Vai, vai. 

—Você  sabe que não tenho carteira —Falei nervoso, mas quer saber dane-se tudo, acelerei mais ainda, por um tempo vejo o hospital esperança, entramos com muita pressa. Fernanda está tão nervosa que parece ter um ataque cardíaco, estou subconjunto.

Vejo meus tios, tias. É nesses momentos que vejamos a família inteira. Em momentos trágicos e comemorativos, e nada além disso, se faltasse você seria a ovelha negra da família "perfeita".

—E Lucy? Kethe? —Fernanda falou ao mesmo tempo que eu, vi Ian sentado com as duas mãos apoiadas no rosto.

—Lucy sofreu um acidente de carro, estava chovendo muito forte e ela foi dirigiu em alta velocidade, ela tem ferimentos muitos graves... bateu bem forte a cabeça e um vidro atingiu sua barriga, em todas as regiões de seu corpo... E Kethellen se cortou nos braços, perdeu muito sangue. —Diz Layla, com palavras aceleradas. — Ela tentou se matar.

—Meu Deus —exclamou Fernanda colocando as mãos na boca, paralisei assustado com o caralho que aconteceu.

—Gustavo. —Ian colocou a mão em meu ombro no seguimento proporcionei um olhar triste e agradecido para o mesmo, abracei-o.

— Obrigado por tudo.

—Quem são parentes de Lucy Miller? -O médico pergunta ao entrar no corredor.

—Nós. —Meu pai se manifestou.

—Sinto muito em informar que Lucy não aguentou. — Informou fazendo todos se alterarem, Lucy era muito importante e ainda é, não estou acreditando.

— O que você disse? — Tio Jerry, pai dos gêmeos aproximou-se do médico com olhar de fúria, agarrou seus braços e o chacoalhou. — Ainda diz ser profissional com esse cara lavada, você não a salvou!

—Lucy! —exclamei em choro, meu pai abraçou  sua esposa que está em choque. Tia Lucinda veio socorrer Fernanda que está tremendo, os outros estão inquietos, tristes. Meu mundo parou, estou parado olhando ao redor.

—E Kethellen Cristhina? —O pai pergunta alterado, voltei a si ao escutar seu nome.

—A paciente perdeu muito sangue se não estivesse chegado a tempo morreria, os cortes foram profundos, mas não o suficiente para acontecer o pior.

—Meu Deus... - minha mãe grita em desespero.

—Podemos vê-la? —Brian pergunta.

—No momento não é possível, preciso de um doador O-.

—Eu sou compatível. —Fernando apareceu do nada.—Nossa família não tinha O-  que é um tipo raro, apenas Fernando, a maioria só tinha AB, B- e por aí vai.

— vem cá. —peguei no seu braço levando-o a força para longe de todos.

—O que foi?

—Está ficando doido, porra! Seu sangue tem álcool. — Não sei de que lugar tenho forças para não esmurrar seu rosto.

—Mas algo estranho aconteceu comigo, posso doar...

-Como?

  Ian Collis

Não vou ficar esperando ambulância, meu carro estava estacionado fora da garagem, carreguei até o carro, colocando-a no banco da frente e com rapidez acelerei. Quando cheguei no hospital peguei pelo colo e corri para dentro, os enfermeiros a levaram pela maca, olhei para sua barriga vendo o ferimento sumido como mágica, e o sangue da minha camisa também desapareceu, só os cortes profundos dos seus braços permanecia nos pulsos.

—Mas o que?

Por que tudo que está relacionado com essa garota me deixa confuso e assustado?

Não é possível ter imaginado aquele ferimento que levaria sua morte, eu sei o que vi. Claramente.

Essa garota é peculiar, sentei na sala de espera e espirrei, sai para fora com os espirros. Olhei ambulância chegando e levando uma mulher para dentro, o que chamou minha atenção foi sua barriga gravemente ferida idêntico do de Kethellen.

Já vi essa mulher antes.

Estava chegando em casa depois de uma manhã estranha em que só me lembro daquela garota extremamente doida, a reação dela me deixou sem palavras, não costumo ficar sem uma frase na ponta da língua. Era difícil entendê-la mesmo com minhas vantagens.

— Espera. — Uma mulher que saiu da casa do lado, chamou. A encarei confuso e resolvi escutá-la. – Não à deixe morrer primeiro. Você tem que ser o penúltimo, na ordem inversa— avisou séria, com um rosto evidentemente preocupado.

Quem? – Me peguei perguntando.

Você saberá— ela afirmou indo embora, entrando no carro.

Pensei que coisas inusitadas tinham acabado por hoje, mas não consigo parar de sentir o coração doer. Desde que cheguei nessa cidade, sinto uma enorme tristeza que abalava sem piedade . Balancei a cabeça e entrei em casa.


Todos estão abalados com a recente notícia, alguém da família tinha morrido, ter presenciado me fez lembrar de quando perdi minha mãe e quando a família se reuniram para consolar uns aos outros, como dói perder alguém que amamos. Lembrar dói.

Agora é um bom momento para ver Kethellen, tenho que ver com meus próprios olhos que ela está viva.

—Quem é você? —perguntei para ruiva que está escondida na parede.

— Eu que pergunto, esse quarto é da minha prima e você ia entrar sem autorização do médico. Ah, sou Fernanda...

— Ian... — Fui em direção ao quarto, mas ela me puxou de volta.

—Esse quarto é da minha prima, cheguei aqui primeiro. —Ela está com tom de ameaça. — Mas o que você é dela? Como a conhece? Não me diga que é namorado dela?

-Nada. -Falo no mesmo tom de voz, ela me olha de cima em baixo. —Não é da sua conta. —Sorri.

— Vai primeiro, deixo você entra, está parecendo que realmente é importante, fico de olhando se alguém aparecer. —Baixou a guarda. —Entra logo. — Mandou e me empurrou para dentro.

Ela está sem ferimentos no estômago, nas pernas e nem na cabeça. Como se não estivesse acontecido nada, somente seus braços estão feridos. Como é possível está viva? Eu vi morrer.

Ainda está inconsciente, concentro-me nela, mas de repente sinto uma dor aguda na cabeça. Sento na cadeira desorientado com seus pensamentos acelerados, fechei os olhos involuntariamente.

Abri os olhos com certa dificuldade, está de noite, mas como assim? Não estou mais no quarto e sim em uma floresta escura.

Morri do nada?

Estou no universo paralelo?

Acabei dormindo?

Qual o desfecho dessa situação?

—Lucas? — Kethellen diz confusa, começo ficar com raiva.

—Para de me chamar de Lucas o tempo todo.

—Desculpas falar seu nome, estamos mortos? —diz, ainda confusa.

— Não faz sentido.

—Estamos em um pesadelo, estou começando a sonhar frequentemente com você.

—Hum... sonhando comigo, já sei qual o seu problema. —Ignoro o fato de escutar o nome de Lucas de novo.

—Qual?

—Se apaixonou rápido pelo meu sorriso irresistível.

Sorri indo perto dela, inclinando o rosto para beijá-la.

—Nem conheço você o suficiente, por favor não tente me beijar...tem que ser especial e na realidade. —Ela continua na mesma posição. — Você é apenas imaginário.

—Nunca beijou? —perguntei perplexo, e espirrei várias vezes.

Ela não é feia.

—É... Lucas. —  gaguejou, ficando com um tom rosado nas bochechas. — Tudo bem, Lucas?

—Meu nome é Ian, sou irmão dele -Tento ser compreensivo. — IAN! I.A.N! IAN! Quer que eu desenhe?

Ela ficou quieta analisando meu rosto.

—Na verdade trigêmeos, tenho uma irmã. — comentei sem jeito por explodir de raiva, abriu um sorriso tímido. —Onde estamos? 

—Não sei exatamente, é uma floresta. Luca... Ian. — Revirei os olhos. — Talvez na minha cabeça.

—Se esconde.

Nos abaixamos detrás do arbusto, vi duas pessoas conversando alegremente, repentinamente.

—Fernanda? —Balbucia olhando atentamente para o casal. Sim, era a ruiva.

—Mas o que sua prima faz aqui?— Encarei com um misto de curiosidade.

—Não consigo entender — respondeu rápido, sustentando meu olhar, desvio percebendo o quanto próximo estou dela.

— Vamos tentar escutar —falei sendo grosseiro para desviar essa tensão em nós, consigo entender o diálogo deles. —Ela está se declarando para ele...

—Como consegue escutar? Não escuto nada. — Ela desfez a concentração que estava mantendo no suposto casal, aqueles olhos atraentes hipnotizou toda minha atenção.

—É... Não me interrompe garota. —Embaraço um pouco nas palavras.

— É uma faca! —Apontou alterando-se e levantando, seguro-a pela cintura e coloco a mão na sua boca, tentando controlar os movimentos dela acabamos caindo sentados na grama. Ela no meu colo, sinti meu amiguinho querendo se apresentar.

—Quero ver o que vai acontecer, fica quieta. — Tiro a garota de cima, tenho que me controlar. O garoto está com a faca mesmo, eles iriam se beijar, mas ele atingiu com a faca no estômago, logo após o ataque fugiu.

Kethellen morde minha mão com força a deixando uma marca avermelhada, e foi socorrer Fernanda.

Tá doendo! Balancei a mão rapidamente. Que dor maldita.

—Não! —gritava, chorava, e tentava apoiar sua prima com as mãos, mas não consegue, sua mão atravessou o ombro de Fernanda.

— Não é real? Não é real! — afirmei.

-Mas...  -O tom da sua voz saí frustrada.

Fernanda estava falhando como se fosse um programa de computador, ela está apagando-se como um pisca pisca.

—Ela está desaparecendo!

—Sua barriga. — Olhei Kethellen sangrar do nada. —Não é real! Você está dormindo. - Segurei seu rosto com as duas mãos.

—Estou morrendo também... o que eu faço?

—Você estava morta em meus braços, mas quando chegamos no hospital voltou a respirar. Seus machucados sumiram do nada como agora voltando de repente, não pode ser, eu te salvei antes.

— Por que posso tocar você? — perguntou confusa, sua mão tocou levemente meu rosto.

— Porque não faço parte do seu sonho e sim sou um penetra.

Aos poucos suas mãos delicadas atravessava meu rosto, senti que estava desaparecendo, olhei minhas meus braços tremendo e falhando.

—Não acredito que dormiu num momento como esse. — Escutei um eco longe, como fora do sonho.

—Tudo estava escuro, fiquei apavorada e assustada. Mas você interagiu comigo e conseguiu me mostrar que não estou sozinha, por um momento senti alívio. —Ela luta para não fechar os olhos, suas mãos tremem enquanto pela sua boca sai sangue. — Queria que você fosse real.

Vejo minha mão apagando estou sendo apagado, acordei apavorado vendo a garota ruiva entrar e me puxar para fora do quarto.

—O enfermeiro veio rápido — alertou, o tempo pareceu não ser curto assim.

—O importante que ela está bem.

Era o que tento me convencer, aquilo aconteceu de verdade? Sim, era muito real. No entanto olhando para a garota deitada na maca do quarto do hospital me deixa louco.

Kethellen Cristhina

A primeira coisa a ser capturada pelos meus olhos cansados era a ventilação do lugar, lentamente aprimorei a visão abasada para uma imagem clara do ambiente amplo e frio,
A sensação era insuportavelmente dolorosa que chegava ao ponto de incomodar o corpo inteiro, tentei movimentar para sentar, entretanto a mão frio de alguém impediu.

—Dói demais —reclamei.

—Reclamando cedo para variar.

Gustavo estava sentando do lado. Observei suas grandes olhos arregalados pela falta de sono, era bem evidente.

—Sede e muita sede. — fingi reclamar, mas estou mesmo com sede.

—Não repita o que fez.

Ele demonstrou seriedade.

—Não fiz nada.

— Vai continuar se fazendo de sonsa? todos ficamos preocupados caramba... Não faça mais, caralho! — irritado saiu do quarto.

Realmente não fiz nada, só lembro em ser atacada por alguém extremamente rápido que não conseguia distinguir. Estou ficando louca? Ainda tenho dúvidas.

Ele deve achar que eu mesma fiz esses cortes. Observo os braços cortados.

—Vou ser um irmão melhor, prometo que vou protegê-la.

Gustavo voltou chorando parou na porta e juntando todo seu orgulho me abraçou com força quase quebrando meus ossos, encostou a cabeça no ombro, não consigo movimentar com tamanha surpresa em vê-lo chorar.

—Se nós estivesse mais próximos, você não pensaria em se suicidar— sussura. — O que devo fazer com você?

—Eu não... Eu não...

—Preciso ir, não queria sair agora, mas tem tantas coisas para resolver. Logo volto.

Ele beijou minha testa, então saiu.

—Tudo bem —falei quando ele deixa o ambiente. Que coisas são essas? Mordi o lábio com curiosidade.

Os sonhos estão mais estranhos e imprevisíveis cada vez mais, por que toda vez eu sinto dores de um sonho? Sonhar com Lucas é algo novo, ele não morre.

—Minha flor-de-lis.

Minha mãe vem com um lindo sorriso, mas percebi que esse sorriso é falso. Algo aconteceu, ela está escondendo alguma coisa, nada aqui está certo.

Abracei devagar sentindo o aroma doce do seu perfume.

—Cabe mais um?

Sr.Eduardo meu pai aparece com uma caixa de chocolates colocando na mesinha do lado, foi nesse momento que vi algumas flores perto de mim, vejo o nome de Bonnie e Júlia.

—É claro.

Nos abraçamos, conversamos aleatoriamente sobre tantos assuntos. Definitivamente sem dúvidas alguma eles estavam enrolando com papo furado como se eu pudesse analisar a verdade se estivéssemos em silêncio. Por um tempo eles vão embora para resolver assunto do trabalho.

Faço uma careta ao deparar com a sopa que tinha sido colocada alguns minutos do lado, como queria maçãs, iogurte e banana.

Sério trigêmeos? Começo a rir, Ian e Lucas irmãos gêmeos! Que sonho louco, essa criatividade não tem limite. Lá estava eu lembrando do sonho sem sentido, juro que senti o que não devia.

—Você é burra ou o quê?

Lucas entrou com um semblante sério no rosto belo, além irritado ficava lindo.

— Lucas? —Estou tão surpresa que derrubei os talheres no chão pelo fato de vê-lo aqui, a sopa também caiu. Ah, queimei a mão ao derrubar o líquido.

—Toda vez você derruba alguma coisa como se tivesse um maldito imã. Parece que vou precisar salvar você de si mesma. — exaltou-se, Lucas tira do saco algumas maçãs, iogurte e duas bananas.

—O que é isso? —perguntei animada, enquanto o vejo indo limpar a bagunça que fiz, melhor me levantar para ajudar.

—É seu... Não se levante.

Ele nem olhou para mim, olhei sua mão com uma marca de dentes. Só pode ser coincidência, tem que ser. Sentou com cara fechada quando terminou de limpar, não parei de olhá-lo.

— O-obrigada.

Eu sabia que Lucas era gentil.

—Que merda, garota! —exclamou. Que susto! Derrubei a maçã, meu coração está a mil. — Já chega! Pare de me comparar com outra pessoa.

Levantou chegando mais perto, pude sentir sua respiração cortante enquanto fica diante do meu rosto.

—Não estou entendendo. — evitei olhar para seus olhos.

— Eu existo, pare de pensar que sou sua imaginação —falou virando sutilmente meu rosto para encará-lo. Posso sentir o coração acelerando mais ainda como se soubesse que iria explodir a qualquer momento.

—Irmão gêmeo de Lucas? Trigêmeos? — falei nervosa.

—Sim, sim e sim - Confirmou todas as perguntas, engulo em seco, como posso saber disso antes?

—Você está brincando comigo? —Gaguejei, não pode ser que Ian não seja apenas um personagem fictício, como posso saber que ele existe se nem o conheci antes?

—Não tenho motivos. —acalmou-se.

—Luca... Ian, obrigada por aparecer. —Preciso parecer normal na frente dele, de repente ele começou a rir. 

— Odeio o fato de você pensar que sou Lucas o tempo todo, isso irrita tanto. —Ele continua com o sorriso nos lábios, o que ele achou engraçado? Tem algo no meu dente?

—Desculpa por ofender você.

—Sei que não tem culpa, eu que me alterei. Desculpe, mas você é estranha sim.

—Agora que sei, nunca mais vou pensar que você é Lucas e entendo suas ações. A forma que agiu comigo nesse momento me faz compreender seu jeito irritado.

—Não saberia a diferença.

— Você tem um sinal bem pequeno na orelha onde poucos podem ver, mas se prestar bem atenção Lucas não tem. —Ian parou de rir, esse sinal estava me intrigando. —Você é do tipo que não sabe controlar seus sentimentos, principalmente a raiva. Lucas não demonstra isso.

—Está sabendo bem me ler. — Me encara como se estivesse lendo minha alma, prosseguiu a falar com um tom mais leve. —Ninguém antes percebeu o sinal na orelha, além da minha mãe.

—E você consegue me entender, algo que só Lucy sabe fazer.

—Não é difícil adivinhar o que está pensando, mas mesmo assim... Você me deixa mais confuso. — Ele nem faz ideia da confusão que me atormenta, sinto que ainda não acabou aquele ataque.

—Sempre fui previsível. —Tento esconder a vontade de chorar.

— Você sabe por que te atacaram?

—Você também escutou? — Ele assentiu com a cabeça, não consigo mais segurar as lágrimas, coloco as mãos no rosto escondendo-me. —Agora sei que não estou louca, quando meu braço se levantou no ar... e-eu pensei que estava alucinando.

Desabei em choro, soluçava descontroladamente enquanto perdia de forma voraz o fôlego. Subitamente sinto seus braços me envolver de um jeito que conseguiu fazer tudo aquilo que sentia amenizar absurdamente, seu rosto encostando no meu.

— Se vai chorar é melhor saber de tudo, preciso te contar agora o que aconteceu com Lucy, você precisa saber a verdade. Sei como é perder alguém que amamos muito, não iria querer que alguém escondesse.

Agora tudo faz sentindo o modo da minha família estarem estranhos comigo. Ian não falou exatamente aquelas palavras, mas entendi infelizmente.

—Lucy...

Minha segunda mãe morreu, fungava no ombro de Ian sem parar, abracei-o com vigor e me permaneci a chorar mais e mais.

— Eu não tentei me suicidar, mesmo que teve momentos que quis morrer, nunca tive coragem de fazer algo tão terrível comigo mesma.

—Acredito em você.

Era a primeira vez que escuto alguém dizer que acreditava firmemente nas minhas palavras, senti alívio no meio do caos dentro de mim.

—Desculpe— falei soltando devagar.

—Não precisa. Você quer vê-la pela última vez?

— Quero, não importa se doa.

—Você não pode sair daqui porque está em observação, mas como sou legal vou sequestrar você. — Ele pegou uma segunda sacola que não reparei, olhei imediatamente para Ian. —O enterro é hoje, se vista logo, você não imagina o quanto estou resistindo para não olhar suas nádegas.

Ele joga a roupa, segurei desajeitada quase deixando cair. Ian virou de frente para parede me deixando imóvel, e eu estou sem a roupa íntima apenas com a roupa do hospital, não tinha percebido isso, será mesmo que ele não olhou para... Meus pensamentos foram interrompidos com uma risada de Ian.

Vestia a roupa com velocidade da luz, atenta para não ser vista.

—Pronta?

-—Sim...

Ian abre a porta colocando a cabeça para fora, esperamos alguns minutos para o corredores estivessem vazios, saímos após a correria dos enfermeiros, mas vinham mais pessoas do outro corredor. Havia uma lacuna lateral no lado oposto,  pegou na minha mão e puxou para esse espaço pequeno, senti adrenalina ao ser puxada literalmente para seus braços.

Fiquei encostada no seu corpo másculo quando suas costas estava recostada na parede áspera, enquanto aqueles olhos claros avistou alguém vindo apertou na minha cintura a colocando lateralmente para o lado escuro e se pôs na frente para ser o primeiro ser visto se algo desse de errado, percebi o quanto estava nervoso.

—Quero ajudar, mas para isso não posso perder você —sussurrou quando os médicos  passaram por nós, apertei sua mão com medo.

Eles passaram sem nós ver, sorrimos alegres e corremos pelos corredores até encontrar a saída, sem largar a mão um do outro. Estou chegando Lucy e ninguém vai nos afastar.

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