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Capítulo 9 - O tutor de Harry Potter e Lord Voldemort

Olá todos vocês maravilhosos que estão lendo minha humilde fanfic, como estão?

Este capítulo vai responder várias das perguntas que vocês deviam estar se fazendo, mas também levantará novas, espero que gostem...

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Capítulo 9 – O tutor de Harry Potter e Lorde Voldemort

"Mitrica não teria acreditado se fosse qualquer outra pessoa,

Voldemort estava satisfeito, seu plano começaria agora"

O fogo no cálice acabara de se avermelhar outra vez.

Expeliu faíscas. Uma longa chama elevou-se subitamente no ar e ergueu mais um pedaço de pergaminho. Com um gesto aparentemente automático, Dumbledore estendeu a mão e apanhou-o, ergueu e seus olhos se arregalaram para o nome que viu escrito. Houve uma longa pausa, durante a qual o bruxo mirou o pergaminho em suas mãos e todos no salão fixaram o olhar em Dumbledore.

Ele pigarreou e leu...

– Harry Potter!

Harry ficou sentado ali, consciente de que cada cabeça no Salão Principal se virara para ele e sua única reação foi encarar seus colegas de casa com uma expressão totalmente confusa. Ivan deixou cair alguma coisa, Axek e Heinz pareciam gelar.

- Eu ouvi errado, né? – perguntou o Potter muito cautelosamente e baixinho.

Mas qualquer som agora era muito.

Neville sentia-se atordoado. Entorpecido. Sem dúvida estava sonhando. Hazz nunca se inscreveria naquilo!

Mas então... Alguém o colocou?

Não. NÃO!

Todo ano tinha alguma coisa, todo ano alguém estava em perigo, todo ano ele teve que lutar por alguém e sempre houve Harry.

Agora era ele o alvo? Mil vezes não!

Não houve aplausos. Um zunido, como o de abelhas enraivecidas, começou a encher o salão; alguns estudantes ficaram em pé para ter uma visão melhor de Potter, sentado ali, imóvel, em sua cadeira.

– Harry Potter! – Dumbledore tornou a chamar. – Harry! Aqui, se me faz o favor!

Hazz se levantou lentamente, a expressão espantada ainda no rosto, mas antes de dar mais um passo em direção ao diretor fez uma careta e parou.

- Não – disse em alto som.

- Como?

- Tenho quase certeza de que ouvi, na primeira noite aqui, o senhor dizendo para os alunos não se inscreverem levianamente, que aquele que for escolhido não podia sair. Era um ato contratual mágico. Mas eu não me inscrevi. Não coloquei meu nome aí. Eu não iniciei esse contrato e quero ter certeza de que não vou firmá-lo indo até os outros competidores ou mesmo até o senhor, com todo o respeito.

- Senhor Potter... – começou Dumbledore.

- Mas isso é um absurdo! – gritou Karkaroff por cima dele. – Ninguém menor de idade deveria passar pela linha etária. Você fez isso corretamente, Dumbledore?

- Está culpando o diretor Dumbledore por algo que um aluno da sua escola fez? – perguntou McGonagall.

- Com licença, mas já disse que não fiz nada – acrescento Harry olhando-os friamente, desafiando qualquer um a contradizê-lo.

– Eu concorrdu com Karrkarroff, era responsabirridade sua Dumbly-dorr manter alunos mais novus longe – Madame Maxime disse imperiosamente. – Que signufic isso?

– Eu também gostaria de saber, diretor – resmungou Mitrica, sua voz parecia o mais afiado e duro gelo. – Como seria possível um quarto nome sair do cálice, para começo de conversa?

- Extraordinário! – animou-se Ludo Bagman. – Realmente impressionante, senhor Potter.

- Tenho a impressão de que ninguém aqui é surdo. - comentou calmamente. - Agradeço por considerar que tenho capacidade, mesmo em minha terna idade, em superar magicamente o próprio Alvo Dumbledore, mas ainda não posso pegar credito por algo assim.

Ainda.

Ninguém deixou a palavra passar batido, mesmo que o rosto do garoto continuasse assumidamente surpreso, sua postura já voltara polidez habitual.

- Evidaman houve um engano – disse a Maxime com desdém. – Ele non pode competirr.

- Nem tenho qualquer pretensão – lembrou Harry.

– Bom... é surpreendente – concordou Bagman, esfregando o queixo liso e sorrindo para Potter.

O menino, por outro lado, parecia muitíssimo incomodado com isso e lhe deu um olhar de nojo parecido com o de Lucius Malfoy, porém pior. Certamente muito pior. Bagman se sentiu menos que lixo, apenas um verme incômodo, algo preso na sola do sapato. O sorriso vacilou ao mesmo tempo que seu corpo tremia, desde que tornara-se jogador nunca chegou nem perto de se sentir tão miserável. Pigarreou antes de continuar:

– Mas, como sabem, o limite de idade só foi imposto este ano como medida suplementar de precaução. E como o nome dele saiu do Cálice de Fogo... quero dizer, acho que a essa altura não podemos fugir à responsabilidade... somos obrigados... Harry terá que se esforçar o máximo que...

- Eu não pus meu nome nesse cálice! - rosnou.

Aquela voz. Aquele tom. Dumbledore quase pulou em choque. Não era simplesmente Harry Potter, o garoto confiante, mas gentil, que vinha chamando atenção. Era magia pura. Seu núcleo mágico girou e ondulou pela sala junto com cada sílaba que saia por seus lábios. Magia sombria e irritada.

Ele já tinha visto outra criança ser capaz de fazer aquilo com naturalidade e não era bom sinal.

Os alunos de Hogwarts já tiveram exemplos daquilo, mas nem por isso era menos assustador, a maioria se encolheu de medo instintivamente, assim como vários da Durmstrang.

- Harry, meu garoto, vamos até a sala com os outros para conversar sobre isso – sugeriu Dumbledore. – Aqui não parece ser o lugar...

- Não podem me forçar a participar de um contrato sem minha assinatura! Mágico ou não, sem meu envolvimento expresso não pode ser validado! Eu não vou validá-lo, não saio daqui a até ter certeza disso. Sugiro que dediquem seu tempo em achar quem é que fez essa brincadeira de mal gosto! – exigiu o de olhos verdes.

- Brincadeira? – Perguntou Sirius entre os professores, agora que seu coração finalmente pareceu sair da boca e voltar ao peito.

Inferno, ele havia "recuperado" o afilhado agora, nunca que o deixaria participar de um torneio sangrento daqueles!

- Obviamente alguém teve a brilhante ideia de me inscrever nisso, que outra explicação o senhor tem, professor Black?

- O senhor pode estar mentindo – disse Karkaroff.

- Como é? – perguntou, muitíssimo bravo, Mitrica girando o corpo quase completamente para encarar o outro homem.

Se a voz irritada de Potter tocava a pele, rasgava a mente e fazia os instintos tremerem, a voz de Mitrica parecia uma faca e lhe tirava todo o calor.

Um era o vazio do espaço, a simples ideia do infinito desconhecido, sombrio e mortal, o outro era gelo, era quilômetros de deserto branco sem bússola ou agasalho, a pele rasgando e queimando no frio.

Igor sem dúvidas empalideceu:

- Eu quis dizer...

- O senhor vai se lembrar que Potter esteve ocupado todos os dias desde que chegou aqui, na maior parte do tempo cumprindo deveres com a escola e os alunos! O restante foi gasto na enfermaria ou dormindo. Independente de seus problemas com nosso aluno, Igor, o senhor devia ser um dos últimos a duvidar de um dos seus! - murmurou muitíssimo irritado.

- Ele nunca foi mesmo de fidelidade aos seus – comentou Harry cheio de veneno.

Sirius decididamente não era maduro para isso, pois acabou se juntando a todos os alunos que ouviram aquilo e riram. Alguns ainda tentaram se segurar em respeito, mas foram poucos.

- Senhor Potter...

- Eu sinto muito, foi indelicado da minha parte, é que a situação está me deixando inquieto. Professor Mitrica, isso é ridículo, eu não coloquei meu nome, a ideia sequer deveria estar sendo considerada. Só para começar seria injusto com todas as escolas e todos aqueles que queriam participar, mas não tinham justamente a idade. Alguns não puderam por questão de meses! Agora, por que meu nome estranhamente estava ali...

- Sr. Crouch... Sr. Bagman – começou Snape –, os senhores são os
nossos juízes mais objetivos. Certamente os senhores concordarão que isto é extremamente irregular?

Bagman enxugou o rosto redondo e infantil com o lenço e olhou para o Sr. Crouch, que estava parado próximo a mesa, o rosto semioculto pelas sombras do salão ainda mal iluminado. Parecia um pouco sobrenatural, a obscuridade fazia-o parecer muito mais velho, emprestando-lhe quase uma aparência de caveira. Quando falou, porém, foi em seu tom habitualmente seco.

– Devemos obedecer ao regulamento e o regulamento diz claramente que as pessoas cujos nomes saírem do Cálice de Fogo devem competir no torneio.

- Isso é um absurdo, porque as regras não deveriam se aplicar a mim?!

- Eu concordo plenamente! – disse Black.

- Definitivamente absurdo! – exclamou Mitrica.

E com isso uma onda de reclamações varreu o salão. Alunos que haviam parado nas enfermarias por usarem poções de envelhecimento gritavam que deviam ter sido considerados, professores resmungavam e acusavam, muitos da Durmstrang gritavam que Hazz jamais quebraria uma regra assim e a Sonserina os auxiliava, dizendo que Potter não era do tipo que se sujeitaria àquilo.

- SILÊNCIO! – Pediu Dumbledore e todos se calaram.

Mas o tumulto tinha chamado atenção dos outros três campeões que vieram ver o que estava acontecendo.

- O que houve? – perguntou Diggory.

- Aparentemente, por mais absurdo que possa ser, teremos um quarto campeão tri-bruxo – respondeu Bagman apontando para Harry.

- Eu não serei campeão, já disse! - exclamou.

- Alguém se atreveu a colocar seu nome? – perguntou Krum à Harry, também muito descontente.

O mais novo se sentiu muito feliz que o amigo o apoiou no mesmo segundo. Alguns do grupo chegaram a aplaudir.

"Alguém racional!" murmurou Rusev entre os corvinos.

- Foi erre que pôs, é clarro! – Fleur se manifestou, sua expressão indignada.

Aquilo pareceu irritar Potter de verdade agora, pois de repente, com um movimento de pulso, sua varinha estava em mãos, ele a levantou no ar e entoou para todos:

- Eu, conhecido pela alcunha de Harry Potter, filho de Lilian e James Potter e nascido em 31 de julho de 1980, juro aqui por minha magia diante da Morte, que nunca coloquei meu nome no cálice de fogo, nunca desejei participar do torneio tri-bruxo, nunca pedi que um aluno mais velho, de qualquer escola, me inscrevesse ou mesmo um professor, funcionário ou ainda qualquer habitante desse castelo, seja vivo ou morto. Que assim seja! – uma luz branca saiu de sua varinha e rodopiou seu corpo, prendendo como correntes de magia pura.

Todos o olhavam em completo espanto. Não se fazia um voto daqueles levianamente.

- Veja, senhor Potter, se acalme - tentou Bagman. - Isso foi muito perigoso!

- Qual o perigo? Já lhes disse que não coloquei meu nome, pois bem, estou vivo após jurar a Morte, resta testar minha magia, sim? Alguém quer escolher um feitiço ou posso usar qualquer um? Accio diário de finanças, Axek!

Levantando mais uma vez a varinha, o caderno de couro negro que Axek sempre carregava consigo saiu de baixo da mesa da Sonserina e disparou para a mão estendida de Harry. Ele o pegou e mostrou aos professores.

- A Durmstrang estava fazendo uma aposta que chegou aos 1.760 galeões ao todo, de quem seriam os campeões escolhidos. Para mantê-la totalmente justa o conselho estudantil fez turnos onde sempre haveria, em qualquer horário que não passasse do toque de recolher, um de nós vigiando o cálice para avisar a qualquer um que fosse apostar os nomes que eram válidos e possíveis, ou seja, quem havia se inscrito. O único a não participar de uma ronda fui eu, exatamente por ter muitas coisas para resolver. Esse caderno contem nome, idade, escola e dia em que cada pessoa colocou seu nome. Pode ajudar a descobrir quem fez essa piada comigo, assim como o livro caixa do barco, que mostra que nunca sai em horário inadequado dos territórios da Durmstrang e minha própria agenda, que mostra todos os compromissos que participei uma vez que tenho que dar um registro mensal das minhas atividades como presidente e do conselho para o vice diretor. Agora, se alguém tem mais alguma dúvida, gostaria de ressaltar: eu não tenho tempo para essa brincadeira ridícula e não me inscrevi. Não irei participar.

- Senhor Potter, – Ludo estava muito inseguro, mas tinha que falar. – Bartô conhece os regulamentos de trás para diante – se voltou para os diretores como se pedisse ajuda para encerrar aquele assunto. – O senhor terá de participar.

- Cadê esses regulamentos?

- Como?

- Quero os regulamentos. Quero eu mesmo lê-los, decorá-los, de trás para frente ou de ponta cabeça, quero ter certeza de cada mínima brecha, pois está óbvio que se nem são capazes de impedir uma situação, onde um aluno que não se inscreveu participe, haverão outros problemas que devo perceber para ajudar meu colega de escola a se preparar. Mas eu me recuso a compactuar com esse absurdo!

- Ele não pode participar! – reclamou Sirius. Circe, é claro que não! Tinha que haver uma maneira.

- Todos ouviram como o senhor Potter aparentemente é talentoso e até um prodígio – rosnou Moody encaminhou-se, mancando, até Dumbledore. A cada passo que dava, ouvia-se uma batidinha. – Ele ficará bem, será perfeitamente capaz de passar pelos desafios se esforçar-se.

- Não é uma questão de conseguir passar!

- O senhor Black tem razão – acrescentou Mitrica interrompendo os muxoxos do outro homem. – Vocês entendem a situação em que estão se colocando, Sr. Crouch, Sr. Bagman?

- Como? Que situação o senhor se refere? – perguntou Ludo.

- Independente de que antes não houvessem regras para restringir a idade dos participantes, agora há, isso é um fato consumado e assinado por todos os ministérios envolvidos em todas as escolas, ou seja, um parlamento internacional oficial. Os senhores, sediando aqui na Grã-Bretanha o evento, estabeleceram-se como a voz principal e anunciaram a todos que apenas um maior de idade poderia concorrer. Ao aceitar o senhor Potter vocês declaram, como representantes do ministério e do parlamento mencionado, que ele é oficialmente um bruxo adulto para o governo. Vocês teriam de tirar o registro de sua varinha e inseri-lo nas leis de direitos e deveres que um bruxo formado teria e, como estamos falando de um britânico nato e de seu Ministério de registro, também o colocam em posição de exigir a emancipação de seu guardião legal e de sua posição como jovem em todos os governos mágicos do mundo, além de poder assumir sua posição como Lorde de sua casa.

Todos no salão reagiram aquilo. Seja ofegando alto ou expressões surpresas e conversando rapidamente.

Harry Potter sorriu.

Sua postura irritadiça de repente havia sumido, aparentemente encontrando algo naquela situação que o agradava.

- N-nós – gaguejou Bagman olhando para Crouch.

O homem pareceu inseguro por alguns instantes, sacudiu a cabeça, olhou para baixo e apertou as mãos.

"Império" murmurou a voz sombria em Harry.

"Com certeza" respondeu.

"Você não vai sair dessa".

"Nem quero mais, é incrivelmente útil para desperdiçar a oportunidade".

A voz riu agradavelmente.

"Duvido que consigam colocar algo que seja um desafio de verdade" e Harry não soube se aquilo era um pensamento seu ou era da vozinha ruim.

Mal importava, de toda forma. Seja a versão que ele mostrava aos outros, seja seu lado sombrio, era tudo parte de Harry no final.

- Nós do ministério – começou Crouch depois do que provavelmente foi o fim da luta contra a maldição. – Seja o Inglês ou qualquer outro teremos que arcar com as consequências disto. Se o senhor Potter não se inscreveu, como ele já provou através de um voto, a falha foi nossa em não estabelecer mais proteções. O cálice o escolheu e sua magia é antiga e poderosa, não deixar que Harry participe pode gerar consequências para integridade como um todo. Núcleo mágico ou vida. Cabe a nós aceitar isto. Sabemos ainda que seria injusto se ele não fosse liberado dessas restrições de idade, enquanto os outros participantes são, então é um desenvolvimento lógico para se estabelecer alguma justiça nisto.

- Evidaman algám querria oferrecer a Dumstang duas oporrtunidades de vancerr! – reclamou Olímpia Maxime. – Terremos que fasser algum em relaçum a isso!

- Eu concordo, Madame Maxime – disse Severo, com uma reverência. – Talvez devêssemos apenas fazer uma nova seleção e desconsiderar está?

- Mas Snape, a coisa não funciona assim – comentou Bagman. – O Cálice de Fogo se apagou, e não voltará a arder até o início do próximo torneio...

- Se alguém tem razão para reclamar é o Potter – rosnou Moody –, mas... o que é engraçado... não estou mais ouvindo ele dizer nada...

- Sou alguém prático, Professor. Se as figuras de autoridade envolvidas já disseram que não tenho escolha, não permanecerei discutindo – respondeu ainda com aquele sorriso estranho que tinha lhe estampado quando falaram sobre sua emancipação.

- Por que ele irria reclamar de qualquer forrma? – disse Fleur Delacour de repente, batendo o pé. – Ele tam a chance de competirr, não é? Durrante semanas vivemos a esperrança de serr escolhidos! A honrra de nossas escolas! Mil galeões de prrêmio, é uma chance pela qual muita jante morrerria!

- Mademoiselle Delacour, não sou o tipo de pessoa que diz coisas assim em uma conversação educada, mas se a senhorita quer mencionar o dinheiro como motivação provável para arriscar minha vida, saiba que alguns dos meus sapatos valem mil galeões. Usados.

Ivan riu alto o bastante para ser escutado por todos.

Heinz ainda manteve em uma altura mais contida.

- E se o problema é ter dois campeões para a Durmstrang eu não participarei por ela.

- Como assim? – perguntou Bagman.

- Krum é o campeão do Instituto, ponto final. Eu representarei, como já estou acostumado, um grupo específico de estudantes: o conselho estudantil. Viktor não faz parte, o que deixa esta divisão ainda mais clara. Deixo ainda registrado que, se por situação do destino eu ganhar, o valor do prêmio irá totalmente para reformas nas instalações do conselho, eu sendo renomeado presidente ano que vem ou não.

- Acho um bom arranjo – disse Crouch.

- Não há nada a ser feito? – perguntou McGonagall, mesmo assim.

- Lamento dizer que não – reafirmou.

- Pois bem, senhor Potter, creio que estamos resolvidos – começou Dumbledore. – É uma situação infeliz, mas peço que você se junte aos demais campeões e todos voltem para sala para que possamos dar as inscrições e retomar o evento. Aos professores, talvez seja melhor levar os demais alunos às suas comunais.

Houveram vários resmungos de descontentamento, daqueles que queriam continuar assistindo ao pequeno show, mas logo os funcionários começaram a chamar os jovens e o salão esvaziou.

Na salinha Harry sentou no braço de uma poltrona, ao lado de Krum, para ouvir sobre a primeira tarefa e depois foram juntos para o barco.

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Todos os professores e diretores se reuniram pouco tempo depois que os campeões saíram:

- Porque colocariam o nome dele lá? – perguntou Sirius ainda inconformado com a ideia de que iam mesmo deixar seu afilhado correr um risco desnecessário daqueles.

- Talvez alguém tenha esperança de que Harry morra – disse Moody, com um leve vestígio de rosnado na voz.

Seguiu-se um silêncio extremamente tenso às suas palavras.

Ludo Bagman, que parecia de fato muito ansioso, balançou-se nervoso e disse:

- Moody, meu caro... que coisa para você dizer!

- Todos sabemos que o Prof. Moody considera a manhã perdida se não descobrir seis conspirações para assassiná-lo antes do almoço – disse Karkaroff em voz alta. – Pelo visto, agora está ensinando a crianças o medo de serem assassinados, também. Uma estranha qualidade para um professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Dumbledore, mas com toda a certeza você tem suas razões.

- Será que estou imaginando coisas? Vendo coisas? – rosnou Moody. – Foi um bruxo ou uma bruxa habilitada que pôs o nome do garoto naquele cálice... Afinal enganou um objeto mágico de grande poder! Seria preciso um Feitiço para Confundir excepcionalmente forte para mistificar aquele cálice a ponto de fazê-lo esquecer que apenas três escolas competem no torneio... Estou imaginando que alguém tenha inscrito Potter em uma quarta escola, para garantir que ele fosse o único de sua categoria...

- Você parece ter pensado muito no assunto – disse Karkaroff com frieza –, e não deixa de ser uma teoria criativa, mas você compreenderá se não o levarmos inteiramente a sério...

- Há pessoas que usam ocasiões inocentes em proveito próprio – retrucou Moody num tom ameaçador. – É o meu trabalho pensar como os bruxos das trevas pensariam, Karkaroff, como você deve se lembrar...

- Alastor! – exclamou Dumbledore em tom de aviso.

- Seria ridículo pensar que alguém queira machucar o senhor Potter – continuou Karkaroff. – Ao menos nenhum dos meus alunos fez isso, nenhum é tão desprovido de amor próprio. Eu acreditaria mais na capacidade dele de burlar o objeto.

- O que quer dizer com isso? – perguntou Mitrica cautelosamente, mas como Karkaroff não o olhou, perdeu como sua expressão indicava ameaça.

- Quer dizer, todos na Durmstrang sabem o que aconteceu com o senhor Spasova a três anos, esse tipo de brincadeira não voltaria a acontecer.

- O que aconteceu? Que quer dizer? – perguntou Sirius.

- Já fizeram algo parecido ao Potter antes? – perguntou Snape.

- Igor, pare com essa história ridícula – avisou o vice diretor.

- Aconteceram alguns incidentes no primeiro ano de Harry.

- Igor!

- Senhor Mitrica! – grunhiu Moody. – Se algo assim já aconteceu antes precisamos saber para entender a situação como um todo e possivelmente achar quem fez isto.

- Vocês não entendem, o que Karkaroff está insinuando é ridículo, os tais incidentes não passaram disso, casualidades infelizes.

- Claro - murmurou ironicamente o diretor.

- Mesmo assim, que tal nos dar alguma luz sobre essas causalidades? - Moody insistiu se aproximando.

Mitrica suspirou:

- Que seja então. Como Igor disse, algumas coisas aconteceram no primeiro ano do garoto. Muitos alunos são filhos de pessoas que apoiavam o lado das trevas tanto na última guerra quanto na... de Grindelwald... - surssurrou a última parte. - Muitas brigas políticas acabam mal por isso no Instituto. Pessoas que perderam família dos dois lados e aqueles que discordam do andamento atual das leis. O senhor Potter, além de tudo, é um aluno mestiço e caiu em uma das casas mais preconceituosas, se não a mais, apesar de querer defende-los como seu diretor. Harry teve de mostrar muita força logo no começo, pois nem sempre podíamos ajuda-lo, nem sempre víamos tudo e ele nunca entregava seus colegas quando lhe faziam mal. Isso tudo com certeza criou uma pressão difícil de suportar. Uma criança de onze anos ainda tem ataques de magia acidental e alguns vieram a acontecer. É isto, nada de mais.

- O senhor Spasova ficou uma semana na enfermaria – lembrou Karkaroff.

- Por algo que Harry não teve envolvimento consciente.

 – Houve um jogo de quadribol - comentou o diretor. - Nele, o senhor Spasova quase derrubou Potter da vassoura, ele foi retirado da equipe pela violação, obviamente, mas coincidentemente...

- O senhor Potter não teve culpa, Igor! – irritou-se o professor Jaminke Drist. – O garoto tinha ataques de terror noturnos, queimou o dormitório da própria casa próximo de seu primeiro Samhain no Instituto.

- Obrigada Jaminke - agradeceu Mitrica. - Lembrando que tivemos que pedir para ele dormir em um local vigiado nesta sexta-feira, todos sabemos dos hábitos noturnos conturbados dele e jamais poderíamos culpá-lo pelo que acontece enquanto dorme.

- Terror noturno? – Perguntou Sirius.

- O senhor Potter sempre teve, seu tutor deixou claro a todos os funcionários que poderia acontecer e nos instruiu como agir. Por sorte seus colegas reagiram rápido na primeira vez e apagaram o fogo, tivemos de fazer uma reforma completa na Haus Feue já que várias paredes ficaram marcadas com bolas de cinzas, mas ele arcou com tudo. O caso do senhor Spasova é uma coincidência infeliz que os alunos usaram para alimentar fofocas maldosas, mas todos, inclusive o ministério, confirmaram que não era culpa de Harry.

- E qual foi o caso, se permite perguntar? – questionou Severo.

- Ele cruciou Rusev Spasova – disse Karkaroff.

- Como?! – vários dos professores perguntaram em completa indignação.

- Igor Karkaroff! – gritou Mitrica e o colega realmente deu um passo para trás, para mais próximo de Dumbledore. – Seu descontentamento com o senhor Potter está passando dos limites! O senhor deve parar de sempre insultar o garoto! Logo essas coisas que diz entrarão em conflito com o contrato que assinou, sobre não o prejudicar, e terá de arcar com as consequências severas disso!

- Isso mesmo! – disse a professora Katharina. – É ridículo que continue insinuando tal coisa, sendo que o menino estava sem varinha, não disse uma palavra durante o ato, desde o começo avisou os monitores, estava diante de dois fantasmas que lhe serviam de testemunha, além do próprio senhor Spasova ter confirmado que Harry estava dormindo!

- Potter – Mitrica interrompeu as perguntas, que sabia que viriam quando vários abriram suas bocas. – Também tem sonambulismo. Ou tinha. Meus alunos da Haus Feue disseram que não acontece desde o segundo ano, mas naquela época ele andava aleatoriamente pelo Instituto se não fosse parado. Ele tinha consciência o bastante para abrir portas e ocorreu de no dia seus colegas de quarto terem se esquecido de trancar o cômodo, distraídos de mais com a festa que se seguiu a vitória no jogo. Harry saiu do salão comunal e vagou pelo castelo muito tarde. Os fantasmas o viram e ficaram preocupados, um deles foi avisar o monitor mais próximo do garoto, que era Rusev Spasova.

"Eles, é claro, permaneceram o tempo todo ali, pois sabiam do que tinha acontecido e queriam ter certeza de que Potter seria bem cuidado. Rusev, infelizmente, não sabia que não se deve acordar um sonâmbulo, ainda mais um que sofre de tantos ataques noturnos, essa informação também não tinha se espalhado pela escola afim de preservar a privacidade de Potter. O que se seguiu... Nem os fantasmas tem certeza de tudo, mas descreveram que Harry gritou ao ser tocado e Rusev, de repente, estava no chão com muita dor e gemendo, isso acordou Harry que pediu para chamarem outro monitor e ficou lá cuidando do colega até alguém aparecer e leva-lo a enfermaria.

- Seu incômodo continuou por uma semana inteira e a enfermeira acreditou que foi alguma reação psicológica da própria magia do senhor Rusev contra a magia descontrolada de Harry. Tiveram de esvaziar o núcleo mágico de Spasova até um nível aceitável, pois ela mesma parecia estar o atacando e só assim parou.

- Mas um médico especializado disse que as sequelas que ele apresentava eram as mesmas de uma maldição cruciatos – murmurou Karkaroff.

- O senhor Potter, como Katharina disse, estava dormindo, desarmado, era muito novo e sequer tinha conhecimento de uma maldição dessas, pare de ser tão infantil! – reclamou sombrio.

- O senhor Rusev, inclusive, ficou amigo de Harry naquele mesmo ano e agora é um dos membros da corte escolhido por ele próprio! – lembrou o professor Huseff Musska. – Acha mesmo que se tivesse sido uma situação proposital eles teriam o companheirismo de hoje?

- Chega desse assunto! – pediu Mitrica. – Esses foram os únicos acidentes que Potter se colocou até hoje, fim de história. Como podem ver, não é nada relacionado ao que aconteceu com o cálice! Diretor Dumbledore, o senhor poderia conversar com os fantasmas e os quadros para nos ajudar a descobrir algo?

- Sim, com certeza farei isto.

E o debate continuou por mais algum tempo.

-x-x-x-

- Vossa alteza? – Krum chamou assim que chegaram ao barco.

- Viktor, não faça as perguntas erradas e não lhe contarei mentiras – avisou Harry baixinho, mesmo depois de verificar os arredores.

- Ia apenas dizer que não pegarei leve.

- Nem queria isso de você.

Os dois sorriram um para o outro, mas quando o olhar de Harry se tornou sério, o búlgaro apenas inclinou a cabeça respeitosamente e saiu deixando que seu príncipe vestisse a capa de invisibilidade e fosse para o quarto de seu tutor.

Que provavelmente teria muito a lhe dizer.

-x-x-x-

Remus Lupin saiu da penseira se sentindo muito mais cansado e pesado do que achou que seria possível quando Sirius lhe ligou, desesperado, pela rede de flú aquela noite.

- Harry tem terror noturno e sonambulismo? - perguntou ainda encarando o fio prateado da memória rodopiando. - Mitrica disse que ele passou tempo na enfermaria, aconteceu alguma coisa com sua saúde?

- O que? Eu... nem reparei nisso, eu não perguntei! – disse o Black que andava ansioso pelo quarto de um lado para o outro.

Inferno!

Droga!

Seu afilhado!

O que poderia ter acontecido para ele ter ataques assim? E pior, agora, era saber que ele teve que ir ver um médico e Sirius deixou esse detalhe passar!

- Siri, a situação é muito preocupante. Os lobisomens estão se movimentando pelo país assim como era na primeira guerra, os comensais não pareceram mudar, mas aquele ataque na copa... E agora isso?! Moody pode ser paranoico, mas é por um motivo, ele pode ter razão, alguém está tentando matar Harry!

- Dumbledore teria impedido se acreditasse nisso!

- Eu acredito que sim, com certeza, Dumbledore nunca arriscaria a vida de uma criança – ele não sentiu a ironia de suas palavras, nenhum dos dois, mas Monstro (que trouxera o lobisomem "nojento" até ali) sim. – Mas ele não teve opções.

- O que podemos fazer então?

- Sirius... Você acha que ele voltou?

- Eu não sei Remus - bufou se jogando na cama. - Ninguém sabe. Karkaroff teria vindo até aqui se houvesse essa chance?

- Ou ele pode ter vindo exatamente para tentar ser perdoado.

- Perdoado? Voldemort não perdoa, Aluado! Não uma traição dessas! Nunca!

- Ele virou diretor da principal escola de magia negra da Europa e pior: tem algum poder em cima de Harry. Ele pode ter colocado o nome no cálice.

- Você acha que isso bastaria?

- Não sei! Não entendo como esses merdas funcionam! Mas é muito estranho! São muitas coincidências, nunca aconteceu de virem tantos alunos para o torneio, nem de estudarem na escola que cedia. Karkaroff pode ter inventado tudo isso para ter a chance de trazer Harry em uma bandeja de prata para seu mestre!

- O que nós vamos fazer?! – gritou quase em prantos e esfregando as mãos no rosto totalmente desesperado.

Nada como o lorde da casa deveria ser, Monstro se irritava.

Remus, diante do ataque que o amigo estava prestes a ter, tentou ele mesmo se acalmar. Os dois precisavam pensar e não fariam isso se estivessem em pânico.

Estava tudo certo, tinham Dumbledore para ajudar e Voldemort temia o diretor, não faria nada arriscado.

O lobisomem se aproximou de Sirius e o abraçou, este retribuiu o gesto e enfiou o rosto no seu pescoço, inspirando fundo.

- Vamos dar um jeito. Mas primeiro precisamos falar com Harry - disse acariciando as costas do menor.

- Ele quer falar com a gente, Remus?

- Como assim?

- Harry nunca tentou antes, e mesmo aqui me tratou como qualquer simples professor.

- O tutor dele pode ter impedido qualquer carta, você estava preso até agora pouco, mesmo com a aparente amizade com os Longbottom ele pode ser um homem cauteloso, não sabemos, e na aula ele estava em público, sabe que vocês têm muito a conversar, mas pode estar tão nervoso com isso quanto você.

- Seu cheiro... – comentou Sirius.

- O que tem?

- Chocolate e poeira. Eu jurava que sentia toda lua cheia, quando estava em... – mas não terminou, apenas apertou o outro com mais força.

Remus deu um beijo na testa do animago.

- Vai dar tudo certo Sirius – repetiu, sabendo que Black estava no meio do que era o efeito colateral da exposição aos dementadores:

Uma crise depressiva.

Onde tudo era muito pior, triste, vazio e instável. Só via raiva e agonia, tudo sempre daria errado em sua cabeça.

- Você está aqui, comigo – murmurou o loiro e se arrepiou quando sentiu os lábios do outro em seu pescoço, beijando e depois mordendo, como se quisesse ter certeza de que aquilo era real, de que era sua carne ali.

- Eu te amo, Remy – sussurrou.

Lupin não respondeu.

Não tinha o direito de dizer aquelas palavras, não depois de tantos anos culpando Sirius por algo que nunca faria. Depois de abandoná-lo sem estender a mão da confiança.

-x-x-x-

Dumbledore achava...

Não...

Ele tinha certeza de que aquilo era o sinal final!

Quando viu o nome do garoto naquele papel foi como se tudo se alinhasse! No ano em que há um ataque de comensais, quando a marca negra aparece nos céus, Harry Potter retorna à casa e seu nome sai misteriosamente do cálice!

É claro que Tom tinha dado um jeito de inscrever o garoto!

Ele tinha feito uma escolha! Marcou o menino, mais uma vez! Sempre foi Harry! Nascido no dia 31, nascido quando o sétimo mês morre oficialmente!

Tom teria feito aquilo apenas para testar Potter em comparação ao Longbottom, que já tinha se provado? Possivelmente. Para ter certeza de qual dos dois era mais perigoso aos seus planos? Era quase certo. Se reafirmar como alguém que não errou em ter ido atrás dos Potters se o garoto se mostrasse digno: mas com absoluta confiança! Riddle nunca gostava de estar errado.

No fim, era uma marca.

Harry podia ser o escolhido!

Se sobrevivesse...

Alvos só precisava ter certeza de que o menino podia ser um herói. Que poderia lutar contra Voldemort e salvar a Grã-Bretanha.

O fato de usar magia negra era preocupante, sem contar o tal tutor desconhecido que conseguiu impedir até mesmo de os melhores aurores do ministério acharem o menino, mesmo quando estava estudando, já que as buscas duraram todo o ano depois que não apareceu na lista de alunos de Hogwarts.

Havia muito o que descobrir em pouco tempo e ele precisava estar preparado. Assim como preparar os seus.

Iria usar Sirius, Lupin ou mesmo Hagrid, podiam ser úteis. Atrair Harry com a lembrança dos pais, estava óbvio que ainda lhe era um assunto delicado, também era para Neville, eles tinham isso em comum na lista. Teria que se aproximar de Karkaroff (Mitrica estava fora de questão, seu cérebro não funciona direito com ele) para conseguir mais informações, o homem não parecia gostar de Potter, o que facilitava ainda mais.

Sim, sim, saber é poder e ele precisava disso para que tudo desse certo.

Harry teria que ser um herói como os pais desejariam, como eles mesmo foram.

Era por um bem maior.

Sacou a varinha e foi até a penseira analisar tudo que já tinha do menino.

Em nenhum momento Dumbledore se perguntou como Tom Riddle conseguiu colocar um nome no cálice.

-x-x-x-

- Harrison James Mitrica Potter! Você vai me contar a verdade agora mesmo! – Exigiu Lakroff ao entrar em seu quarto, as barreiras mágicas se levantando no instante em que bateu a porta com força.

Ele, entretanto, parou ao ver em sua cama uma mulher asiática de cabelos negros e vestido verde marcante, que se assemelhava a escamas.

- Olá – Nagini cumprimentou em sua forma humana.

- Eu não acredito nisso! – gritou o loiro. – Você sabe como dói para Nagini voltar a ser humana mesmo com todos os seus feitiços e poções para tornar isso possível! Você teve a cara de pau de fazê-la colocar seu nome naquela coisa?!

Harry, sentado na poltrona próxima a lareira, apenas encarava seu tutor enquanto este despejava sua raiva e descontentamento.

- Está tudo bem, Grindelwald – disse Nagini, usando o sobrenome que deveria ser o certo, mas que havia sido abandonado para não associar-se à guerra.

O homem percebeu que a língua dela já estava enrolando dentro da boca, o que mostrava que logo voltaria a só conseguir falar a linguagem das cobras e, portanto, o efeito da poção estava passando.

Uma Maledictus é uma mulher alvo de uma maldição sanguínea que lhe confere a habilidade de se transformar em uma criatura a seu bel-prazer, porém a torna fadada a se transformar permanentemente em tal criatura em algum momento de sua vida. Nagini podia tornar-se cobra, mas quando Credence Barebone (ou Aurélio Dumbledore, chame-o como preferir) veio para o lado de Grindelwald na guerra e trouxe a amiga consigo, ela já estava nos estágios finais da maldição.

Gellert, obviamente, fez seu máximo para tentar ajudar a mulher a retardar aquilo, em prol de Credence, que se tornou uma espécie de afilhado e lhe ajudou muito.

Não foi possível fazer muito.

Ele também estudou diversas formas te tentar mantê-la como humana vez ou outra, mesmo que a maldição já tivesse a levado, poções contra magias de sangue antigas e coisas do tipo, encomendadas aos melhores pocionistas de seu exército.

Suas pesquisas não avançaram muito e com a derrota e prisão subsequente, Nagini se viu perdida como cobra, sozinha, vagando aleatoriamente pela europa, tentando não ser morta por pessoas que extrairiam seu veneno ou pele para venda e confecção dos mais diversos fins.

Até Harry aparecer.

Ela tinha passado tantos anos isolada e com medo, que sua lealdade ao garoto se tornou cega e total. A mulher-cobra faria tudo por Hazz, que lhe deu um amigo, uma casa e, após alguns anos, uma poção que conseguia mantê-la humana, mesmo que apenas por algumas horas e gerasse muita dor.

Harry era seu filhote, era sua vida e servidão.

Lakroff bufou se lembrando das exatas palavras do menino no juramento mais cedo: "Eu, conhecido pela alcunha de Harry Potter" a peste teve o cuidado de não usar o nome verdadeiro, (o que se identificava atualmente), mas ainda foi específico o suficiente para a magia aceitar o juramento e prendê-lo na frente de todos. "...filho de Lilian e James Potter e nascido em 31 de julho de 1980, juro aqui por minha magia diante da Morte que..."

"Nunca coloquei meu nome no cálice de fogo", não foi ele, foi Nagini.

"...nunca pedi que um aluno mais velho, de qualquer escola, me inscrevesse ou mesmo um professor, funcionário ou ainda qualquer habitante desse castelo, seja vivo ou morto" a cobra não se encaixava em nenhuma dessas categorias.

Ardiloso.

Escorregadio como um Haus Feue, que descumpre qualquer lei que estiver no seu caminho, mas jamais se deixará pegar facilmente.

Faltava apenas...

- "Nunca desejei participar do torneio tri-bruxo" – murmurou Lakroff. – Como você burlou isso?

- Eu não queria participar – murmurou Harry para a lareira. – Queria apenas que o meu nome saísse. Achei que poderia impedir a parte de ser forçado. Claro que, depois de descobrir sobre perder o maldito ponto de rastreio na varinha, mudei de opinião. Obrigada por isso, aliais.

- Por que você queria que seu nome saísse?

- Para que o de Neville não.

- Como? – perguntou totalmente confuso e se aproximando do garoto.

O loiro se sentou na mesinha de centro a frente do adolescente.

- Lembra-se de duas noites antes de virmos para cá?

- Claro. Viktor estava despertado porque sua cicatriz estava sangrando no meio de um de seus terrores noturnos. Fiquei sentado na enfermaria te vigiando o resto da noite para que nada acontecesse e ele fosse dormir.

- Pois bem, eu tive um sonho aquele dia. De que alguém colocaria o nome de Neville Longbottom no cálice, era um daqueles sonhos, onde eu era Voldemort e estava falando com um dos comensais.

- Por que não me contou?

- Porque eu esqueço os detalhes quando acordo, levei vários dias para entender direito o que estava acontecendo, entender que Neville estava em perigo. Eu não podia deixar...

- Então você deu uma de Grifinório e pulou na frente do tiro por ele?

- Eu imaginei que a pessoa que o inscreveria, faria como um aluno de uma quarta escola, o problema então seria adivinhar a escola em questão, ou simplesmente descobrir e impedir o responsável. Coloquei todos do conselho para vigiar a coisa e Nagini durante alguns períodos a noite, ela ainda quis dormir comigo por garantia, mesmo assim pegou Alastor Moody depositando um pergaminho no cálice.

- O que?! Moody?

- Tenho certeza de que não é o verdadeiro, apenas alguém sob poção polissuco. Um dos meus está de olho nele com essa informação, logo poderemos descobrir os horários em que precisa pegar cabelo e onde vai para isso, assim acharemos o Alastor original.

- Mas e a parte de impedí-lo?

- Nagini não poderia mais, já tinha colocado no fogo quando ela chegou, e o que haveria de fazer? Atacar o homem como cobra? Arriscado.

- Harry, isso...

- Depois disso pensei que talvez pudesse tirar o nome, arrumar o cálice para só escolher três campeões ou encontrar algo na lei que obrigaria eles a desconsiderar Neville. No pior dos casos eu queimaria a maldita coisa.

- Um artefato mágico histórico e de poder quase indescritível.

- Que se dane, ia virar latão! – a voz saiu muito diferente do seu normal, como se uma segunda estivesse acompanhando, bem mais velha e temível. – Mas então eu percebi que a última opção seria impossível. Dumbledore iria deixar Neville participar, ou pior, iria querer isso assim que visse o nome.

- Como assim Dumbledore iria querer?

- Aquela cabra velha e manipuladora está usando Neville a anos! Nev contou que...

Então Harry passou a narrar tudo que sabia sobre os últimos anos do amigo e como as coisas podiam ter sido evitadas, mas Alvo pareia sempre empurrar o garoto na direção do perigo e de Voldemort.

Ao fim Mitrica estava quase explodindo de raiva. Os objetos no quarto começaram a tremer e o fogo na lareira tornou-se azul, alto e doentiamente quente.

- Aquele lunático! – gritou e o fogo cresceu mais. As velas pelo quarto derreteram deixando tudo escuro. – Não basta mandar o pobre Newt Scamander para cima de uma guerra praticamente desarmado de informações e poder, como um cachorrinho obedecendo o mestre. Não basta criar um estigma na cabeça de Tom Riddle por achar que o garoto "seguiria os passos das trevas" e cometeria os "mesmos erros" que ele e, portanto, "tinha" que ser ajudado, depois trata-lo como o mal encarnado e completo quando não foi tolo o bastante para ser subjugado e entrar na sua lista de servos doutrinados. Então Hagrid, que como Newt, ia perder qualquer direito de praticar magia e foi "bondosamente" salvo pelo incrível professor, misericordioso e sábio que lhe deu uma chance o contratando, ainda adolescente, para trabalhar no castelo bem de baixo do seu nariz e totalmente fiel! Então Remos Lupin, outro injustiçado pelas leis, que só pôde ser bruxo por causa dele e, devido a isso, ficou preso a mais uma dívida mágica, também se tornando seu cachorrinho, e Severo Snape! Inferno! O homem foi atrás de Neville?!

- Ele não me tinha e precisava de um herói para a causa, um campeão que estivesse sob sua tutela para ter certeza de que agiria como ele acredita que é certo. Um eleito para profecia e os jornais. Nós falhamos em não pensar nessa possibilidade, desde o começo Neville só precisava ser marcado por Voldemort.

- Então Dumbledore o jogou, aos onze anos, no colo do bruxo para ver se conseguiria a tal marca? Ele é insano!

"Vamos mata-lo!" gritou a vozinha em Harry.

"Calado!".

- E ele conseguiu, não foi? Voldemort disse que talvez teria que ter ido atrás dele, não de mim. Isso deve ter sido a prova para Dumbledore. Ele acha que Neville vai derrotar Voldemort e poderá fazer de tudo para que se torne um soldado perfeito.

- Eu não acredito nisso! Por que não matei o desgraçado quando tive chance? – perguntou bufando e bagunçando os cabelos.

Harry preferiu não dizer que sabia o motivo e era um péssimo, mas ele quem era para julgar as decisões de seu tutor?

"Mate agora. Antes tarde do que nunca" a voz insinuou "diga isso a ele, Harrison!"

Naguini, de seu lugar na cama, começou a sibilar.

A poção já estava quase no fim, sua pele já começava a apresentar escamas.

- O que ela disse? – perguntou Mitrica quando ela voltou a se calar.

- Que você esqueceu de listar Ariana na lista de vítimas do velho.

- Ariana é diferente... – murmurou. – Foi negligência e abandono, não manipulação total e serventia mágica subconsciente, escondida por trás de simples trocas de favores – ele suspirou, muito cansado de tudo aquilo, a idade pesando nas costas. – E Neville?

- Não percebeu nada, é claro.

- Ele é bom demais. Talvez devêssemos tirá-lo daqui?

- Não vai adiantar. Dumbledore sabe onde eu estou agora, se tanto eu quanto Neville estivermos longe ele irá nos caçar. Por isso esperamos até meus onze anos para anunciar alguma coisa, o velho tinha que pensar que possuía algum controle até o último minuto.

- Por que queriam colocar Neville no torneio?

- Não sei. Mas se fosse apenas esperando que os desafios o matassem, ou para testar sua força, já está terminado.

- E se for algo pior?

- Então vamos descobrir.

- Com você bem no meio...

- Será um teste, se for obra de Voldemort. Qual dos nossos exércitos é melhor.

- Exército? Acha que os comensais já chegaram a esse ponto, ou mesmo você?

- Não sou de me super estimar, criar muita confiança, mas tenho aliados fortes e não sou um inimigo fácil, mesmo sozinho. Seja qual for o desafio, me manterei a altura e passarei por isso.

- Se for o Voldemort... que dizer que depois de todos esses anos, tentando fazê-lo esquecer-se de você, te livrar do peso daquela maldita profecia e desse país, você retornou ao radar como uma possibilidade, justamente atrapalhando seus planos. Não foi uma decisão ruim?

- Se minhas únicas opções sou eu ou Neville, então eu não tinha escolha.

- Justo você agindo com nobreza? Aquele que jurou jamais se importar com qualquer pessoa acima de seus próprios objetivos?

- Eu falhei ao me apegar a ele, agora não há volta. Tinha que fazer.

"E não é como se você não tivesse outros objetivos, ainda maiores que isso, por trás da coisa toda" murmurou a voz.

- Pois bem, então como você resolveu o problema da quarta escola? Como descobriu o nome que deveria usar? - perguntou Mitrica se levantando enquanto se acalmava.

- Não descobri. Não precisava.

- Como assim?

- Como disse, achei que iriam usar um feitiço para confundir, mas não um para fazer o cálice escolher um campeão por escola e se esquecer de quantas tinham. Pensei que seria um bem mais simples: colocar no cálice a informação QUATRO. Quatro pessoas deviam sair. Fim. Assim o próprio objeto faria o resto por nós dois. Selecionaria os quatro mais dignos entre, se fosse assim, cinco escolas diferentes. Talvez ele até levaria em consideração a escola, não só os alunos, por isso pensei em me inscrever como um aluno de Uagadou, a maior escola do continente africano inteiro e maior, em tamanho, em todo o mundo. Mas então eu percebi que Voldemort era muito... apegado a origens, tudo que ele faz tem algum significado, ele é ligado a simbologia das coisas quase de forma religiosa. Ilvermorny foi fundada por um descendente de Salazar, assim como ele, que se casou com um trouxa como seu pai, além de que é uma das maiores escolas...

- Você se inscreveu como um aluno de Ilvermorny e torceu para que, mesmo se tivesse errado a escola, fosse mais digno que Neville para o cálice.

- Eu nunca poderia me dizer melhor que Nev, mas eu estava torcendo para que aquele objeto idiota sim.

- E se o cálice chamasse vocês dois? Cada um de uma escola? Então, não sei, Cedric e Krum. Quatro pessoas, mas dois de cada escola e nenhum francês.

- Eu usaria a lei a meu favor, tentaria deixar claro que eles fizeram algo muito errado ao programar a coisa ou, se não conseguisse, usaria você. Diria que meu tutor jamais permitiria tal coisa e que, de acordo com o estatuto da criança e do adolescente, era responsabilidade deles proteger a mim e a Nev, portanto deveriam fazer o que era certo e destruir a coisa antes de colocar dois inocentes em um torneio sangrento.

- E criaria uma confusão maior ainda.

- Acha que eu me importo?

- Obviamente que não.

Nagini começou a gemer, seus olhos estavam negros, seu corpo sendo enrolados por escamas grossas, a dor a atingia muito forte enquanto cada parte de seu corpo era puxada e moldada. Os dois homens foram até ela rapidamente e mantiveram-se acariciando-a até que já estivesse como cobra, sem mais as tremedeiras geradas por dor e pela transição.

- Igor deu com a língua nos dentes – sussurrou Mitrica, como se o som pudesse causar incomodo a mulher cobra, ele ainda a acariciava com ternura.

- Novidade. O que ele fez agora?

- Contou a todos sobre o que você fez com Rusev.

- Quanto?

- Consegui que só a história do seu "sonambulismo" fosse exposta, lembrei que haviam testemunhas, que eram fantasmas então deveriam ser neutras.

- Só isso?

- Sobre você ter queimado a casa também acabou vazando. Nada que não foi comprovadamente ligado a você, ainda bem.

- Nenhum dos outros feridos, nem o desaparecimento?

- Não, nadinha.

- Já é alguma coisa. Karkaroff gosta de me culpar por tudo.

- Na maioria das vezes ele está certo – resmungou com um sorriso maroto.

- Mas sei esconder os rastros para que não consiga provar. Ele tinha é que relaxar.

- Ele só tem tanto medo de você quanto tem de Voldemort e o outro está normalmente bem longe ou "morto", então a sua presença o deixa mais tenso.

- Um elogio tremendo que o mantem vivo. Assim como o fato que é divertido brincar com sua covardia na frente de sua cara mal cuidada.

- Provavelmente Dumbledore vai tentar se enfiar na sua história agora, tome cuidado com o que vaza para Hogwarts.

- Eu sempre tenho.

- Falando nisso, você é um manipuladorzinho, ainda não te parabenizei corretamente por isso.

- Como assim?

- Acha que não sei o que você fez?

"Na primeira noite aqui você foi atrás de tirar Neville da torre antes que ele soltasse algo, no almoço já tinha soltado a informação sobre Karkaroff distraindo todo mundo para outro foco, a noite havia plantado direitinho um debate político, ontem garantiu, não minta eu sei que foi de propósito, que seus amigos mostrassem que não permitem ninguém cruzar linhas com você. Justo o irmão de Lara falou aquelas coisas? Justo Krum, que quase nunca sofre consequências pelos seus atos, que bateu?

"Você transformou o assunto sobre seus pais em tabu, o que já diminui muito as chances de conseguirem alguma coisa. Você dá migalhas de informações que os distraem, mas só coisas superficiais e, portanto, desinteressantes. Você controla o subconsciente criando a impressão de que buscar mais a fundo é trabalhoso de mais, por retorno de menos. A maioria desiste. Quem continuar tentando cavar seu passado, então, se mostra verdadeiramente perigoso e você pode mandar seus servinhos atrás, quando perceberem esse tipo de coisa, é também um filtro de alvos. Ainda se preocupou em mantê-los em pontos específicos do salão e com pessoas importantes. Mostrou como funciona a fofoca por aqui a eles na prática, quem geralmente descobre primeiro e quem conta mais rápido.

- Aposto que nada que sair de sua boca, perto de Theodor Nott por exemplo, não foi cuidadosamente pensado antes. Isso tudo é só o que consegui lembrar, aposto que há mais e nem reparei.

- Você chamou meus amigos de servinhos?

- Prefere comensais, futuro lorde das trevas? – perguntou rindo.

- Eu não sou um lorde das trevas – reclamou. – Nem nunca chamaria meus amigos de comensais!

- Que seja, mas se for, saiba que te apoiarei em tudo, meu pequeno príncipe – ele aproximou o rosto do garoto para dar-lhe um beijo casto na testa, bem por cima da cicatriz de raio.

- {Eu também} concordou Nagini sacudindo a cauda.

- Só tente não falhar como Gellert, sim? – pediu o homem, uma dor incomum cobrindo suas palavras.

- Não serei um lorde das trevas – reafirmou o garoto.

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- Milorde – entoou Bartolomeu Crouch Jr. Ajoelhado diante de seu mestre.

Voldemort estava em uma sala repleta de prateleiras com os mais diversos livros, seu escritório. Como de costume, sentado em uma poltrona de veludo negro, ao lado de uma lareira muito grande (a segunda da casa e que só era ligada a rede de Flú quando necessário).

Seu rosto pálido de porcelana era iluminado pelas chamas, única fonte de luz naquele momento, seus cabelos negros pareciam brilhar e seus olhos vermelhos dançavam com o fogo refletido neles.

Assim, olhando para o lado, seu perfil perfeito emoldurado por sua mão no queixo, nada indicava que aquele garoto com cerca de dezoito anos - com certeza não mais que vinte - era o tão temido Lorde das Trevas.

O próprio Barty, como era conhecido, não acreditava que teve a honra de servir ao seu senhor nesse momento tão delicado e ter lhe sido considerado o mais confiável, acima de Luciu Malfoy, Severo Snape, ou qualquer um daqueles fracotes, como o melhor comensal para conhecer sua verdadeira forma.

Voldemort era simplesmente absoluto! Sua imagem, mesmo naquela situação, parecia algo feito para ser reverenciado. Sua magia, circulando pelo cômodo, pesada e faminta tornavam-no a própria imagem do pecado.

Se não estivesse ajoelhado, tremeria as pernas de emoção.

Inebriante. Provocante. Tentador.

Arrebatador.

Era o fim de qualquer um que o olhasse, sentisse sua magia e ouvisse o som de sua voz! Uma junção de encantos que deslumbravam...

Não é à toa que tivesse criado um exército já tão jovem, o restante foi consequência, seu crescimento, a escolha de uma nova forma, que mostrasse uma mensagem de poder.

Mas Barty gostava daquela imagem também.

Ambas mostravam seu mestre como era: uma força.

Uma te atraia e te atacaria sem que você percebesse, uma cobra escondida e sorrateira, presa ao mais belo dos rostos.

A outra devia ser temida e respeitada. Era apenas mais sincera, não enganava seus sentidos, não criava espaço para liberdades ou dúvidas. A imagem ofídica era claramente de um ser que havia ultrapassado limites humanos!

Agora ele era um humano.

Perfeito? Sem dúvida. Mas humano.

- Bartolomeu – murmurou o lorde, finalmente se virando para o servo que lhe beijou as vestes. – Como foi?

- Harry Potter foi escolhido, senhor.

- Escolhido. Uma decisão interessante de palavras...

- Meu senhor?

- Apenas estou pensando em voz alta...

O plano original havia sido, é claro, colocar Neville Longbottom no torneio.

O garoto vinha sendo uma pedra em seu sapato, recuperando a pedra, quase destruiu o diário que continha sua Horcrux e impedido seu retorno sempre que podia.

Quase destruindo a horcrux.

Por sorte a sangue ruim Tracy Davis foi o bastante para "ressuscitá-lo", Ginevra Weasley seria apenas para conseguir mais poder e um corpo adequado, não sua versão de dezesseis anos. Mas antes algum corpo, do que continuar vagando como espectro errante. Sair de Hogwarts por uma das passagens secretas da câmara sem o Longbottom perceber, esperar ter magia o suficiente para fazer um ritual e juntar ambas as partes de sua alma foi fácil depois.

Difícil foi, ao tê-las juntas, perceber seu erro:

Ele nunca devia ter feito as Horcruxes. Pelo menos não tantas.

Cinco, por Morgana!

Onde estava com a cabeça? Como não percebeu que estava partindo, a cada nova tentativa, sua magia, consciência e energia vital em dois? O diário detinha metade, foi quase um milagre bom demais que tenha sido justo ele a retornar, talvez nenhuma outra parte teria mostrado a Voldemort tão claramente como estivera quebrado antes.

Agora tudo parecia uma sequência perfeita dos fatos.

Apesar das consequências desastrosas, que inclusive levaram sua queda na noite de Halloween a vários anos, ele conseguiu dividir a alma em várias e, se juntasse quatro Horcruxes, deixando apenas a última pelo mundo como garantia, ele teria apenas 3% de sua alma faltando. Seria suficientemente forte e racional, mas teria uma garantia de vida eterna guardada no bolso. Claro que estamos falando de magia, não era uma matemática exata, mas um pouco mais, um pouco menos, para quem estava andando e vivendo com apenas esses três por cento de si mesmo, já era mais que o bastante.

Bem... Talvez vivendo fosse muito forte.

Marvolo sabia que naquele ponto estava mais para um sobrevivente de sua própria impulsividade.

Insano, instável, fraco, controlado pelo próprio núcleo mágico negro e totalmente prejudicado, esquecendo-se de seus reais objetivos, das mudanças que queria fazer no mundo mágico e o porquê delas, não apenas o preconceito e a ira que vinha espalhando. A dor. Atraindo pessoas loucas como ele próprio estava...

É o que acontece quando se usa magia negra sem qualquer instrução e desenfreadamente.

Escolhas e suas consequências.

Todavia, com um pouco mais da metade de sua alma de volta e um corpo jovem que poderia crescer sem se ferir com aqueles mesmos erros, ele só tinha que recuperar e reabsorver o anel, o medalhão e a taça. Seria um processo ruim, mas ele faria.

A taça estava em Gringotts, que se Quirino Quirrell conseguiu invadir (mesmo que com sua ajuda), qualquer um poderia, seria recuperada logo.

Claro que ele sabia que estava lá, Bellatrix sempre foi muito fiel e útil, mas muitíssimo previsível em ações mais comuns. Uma bruxa sangue puro que acreditava na invencibilidade de seu cofre e suas proteções negras.

O anel fora igualmente simples. Já estava com ele e o costume que tinha na adolescência de acaricia-lo havia voltado sem que notasse. Era engraçado que depois de todos anos estivesse de volta a cidade onde o fez como horcrux, morando na casa de suas vítimas (sua por direito), em seu corpo jovem e fazendo aquilo.

Girando na mão, a pedra negra refletindo à luz.

O mundo dava voltas interessantes.

Era uma pena que o que restou do diário, mesmo que agora fosse inútil, estivesse com o velho Dumbledore. Aquele homem, apesar de tudo, era inteligente. Poderia descobrir sobre as Horcrux e se tornar dificultoso, pior ainda era que o diadema estivesse em Hogwarts, então logo iria tirá-lo de lá e guardar em um lugar melhor. Mas faria isso depois. Por enquanto era óbvio que a cabra velha não tinha qualquer capacidade em reconhecer um objeto de magia negra em sua instituição falida.

O medalhão era o pior, portanto a prioridade.

Não podia mandar Barty para busca-lo e não faria isso com sua magia ainda tão volátil e instável. Chegou a pensar em deixa-lo como a ultima horcrux, mas o colar devia ter entre dez à treze por cento de sua alma, era coisa demais para ignorar.

Tinha que recuperá-lo.

Ao menos, podia se acalmar com a ideia de lhe ser roubado uma vez que suas proteções eram as mais complexas, e a chance de alguém encontrar a caverna quase impossível.

Mas enquanto tentava juntar suas partes e esperava que seu corpo, com todas as poções que vinha fazendo, se tornasse totalmente estável novamente (não um que dava a impressão de estranheza, como se estivesse em um boneco ou um homúnculo de barro, que se desfaria se fosse muito usado), tinha que ser cuidadoso e inteligente para impedir seus inimigos.

Entre eles Neville Longbottom e Alvos Dumbledore.

Por isso o torneio tri-bruxo tinha sido uma notícia tão agradável. Uma chance de colocar o menino em seu limite.

Se Crouch sênior fosse realmente criativo e efetivo nos desafios o menino podia até mesmo morrer de vez! Mas isso, Voldemort duvidava, nunca foi uma pessoa idealista, sabia que o garoto era forte (tinha encontrado a câmara e derrotado um basilisco centenário com uma maldita espada, aos doze anos infernais!), as escolas não iriam colocar algo suficientemente perigoso para derrota-lo agora que era ainda mais velho e experiente. Não. Longbottom era um inimigo digno e, portanto, seria derrotado pelo próprio Voldemort no final.

Mas então houve Harry Potter.

Era ridículo pensar que, justo agora, tão fraco e desesperado pelas partes de sua alma, seus três maiores pesadelos estivessem naquela escola! Ele tinha que ter certeza das capacidades do Potter, o garoto sempre foi sua primeira escolha e Voldemort geralmente não errava.

As Horcruxes eram uma situação a parte.

Referia-se a sua própria intuição sobre as pessoas. O garoto era mestiço como o próprio Marvolo, tudo indicava que os Potters, assim como os Gaunt, eram descendentes Peverell e ele tinha sobrevivido, tinha sido sua queda uma vez, além de nascer no dia exato em que o mês termina. Não podia vacilar. Não importava se fosse Longbottom ou Potter, iria destruir os dois se fosse preciso, mas nunca mais iria atrás de um inimigo sem entender com o que estava lidando.

O fez duas vezes, duvidou da capacidade de um bebê e de uma criança, ambos de alguma forma o arruinaram. Um vergonha ridícula, mas a realidade.

Sem subestimar a idade de alguém e o universo novamente.

"Escolhido" foi como Barty disse.

Quem era o escolhido para preencher a profecia pouco importava, se ele soubesse lidar com os pirralhos e conseguisse sua força novamente, ninguém o impediria.

Bastava inteligência e cautela...

- Quer me relatar algo a mais? Como o garoto reagiu?

- Ele é esperto, tive que usar um império no meu "querido" pai para conseguir que participasse. Sinceramente, acho que ele só não continuou lutando e vencendo a discussão porque pareceu muito interessado na ideia de se tornar um adulto.

- Como assim?

- O vice diretor dele disse que, se fosse aceito como campeão, Potter podia pedir emancipação legal, pois estaria sendo reconhecido como igual perante os demais campeões, que só podiam participar se fossem maiores de idade. O ministério seria obrigado a reconhecer este fato e lhe tirar o rastreador da varinha. Ele sorriu na hora que descobriu isso e não falou mais nada contra o torneio, só quis deixar claro que não estava envolvido na sua inscrição.

- Mesmo?

- Sim. E... meu senhor... talvez queira ver a memória da reunião que tivemos sobre o garoto. Karkaroff, aquele traidor, parece odiar o menino, mas disse algo muito interessante sobre ele.

- Tink – Voldemort chamou e sua Elfa doméstica apareceu com um "pop".

- Meu senhor, lorde das trevas, senhor? – perguntou com um reverencia tão marcada que o nariz tocou o chão.

- Traga a penseira.

- Sim, meu senhor, lorde das trevas, senhor.

Após alguns instantes, Voldemort estava assistindo a memória, várias delas, na verdade. Sobre o garoto e sua estadia na escola, as coisas que dizia e o tumulto que causava.

Tudo que conseguia pensar é que devia ter escolhido certo a quatorze anos atrás, pois mesmo apenas em memória, Marvolo não deixava de notar: Potter era poderoso e sombrio. Estranhamente parecido com ele mesmo...

Isso despertava uma curiosidade macabra no lorde das trevas.

Estava, sem dúvidas, ansiando pelo torneio.

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Olá, olá! O que acharam desse capítulo?

Espero que tenham gostado, obrigada pelos comentários, votos e todo o apoio.

Mas vamos lá... Há um aviso para vocês:

Esse capítulo encerra a "primeira parte" da história, a introdução, agora iremos dar um salto no tempo e voltar para o passado, para entender um pouco mais de Harry, sua história, como ele e Mitrica se conheceram e o que raios nosso testa rachada fez na Durmstrang até agora. Depois voltaremos ao presente. Avisados, espero vê-los novamente segunda! Beijinhos de luz!

Ou de trevas. Escolham o que agradar mais.

PS: Se está gostando do trabalho dessa autora saiba que ela tem um livro publicado na amazon e adoraria ter sua opinião e apoio. O nome é "Aquilo que se vê no escuro" por Bárbara Regina Souza e está gratuito para assinantes do Kindle Unlimited

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