Capítulo 2
— Para de enrolar e anda logo. — O homem dos óculos escuros empurra novamente o da maleta. — Então por segurança você escondeu o pacote em uma lixeira na entrada do parque e isso?
— Isso. Afinal não podia ficar dando mole andando com aquilo por aí né verdade?
Minutos antes, vendo a própria morte engatilhada, o homem da maleta havia mentido para o de óculos escuro. Na tentativa de ganhar tempo e com sorte encontrar uma saída para seja lá no que ele estivesse metido. Contudo não foi o que aconteceu apesar de todos seus esforços para resolver aquele problema a cada passo que se aproximava do seu destino o homem da maleta só conseguia ter certeza de uma coisa.
"Eu vou morrer!"
A dupla finalmente alcança a saída do parque.
— Muito bem onde está? — Em resposta à pergunta, o homem da maleta aponta para a primeira lixeira que vê. E o que está esperando? vai pegar!
O homem dos óculos escuros empurra o da maleta que quase cai sobre a lixeira. Enquanto finge procurar algo que não fazia ideia do que poderia ser o homem da maleta se recorda de um filme de ação antigo onde o protagonista em um rápido movimento desarma seu captor o nocauteando logo em seguida ele sorri de forma triste há quem queria enganar? Afinal aquilo era a vida real e não um estupido filme. Se fosse o caso aquele seria o momento ideal para um grupo rival aparecer e começar uma briga e no meio da confusão nosso herói conseguiria fugir ileso.
— Por que ta demorando? — A voz do homem dos óculos escuros traz o da maleta de volta à realidade.
— Eu... Eu não estou encontrando. Talvez eu tenha me confundido e esteja em outra lixeira. Minha memória está confusa se me der um tempo sei que vou lembrar onde deixei.
— Vou contar até vinte se não me entregar você morre. Um, dois, três. — O homem da maleta sente seu coração batendo como louco como se quisesse saltar do seu peito.
— Olha como eu falei, não sei oque você está procurando, mas se me dizer te ajudo a encontrar com todo o prazer.
— Vai continuar mentindo? Por mim tudo bem vai ser seu enterro mesmo. Quatro, cinco, seis... — O homem da maleta começa a falar de forma confusa e apressada, mas nada do que dizia parecia convencer o homem dos óculos escuros. — Última chance onde está?
— Eu não sei do que você está falando juro!
— Ok, azar o seu, quatorze, quinze, dezesseis... — O homem da maleta fecha os olhos e é tomado pela tristeza, pois mesmo nos momentos finais ele não conseguia lembrar quem era.
A contagem chega a vinte e o homem da maleta prende a respiração esperando.
"Espero que não doa muito."
Os segundos passam e nada acontece e o homem da maleta fica confuso ao descobrir que ainda está vivo. E começa a temer que o homem dos óculos escuros estivesse fazendo um jogo doentio com ele apenas esperando que tentasse algo para então matá-lo. Porém curioso ele abre os olhos para ver o que estava acontecendo e se depara com dois carros pretos estacionados diante da dupla e de dentro saltam meia dúzia de homens mal-encarados. Ele então olha para o homem dos óculos escuros e percebe que o mesmo parecia nervoso com os recém-chegados.
"Eu vou viver!"
Era um sinal dos céus, afinal se o homem dos óculos escuros tinha medo daquelas pessoas ele ficaria seguro junto a elas. Um homem grande com uma cicatriz do lado direito da face toma a frente do grupo dos recém-chegados.
— Tire a mão dele!
— Quem você pensa que é?
— Esse cara pegou algo do meu patrão e ele quer de volta.
— Não tem nada aqui pra você ou o idiota do seu patrão.
— Ele vai conosco. Depois que acabarmos com ele, se ainda estiver vivo, você pode ficar com ele.
"Eu vou morrer!"
— Ele não vai a lugar algum. É melhor pegar esse seus micos de circo e sair da minha frente antes que me aborreça.
— Pois eu digo e ele vai voce fique bravinho ou não. O homem dos óculos escuros aperta o cabo da arma com força, o homem da cicatriz percebe o nervosismo do sujeito e sorri de forma debochada.
— Vai começar um tiroteio bem aqui no meio da rua com todas essas testemunhas por acaso? — Justo quando o homem dos óculos escuros estava prestes a desistir u um carro e duas motos pararam próximo os homens dos veículos caminham indo se juntar ao homem de óculos escuros que coloca a arma na cintura enquanto o homem da cicatriz percebe que o jogo tinha virado.
— Não. Vai ser a moda antiga.
Sem aviso, o homem dos óculos escuros desfere um soco no rosto do homem da cicatriz que vai ao chão. Os amigos do cara de óculos escuros avançam contra o outro grupo e começam a lutar. E rapidamente o circo está montado um espetáculo único com direito a soco, cotoveladas, pontapé, mesmo, morde e permitido. Curiosos se aproximam para assistir ao "show" por outro lado, o homem da maleta busca uma forma de fugir. Afinal não importa qual dos lados ganhar ele vai perder. A oportunidade não demora muito, alguém o puxa para um lado, outro alguém soca o primeiro. Uma vez livre o homem sai correndo pela rua sem olhar para trás.
— Ele está fugindo!
"Esse deve ser o mais esperto do grupo."
Os dois grupos param de lutar e começam a perseguir o homem da maleta. Enquanto gritam ordenando que ele parasse. Que claro só o fazem correr ainda mais. Sem saber o motivo quando estava decidindo para que lado deveria ir, sinto algo o atingido de lado, estranhamente consegue ver o chão que parecia se afastar.
"Estou voando?"
Tudo à sua volta parece mover-se em câmera lenta, ele vê uma mulher gritando e um carro preto freando. Seu corpo toca o chão e uma dor forte o invade, pessoas começam a correr em sua direção. Sua vista escurece e finalmente perde os sentidos. Ao abrir os olhos, o homem da maleta está em um terreno baldio onde um grupo de garotos se preparam para jogar uma pelada. Um dos garotos percebe a sua presença e vai até ele sorrindo. O menino segura em sua mão e o puxa para junto das outras crianças. Tudo fica branco e quando o homem pisca percebe estar encarando o teto. Ele olha em volta e percebe estar em um quarto todo branco com tubos ligados a seu corpo.
Um ruído chama sua atenção ao virar a cabeça para o lado o homem da maleta vê uma mulher sentada em uma poltrona segurando sua mão. seus olhos vermelhos de tanto chorar.
"Tão linda."
— Graças a Deus! O que pensa estar fazendo Marcos? Atravessar correndo a rua sem olhar para os lados? Sabe o quanto estava preocupada? Você passou dois dias dormindo, pensei que ia morrer e a Dona Angélica pobrezinha está desesperada, tenho que ligar para avisar que você está bem. Sinceramente viu parece criança, só fiz isso pela sua mãe. E por qual razão não contou para ela que nós não estamos mais juntos? Vai ficar aí calado com cara de idiota, diga algo.
— Quem é Marcos?
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