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Capítulo 5 - Trouxas e Bruxos

Olá pessoas maravilhosas que estão me dando uma chance e lendo essa fanfic! Como estão? Estou morrendo de sono, mas promessa é dívida então estou, postando hoje a parte dois.

Toda segunda terá capítulo novo e tentarei também ter um segundo por semana, mas sem dia fixo.

Como estou com sono podem aparecer erros que não vi na edição, então me avisem qualquer coisa. Beijos de luz e boa leitura.

PS: Se está gostando do trabalho dessa autora saiba que ela tem um livro publicado na amazon e adoraria ter sua opinião e apoio. O nome é "Aquilo que se vê no escuro" por Bárbara Regina Souza e está gratuito para assinantes do Kindle Unlimited, além de que o prólogo está disponível nesse perfil para quem quiser descobrir do que se trata. Vá lá e dê uma olhada para descobrir se te interessa, vai ajudar muito!

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Capítulo 5 - Trouxas e Bruxos


"Harry era parecido o suficiente com o pai para se notar,

Mitrica era igual em coisas demais para ignorar".



- Com sua licença, professor - Harry pediu à Snape assim que abriu a porta da masmorra.

- Senhor Potter, o que faz aqui? - perguntou com uma voz fria e cortante, encarando o garoto que era semelhante o suficiente com James para irrita-lo apenas de olhar.

- Tenho certeza de que o diretor Dumbledore avisou que estarei assistindo a algumas aulas hoje... - disse calmamente

- Sim, entretanto esta é uma turma do quarto ano de poções, o senhor está no sexto nesta matéria, pelo que me disseram.

- Hoje estou participando apenas em observação, então o ano não é tão importante, mas sim a metodologia do professor, para que eu possa buscar fontes de conhecimento de apoio que se adequem as necessidades da aula. Por exemplo, o senhor tem o costume de dar redações como dever para seus alunos, estou certo?

- Sim... - respondeu tentando entender onde o garoto queria chegar.

- Entretanto durante as aulas o senhor geralmente se limita a passar as instruções no quadro e pedir que os alunos façam na prática, correto?

- Sim.

O olhar de Snape, na opinião de Neville, ficou ainda mais assustador.

- Mostra que o senhor assumiu que, para a matéria de poções, a teoria pode e deve ser trabalhada no privado enquanto a prática, por ser complexa e exigir acompanhamento de um mestre, ficará a cargo dos períodos de aula, onde o senhor pode garantir a segurança de todos. Com leituras que aprofundem o conhecimento do aluno, as redações, pela forma que vi as anotações nas devolutivas, mostram onde o aluno mais falha em pesquisas, onde ele se distrai e as fontes que utiliza.

"O senhor não dá livros específicos, apenas temas, cabe ao aluno dar o seu melhor, a vaga informação garante que os realmente excepcionais se destaquem indo mais fundo, fazendo redações que demonstrem a sensibilidade necessária na arte e conheçam a diferença nas receitas de uma mesma poção a partir do olhar de porcionistas com metodologias próprias, o que também mostra a esses alunos que sim, a arte das poções está em constante mudança e deve ser vista como algo evolutivo de acordo com a melhoria dos ingredientes e técnicas, nunca se prendendo então a uma teoria fixa e incentivando a criatividade desde que baseada em fatos e pesquisas.

"Quando chegarem na prática, por fim, todos podem notar tanto a forma correta de se fazer a poção, quanto as formas alternativas e com o seu auxilio possuem todo o tempo das aulas para tirarem essas dúvidas que não podem ser esclarecidas apenas na teoria. O senhor otimiza seu tempo com essa técnica, filtra os alunos dedicados com suas redações, os talentosos por natureza com a prática e identifica os que não dão o devido valor a arte. A partir dos sextos anos, em consequência consegue ficar apenas com aqueles que possuem futuro realmente, que o senhor confiaria poções perigosas não apenas para eles, mas para os outros se forem feitas corretamente, criando um sistema difícil, mas justo desde que o aluno saiba aproveitar e tente de verdade.

- Claro, isto foi o que eu assumi baseado em informações paralelas que recebi de alunos seus, não dito com essas palavras. Foi minha interpretação do sistema que me contaram. Também assumi que o senhor possui preferência pelos estudos de alquimistas no preparo de poções, como Nicolau Flamel, Caterina Sforza e Marie Meurdrac, além de uma leve tendência para os estudos provindos do oriente médio, focando em se tratando do uso adequado de certos ingredientes. Estou correto em minhas suposições ou seria melhor permanecer nessa aula e ver com meus próprios olhos onde errei antes de passar para meus colegas?

Snape ficou lá, parado no mesmo lugar que estava e em completo silêncio enquanto os alunos encaravam ele depois Harry Potter. Draco sabia que o padrinho estava fazendo o seu máximo para não demonstrar sua completa surpresa, mas seus olhos já diziam tudo. Potter acertou. Leu seu padrinho como nem mesmo o loiro, que sempre o conheceu, tinha conseguido.

Então era por isso que ele dava tantas redações? Por isso suas devolutivas tinham tantas anotações? As aulas práticas era para testar possibilidades? Ele nunca notou essas coisas, mas pensando agora fazia todo o sentido.

Após alguns segundos o professor finalmente se mexeu, se virando e indo até sua mesa, mas ainda em silêncio.

Potter continuou na porta, esperando pacientemente.

- O senhor tirou que nota em seus N.O.M.s, senhor Potter?

- Ótimo,  senhor.

- O senhor pretende ensinar aos seus colegas como se adaptar melhor às aulas dos professores de Hogwarts para não atrapalhar o desempenho de ninguém com a mudança, certo?

- E saber os livros que seria melhor encontrar em búlgaro para ter na biblioteca do nosso barco de fácil acesso, sim. A língua provavelmente os atrasará um pouco, quero ter certeza de que não o suficiente para afetar as notas.

- Certo - murmurou enquanto mexia em alguns pergaminhos, por fim pegou um rolo e foi até o garoto. - Os nomes dos autores que você falou e mais estes aqui. Para os sextos anos eu exijo sempre, se quiserem um EE, que igualmente encontrem alguma fonte nova e menos conhecida, mas adequada, para fins de comparação. Dos sétimos quero apenas que se aperfeiçoem no que já conhecem para não haver falhas nos exames.

Potter pegou o pergaminho e passou os olhos rapidamente enquanto ouvia, aparentemente sem dar muita atenção à folha.

- Todos estes autores estão presentes nas bibliotecas de Hogwarts ou algum aqui o senhor recomenda na expectativa de uma criança brilhante se dedicar e conseguir por si mesma?

- Todos são mencionados em pelo menos um livro aqui, mas dois realmente não temos nada que seja de inteira autoria deles, nem poderíamos.

- Alessandro Cagliostro e o Conde de St. Germain, imagino?

- Correto.

Draco não deixou de notar que seu padrinho continuava a se surpreender e definitivamente estava cauteloso com o garoto a sua frente.

- Ambos possuíam tendências para as artes das trevas, muitas de suas poções usam ingredientes proibidos de serem comercializados no país e os livros do Conde Germain eram poucos, ele só aceitava vender aqueles que julgava dignos, isto é, de sangue nobre. Imaginei que poderiam faltar nesta escola por questões legais. Temos, entretanto, cópias de algumas publicações deles na Durmstrang, posso dizer aos alunos que estes autores são válidos em suas aulas ou devo alertá-los para apenas mencionar esses trabalhos?

- Não faremos as poções mais famosas deles por não serem autorizadas pelo ministério, mas saber sobre elas não é ilegal, eles podem utilizar essas pesquisas como fontes sem problemas.

- Certo, muito obrigada. O senhor está me dispensando agora, ou poderei ficar?

- Se o senhor desejar ficar, tem minha autorização, entretanto acho que poderá fazer coisa melhor com seu tempo.

Os alunos da sonserina entenderam o que aquela frase queria dizer: Harry Potter acertou em tudo até então.

- Ficarei, já que fui permitido. Devo me sentar em algum lugar específico?

- Malfoy e Zabine, levantem-se e sentem-se juntos, Crabbe e Goyle ficarão com o senhor Potter - mandou e os quatro já começaram a se mover. - Os dois que deixei com você possuem um pouco de dificuldade na matéria, tente impedir que explodam a masmorra.

Harry riu, mas tentou esconder com a mão e se curvou respeitosamente.

- Como desejar - disse seguindo até a mesa designada.

- O resto da turma, espero que não tenham se esquecido que só possuem meia hora para terminar tudo e que vão beber seus resultados.

- Isso me faz sentir de volta nas aulas da Durmstrang - Harry murmurou baixinho, mas alguns da fileira de verde conseguiram escutar.

- Uma cadeira - resmungou Crabbe quando Potter já estava perto, procurando com os olhos pela sala.

- Eu faço uma - disse enfiando a mão por dentro da manga do macacão que era seu uniforme e retirando uma varinha.

Com uma rápida sacudida uma nova cadeira estava entre os dois garotos, que foram empurrados para os lados liberando espaço.

- Vou ficar no meio para poder conversar melhor com os dois, se não se importarem.

A dupla nem respondeu, em choque demais com a demonstração de magia não verbal de dois feitiços, um deles bem complexo já que invocou um objeto do nada. O restante dos alunos também encarou a cena um tanto surpresos, mas palmas e uma chamada de atenção do professor os fez voltar ao trabalho.

-x-x-x-

- Senhor Weasley - chamou Snape e Ron pulou em sua cadeira. - Qual a diferença entre raiz de Zabortri e Catrola?

- Eu... - ele murmurou incerto virando o rosto para Neville.

- Perguntei ao senhor, não ao Longbottom.

- Bem... eu não sei professor - disse abaixando a cabeça.

- Menos 10 pontos para a Grifinória pela resposta, ou falta dela. E menos 5 por ter colocado a raiz errada na poção, boa sorte a vocês dois... - disse se afastando com um tom ameaçador. - Senhor Goyle!

- S-sim?! - perguntou com a voz meio esganiçada.

O susto o fez soltar o que estava segurando, mas antes de cair na poção parou no ar e flutuou até a mão de Harry, que segurou por de baixo da mesa rapidamente, em um movimento muito parecido com espantar uma mosca.

- O senhor e o senhor Crabbe já pesaram a essência de rebitaro?

- Nós... - ele olhou para Harry que sorriu, mas logo desviou os olhos lembrando que levaria bronca. Desta vez Snape não disse nada. - Sim nó- ai ai! Quer dizer... Pesamos, mas íamos fazer de novo, por garantia, não tínhamos certeza ainda.

- Muito bem. Senhor Crabbe, qual ingrediente o senhor deve colocar agora?

- Bem... - ele encarou a mesa, estendeu a mão e começou a passar por cima dos ingredientes um tanto inseguro, até que parou em um pó por alguns segundo, pegou o saco que o continha e mostrou ao professor.

- Muito bem, dez pontos para a Sonserina. Mais cinco por estarem fazendo a atividade sem depender do senhor Potter.

Realmente, todos perceberam que Harry mal havia falado com os dois desde que se sentou e também não tocou na poção, apenas observava. Draco ouviu ele corrigir Goyle apenas uma vez, o que por si só era um milagre, e também reparou que quando este se cortou Harry ajudou com um curativo rápido, instruindo Crabbe a continuar a retalhar o ingrediente.

O loiro chegou a ficar com medo do que estava acontecendo, mas pela expressão de Snape encarando o caldeirão do trio, não havia nada para se preocupar.

A aula durou mais dez minutos, nos últimos cinco todos se concentraram em guardar uma amostra do que tinham feito enquanto o professor andava pela sala.

- Senhor Potter!

O garoto de olhos verdes estava com uma concha, colocando a poção no frasco segurado por Crabbe, ele evitou mais um acidente ao segurar a palma do outro antes que o susto fizesse derramar algo.

- Sim senhor? - perguntou sem nem tirar os olhos da tarefa.

- Você diria que a poção dos dois está aceitável?

- Sim.

- Você a tomaria?

- Sem medo, eles fizeram um bom trabalho.

- Senhor Goyle, vi que fez um pequeno corte na mão ao tentar picar um dos ingredientes, porque não aproveita e toma um gole, por favor?

A poção que eles estavam preparando naquele dia era Essência de murtisco que, se bem feita, alivia cortes e abrasões dolorosos e ajudava-os a curar.

Goyle encarou o professor assustado, depois se virou para Potter que deu um aceno de cabeça e colocou em um frasco maior mais um pouco do elixir, dando ao garoto. Ele engoliu em seco, mas bebeu.

- Sua mão? - perguntou Snape.

Goyle retirou a faixa que Harry havia colocado no lugar do corte e arregalou os olhos mostrando para Snape em seguida.

- Vejam todos, não há mais machucados. Vinte pontos para a Sonserina pela poção perfeita dos dois e quase sem ajuda, além da confiança no próprio desempenho notável. Realmente superaram seus padrões. Os demais... - ele continuou falando enquanto a maioria estava em choque encarando o trio.

Crabbe e Goyle tinham mesmo feito uma poção que merecia elogios?

- Parabéns meninos - disse Harry dando tapinhas nas costas dos dois que sorriam animados.

Blaise duvidava que qualquer um deles alguma vez já tivesse ganho tantos pontos para casa, em qualquer aula que seja. Nott pensou, maldosamente, que a dupla nunca tinha ganho essa quantidade de pontos no ano.

Quando todos se levantaram para sair a cadeira que Potter usava sumiu (sem que ele sequer olhasse para ela) e este seguiu até Neville, sorrindo e pegando o braço do amigo.

- Como acha que ficou sua poção?

- Não faço ideia - murmurou torcendo para Snape não estar prestando atenção nele, uma vez que parecia ser uma espécie de hobbie pessoal do professor perturbar Nev e Ron nas aulas.

Até aquele simples comentário poderia fazer perder pontos.

- Pobre Nev - riu. - Nunca se deu muito bem com poções. Até quando cozinha você tem a tendência a errar alguma coisa.

- Obrigada por me lembrar, mestre da culinária.

- Não ligue para isso, todos temos algo que somos bons ou ruins. Eu lembrei que você ainda não me apresentou seus amigos, o que é um absurdo já que ainda não consegui ligar rostos aos nomes que tanto ouço falar, que tal corrigir esse erro?

- Por Merlin, desculpe, eu devia ter feito isso durante o dia, mas fiquei tão distraído com tudo...

- Você quer dizer Karkaroff?

- Algo assim. Porque não me contou sobre ele?

- Não achei importante - deu de ombros.

Como sempre era quando estava perto de Neville, a postura de Harry estava bem relaxada e seus olhos pareciam brilhar com afeto.

- Como não? Ele era um com...

- É um idiota, nem ligue. Lakoff Mitrica faz a maior parte das coisas, posso te garantir, carrega Durmstrang nas costas enquanto aquele inútil fica com os créditos, incomoda os alunos e bajula Krum.

- Você não gosta dele, não é?

- O que te deu essa impressão? - perguntou sorrindo divertido. - Prazer, Harry Potter, mas me chamem de Hazz, eu provavelmente não responderia na hora se usassem outra coisa. - disse se virando para Ron e Hermione, que sussurravam às costas de Neville.

Os dois pareceram muito surpresos com o garoto tomar a iniciativa de falar consigo e Rony incrivelmente perdeu as palavras, abrindo e fechando a boca sem soltar nenhum som, apenas conseguindo reagir para apertar a mão que o outro ofereceu.

- Prazer, H-hermione Granger... - a menina se apresentou um pouco corada quando, ao apertar a mão de Harry, ele lhe beijou as costas.

- Ouvi maravilhas sobre você, senhorita. Me fariam companhia até o salão principal? Assim já posso começar a conhece-los um pouco antes de jantar com a Sonserina.

- Você pode jantar na Grifinória se quiser! - ofereceu Ron e corou completamente, do pescoço as orelhas, quando notou que todos na sala o olhavam e repararam na empolgação com que fez a proposta.

Não que os outros grifinórios também não tenham achado a ideia muito boa, todos queriam a chance de estar mais perto de Harry Potter.

Os sonserinos detestaram.

- Talvez outro dia, obrigada pelo convite.

Neville sentiu uma parte dele se irritar de verdade com a reação que os amigos tiveram, principalmente Ron, diante do sorriso de Harry.

Por puro impulso, ele puxou seu braço para mais perto do corpo, o que fez Hazz também se aproximar mais.

- Vamos indo?

- Claro, estou com fome - concordou o mais baixo, já levando o amigo para fora da sala.

-x-x-x-

- Como vocês fizeram aquela poção? - perguntou Nott à Vicente e Gregório assim que estavam longe das masmorras.

- Harry Potter nos disse como fazer - responderam.

- Mas ele mal abriu a boca! - disse Blaise.

- Ele não precisou - respondeu Goyle. - Ele usou magia na gente.

- O que? - perguntaram todos, Draco, Pancy, Nott e Zabine.

Daphine, mais a atrás junto de Emília Bulstrode e outros dois quintos anos, também estava ouvindo curiosa.

- Como assim usou magia em vocês? - Draco questionou incrédulo.

- Vocês ouviram o que ele disse assim que se sentou?

- Que parte, exatamente?

- Quando eu estava pegando uma das raízes - disse Goyle, - eu acho que era uma raiz, pelo menos...

- Foco! - pediu o Malfoy.

- Certo, ele disse que estava errado, que eu estava frio, então eu coloquei a mão pro lado e ele disse que estava esquentando, ele repetiu quente e frio até eu pegar a coisa certa - lembrou Goyle.

- Isso eu ouvi - disse Zabine. - Só que foi a única indicação até o final.

- A questão é que ele realmente esquentou e esfriou minha mão naquela hora! - comentou empolgado. - Fez isso toda vez que eu pegava um ingrediente. Eu só tinha que passar a mão por cima e ele repetia o feitiço, seja lá qual foi.

Todos arregalaram os olhos com aquilo.

- Comigo também - disse Crabbe. - E quando ele pediu para eu cortar aquela coisa me mostrou a faca e disse para fazer com calma, segurar firme para não me machucar igual Gregório, só que quando eu a peguei vi que estava se mexendo sozinha, eu só tinha que fingir fazer a coisa toda.

- Quando Snape me perguntou sobre se tínhamos ou não pesado o ingrediente lá, eu me corrigi porque senti um chute do Harry por baixo da mesa, mas te juro que ele nem se mexeu.

- Nós só tínhamos que agir como se ele não estivesse passando a cola, mas estava, o tempo todo.

- E eu juro que toda vez que eu tentei colocar alguma coisa errada, sem querer, ele não deixou minha mão sair da mesa! Era como se alguma coisa estivesse deixando ela muito mais pesada que o normal, aí eu soube que estava faltando alguma coisa - encerrou Goyle muito empolgado.

Os sonserinos se encararam surpresos. Definitivamente se aquilo era verdade (e tudo indicava que sim, já que ninguém confiava naqueles dois para se virarem sozinhos), Harry Potter era ainda mais impressionante do que pensavam, afinal havia feito durante todos os minutos de aula em que esteve presente mágicas não verbais, em duas pessoas, enquanto se concentrava na confecção de uma poção de nível quarto ano e tudo aparentemente sem o professor notar.

Draco sentiu um arrepio esquisito quando Potter, um pouco a frente e cercado de Grifinórios, riu e o som pareceu entrar e penetrar todos à volta.

-x-x-x-

- Então H-hazz... - Ron começou muitíssimo tímido. - Está gostando de Hogwarts?

- Ainda mal vi o castelo, aqui é sem duvidas muito grande, mas é agradável. Durmstrang é fria na maior parte do ano e muitas vezes escura, sem contar que dificilmente você encontra tanta gente pelos corredores a menos que esteja indo para aula, nós preferimos ficar nas comunais a maior parte do tempo. Nem temos os pátios ensolarados que reparei enquanto andava pelas salas.

- O clima na Suécia e Noruega é mais forte, não? - começou Hermione. - É verdade o que nos contaram no almoço, que vocês não são capazes de lembrar a localização do castelo?

- Sim, por isso sempre respondemos que deve estar em algum lugar entre esses dois lugares ou chutamos um. Se perguntar a Viktor ele provavelmente dirá que fica na Noruega.

- Falando em Krum, é verdade que você tomou a posição de apanhador dele? - perguntou Ron quase pulando de animação com a ideia. - Você deve ser incrível, um dos melhores apanhadores do mundo!

- Eu não diria tanto, só sou rápido em cima de uma vassoura.

- Se fosse só isso não teria conseguido a posição de um profissional! - bajulou e Neville quase revirou os olhos com o tom do melhor amigo.

- Talvez seja apenas coisa de família, meu pai também era apanhador - descartou Harry.

- Mas Ron tem razão, você deve ser impressionante - Disse Dino Thomas que, assim como o restante dos grifinórios, tentava se aproximar do trio de ouro para ouvir o que Harry Potter dizia. - Eu mesmo torci para a Irlanda na copa, mas tinha que admitir que Krum estava em um nível muito melhor que o outro apanhador.

- Krum é brilhante - Harry concordou. - Eu consegui ganhar dele porque joguei um ano inteiro vendo suas técnicas e não caí nos truques que ele geralmente usa para tirar vantagem. Foi questão de conhecer o adversário.

- Vocês parecem próximos - comentou Simas Finnigan tenatndo arrumar uma forma de entrar na conversa. - Você e Krum, quero dizer. É por causa do quadribol?

- Não. Viktor praticamente me adotou como seu protegido quando entrei na Durmstrang, daí em diante é uma longa história.

- Protegido? - Hermione perguntou.

- Se quiserem ouvir tudo, posso contar...

- Por favor - responderam pelo menos uns cinco alunos.

Desta vez Neville definitivamente revirou os olhos, mas sorriu quando sentiu Harry lhe apertar mais o braço.

- Bem... Não sei se o pessoal do sexto ano falou com vocês no almoço, sobre tudo que contei na aula de Trato das criaturas Mágicas, só que nossa escola é... delicada de se lidar. As artes das trevas tem a tendência de deixar as pessoas emocionalmente instáveis e agressivas, os segundos anos são muito afetados já que seus escudos mentais ainda não são fortes o bastante e já tiveram aulas o suficiente até o meio do ano para sofrerem com efeitos colaterais de exposição. Dali em diante os hormônios também não ajudam em nada e sempre há aqueles que não dão a devida importância para os treinos de controle mental, Oclumência. Só os quintos em diante parecem capazes de se controlar totalmente, entretanto, considerando quem eu sou e a minha história, nem esses eram muito amigáveis comigo. Afinal, pais que matriculam seus filhos em uma escola de magia sombria... vocês já devem imaginar o posicionamento político. Foi aí que Viktor apareceu.

- Por que sua família te matriculou numa escola dessas? Justo você? - perguntou Ron parecendo bem exasperado. - Quer dizer, você até teve quer ser forçado a aprender magia... negra! Não é?

- Bem, sim, dificilmente eu passaria de ano na minha escola se não estudasse, mas não fui forçado a isso, eu quis.

- Quis?! - vários perguntaram incrédulos.

- Eu parto do principio que não há como saber se defender de algo sem entender direito como funciona. Eu também gosto de magia, não ligo para o nome que tem. Me importo com o que se faz com ela, com o bruxo que a usa e o que ele quer com isso. Nem quero entrar nessa discussão, inclusive, estou falando só de mim e queria conhecer vocês também - disse para encerrar aquele assunto. - Terminando a história de Krum, existe ainda certo preconceito com a origem dos bruxos na Durmstrang. Por minha mãe ser nascida entre trouxas e minha casa detestar abertamente pessoas de origens não completamente mágicas, todos me olhavam como se quisessem me azarar. Nunca soube exatamente o porquê, mas Krum se colocou na frente de qualquer um que quisesse tentar alguma coisa logo de cara, nem insultos eu ouvia se ele estivesse por perto. Em algum ponto comecei a chama-lo de brat (брат), que quer dizer irmão, e ele me chamava de caçula. Entrar para o quadribol só fez a equipe se juntar a ele na campanha de "encostem no Hazz só se quiserem sofrer na nossa mão". Agora e vocês?

- Um instante, posso lhe perguntar sobre algo que disse? - Hermione pediu.

- Pergunte...

- Porque você disse "nascida entre trouxas"?

- Aqui na Inglaterra falamos nascidos trouxas, talvez tenha se confundido na tradução - ofereceu Dino.

- Não me confundi, estou falando como quero falar - disse Harry. - Inclusive acho que é assim que todos deveriam. Nascidos trouxas está semanticamente incorreto.

- Como assim?

- Hermione... posso te chamar assim?

- Claro.

- Bem, Hermione, diga-me: você nasceu com a capacidade de fazer magia, sim ou não?

- Eu diria que...

- A resposta correta é apenas sim. Você obviamente ainda não tinha quantidade o bastante para fazer alguma coisa com isso, mas a capacidade sempre esteve com você. A capacidade nata adquirida apenas assim, por aqueles que nasceram para isso, de produzir e realizar magia. Coisa que seus pais nunca terão, assim como nenhum trouxa. Não importa o que façam ou o tempo que se passe. Dito isso você nasceu uma pessoa de sangue mágico, nunca nasceu uma trouxa. Você surgiu entre eles, foi criada com eles, mas não é como eles. Você é uma bruxa nascida entre trouxas.

- Bem... de certa forma está certo.

- De certa forma? Onde estaria errado?

- Nada, pensando bem - murmurou calmamente. - É só que... Da maneira como você coloca parece nos separar muito, eu e minha família.

- Você está aqui, Hermione. Enquanto os pais de qualquer um podem ir até Hogsmeade simplesmente aparatando e ver seus filhos em um fim de semana, por mais incomum que seja, os seus pais possuem a incapacidade de fazer o mesmo. Mesmo que, de alguma forma, chegassem até o vilarejo eles sequer são capazes de enxergar o castelo. Existe um distanciamento entre vocês. Um mundo de distância para ser mais exato. Você pode fazer uma ponte para ajuda-los, mas no fim não passará de um caminho de corda que pouco tem a oferecer de uma real inclusão. Sequer pode, devido ao estatuto de magia em prol da proteção dos bruxos. Dito isso eu repito: em que ponto da sua vida você foi uma trouxa para alguém dizer isto? Você é bruxa. Lembre todos disso e não terão a chance de inferioriza-la. Neville, me diga, e Ginna? Ela é mais nova, não é? Você fala bastante nas cartas, queria conhecê-la também... - comentou e o amigo entendeu a deixa para mudar o assunto.

Eles seguiram para o salão principal com a maioria dos que haviam escutado Harry em silêncio, concentrados em absorver e entender suas palavras.

Rony estava empolgado contando as aventuras do grupo para Harry Potter.

-x-x-x-

Dumbledore notou uma coisa estranha na mesa da Grifinória. Normalmente todos falavam sobre os mais diferentes assuntos, cada um em seu grupo e sem interagir muito, mas esta noite estava diferente. Eles falavam, até bem alto e ferrenhamente, sobre política.

Os grupos interrompiam uns aos outros o tempo todo para acrescentar suas opiniões e, Merlin o ajudasse a entender como chegaram naquilo, estavam falando das tradições bruxas antigas! Dos feriados e porque o ministério começou a proibi-los. Ele podia jurar que viu um aluno da Sonserina que passava explicar um termo em uma das rodas, realmente se dar ao trabalho de explicar. Os alunos da Durmstrang é que pareciam mais confortáveis com o assunto, questionando a decisão do ministério de deixar bruxos serem criados por trouxas e colocando mais lenha na fogueira.

O velhinho queria entender o que estava acontecendo, mas antes que pudesse juntar todas as peças ou descobrir mais, Mitrica se sentou ao seu lado.

E foi como se sua mente desligasse.

- Boa noite, senhor diretor - disse o loiro, a voz... horrivelmente parecida com o do pai.

Merlin, Alvo não estava pronto para aquilo quando concordou com o torneio.

A mesa dos professores estava aumentada por magia e quase cheia, mas justo Igor Karkaroff não estava presente, deixando a esquerda de Dumbledore livre para qualquer um.

Lakroff Mitrica era professor de história da magia, Vice Diretor e chefe da casa Haus Feuer, pelo que Alvo descobrira em sua pesquisa curta. A matéria dele era obrigatória em todos os anos, por isso um substituto estava em seu no lugar na Durmstrang.

Percival não entendia o porquê! Por que ele estava ali?!

Todos os outros professores que vieram eram de matérias opcionais, de quinto ano em diante (implementadas por Mitrica, diga-se de passagem). Eles eram:

Katharina Wakrot, professora de oclumência (também dá aulas no terceiro e quartos anos, mas apenas um dia na semana, por isso pôde vir com os outros e aparatar quando precisasse estar no isntituto).

Huseff Musska, professor de feitiços experimentais.

Jaminke Drist, professor de magia marcial.

Margriet Aliska, professora de línguas antigas.

Professores de matérias que já havia algum capacitado em Hogwarts na área ficaram para cuidar dos alunos mais novos.

O que raios Mitrica estava fazendo em Hogwarts então? perguntava-se Dumbledore pela milésima vez.

Eles tinham Bins como professor de história da magia! Karkaroff, o diretor, já estava fora, o vice não deveria ficar na Durmstrang?

- Boa noite, professor Mitrica - respondeu forçando um tom ameno e um sorriso simpático para corresponder ao rosto animado do mais jovem, mas não o olhou.

Na realidade, Mitrica só não quis perder a diversão e fez o possível para estar presente.

A sua diversão, inclusive, tinha nome. Vários deles. O último começava com D e terminava com dore.

- O senhor não tomou café da manhã hoje, professor Dumbledore. Também ficou pouco no almoço. Espero que nossa estadia aqui não esteja sobrecarregando o senhor... - comentou com um leve toque de preocupação.

- Claro que não.

"A sua estadia está me sobrecarregando" pensou o mais velho, enquanto mais de uma imagem vinha a sua mente.

Até a forma de falar dos dois era igual, o que sequer era possível! O garoto nem foi criado pelo pai! Ele saberia se tivesse...

Ou não.

Droga! Ele só soube da existência de Mitrica quando começaram a discutir o torneio e nem lá ele imaginou que era um filho! Ele pensou que seria um parente distante! Mas no instante que o olhou a primeira vez, quando tiveram as últimas reuniões (que foram presenciais e com todos juntos), para Alvos ficou claro que Gellert Grindelwald fez o que qualquer "sangue puro" cheio de tradições familiares ridículas faria e teve um herdeiro! Um que escondeu bem de todos e deu o nome da família da mãe, ou seja lá o que fosse!

- Eu estava apenas resolvendo assuntos pessoais - continuou Dumbledore.

- Entendo - respondeu sorrindo.

Lakroff não conseguia parar de sorrir, se fosse sincero. Ver o quanto Alvos Persival, sei lá o que, parecia a dois minutos de simplesmente explodir e sair correndo (de novo) era simplesmente divertido de mais. Só o fazia querer arrumar mais motivos para falar com o velho. Se sentia como uma mosca chata, ou uma abelha especialmente incômoda, mas perigosa.

E Alvo era, decididamente, alérgico aquela abelha.

- Eu estava pensando, direito Dumbledore... - continuou e jurou ter escutado os pensamentos do homem barbudo, gemendo de frustração por ter voltado a lhe falar. - ...Que poderíamos oferecer a alguns de seus alunos para participarem do grupo de estudos do presidente do conselho. O senhor Potter lidera um todos os sábados, onde treinam algumas coisas que não são dadas em nossas aulas, mas que são úteis. Estão estudando magia sem varinha, se não me engano.

- Magia sem varinha? - perguntou Sirius Black, que começou a prestar atenção assim que Mitrica se sentou junto de Dumbledore, mesmo estando cerca de quatro cadeiras de distância.

Dumbledore podia louvar Black por se intrometer.

- Sim, ele sempre foi muito bom com isso, sem dúvida. - respondeu o loiro, olhando para o Black. - Na maior parte do tempo ele terminava os exercícios práticos de primeira e passava o resto das aulas, enquanto os outros tentavam e praticavam, buscando ter o mesmo resultado sem o uso da varinha.

Alvos estava muito feliz que atenção do Grindelwald não era para ele mais. Nem aqueles olhos.

Um par azul, como o olho direito do pai. Duas vezes mais desconcertante.

- Isso é muito impressionante! - disse Fílio Flitwick. - Ele conseguia?

- Quase sempre. Existem magias que dificilmente alguém de sua idade conseguiria sem a ajuda do núcleo mágico...

- Sem contar as impossíveis - disse Black.

Mitrica preferiu não responder àquilo.

- Também dávamos exercícios extras para que ele pudesse desenvolver esse talento. Para Potter a magia parecia vir naturalmente, sempre achávamos preocupante a ideia de que as aulas não eram desafiadoras o suficiente antes de ele tomar a iniciativa de começar a fazer isso. Ficamos os primeiros meses dele na escola quebrando a cabeça pensando em como mantê-lo atento até o final de um período, ao invés de perdê-lo para um livro qualquer que ele pegava na biblioteca. Afinal, alguns alunos poderiam seguir o exemplo, mas para se distrair com outras coisas e não estudo.

- Ele é tão talentoso assim? - perguntou Pomona Sprout. - Ele sem dúvidas parece inteligente, ou não teria pulado os anos, mas...

- Acredite, senhora Sprout, Potter não é chamado pelos colegas de prodígio de forma leviana. Pense assim, ele foi capaz, mesmo com estudos paralelos de magia, as responsabilidades como presidente do conselho e treinos como apanhador da casa, estudar o suficiente até seu terceiro ano de escola para passar em matérias do quinto ano, com notas altas o bastante para rivalizar com nossos melhores alunos. Se ele não tivesse tomado a decisão de avançar nos estudos não haveria um único aluno em toda Durmstrang que pudesse dizer que se saiu melhor em alguma aula do que Harry Potter. Ele apenas decidiu estar com aqueles que se igualavam de alguma forma em capacidades.

"Lily ficaria orgulhosa" pensou Sirius enquanto um sorriso bobo estampava sua face. "James se gabaria com qualquer um que visse na frente, com certeza, chamaria de meu pequeno prodígio".

- Mas ainda existem aquelas em que ele não se saiu tão bem, não é? - perguntou Séptima Vector (professor de Aritmancia de Hogwarts, para quem não sabe).

- Não exatamente. Existem aquelas em que ele era apenas bom, mas sabemos que Potter tem garra para ser o melhor, então tentamos mantê-lo um pouco mais. Esperamos grandes coisas dele, por isso fazemos nosso possível para ajudar a desafiá-lo e melhora-lo.

- Os parentes dele estão de acordo com isso? Todo esse estudo extra não poderia sobrecarrega-lo?

- Desde que Mitrica assumiu como vice-diretor ele implementou um medibruxo especializado em condições psicológicas no corpo discente do instituto - disse a professora oclumente, sentada ao lado de Sprount. - Os alunos devem passar por avaliações bimestrais, trimestrais ou semestrais, a partir de certa idade e dependendo da necessidade, além de poderem sempre o consultar se acharem necessário fora de sua data. Harry Potter foi submetido a uma avaliação antes de tomarmos a decisão de aceitar que ele fizesse seus exames com antecedência, e sempre teve consultas regulares. Nunca iríamos muito longe se esse terapeuta dissesse que o garoto é incapaz de suportar.

- Isso é muito interessante, senhor Mitrica! - exclamou McGonagall.

- Sem dúvidas uma ideia inspirada - concordou Snape.

- E necessária - disse Huseff, que tinha uma idade avançada e expressões duras como sua fala. - Nem sempre podemos dar atenção aos sinais mais sutis de algum problema entre os alunos. Oferecer um funcionário apenas para isso e em quem podem confiar, por ter o juramento mágico de que nada saíra de sua sala sem autorização, faz com que muitos problemas possam ser evitados.

- E este é só um dos vários implementos de Mitrica na Durmstrang - continuou Katharina. - Além de todas as matérias novas eletivas, que me deram emprego, por exemplo.

Mitrica sorriu para a colega.

- É um prazer tê-la entre nós dando uma aula tão importante, lady Wakrot.

- Vice diretor Mitrica - chamou Hagrid. - Desculpe a pergunta, mas como estávamos falando de Harry eu fiquei curioso. Talvez o senhor saiba dizer sobre sua família? É que eu era amigo dos pais do garoto e fiquei muito preocupado quando não se houve mais notícias dele.

Quase todos os funcionários de Hogwarts quiseram agradecer o meio gigante por sua falta de delicadeza e excesso de coragem em perguntar aquilo. Dumbledore, que estava quase deixando de prestar atenção ali para se voltar ao burburinho nas mesas vermelha e verde, virou o rosto na mesma hora para tentar encontrar alguma reação em Mitrica.

Grande erro.

O rosto dele era outra cópia do pai.

Lindo.

Perceber esse pensamento fez Dumbledore querer se jogar da janela e sumir. Ele se odiava. Seu cérebro de geleia também.

- A família vai bem. Seu tutor está sempre muito presente no Instituto e em sua vida acadêmica. O garoto nunca fez qualquer reclamação de sua vida em casa, de toda forma.

- Sobre esse tutor... - Continuou Hagrid. - O que quer dizer com isso? Harry ficou com os parentes trouxas da mãe depois da morte dos Potters, sei disso, - ele fungou nessa parte, realmente triste em lembrar do fato. - então desculpe se não entendi.

- Potter realmente foi dado aos parentes trouxas da família, mas ele manteve contato com bruxos desde jovem. A própria família de um de seus alunos, os Longbottons, por exemplo...

- Eles nunca me falaram que conheciam Harry - disse Sirius.

- Imagino que nem poderiam, por questões de segurança o bruxo que assumiu a tutoria de Harry fez contratos mágicos com várias pessoas, para que elas não pudessem dar informações sobre ele sem necessidade. Contratos fortes que dificilmente poderemos dizer que possuem brechas e com consequências severas. O que a maioria dos professores do instituto teve que assinar possuía a assinatura do próprio Gringotts e do chefe góblin. Além de que os advogados que fizeram são donos da agencia mais respeitada da Rússia.

- Vocês assinaram um contrato mágico em relação a Harry?! - nem era só Sirius impressionado com isso.

- Nada de mais o nosso, apenas concordamos em manter a discrição ao falar de seu caso em prol de sua proteção e garantir que não deixaríamos posições políticas atrapalharem em suas aulas e desempenho escolar. Deveríamos trata-lo como qualquer outro aluno e não espalhar para a mídia de sua presença. Como vice diretor se eu não garantisse estas coisas ou fosse negligente de forma intencional, a consequência era uma multa e perda do meu cargo, minha própria magia me impediria de voltar a Durmstrang.

- Com Karkaroff como diretor eu faria um contrato bem mais rigoroso que esse - disse o Black um tanto emburrado.

- Por falar nisso... Katharina, a senhora viu Karkaroff?

- Não, vice-diretor. Acho que ele ficou no barco.

- Entendo...

- A propósito, esse tutor não achou melhor inscrever Harry em uma escola norma... quer dizer, uma escola onde o diretor não fosse tão abertamente contra os princípios dos pais dele? - perguntou Hagrid.

- Não - respondeu com um sorriso sem se incomodar em dar mais detalhes, aproveitando internamente as expressões hilárias dos professores de Hogwarts.

"Bando de bruxos limitados" pensou.

- Eu acho que ele fez bem, - disse Jaminke, o professor que mais parecia um meio termo entre as idades de todos ali, aparentemente simpático, mas muitíssimo grande e forte (não como um meio gigante, é claro). - Ele está bem protegido lá.

- Protegido?! - indignou-se Sirius.

- Sim. Afinal que proteção mais útil do que um castelo que literalmente escolhe quando e se você saberá sua localização, justo se estamos falando de deixar o garoto um ano inteiro no mesmo lugar e com poucas chances de fuga? O contrato impedia dos professores vazarem informações à mídia e a pessoas que poderiam querer seu mal, justo aqueles que possuem chances maiores de levar alguém ao castelo, e por fim qual de vocês suspeitou que ele estivesse estudando por lá? Sem dúvidas, um conjunto bom de precauções.

- Entretanto ele foi tirado do país dele e não pode estudar onde toda sua família estudou a gerações - disse Hagrid.

- E evitou, sinto tocar no assunto, mas já que estamos falando da segurança de nossas instituições me vejo na liberdade de dizer, um professor e alunos possuídos pelo bruxo que mais lhe quis mal.

Mitrica precisou de toda sua força de vontade e maturidade (que ele quase nunca prezava) para não rir ou gritar um "Toma!". Ele teria de chamar Harry para seu quarto aquela noite de novo, o garoto precisava ver aquela memória.

- Acredito... - disse em seu limite, mas ainda divertidíssimo por dentro, - que este é um assunto delicado que é melhor não tocarmos, sim? O importante é que o senhor Potter está bem, com a família e se saindo mais do que adequadamente nos estudos. Agora, professor Dumbledore...

Desta vez Mitrica não teve certeza se imaginou de novo ou se o mais velho realmente tinha feito um muxoxo ao receber sua atenção.

Esse torneio seria seu paraíso, sem dúvidas.

Na mesa da Sonserina Harry explicava seu ponto em usar o termo nascidos entre trouxas e debatia com alguns alunos mais velhos o assunto.

Ficou claro, conforme as horas passavam, que não era a toa que ele vencera uma campanha e se tornara presidente do conselho, dificilmente alguém entre os de verde não prestou atenção em suas palavras ou foi dormir aquela noite pensando que ele tinha alguma razão. Mesmo os mais preconceituosos se sentiram mexidos quando ele acrescentou:

"Se eles são nascidos trouxas então quer dizer que vocês estão mesmo deixando que entrem no nosso mundo? Trouxas? Quer dizer que eles realmente estão certos em não aderir a cultura bruxa, afinal não são bruxos? Ou pior! Estão admitindo que trouxas são capazes de desenvolver magia e, portanto, não são diferentes de nós?!".

-x-x-x-

- Você mexeu com Hogwarts hoje, alteza - disse Ivan enquanto fazia uma longa reverência, assim que percebeu as barreiras se levantarem envolta do grupo.

- Espero que sim e que eles pensem no que eu disse, talvez as coisas fiquem mais fáceis assim - murmurou se remexendo na mesma poltrona da noite anterior, procurando uma posição confortável.

Lara Dimitrika teve um arrepio. Sua alteza parecia muito um príncipe de verdade naquele momento, em seu trono, com Ivan se curvando para ele, a expressão de quem estava pronto para tomar o que quisesse.

Morgana, como queria que ele a quisesse...

Mas sabia que não tinha chances, não passava de uma leal. Que assim fosse, ela faria o que ele pedisse, o seguiria, sentia que devia fazer isso e sua magia parecia responder aquele desejo.

Lara não era a única do grupo a pensar assim, de toda forma.

- Alteza, e que coisas o senhor está tentando deixar mais fáceis? - perguntou Rusev.

- Boa tentativa Rus, mas tenho quase certeza de que os desafiei ontem mesmo a descobrir sozinhos meus planos para esta escola e seus alunos - respondeu sorrindo, o braço apoiado na poltrona, o rosto em sua mão.

"Lindo". Alguns arfaram.

- Axek - chamou, fazendo o Miller acenar em reverência contida. - Os nomes de todos que se inscreveram até agora, por favor - pediu estendendo a mão e Axek entregou a Harry seu caderno. - Vocês mantiveram pelo menos um dos nossos o tempo todo observando o cálice, correto?

- Sim, alteza.

- Porque o senhor queria o nome de todos os envolvidos no torneio mesmo? - perguntou Ivan.

- Para saber quais os arrogantes que se julgam capazes de supera-lo.

- Arrogantes, alteza? - Perguntou Viktor.

- Você não brat. Eu disse que você deveria se inscrever. Todos aqui. Aqueles que não estão nessa sala, entretanto, dificilmente teriam capacidade.

- Arrogância infundada .

- Exato. Também quero ter certeza de uma teoria.

- Que seria?

- Se o pior acontecer eu explico. Algum professor andou circulando por lá?

- Não, alteza - disse Rusev.

- Certo... - murmurou e ficou alguns segundos em silêncio, passando pelos nomes escritos na caligrafia impecável de Axek. - Talvez também poderíamos descobrir alguém que possui uma coragem que eu não esperava, achar mais um para o grupo, talvez? - estendeu o caderno de volta ao Miller. - Mas ninguém me interessou.

- Vossa alteza? - chamou Viktor.

- Sim?

- Você nos dirá nossos papeis para seu plano?

- Claro.

- O que o senhor deseja, então?

- Quero o que eu não terei tempo para conseguir. Informação, conexões, alianças, vocês vão garantir que não haverão dificuldades quando eu for atrás do objetivo final, que teremos gente e recursos para quebrar as barreiras necessárias.

- O de sempre - disse Axek, um sorriso grande no rosto, provavelmente já pensando em como poderia ser útil.

- Sabem ontem, quando me perguntaram porque fui tão formal com a Sonserina? Não quero mais perguntas assim. Existem livros para ensinar bons modos por aqui, a maioria explica o funcionamento da alta sociedade mágica, os eventos londrinos, as famílias mais importantes, registrem tudo dos sagrados vinte e oito, tudo que conseguirem sobre o histórico dessas famílias e situação atual, com detalhes na ponta da língua de cada um dá Haus Feuer. Vocês deverão saber com quem estão lidando, as cobras tentarão conseguir coisas de vocês da mesma forma que queremos deles, é natural para a Sonserina, por isso temos que entender o que eles podem precisar e saber como usar isso. Entendido?

- Sim, alteza - todos os colegas de casa de Harry responderam.

- Para eles a vida é um jogo de poder, temos que ser os melhores e ganhar, certo? - perguntou para fixar.

- Sim, alteza!

- Draco Malfoy é um alvo em potencial, correto? - Perguntou Krum.

Harry sorriu, mas sem responder diretamente

- Pelo que vi na mesa ele não passa de um garotinho arrogante que recebeu tudo sem qualquer esforço, sua família além de ser uma das mais importantes e prestigiadas não possui mais nenhum herdeiro, ele é quase um príncipe para essa sociedade e a arrogância cega ele. Ele quer estar do lado de pessoas fortes e importantes, mas não sabe como manipulá-las, está acostumado que as pessoas o bajulem. Pelo que eu e Axek conversamos, provavelmente só aprendeu a ameaçar com o dinheiro e a influência do nome. Também parecia bem feliz quando lhe dava atenção, alteza, imagino que para ele é um motivo para se vangloriar, se colocar acima dos outros.

- Correto, mas há mais coisas, estas que talvez nem ele perceba por isso estão escondidas. Eu e você cuidaremos dele e do círculo íntimo, Harry Potter e Viktor Krum, eles nos darão atenção. Os demais devem descobrir quem está no topo da hierarquia da casa das cobras e porquê. A Sonserina agora não parece ter uma corte formal, o que facilita, eles estão divididos entre seus próprios grupos sociais por idade e política, não se comunicam de um para o outro para perceberem nossa movimentação tão cedo. Cobras têm a tendência a seguir umas às outras se tiverem um líder, sem ele ficam fracas e sozinhas, desconfiadas demais do restante.

- Só não podemos deixar que desconfiem de nós - disse Anastassia.

- Se fizermos direito tudo virá naturalmente com o tempo. Meninas, vocês se saíram bem ontem no jantar e hoje. Dificilmente perceberam que são parte do nosso círculo, quero que foquem nos grupos maiores.

- Certo - responderam Anastassia e Elizaveta.

- Estarei focado na política britânica ou nos herdeiros? - perguntou Axek.

- Política.

- Conseguirei informações dos posicionamentos de cada lorde na câmara dos lordes, assentos e possíveis contratos de casamentos para entender os lados que estão se dirigindo, calcular e tentar traçar a linha dos projetos que estão saindo para votação, onde cada micro projeto pode influenciar leis maiores e criar brechas políticas, se for o caso de estarem querendo uma mudança interna. É isto que deseja?

- Perfeitamente - concordou muitíssimo satisfeito. Axek já estava começando a entender.

- Devo ir atrás de informações da câmera popular e dos caminhos da luz?

- Yorlov fará isso. Também quero informações sobre a Grifinória, aqueles que parecem ser úteis, mas não são tão... nobres como demonstram. Estes são os mais perigosos, mais parecidos conosco, e é melhor termos do nosso lado. Acho que consegue fazer as duas coisas, sim?

- Perfeitamente, vossa alteza - Responder Yor.

- Eu juro que parei de entender de novo, vocês estão mesmo falando em Búlgaro ou voltaram para o inglês? - perguntou Ivan.

- Inútil - reclamou Miller.

Mas a realidade é que ninguém ali entendeu muito bem sobre o que estavam falando. Krum se perdeu totalmente quando tentou compreender o que Harry queria com a legislação britânica. A maioria dos outros, que tinham ido atrás de ler mais sobre as votações britânicas com a menção de Harry à câmara dos lordes na noite passada, ainda assim se sentiram muitíssimo deslocados.

Só que isso era normal, Axek Miller e Yorlov Jaminka eram os únicos focados o suficiente na política, principalmente por suas famílias (Miller sendo a família do Ministro da magia Alemão e Jaminka tendo os mais altos cargos no ministério Búlgaro), para não só entender o funcionamento da administração legal de um país, como sempre pareciam ler a mente de Harry nesse sentido.

Eles sabiam exatamente o que fazer, estudar, como fazer e o que deixar pronto para que, quando Harry pedisse, todo o caminho estivesse livre apenas para tomar sua vontade. Claro, isso quando o próprio Harry não os surpreendia mostrando que já tinha tudo pronto.

Eles liam suas ações muito bem, mas as vezes não rápido o bastante. Sua alteza era apenas um jogador melhor.

- Ivan, eu quero uma coisa de você especialmente.

- Sim? - perguntou interessado em voltar a se localizar na conversa.

- Quero que vigie o corpo docente de Hogwarts.

Ivan não era nem de longe o mais inteligente, mas era, junto de Yor, um dos melhores estrategistas (o que quase o fez cair na Haus Land em sua própria seleção). Ele parecia chamativo e bruto, mas exatamente seu jeito desleixado impedia as pessoas de perceberem quando ele estava sendo furtivo e astuto. Conseguia passar por muitas barreiras com uma leitura natural das pessoas, mas também (e principalmente) barreiras mágicas caiam a seus pés como se nada fossem. Era um ótimo duelista, o melhor do grupo depois de Harry.

Mas ninguém superava Hazz, então não contava.

Por fim, era um ótimo legilimente, talento que dificilmente associavam a ele (mais uma vantagem que acabava tendo em seu modo de agir). Se você queria uma informação de alguém sem que notassem que foi tirada, bastava dar todas as instruções, Ivan conseguiria o resto.

Seu pai, afinal, foi um dos principais espiões do governo soviético antes de morrer e sua mãe casa-se com Miller.

- Alguém em especial?

- O ex auror Alastor Moody, ele é desconfiado ao ponto de nunca tomar uma bebida que não veio de seu próprio cantil e tem um olho mágico que enxerga por trás de uma capa de invisibilidade. Entende os riscos?

- Perfeitamente.

- É possível que ele esteja usando poção polissuco também, então...

- Sequer é o verdadeiro Alastor?

- É de se pensar.

- Dumbledore consegue controlar sua escola ao menos um ano sequer? - perguntou Rusev enquanto os outros resmungavam em concordância.

- Existe a possibilidade de que eu esteja errado - mas essa frase os fez reclamar ainda mais. - Continuando, Ivan... - disse os calando com um levantar de mão.

- Sim?

- Sirius Black. Ele conhece muito bem Hogwarts, fez um mapa com praticamente todas as passagens secretas daqui quando ainda estudava na escola. Ótimo duelista, um animago desde a adolescência e passou anos em Askaban, somada à loucura dos Black, eu tomaria precauções. Ele será escorregadio e brutal.

- Seu padrinho, estou ciente, tomarei o máximo de cuidado com aqueles que lhe dividem parentesco, alteza - disse sorrindo.

- Alvos Dumbledore.

- Precauções?

- Todas.

Ivan balançou a cabeça, já imaginando as dificuldades. Sua família apoiara Grindelwald na última guerra diretamente, havia o símbolo das relíquias da morte, adotado pelo exército de Gellert, por vários locais da mansão principal dos Tshkows. Jamais subestimaria o guerreiro que derrotou o lorde das trevas e ajudou na prisão de seu avô pelo apoio a causa.

- Algo que queira saber em especial?

- Qualquer variação de humor.

Todos o olharam confusos diante da cautela na voz de Harry.

- Certo, alteza - disse Ivan, sem questionar.

- Ele tem um irmão no vilarejo aqui ao lado, dono de um bar chamado cabeça de Javali, os dois não tem uma boa relação, mas apoiam a mesma causa.

- Verei o que consigo com isso.

- Os mais importante são esses, mas qualquer outra informação dos demais é bem vinda. Conto com sua perspicácia.

- Tentarei ser mais do que útil, vossa alteza - disse dando um sorriso e outra reverencia.

- Nat, como você ficou na Lufa-lufa eu quero que consiga se aproximar de uma pessoa para mim.

- Quem? - perguntou Natasha.

- Cedric Diggory, sexto ano.

- O que quer que eu consiga dele?

- O pai trabalha para o ministério, Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, nada indica que ele seja tão importante, mas desde que entrou em Hogwarts parece ser muito popular e vem conseguindo feito atrás de feito, se existe um líder na casa Lufa-Lufa é Diggory.

- Vou mantê-lo perto.

- E cuidado com Ernie Macmillan, não gostei do que vi, ele parece... ambicioso demais para um lufano.

- Não o tipo de ambicioso que gostamos? - perguntou Natasha.

- Não. Susana Bones, ela é sobrinha de Madame Amélia Susana Bones, bruxa e Chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, tem assento na Suprema Corte dos Bruxos. Fique de olho nela também.

- Pode ser útil, por precaução?

- Por precaução - concordou Harry. - Rusev, você está com a corvinal.

- Quem o senhor deseja?

- Franceses. Faça contatos bons com qualquer um que conseguir da Beauxbatons. Se tivermos um aliado nosso lá será o bastante. Cuidado com a senhorita Delacur, como você é hétero pode ter dificuldades em não perder a racionalidade quando os hormônios veela dela estiverem muito próximos dos seus adolescentes.

Todos riram.

- Está bem, alteza. Farei o melhor.

- Lara também quero que você trabalhe com a Grifinória, mas há uma missão especial para você lá dentro.

- O que poderei fazer pelo meu príncipe? - perguntou a Dimitrika.

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Espero que tenham gostado, desculpem os erros que passaram pelo sono, por favor votem no capítulo, comentem o que acharam e (se possível) recomendem a história a um amigo.

Adoro vocês e até a próxima!

PS: O que querem ver mais na fanfic?

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