||capítulo I- Algo Sombrio? ||
Kethellen narrando:
Como vim parar aqui? Não conseguia entender, era como andar sem rumo e finalmente chegar no destino desconhecido. Mas eu sabia onde estava, só não lembrava o percurso da minha chegada.
Estou no meio do meu jardim sentindo a chuva fria, o tempo está nebuloso. Não consegui ver ninguém.
O medo é um sentimento vivo em mim, olhei em volta com intuito de ver algo que não fosse a chuva, mas nada além de sentir essa sensação de estar sendo vigiada por algo, de repente consigo escutar a respiração oposta da minha. Preciso voltar para dentro de casa, mas era tarde demais porquê de repente tão ligeiramente alguém corta profundamente meus braços.
- Kethellen!
Despertei desse pesadelo que causava arrepios constantes no meu corpo, logo após de ter escutando a voz da minha mãe Layla Springer. Quando sinto ela balançar meus ombros, de forma rápida abro os olhos, atônica encaro-a.
- M- mãe? - comecei a reparar seus olhos cansados, e observo a quantidade absurda de suor na cama. - Não se preocupe... posso voltar a dormir.
Menti me sentindo um completo estorvo, ela tem tanto trabalho pela manhã.
-Tudo bem meu amor - ela fala, deixando escapar um bocejo.
Sorrio meio desconfortável por tê-la acordado com os gritos novamente. Em seguida beijou minha testa e depois foi até a porta, parou encostando a mão na parede indecisa se iria mesmo me deixar sozinha, olhei em seus grandes olhos a incentivando para ir.
Embora mais assustada do que o normal por causa do maldito sonho, pude sentir que havia mais alguém além da minha mãe no quarto, sempre sentia uma presença estranha. A mesma entendeu saindo do meu quarto.
Desanimada, desci o olhar para os braços que de repente começou vagarosamente formando cicatrizes idênticas ao do sonho, sangrava e doía bastante. Tampei a boca com as mãos, ninguém poderia escutar meu choro novamente.
O que está acontecendo comigo?
Corri desesperadamente para o banheiro do quarto indo lavar o sangramento, mas não parava de forma alguma, suspirei continuamente por não fazer nenhum sentido, esperei até acabar e peguei o curativo.
Um... dois... três... Respirei bem fundo novamente para não surtar.
Tomei banho, talvez acabe relaxando um pouco, as coisas vão logicamente mudar nesse ano drástico, porém tento ser menos pessimista, mas como não mudar depois das coisas estranhas acontecendo eventualmente? A vida é fora do comum, ou eu sou a esquisita da história? Agora enfrentar o último ano do ensino médio antes que enlouqueça.
Mãe, papai, irmão, algo muito estranho acontece comigo... Acordei machucada, me ajudem a entender isso". Mas o que fariam se descobrirem algo fora do normal?
Finalmente a escuridão desaparece do ar, contemplei aliviada o céu lindo que esquentava meu coração com sua beleza única, me sentia mais protegida com a claridade.
Nenhum sonho para correr atrás, nada que me faça tirar o fôlego por anseio de possuir no futuro. Letícia uma vez disse: "Sonhar é viver, para quer respira se não tem objetivos? " Admiro muito Letícia minha melhor amiga e a única que não se afastou, essa sonhadora incurável se mudou para o Canadá, quer ser formar em medicina. Era minha vizinha e infelizmente se mudou ontem de manhã cedo.
A mansão mais próxima da minha casa, e as outras casas são um pouco afastadas, já as mercadorias são há dois quarteirões à frente.
Sem paciência de ficar paquerando a minha beleza oculta no espelho, evito passar maquiagem e visto uma longa camisa preta e depois a calça jeans.
-Bom dia - falei entrando na cozinha, minha família estava concentrada que nem perceberam minha presença, meu irmão vidrado no celular. O pai estava lendo jornal e a mãe conversando com Lucy, a mulher que é como uma segunda mãe para mim, trabalha aqui desde que me conheço por gente.
-Dormiu bem? -Lucy se aproximou com aquele sorriso radiante como sempre, meus dias são melhores com a sua existência. Agora os três me notaram. -Então, Telinha? - ela persistiu na pergunta anterior.
-Sim...
Menti, descaradamente com um sorriso forçado.
Lucy merecia todo amor do mundo. Ela merecia incondicionalmente o amor de filha que nunca teve, e eu estou disposta em dar todo afeto. As lembranças de ontem vem como uma linda tempestade de margaridas na cabeça.
"Você é como filha para mim" Lucy enxugara as lágrimas do meu rosto. Mamãe continuava com meu pai no trabalho, Gustavo me evitava por alguma razão desde os quinze anos. Letícia viajou como se fosse uma fugitiva da lei.
Acidentalmente cai no sono a tarde e me assustei com fragmentos de mortes que vinha rapidamente em meu sonho, sabia que não eram de verdade, entretanto o medo me fazia encolher como um gato assustado. Lucy foi a única aparecer para me abraçar e desejar mais anos de vida.
Parei de pensar em ontem, abri a geladeira pegando uma maçã.
-Só vai comer isso? - Gustavo perguntou. Às vezes acho que perdeu a utilidade dos olhos. - Por isso é seca - comentou enquanto a comia panqueca.
-Todos os dias como fruta, você sabe. São minhas preferidas...
-Filha se não estiver bem, você não precisa ir à escola.
Papai baixou o jornal.
-Estou bem, é... vamos?
Eu não estou bem.
-Está na hora.
Papai olhou o relógio e Gustavo andava indo para o carro em silêncio, como de costume. Nossos pais nos deixaram na escola bem rápido, era meio longe.
-Se cuida chata. -Gustavo abriu a porta do carro e se mandou com seu skate.
Sorrio.
Cheguei na sala só tinha um grupo de meninas conversando sobre moda, elas falavam bem alto, e animadas com suas roupas combinando. Uma delas me olhou de cima a baixo, começaram rir ao mesmo tempo, pareciam hienas. Ah, como queria ter o manto do Harry Potter, é àquela típica cena de ser a excluída de novo, estou acostumada, infelizmente as vezes tenho o costume de baixar a cabeça por coisas insignificantes.
Não perco meu tempo. Mas lá no fundo a sensação de insegurança parecia falar mais alto.
-Ridícula.
A loira falou alto, abaixei imediatamente a cabeça indo sentar, de fato era ridículo e idiota sua atitude infantil. Aula começou enchendo de alunos bem animados, estava encolhida nesse meio.
-Sou o professor de matemática. - O moreno de óculos entrou na sala, apresentando-se.
-Droga, tinha que ser na primeira aula -Pensei desanimada, quando percebi que a frase tinha saído realmente dos meus lábios, era tarde demais.
- Qual seu nome? - O professor ficou na minha frente, alguns olhares curiosos estavam em nós dois.
-Que merda!
Ouvi Fernando gritar, chamando atenção de todos até do professor que voltou a escrever ignorando a sua própria pergunta. Ele é meu primo, mas finge nem me conhecer, e também era o atleta do time que ganhara muitos prêmios, lembrei admirada.
Parece que Fernando me livrou dessa.
-Não pedirei nada por enquanto, amanhã vocês se apresentam, só fazem o resumo do que aprenderam no ano passado - afirmou sem emoção nas palavras.
Embora nada vinha a mente do ano passado tento escrever alguma coisa que venha do céu.
"Não sou nerd, infelizmente"
As aulas terminaram cedo, alguns professores não apareceram, apenas fizemos resumos chatos pela manhã inteira, formos dispensados para começar realmente a aula no dia seguinte. Deixei o local da sala indo até os portões da escola esperando Lucy chegar, avisei da saída repentina, ela chegou tão rápido enquanto se mandou depressa também.
Cheguei na Psicoterapia com espera da secretária afirmar minha entrada, meus pais afirmaram que tudo o que tinha era ansiedade e depressão. Às vezes sinto que sou um incômodo, então cooperei gradativamente sem reclamar.
-Entre. - A psicóloga chamou abrindo a porta, entrei sem ânimo como sempre, entretanto com um breve sorriso nos lábios.
Acenei com a cabeça e sentei-me na poltrona, estou mais uma vez em sua sala brega observando os tons básicos de cada detalhe da sala.
- Você está bem? - Ela nem olhou para mim, apenas sentou na almofada de cor de merda. Odeio essa pergunta diária, a resposta é sempre a mesma, não estou bem hoje e nem estive bem ontem, mas respondi o oposto para evitar uma longa conversa.
-O mesmo de sempre - respondi, brincando com os polegares que batucam entre si. Fixava-me de um jeito esquisito, fiquei sem jeito, principalmente quando parecia que estava dilatando seu olhar. -Teve outro sonho estranho?
Suspirei relaxando o corpo na cadeira, ela riu.
-Sei que não gosta de estar aqui e parece cansada de tudo, e se continuar negando a falar de seus problemas, como quer ser ajudada? você precisa de conselhos, mas como posso ajuda-la se continuar calada?
-Tenho tanto medo... Medo de dizer alguma coisa e logo ser chamada de louca.
-Quer ter felicidade? Tem que ir atrás de ser feliz, tente se interagir com as pessoas.
Ela tinha um pouco de razão... Ainda assim sinto que parece querer me manipular, tenho sensações estranhas. Ela poderia dizer "Conheça a si mesma, descubra o que te deixa feliz e quando encontrar as respostas, você estará pronta para se sentir melhor com os outros." Portanto sua resposta foi tão vaga.
-Tive outro sonho... -comecei receosa. -Estava no meu jardim já era de tarde e...
-Estava com alguém?
-Sim, sentia sua respiração.
Senti um arrepio na espinha.
-Não tenha pavor de alguém que nem existe, seja quem for, não é real. Entenda que foi só um sonho - ela falou com tanta confiança nas suas palavras, sua voz foi num tom meio assustador. Estou sendo paranoica de novo?
Ela poderia fingir acreditar em mim. Foi um erro tentar me abrir, fiquei desesperada por alguém que me apoiasse.
- Quero sair daqui.
-A nossa sessão acabou de começar, entrou apenas em alguns minutos. O que acontece no sonho depois?
-É que...
Prolonguei a frase, soltando o ar.
-Como foi seu dia? - perguntou sendo dissimular.
-Foi bem, só não fiz amizades - respondi movendo os ombros como tanto faz e tanto fez.
-Em fatores, quais você acha que te impede de fazer amizades? -perguntou calma, espantei com sua pergunta. Desviei o olhar piscando várias vezes.
-C- certo...
-Fale mais com as pessoas, mude essa aparência que muitas vezes transmite muita coisa desagradável. E querida... todos percebem o que está sentido, transmita uma expressão agradável.
Como se alguém fosse ficar olhando meu jeito, parece que preciso mudar para agradar os outros. Não quero está diferente para fazer amigos, já basta ser assim. Mas quem sou eu, na verdade?
Irritada com sua pergunta, saí rápido da sala na correria.
-A sessão não acabou! - Ignorei-a e continuei correndo. Cheguei em casa sozinha, levarei uma bronca por isso, meus pais não permitem que saísse sozinha.
Lucy deve ter saído para comprar verduras, ouvi um barulho de carro parando bem na frente de casa, andei curiosa até a janela levantando devagar a cortina azul marinho. Uma garota saiu do carro vermelho, parece ter 17 anos, a menina contém cabelos ondulados e negros, e usava óculos escuro nesse tempo extremamente frio.
Depois saiu um garoto carregando algumas caixas, está confirmado que os novos vizinhos gostam de usar óculos no clima gélido como esse, não sei se acho descolado ou estranho. Comecei a sorrir ao reparar o garoto usando uma camisa semelhante a cortina azul. De repente vejo o mesmo garoto sorrindo, seu rosto se inclinou para janela, ele definitivamente estava encarando o meu rumo, mas não tinha feito barulho.
O loiro estava tirando os óculos escuros, fechei rapidamente a cortina antes de ser vista, me escorei na parede do lado.
Por que estou me escondendo? Eu não fiz nada de errado, coloquei a mão no peito sentindo meu coração acelerado.
- O que foi, Ian? - Escutei uma voz feminina.
-Pensei ter visto uma garota. -Seria engraçado se seus olhos também fossem da cor da cortina, comecei a sorri novamente. Parei imediatamente de sorrir por algo idiota.
- Sorria sempre.
Escutei novamente ele falar. Saí de perto para encerrar a fase de bisbilhotar os novos vizinhos tomando conta da casa da minha amiga.
Entrei no banho sentindo água quente deslizando pelo meu corpo, as cicatrizes começavam arder de novo, tirei o curativo. Literalmente a minha pele estava se rasgando em movimentos impiedosos, gritei apavorada.
As cicatrizes estavam se fechando lentamente, suspirei esgotada como se alguém tivesse retirado toda a energia. Sumiram? Desesperada toco nos braços, não sinto mais nada. Como posso sentir uma dor imensa em segundos e não sentir mais?
Transtornada corro do banho tropeçando no tapete listrado da entrada do banheiro, me encolhi assustada no chão molhado, após alguns minutos subi na cama e deitei embrulhando-me com a coberta, dos pés à cabeça.
Esperei a ligação da Letícia, mas nenhuma notícia, peguei meu celular na espera dele tocar.
"Esses olhos azuis são iguais a cor do céu brilhante e era difícil desviar o contato, me hipnotizava intensamente. Era como se a felicidade imensa atingisse as profundezas do meu coração.
De repente a escuridão invade a visão, já não vejo mais seus lindos olhos. Do nada caí na grama molhada fazendo um estrondo estridente, escutei o barulho dos pingos frios da pancada de chuva forte. Estremeci enquanto o sangue escorria no chão, quando perdi as esperanças de viver uma silhueta aparece vindo ao meu encontro.
Seus cabelos loiros molhados caiam na testa a cobrindo, tentei ver seu rosto. Entretanto a chuva dificultava minha visão, tive a sensação de que pela primeira vez alguém escutou chamar mesmo em sussurro.
Acordei como se tivesse me sufocando, aos poucos restauro a regulação da respiração. Já era de noite, dormi praticamente a tarde toda.
Não sei como meu irmão tinha entrado no quarto sem que pudesse escutar, ele roncava debruçado de qualquer jeito na minha cama, fedia pura álcool.
Afastei Gustavo para longe, observo a escuridão se partir dando a possibilidade de a luz do sol voltar com tanta intensidade. Aquele sonho me fez bem, podia sentir uma sensação de segurança.
Algumas horas depois após todos acordarem saí do quarto, indo ao encontro deles.
- Bom dia!
Todos pararam de fazer o que habitualmente estavam fazendo.
-Nossa, quem é você? Traz minha irmã de volta.
-Uau... ficou tão fofa. - Lucy chegando mais perto olhando o vestido florido que cobria os braços e ia até os joelhos, logo depois segurou meus cabelos lisos. Hoje domei os cachos.
-Que linda. Me traz lembranças de como era antes, uma garota de verdade.
Mamãe passou a mão no cabelo, passando a mão no meu cabelo. Ela odiava os jeans que usava diariamente.
-Radiante.
Papai sorria largamente.
-Obrigada. Ah, hoje nem preciso encontrar a psicóloga, me sinto ótima. -Entusiasmada com a sugestão.
-Filha... só porque acordou sem gritos, não quer dizer que vai parar de ir, nada vem sem esforço! - O pai respondeu cortando meu barato. Desfiz o sorriso.
-Mas... Pai. -Suplico.
-Não sei porque, ninguém te ama.
Gustavo fala rindo.
-Gustavo! Filha é para seu bem, espero que entenda.
Ela está dando sermão em mim também, não aguento ficar nessa casa mais, irritada saí fechando a porta, escutei eles me chamando na gritaria.
-Me deixem em paz!
Só queria que eles entendessem que estou de saco cheia da mesma mesmice, principalmente indo no consultório daquela psicóloga que me deixa nos nervos. Isso não está ajudando em nada e sim parece afundar mais a minha sanidade.
Vejo a hora que vão me chamar de louca. Encontrar alguém que me entenda? É pedir demais?
Tenho que parar de chorar o caminho todo, enquanto limpava as lágrimas pude ver que tinha realmente atravessado o trânsito, o carro vem em minha direção rapidamente.
Desde que alguém acredite em mim, nada mais no mundo importa. Então fechei os olhos desejando ter aquela segurança que o garoto do sonho passava. O barulho aguçado do freio deixou-me aliviada, mesmo assim não tive coragem de abrir os olhos, escutei alguém abrindo a porta do carro e a fechando depois.
-Pode abrir os olhos, você está viva..., mas foi quase. - Ouvi uma voz rouca, era familiar, abri os olhos devagar vendo apenas o borrão.
A minha visão estava ficando melhor, pude ver como se parece com o vizinho. Ele tirou os óculos impaciente, acabei sorrindo ao ver seus olhos azuis semelhantes do sonho. Mas parei de sorrir ao notar que ele era exatamente igual.
-O que é isso?!
Balbucio.
-Desculpa assustar você, mas a culpa é sua- ele franziu o cenho.
Como pode ser possível ter sonhado com ele? Devo ainda está sonhando, preciso provar a mim mesma que ainda estou dormindo, aproximei meu rosto do seu e fiquei mais nervosa ao ver seus olhos tão próximos, olhei para sua boca.
Seus lábios se abriram devagar, pensei que diria alguma palavra, mas fechou.
É tão real que assusta, minhas mãos analisavam seu rosto por inteiro, sinto sua pele macia entre os dedos, de forma sutil deslizo devagar tocando na parte lateral do seu pescoço e depois desci a mão até o peito para escutar as batidas do coração, então apoiei a cabeça para escutar melhor. Escutei seu coração acelerando numa intensidade absurda.
-Eu sou real - ele sussurra.
Ainda tentava processar a merda que fiz, olho para o caminho da escola, então comecei a correr. Após um tempo chego ofegante nos portões, e por tamanha sorte o segurança me deixou entrar, avistei a sala de ontem. Nervosa, entrei.
-Desculpe.
-Como chegou atrasada, venha aqui na frente se apresentar para a turma. -Me levantei nervosa, fiquei na frente de todos, bateram na porta no mesmo momento, fui salva.
-Bom dia pessoal! Temos um novo aluno. -A diretora entrou, todos respondem bom dia de volta, e ela saiu dando espaço para o garoto entrar.
-Fique aqui na frente também garoto, apresente-se.
Não pode ser ele, não... É ele.
-Meu Deus... -Comentei, algumas pessoas riram.
O professor olha diretamente para meu rosto incentivando para começar, sinto uma vermelhidão de constrangimento.
-Meu nome é...
-Fale mais alto, eu não te escuto daqui. - O professor falou, as pessoas riam de mim por ele está praticamente do lado.
-Meu nome é Kethellen. - Olhei para meus pés.
-E quais são seus sonhos? - perguntou.
-É... não tenho.
- Agora minha vez, sou Lucas e vim de Londres, estou morando com meus pais e irmãos. Sonho em ser um excelente presidente na empresa da minha família.
-Ótimo Lucas.... - Encerrou o assunto o professor, mas é interrompido.
-Tem namorada? - indagou a loira sentada no meio da sala.
-Não. - Lucas afirmou, parece que ele me olha de canto.
- Por que? Você é um gato e tudo de bom. - ela mordeu levemente seu lábio rosado com a tentativa de parecer sexy, e conseguiu.
Tentei mesmo negar a risada que instalava na boca, nunca pensei que riria tanto na escola, Lucas começou a rir junto.
- Ainda não encontrei alguém.
Acrescentou, sem jeito.
- Que bom, tenho chance. - A garota me fuzilava, as outras do lado suspiram. Credo, não quero um dia suspirar como uma garota apaixonada.
-Podem sentar vocês dois que serão duplas, foram os últimos a chegar, enquanto todos já tem seu par. -Apontou para cadeira do fundo.
-De nada, reparei na sua angústia de falar em público - ele sussurrou enquanto sentava do lado.
Assenti com a cabeça, estava grata.
-Pois não? - perguntou o professor para Gustavo que entrou na sala todo ofegante, arregalei os olhos. Ele me procurou olhando para todos os lados da sala até que consegue me ver.
Levantei com olhares em mim.
-O que foi?
-Você ainda pergunta? - retrucou, irritado. Cruzei os braços olhando para baixo. - Você saiu daquele jeito deixando todo mundo preocupado, procurei feito louco pela escola.
Embora pela primeira vez tinha feito esforço para agir como irmão, continuei calada. Gustavo percebeu a tristeza que emanava dos meus olhos, sem dizer mais nada ele corre para me abraçar, o impacto do seu abraço surpreende-me. Era como se o mundo fosse acabar hoje.
- Nunca mais faça isso de novo.
Ele murmura.
- Com licença, estamos dando aula. E Gustavo saia da sala, e os alunos parem com esse barulho, continue suas atividades. -O professor gritou.
-Como ele pode ter interesse nela? Acho que faz as lições dele.
- Ela está se iludindo. - A loira de antes, disse rindo.
Elas não eram nada discretas, me encaravam dando risadas. Estou rindo mentalmente por acharem que estou apaixonada pelo meu irmão.
Lucas me encara sem dizer nada, e meu coração palpitou assustando-se de um gesto que acabou incomodando, ele parou de observar na mesma hora que abaixei a cabeça. A aula termina, a maioria das garotas estão se aproximando fazendo uma roda de conversa, assustei-me com a agitação.
Olhei para janela tentando não me sufocar com afobação, do nada apareceu um garoto com o rosto queimado, apavorada em vê-lo encarando-me com um gesto de irritação, fez movimentos com a mão demonstrando que suas mãos seriam a faca que cortaria meu pescoço, abaixei a cabeça.
Novamente pus o olhar no mesmo local para me convencer que era minha mente pregando peças, não havia mais ninguém do lado de fora.
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