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Capítulo 4 - Tradição bruxa e nascidos trouxas

Olá pessoas queridas que estão me dando o lindo presente de ler minha historinha, como estão?

Primeiramente espero que estejam tendo um bom sábado e como prometido aqui está o capítulo.

Agora falando sério, estou desde as sete da manhã escrevendo isto e demorei todo esse tempo porque ficava tirando coisas já que eu achava que ficaria muito grande, MAS eu guardei essas coisas que eu tirava e mesmo sem elas eu não consegui parar no ponto que queria. O capítulo estava com vinte e três páginas e eu queria que mais duas cenas acontecessem ainda. Dito isso vamos chamar este capítulo de parte um e segunda-feira vem a parte dois. Só que como a parte dois está quase toda feita (já com sete páginas que só precisam ser ligadas entre si) faltando uma pitada de tempero para encerrar, semana que vem teremos pelos menos três capítulos (se meu trabalho não me matar).

A parte dois e mais os que eu já postaria na semana normalmente.

Espero que gostem deste e, de todo coração, obrigada por sempre comentarem e votarem!

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Capítulo 4 – Tradição bruxa e nascidos trouxas

"A grande guerra bruxa,

Mas antes disso a inserção dos nascidos entre trouxas na comunidade bruxa."

Hermione queria respostas. Harry Potter era uma figura histórica, alguém que tinha feito o impossível: não apenas sobrevivido, mas derrotado aquele-que-não-deve-ser-nomeado durante seu período de maior ascensão. Sem o garoto, Hermione possivelmente nem estaria em Hogwarts agora. Ela sentia que o devia desde que começou a estudar sobre o mundo da magia.

E Neville Longbottom, seu melhor amigo, o conhecia. O conhecia, ao que parecia, a anos e nunca a tinha contado!

Ela não queria, ela precisava de respostas.

Algo parecido acontecia na cabeça de Ginna Weasley. Claro ela não era parte do trio de ouro, mas Neville era seu amigo mais próximo desde que entrou na escola, ele sempre a apoiava e nunca julgou o que aconteceu no segundo ano, nunca a culpou pela morte que ela colocava nas costas. Sempre deixou claro que a culpa era de Lucius Malfoy, do diário, dos professores por não terem impedido, muitas pessoas e nunca nela.

Mesmo assim a ruiva via como o garoto se culpava pelas mesmas coisas.

Na câmera secreta, quando Tom Riddle a arrastou junto de Tracey Davis (que tinha achado o diário após Ginny joga-lo fora no banheiro), ela acordou com Neville aos prontos segurando Tracey. Nunca se esqueceria do som dele gritando, agarrado ao corpo como se pudesse mantê-la ali.

Tracey não virou um fantasma e acabou sendo a culpada pela própria morte, já que "quando Ginna Weasley estava com o diário não feriu ninguém". A ruiva sabia que não era bem assim, ela teria matado alguém se as pessoas tivessem tido menos sorte. Neville ainda achava que o diário já estava muito forte quando foi parar na mão da sonserina, que foi bem mais difícil para ela não fazer o que a possessão mandava, mas isso ele guardou para si mesmo.

O diário levou Davis e perfurá-lo com a espada de Godric Gryffindor, suja de veneno e sangue de basilisco, não a trouxe de volta como Ginna, já que esta só estava fraca.

Naquela época, finalmente entendendo que o que estava em sua mão era uma das armadilhas que o próprio Voldemort tinha feito para voltar, Ginny ficou ainda mais impressionada com Harry Potter, o garoto das histórias que sua mãe sempre lhe contava. Ele tinha derrotado aquilo? Quando ainda era um bebê?!

Ele tinha livrado o mundo daquela coisa!

Que mesmo só na memória, só com armadilhas velhas podia causar tanto estrago... Ginny desejou mais uma vez que o menino estivesse bem, que os boatos de que a família mudou e se escondeu fossem verdade, que a carta que o Profeta Diário publicou quando o menino não apareceu para Hogwarts, de alguém que dizia ser próximo da família, fosse real. Ele precisava estar realmente bem, sendo criado com amor, alguém tão capaz contra aquele monstro era necessário.

O respeito de Ginna por Neville também cresceu muito. Era seu herói, tanto quanto Potter.

E eles eram amigos! Neville nunca disse nada. Ginny queria saber mais sobre aquilo, enchê-lo de perguntas, mas quando souberam que ele entrou escondido na torre e dormiu sem ver ninguém ela entendeu que para Nev aquele não era um assunto leviano, ele não estava a vontade em falar sobre Harry e talvez fosse o óbvio, Potter fugiu sem mais nem menos da Grã-Bretanha, ninguém tinha qualquer informação sobre ele, não foi contando para qualquer um que conseguiu esse feito.

Neville era um bom amigo, acima de tudo, se Potter queria silêncio era o que ele receberia do de cabelos castanhos.

Ginna decidiu que deixaria Neville contar quando se sentisse bem.

Ron, por outro lado, estava uma fera borbulhante.

Quando os irmãos se encontraram no salão comunal para o café da manhã junto de Hermione ele parecia que ia explodir de tão vermelho e ainda tremia. Aparentemente Neville havia acordado mais cedo que qualquer um também e não estava mais na cama ou em qualquer lugar. Durante todo o caminho até o salão principal ele foi reclamando de amigos traidores e mentirosos.

Felizmente para os ouvidos das meninas, quando chegaram lá e viram umas vinte pessoas andando por todo lado, alguns comendo torrada, todos examinando o Cálice de Fogo, o humor do garoto mudou para curiosidade na mesma hora.

A peça fora colocada no centro do saguão sobre o banquinho que era usado para o Chapéu Seletor. Uma fina linha dourada fora traçada no chão, formando um círculo de uns três metros de raio.

– Alguém já depositou o nome? – perguntou Rony, ansioso, a uma aluna do terceiro ano.

– Uma boa parte do pessoal da Durmstrang – respondeu ela. – Mas ainda não vi ninguém de Hogwarts.

– Aposto como tem gente que depositou ontem à noite depois que fomos todos dormir – disse Neville.

Ginna e Hermione se assustaram, não viram o garoto chegar, Ron o encarou muitíssimo irritado de novo e o sorriso simpático do mais baixo sumiu no mesmo instante.

– Eu teria feito isso se fosse eles... – continuou Neville, tentando acalmar os nervos do amigo antes que ele começasse a berrar ali mesmo, ele estava em um preocupante tom de vermelho. – Não iria querer ninguém me olhando. E se o cálice cuspisse o meu nome de volta na hora?

Alguém riu às costas de Neville. Ao se virar, ele viu Fred, George e Lino Jordan, os três parecendo excitadíssimos.

- Olha quem está de volta – brincou Fred.

- Nosso leãozinho escorregadio – continuou George.

- Passou por todos a noite sem ninguém ver, como fez isso? – Perguntaram.

- Vocês estavam distraídos, só isso – respondeu Neville. – O que é isso que estão segurando?

- Nem tente mudar de assunto! Vamos descobrir, está bem? De toda forma está resolvido – disse Fred num cochicho vitorioso. – Acabamos de tomá-la.

– Quê? – exclamou Rony.

– A Poção para Envelhecer, cabeça de bagre – disse Fred.

– Uma gota cada um – acrescentou Jorge, esfregando as mãos de alegria. – Só precisamos envelhecer alguns meses.

– Vamos dividir os mil galeões entre os três se um de nós vencer – disse Lino, com um largo sorriso.

– Não tenho muita certeza de que isso vai dar certo – disse Hermione em tom de aviso. – Tenho certeza de que Dumbledore terá pensado nessa possibilidade.

Fred, Jorge e Lino não lhe deram atenção.

– Pronto? – perguntou Fred aos outros dois, tremendo de excitação. – Vamos então, eu vou primeiro...

- Eu daria ouvidos a senhorita Granger se fosse vocês – disse uma voz firme que todos reconheceram, alguns haviam até sonhado aquela noite com ela.

O salão todo se virou para encarar Harry Potter e uma comitiva de alunos da Durmstrang que vinha junto dele. Ele tinha um sorriso no rosto e parecia bem divertido com a ideia de ver os três tentarem, mesmo que tivesse dito algo para impedi-los.

- Ele sabe meu nome – murmurou Hermione e Neville quase revirou os olhos.

"Para alguém que estava reclamando das fãs de Krum..."

- E porque mesmo deveríamos ouvir Hermione? – perguntou Fred.

- Apenas estou avisando, mas sintam-se a vontade a se juntar aos outros na enfermaria – disse, o que rendeu risadas de todos que vinham com ele.

- Eu adoraria ver mais um ganhar uma árvore na bunda, desta vez ao vivo – disse Ivan ao seu lado gerando risadas ainda mais forte, Harry tossiu para tentar conter a própria, mas era evidente.

- Como assim?

- Acham mesmo que foram os únicos a tentar isso ou coisa parecida? – perguntou Lara se aproximando de Lino.

Como ela era da Land, assim como a maioria de sua casa, havia sido selecionada para a grifinória na noite anterior e inclusive sentado junto dos meninos e das meninas da equipe de quadribol.

– Todos na Durmstrang só falam disso no barco, os resultados desastrosos das tentativas dos mais novos de entrar no torneio. Infelizmente só os de Hogwarts fizeram algo assim por enquanto.

- Mas as apostas de que pelo menos um Feuer vai tentar e rodar até o fim do dia já estão em quinhentos galeões – disse Heinz, muitíssimo animado. – Eu pessoalmente apostei que serão dois.

- Que tipo de resultados desastrosos? – Perguntou Jordan.

- Por favor, não falem – pediu Ivan. – Não quero que eles desistam!

- Eles não vão – garantiu Harry, seu sorriso aumentando e novamente chamando atenção das pessoas para ele. – Eles são da Grifinória.

- E o que tem isso?

- A falha dos outros não interfere em nada, para eles. Que garantia têm de que a sua tentativa não será melhor? Que a ideia deles não vai passar e vencer? Eles não vão perder a chance de ser o campeão acima de qualquer impedimento do diretor. Se forem metade do que meus pais eram nessa idade, uma coisa pequena dessas nunca vai tirar a determinação deles, é assim que funciona, um passo para a coragem, dois para a glória se conseguirem. Estou certo? – perguntou se aproximando, braços cruzados, sorriso desafiador, olhar atento para os três, um de cada vez e lentamente.

- Corretíssimo, pequena cobra – disseram os gêmeos.

- Prefiro dragão, se não se importarem. Axek – Harry chamou ainda encarando os gêmeos. – Que tal as apostas?

- Cinquenta galeões que algum deles vai ter a cara inchada e cheia de furúnculos – disse Axek pegando um caderno de capa de couro e uma pena.

- O efeito mais comum de falhas em poções, uma aposta pouco corajosa para um dragão, não acha? – disse Yorlov. – EU aposto cem na possibilidade de um deles ganhar um membro a mais.

- Mais alguém? – perguntou Axek anotando.

- Eu cubro a aposta que o efeito da árvore na bunda se repete! – acrescentou Ivan muitíssimo animado.

- Duzentos que pelo menos dois deles ganham barba e serão arremessados longe – disse Harry, a voz de veludo fazendo as meninas suspirarem. – Boa sorte meninos – e se afastou.

Os alunos da Durmstrang continuaram de pé assim como quando chegaram, agora todos esperando o trio fazer sua tentativa.

Harry observou, fascinado e divertido, quando Fred tirou do bolso um pedaço de pergaminho com as palavras "Fred Weasley – Hogwarts". O garoto foi direto à linha e parou ali, balançando-se nas pontas dos pés como um mergulhador se preparando para um salto de quinze metros.

- Estou apostando que ele até consegue passar, mas o cálice devolve o nome – acrescentou outro dos alunos.

Fred apenas sorriu, acompanhado pelo olhar de todos que estavam no saguão, respirou fundo e atravessou a linha. Por uma fração de segundo, Neville achou que a coisa dera certo – Jorge certamente pensara o mesmo, porque soltou um berro de triunfo e correu atrás de Fred –, mas no momento seguinte, ouviram um chiado forte e os gêmeos foram arremessados para fora do círculo dourado, como bolas de golfe. Eles aterrissaram dolorosamente, a dez metros de distância no frio chão de pedra e, para piorar a situação, ouviram um forte estalo e brotaram nos dois longas barbas brancas e idênticas.

- Alteza, você é um gênio! – exclamou Ivan e o saguão de entrada ecoou de risadas. Até Fred e Jorge se riram depois de se levantarem e dar uma boa olhada nas barbas um do outro.

- O conselho espera que aqueles que apostaram paguem até o fim da semana que vem. Presidente, o senhor quer um cheque agora?

- Não, podem mandar para o meu cofre.

- O que? – perguntou Neville.

- Na Durmstrang era proibido qualquer tipo de aposta, porque a maioria ficava muito brava quando o outro não pagava e acabavam amaldiçoando a pessoa. Para evitar mais acidentes com magia negra e problemas entre famílias, nós mudamos a regra. Qualquer aposta é permitida desde que ao menos um membro do conselho estudantil esteja presente e oficialize – explicou Harry, entendendo a dúvida do amigo. – Os perdedores devem pagar ao conselho em até oito dias e nós que pagamos o vencedor assim que ele ganhou, se o perdedor não paga nós notificamos oficialmente a família dele e resolvemos qualquer problema direto com a justiça, em troca de garantir que a aposta seja segura o vencedor tem que dar cinco por cento do prêmio para a tesouraria. Isso diminuiu em muito o número de acidentes.

- Mas isso só não fez as pessoas apostarem escondido? – perguntou Hermione.

- O problema eram as pessoas serem amaldiçoadas, não? – perguntou Neville. – Isso não é fácil de esconder, então provavelmente já serviu para o que precisava.

- Quase isso. Nós também estabelecemos que se pegarmos alguma aposta não oficial todos os envolvidos têm que pagar o valor da aposta para a tesouraria ou fazer trabalho comunitário para a escola e o conselho – disse Yorlov. – Mas se a aposta não oficial foi descoberta porque alguém acabou amaldiçoado por não pagar, esse perdedor terá que fazer o serviço comunitário e o outro paga o dobro como punição.

- Mesmo assim o dinheiro que acumulamos no ano com essas apostas vai para a casa que marcou mais pontos no final, para trocarem coisas nos seus salões, comprarem vassouras para equipe de quadribol e essas coisas. O que eles conversarem comigo nós resolvemos durante as férias para chegarem com tudo novo no ano seguinte – disse Axek. – Então dificilmente acontecem apostas não oficiais, já que todo mundo prefere ganhar alguma coisa do que nada, ou pior, perder. E ainda existe a chance de no final tudo voltar para sua casa.

- Claro que o prêmio em dinheiro aumentou a briga por pontos entre as casas, mas isso é bom para os professores, já que ganharam alunos mais dedicados e tiveram que dar menos detenções. Todos saem ganhando – disse Harry.

- Mais uma ideia brilhante de vossa alteza – disse Ivan.

- Pare de me chamar assim – reclamou seguindo para a mesa da sonserina.

- Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey – disse Rusev da Durmstrang, que já estava na mesa da corvinal, próximo de onde os gêmeos estavam caídos. – Ela já está cuidando da Srta. Fawcett da Corvinal e do Sr. Summers da Lufa-Lufa, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.

Fred e Jorge seguiram para a ala hospitalar acompanhados por Lino, que rolava de rir, e Neville, Rony, Hermione e Ginna, também às gargalhadas, foram tomar o café da manhã. Neville esperançoso que o evento tenha distraído os amigos e apaziguado a raiva que estavam dele.

Aparentemente ele estava certo, pois a maioria começou conversas sobre aqueles que já tinham depositado seus nomes. Neville riu especialmente quando Simas disse que queria Angelina:

"é melhor do que o Zé Bonitinho Diggory" disse, fazendo vários alunos da Lufa-Lufa que passavam pela mesa amarrarem a cara para ele.

-x-x-x-

Os alunos de Beauxbatons entraram no castelo um pouco depois. O pessoal aglomerado à volta do cálice se afastou para deixá-los passar, observando-os ansiosos. Madame Maxime entrou atrás dos alunos e organizou-os em fila. Um a um eles atravessaram a linha etária e depositaram seus pedaços de pergaminho nas chamas branco-azuladas. A cada nome inscrito o fogo se avermelhava e faiscava por um breve instante.

- Aposto duzentos galeões que será ela – disse Harry assim que a garota veela, que vinha tirando baba e frases mal terminadas dos garotos durante a noite anterior, depositou o próprio papel.

- Vou perguntar ao Rusev o nome dela para oficializar a aposta.

- É Fleur DeLacour, falei com ela ontem à noite, lembra-se?

- Certo. Anotado.

- Por que tem tanta certeza? – Perguntou Pansy.

Ela, Draco, Blaise Zabine, Theodor Nott e Daphne Greengrass estavam sentados mais próximos do grupo de Harry e Viktor agora que já tinham chego para o café e, assim como todos, também observavam as pessoas colocando seus nomes.

- Intuição – disse Harry levantando os ombros bem singelamente, para não estragar a postura que mantinha à mesa.

- Nosso presidente sempre teve uma ótima intuição, geralmente confiamos nela – disse Heinz.

Depois que os alunos de Beauxbatons se inscreveram, Madame Maxime levou-os de volta aos jardins.

- Eles não vão comer? – perguntou Theo.

- Aparentemente não... – comentou Viktor. – Hazz, já sabe o que vai fazer hoje?

- Tenho que passar em todas as aulas, mas já fiz um mapa detalhado com os horários para conseguir ao menos vinte minutos com cada professor de Hogwarts – disse mostrando um papel ao amigo.

- Parece que será um longo dia.

- Porque você precisa passar nas aulas de Hogwarts? – perguntou Blaise.

- Para descobrir como a dinâmica de vocês funciona. A Durmstrang já marcou de se encontrar domingo na biblioteca e eu darei instruções de como eles devem agir e o que devem estudar para conseguir se adaptar e acompanhar suas aulas. Ou melhor, as aulas do quinto ano em diante – disse Harry. – Para isso tenho que entender como seus professores funcionam, de onde eles tiram suas fontes acadêmicas e comprar os materiais que faltarem a tempo para ter ao menos uma cópia para cada dois alunos.

"Considerando o tempo de encomenda e envio, ainda de cópias em búlgaro de cada texto, o quanto antes eu fizer isso melhor, assim suas aulas não serão afetadas por meus colegas. Por fim entender o andamento na prática de suas aulas garante que nossos professores possam nos ensinar algum feitiço a tempo, que vocês já utilizem com frequência e que talvez não tenhamos tanto contato. Esse tipo de coisa as vezes falta nas conversas e reuniões que já foram feitas, mas posso pegar assistindo as aulas.

- E você pretende fazer tudo isso?

- Eu tenho hoje para assistir todas as aulas, amanhã para organizar com os professores um programa de treinamento e garantir que o conselho consiga os materiais com as editoras. Se não tivermos como conseguir em búlgaro temos domingo a noite para traduzir e fazer cópias mágicas e segunda-feira, terça de manhã no mais tardar, para conseguir a autorização legal de nossa tradução antes de passar para os alunos. É um tempo apertado, mas é para isso que o conselho serve de toda forma.

Todos na mesa da sonserina que estavam ouvindo a conversa, o que era a maior parte já que era Harry Potter falando e todos continuavam curiosos sobre ele, o encararam como se fosse feito de algo que nunca viram antes.

- Eu sei, é meio difícil conseguir uma autorização da editora tão rápido, mas vamos dar um jeito, não precisam me encarar assim.

- Não é esse o problema – murmurou Daphne.

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- Olha só, a enfermaria de Hogwarts é rápida. Já estão aqui para a primeira aula barbudos? – disse Harry se aproximando do grupo de grifinórios enquanto descia as escadas para os jardins.

Junto dele estavam alunos do sexto ano da sonserina que se ofereceram para acompanhá-lo. 

- Se não é o pequeno dragão – Disse Fred.

- Andando com as cobras – comentou George encarando os que estavam mais próximos praticamente cercando Harry.

Graham Montague, Adriano Pucey e Cassius Warrington, os artilheiros da casa. Os três encararam os gêmeos de volta.

- Alguns dragões conseguem ser entendidos por falantes de linguagem das cobras sabiam? São répteis de origens suficientemente semelhantes, é normal que consigamos então ter uma boa relação. Dito isso, como os leões se sentem agora que perderam as tão belas jubas brancas?

Os de verde deram risadinhas atrás.

- Sentiremos falta - brincaram os Weasley nem um pouco afetados.

- Durmstrang terá aulas conosco... – perguntou Alícia Spinnet ao lado de Angelina.

- Não, não. Estão todos no barco tendo aulas de reforço de inglês e algumas preparatórias a mais. Como eu disse para a sonserina, durante o café, eu vou assistir...

Então Harry explicou toda a necessidade de entender o funcionamento de Hogwarts para facilitar a inserção dos colegas na semana seguinte, enquanto faziam o caminho até uma clareira onde teriam Trato das Criaturas Mágicas.

Os grifinórios, agora, estavam tão surpresos quanto os colegas de verde estiveram, percebendo a dedicação e trabalho que o presidente do conselho tinha de ter em prol dos colegas.

- Seus professores estão querendo te matar se estão fazendo ter todo esse trabalho. Quantas pessoas têm no conselho estudantil para ajudar com tudo isso? Cem?

- Seis, contando comigo. Sete se Krum ajudar com a tradução de livros e têm meus amigos. Mesmo assim, imagino que se eu estou tendo todo esse trabalho, os professores devem estar sobrecarregados com o dobro, é minha função ajudar no que é possível, só assim eventos como esses podem acontecer sem que o ensino seja prejudicado – ponderou Harry. – Mesmo assim eles não me pediram para fazer isso, eu tive a ideia toda. Não quero que meus colegas tenham qualquer problema e, com sorte, a experiência será um sucesso para todos.

- Você dorme? – perguntou Fred.

- Você ainda tem sanidade? - perguntou George.

- Às vezes – brincou. – A propósito, prazer. Podem me chamar de Harry, ou Hazz, estou mais adaptado a Hazz entretanto. Vocês são...?

- Fred – disse o gêmeo da esquerda.

- George – disse o da direita.

Harry os encarou de rosto limpo por alguns segundos, depois uma única sobrancelha levantou e por fim ele deu um sorriso de canto de lábios.

- As pessoas confundem muito vocês? – perguntou lentamente.

- Não, por quê?

Harry estalou a língua.

- É que parece que até vocês dois já estão se confundindo.

As pessoas em volta ficaram confusas enquanto Fred e George se encaravam.

- O que? – perguntaram.

- Você é Fred – disse apontando para o da direita. – E você é George – apontou para o da esquerda. – Não estou certo?

- Como? – perguntou George, afinal sim, Harry Potter sem nem conhecê-los acertou.

O menino riu enquanto as pessoas o encaravam surpresas.

- Eu me candidatei a presidente do conselho no meu segundo ano, não se faz uma coisa dessas tão novo em um instituto de magia sombria sem, no mínimo, conseguir identificar quando pessoas estão tentando te enganar.

- Você é presidente do conselho de uma escola desde o seu segundo ano? - perguntou Angelina.

- Não, a candidatura funciona assim: o aluno que quer participar conversa em janeiro com os professores, depois de uma prova e algumas entrevistas, se eles te aprovarem, você começa a sua campanha de eleição que vai até o final de maio. Assim, quando as férias começam, o novo presidente já foi escolhido e tem todo o verão para se reunir na escola com o novo conselho que ele escolhe para si, claro todos recomendados ou aproados pela diretoria, posicionar todos em seus cargos, verificar o andamento do ano anterior e preparar tudo para a recepção dos alunos. Existem anos que ninguém se candidata, então o antigo presidente continua, assim como o conselho dele.

- Entendi.

- Harry - chamou Fred receoso. - Nós não estávamos tentar enganá-lo...

- É apenas uma brincadeira – explicou George. – A maioria realmente nos confunde então as vezes não nos importamos com qual nome falar ou quem vai responder quando chamam.

- Deve ser uma droga, afinal vocês são bem diferentes, me incomodaria confundirem com distinções tão óbvias.

- Diferenças? – perguntou George.

- Óbvias? – Perguntou Fred, ainda mais inconformado.

- Você é um centímetro mais alto – disse apontando para Fred, - talvez dois, sem contar que sua voz é mais fina, você tem menos sardas e quando está numa conversa olha diretamente para a pessoa quando ela está falando, mas quando ela foc no seu irmão você acaba vagando para qualquer direção, você também parece cruzar bastante os braços ou apoia-los nos bolsos. Eu diria que se estivesse perto estaria apoiado em uma parede, mesa ou janela... George você mantém bastante atenção na pessoa que está falando o tempo todo, mas parece estar mais atento aos arredores que seu irmão, você tem a voz mais grossa e os movimentos mais rígidos, precisos, tenho a impressão de que você é melhor em feitiços que seu irmão também, estou certo?

- Como é que você saberia disso? – perguntou incrédulo.

- Também sou muito bom lendo as pessoas. Outra característica muito útil de se ter na minha escola. Na verdade... sequer alguém seria selecionado para a minha casa sem poder perceber o máximo de detalhes em alguém antes do fim do primeiro encontro, ou seria envenenado no primeiro dia que criassem algo contra você. Como a Haus Feuer dificilmente gosta de alguém de primeira vista, isso dá cerca de vinte quatro horas para um despreparado acabar na enfermaria depois que entra no salão comunal.

- Você fala como se sua escola fosse um perigo constante – disse Angelina.

- Verdade, tenho certeza de que ouvi você comentar sobre alunos envenenando comida ontem mesmo – disse Lino Jordan.

- Durmstrang é perigosa. Qualquer escola de magia é, inegavelmente, afinal estamos falando de uma energia de possibilidades quase infinitas sendo ensinas a crianças com pouco controle.

- Entretanto você ouvirá de Dumbledore e de muitos aqui, que Hogwarts é o lugar mais seguro da Terra – disse Sirius Black chegando finalmente para a aula.

Todos sentiram a tensão que se espalhou no ar quando ele e Harry se encararam por longos segundos antes de Harry cortar o contato visual olhando para o lado.

- Disse o professor que invadiu a escola e uma das comunais ano passado, enquanto era um fugitivo procurado.

Os alunos da sonserina e grigfinória arregaram seus olhos e bocas em perfeita sincronia, o próprio Black não esperava aquela resposta e ficou em choque, mas logo os de verde explodiram em gargalhadas.

Harry se sentiu mal por alguns segundos. Ele queria ser simpático com Sirius, mas, Merlin o ajude, ele ainda estava furioso com o padrinho.

Mesmo a conversa ontem com Neville não o ajudou a se acalmar, mas defendendo o amigo, Nev dificilmente conseguiria considerando que Hazz não lhe contou tudo que o estava incomodando no encontro iminente entre ele e o animago cachorro.

Mesmo com todos esses anos Harry ainda escondia coisas de Neville temendo que ele o achasse estranho, afinal... foi seu primeiro amigo, ele temia muito perdê-lo.

- Disso não tenho muito como me defender – disse Black após alguns segundos que levou para se recompor.

- Só disso? – perguntou Harry antes que pudesse impedir a língua venenosa, fechando os olhos e se amaldiçoando assim que percebeu que, sim, falara aquilo em voz alta.

A vozinha em sua cabeça riu.

- Como? – perguntou Sirius.

"Vamos, fale para ele" incentivou a voz "ele merece ouvir". Mas Harry definitivamente não era um novato em ignorar a pior parte de si mesmo. Optou por um assunto mais seguro já que não tinha como voltar com a última frase.

- Quer dizer, o lugar mais seguro do mundo? Havia um lorde das trevas possuindo um professor a quatro anos.

Dessa vez a sonserina tentou segurar as gargalhadas, pelo menos, em respeito a quem estava falando e sobre quem. Não se fazia piada com o Lord das trevas.

A grifinória tentou se segurar também, mas alguns sons de engasgo ainda eram bem evidentes.

- Eu posso, na verdade, fazer uma lista por ano desde que meu amigo entrou aqui, de perigos substanciais a vida dos alunos. Ao menos nós da Durmstrang assumimos que somos perigosos e praticamente andamos com uma placa em neon dizendo isso quando aceitamos como diretor Igor Karkaroff e vice Lakoff Mitrica.

- Como assim? – Perguntou Fred.

- Vocês não sabem? – perguntou Harry.

- Do que? O que não sabemos? – perguntou George.

- Senhor Potter, - Sirius chamou. – Talvez seja melhor não espalhar informações pessoais sobre seus diretores – disse apesar de muito curioso sobre Mitrica, quase se arrependendo em querer ser um professor responsável ao invés de permitir que Harry lhe desse alguma informação para solucionar o caso do desconforto de Dumbledore.

A situação tinha chegado ao ponto máximo, na opinião de Sirius, ainda aquela manhã quando Mitrica tentou conversar com o homem, todo sorridente, mas fazendo o mais velho sair. Dumbledore poderia dizer o que quisesse depois, mas o Black sabia que o diretor não foi para o café da manhã por causa de Mitrica.

Mesmo assim avisar aos grifinórios que o diretor da Durmstrang era um ex comensal da morte, marcado ainda por cima, parecia uma receita para o caos. Ele sabe que James e o grupo teriam ido com ele pessoalmente colocar as mais diversas poções nas bebidas do homem como algum tipo de vingança pessoal por ser um babaca com cobra preta no braço.

- Sinceramente, professor, acha mesmo que não vão descobrir? Ainda mais agora que o senhor me impediu de falar, todos vão fazer questão de saber.

- Entretanto não precisamos ser nós a espalharmos os boatos.

- Se o senhor diz, manter-me-ei quieto. Entretanto acho questão de tempo, com os alunos que temos em Hogwarts, principalmente da sonserina e dos quartos anos em diante, o segredo sobre a boca grande e o animal de estimação portátil do diretor logo estará na boca de todos.

Sirius não perdeu como Harry deu todas as dicas aos alunos ali presentes de como conseguir a informação de Karkaroff. Quem a teria e sobre o que era o assunto em questão. Animal de estimação portátil? O diabinho tinha até mesmo dito de uma forma que não poderia levar uma bronca do professor, afinal existiam formas bem menos discretas.

Ele pessoalmente teria usado "o desenho de pulso" em sua tentativa mais respeitável, o que já revelaria tudo.

Definitivamente seu afilhado era tão ardiloso como James.

E dificilmente gostava de seu diretor. Mas como ele não disse nada sobre o segredo de Mitrica, parece que isso não se estendia ao loiro também.

- Pois bem, vamos começar a aula?

E o assunto morreu. Por hora.

-x-x-x-

No almoço todos os alunos de Hogwarts e Beauxbatons estavam em burburinho agitado.

Alguém (Theodor Nott) tinha contado a alguém (classe do sexto ano da sonserina) em algum momento do primeiro horário (intervalo entre duas aulas dos sextos anos, pegando os quartos anos no corredor para a aula de história da magia), que Igor Karkaroff era um ex comensal da morte, liberto por botar a boca no trombone e dedurar a maioria dos que estavam presos atualmente (inclusive familiares de Nott nessa lista), contando ainda que Igor tinha sido preso pelo próprio Moddy e por isso eles pareciam se evitar.

Isto é, Karkaroff evitava Moddy, este apenas o encarava com raiva.

Acontece que esse alguém que tinha descoberto, contou para mais alguém (turma do sexto da corvinal com o qual a sonserina dividia a aula após o intervalo) e assim por diante até que no almoço ninguém falava sobre Harry Potter, a novidade do ano, nada que não fosse uma breve menção do tipo "Ele estuda numa escola com um diretor que é comensal?".

Ninguém mencionou sobre sua participação nas aulas de trato das criaturas mágicas, herbologia, transfiguração, runas antigas, história da magia e aritimância, (que eram as que ele conseguiu participar durante a manhã, em turmas diferentes, de casas diferentes e por pequenos períodos, mesmo assim um feito já que a maioria tinha apenas três ou quatro aulas no tempo que ele viu sete).

Só que, mais importante que isso (e do qual a corte mais se orgulhou em perceber) não haviam perguntas sobre a vida pessoal de Harry. Ninguém disse nada sobre ele e Sirius serem afilhado e padrinho, fez perguntas chatas sobre como era se encontrar, não havia especulação sobre com quem ele morava, como era tão avançado nos estudos ou qualquer coisa importante vazando.

Lara Dimitrika, junto da equipe de quadribol da grifinória, não teve que responder nada sobre seu presidente, apenas sobre seu diretor, e como seu irmão gostava de falar mais que a boca também conseguiu notar que nem mesmo Neville estava tendo problemas com as perguntas dos amigos, já que aparentemente nem ele sabia desse fato.

"Harry nunca me contou" ela o ouviu dizer "provavelmente sabia que eu ia ficar inconformado e minha avó mandaria um berrador para a casa dele".

"Mas é claro! Harry Potter nas garras de um comensal, onde já se viu!" reclamou Ron.

Até a birra infantil que o ruivo parecia ter adquirido pelo amigo por ser conhecido íntimo de Potter e cumprimentar Krum parecia ter sumido.

"Mas o ministério libertou ele" disse a garota chamada Hermione, também amiga de Neville "ele não deve ser perigoso para Potter".

"O que?! Como se o ministério não tivesse soltou tantos comensais!" falou horrorizado, o assunto voltando para Karkaroff no mesmo instante e na guerra.

- Droga – reclamou Heinz logo no começo do almoço e de toda a confusão.

- Você e mais alguns tem oito dias para pagar o conselho.

- Vocês apostaram o que? – perguntou Blaise.

- Quanto tempo levaria para descobrirem sobre os diretores – explicou Axek. – Cerca de cento e cinquenta alunos estavam envolvidos nessa. Metade dos que vieram para cá. Era uma das grandes. Chegou aos mil galeões.

- O que?! – perguntou Pansy. – Mas esse é o prêmio do torneio tri-bruxo e vocês estavam concorrendo em uma simples aposta?

- Bem, acho que só uns quatro apostaram que seria logo antes da segunda noite no castelo, a maioria pensou que seria quando começássemos a ter aulas com vocês. De toda forma, foram 1050 galeões envolvidos, tirando os cinco por cento do conselho e dividindo entre os vencedores temos cerca de duzentos e quarenta e nove galeões por vencedor, aos sortudos.

- Aos bem informados – corrigiu Harry. – Se tivessem metade da informação que eu tinha sobre o lendário boca a boca de Hogwarts teriam mais apostas na primeira noite.

- Você apostou na primeira noite também? – Perguntou Draco e se amaldiçoou quando desviou o olhar do sorriso que Harry lhe dera.

Ele sequer sabia o porquê fez aquilo.

- Não entrei, eram só sete galeões pá participar e todos que não são meus amigos têm a mania de repetirem a aposta que eu fizer, teriam muito mais vencedores assim, nunca entro se não tiver que dar pelo menos cinquenta para isso.

- Por que seus amigos não te seguem?

Dessa vez Draco se segurou para não parecer idiota com o sorriso que lhe foi dado, então pode apreciá-lo até o final.

Também como a boca de Harry parecia ainda mais bonita se mexendo.

- Porque eles sabem que assim seria chato. De toda forma nada saiu sobre Mitrica ainda, existe a chance de você não perder Horváth - comentou se voltando para Heinz. - Todos parecem focados demais no Karkaroff.

- Sua alteza, sua alteza – disse Ivan estalando a língua quatro vezes balançando o dedo em seguida.

- Presidente, eu já disse – corrigiu Harry monótono enquanto voltava a comer.

- Você, por acaso, tem algum dedo envolvido no vazamento do segredinho sujo de nosso, nem tão amado por você, diretor?

- Eu? Por que eu me envolveria nisso? Só porque eu acho que Mitrica merece o cargo muito mais do que aquele boçal não quer dizer que eu estaria envolvido em cada coisa de ruim que acontece no dia dele. Na verdade esse tipo de suposição é até perigosa, afinal estamos coincidentemente cercados de cobras quando ele não passa de um rato traidor, coisa que eu pessoalmente detesto, em um momento onde se voltou a falar da guerra. Não quero você pensando que, se ele desaparecer, eu tive algum envolvimento – disse baixinho, apenas para a mesa da sonserina ouvir no meio de todas as conversas e, mesmo entre eles, apenas os grupos mais próximos chegaram a isso.

Os poucos grupos certos, então foi o bastante.

Estavam encarando Harry agora com olhos totalmente novos, atentos a cada movimento, principalmente o sorriso malicioso que deu em seguida.

- Sirius Black me impediu, então não tenho nada a ver com isso mesmo. Karkaroff que aproveite as consequências dos frutos que plantou. Com tudo, ele não precisa se preocupar, afinal Hogwarts "é o lugar mais seguro da Terra".

Graham Montague riu alto.

-x-x-x-

Harry foi, após o almoço, novamente com o sexto ano da sonserina para a aula que eles teriam. Defesa contra as artes das Trevas.

Se a aula de Sirius estava lhe dando dores de barriga, Hazz sentia que aquela seria um massacre.

Assim que chegou no corredor para a sala percebeu que o professor não estava, pois os alunos da grifinória já presentes jogavam aviões de papel encantados de um lado para o outro, sentados nas mesas e conversando.

Fred e George entre eles o viram chegar.

- Olha o pequeno dragão com suas cobras de companhia – comentou George.

- Olha, dois gatinhos medrosos – Cassius Warrington zombou.

George nem deu atenção.

- Harry, seus parentes não se incomodaram com você estudando onde um ex... enfim, Karkaroff é diretor? – perguntou Alícia Spinnet.

- Nem um pouco, não temos medo de ratos.

Os sonserinos riram enquanto procuravam lugares para se sentar, diferente dos grifinórios, adequadamente.

- O que quer dizer? – perguntou Jordan.

- Que alguém que traiu tantas famílias das trevas dificilmente apresenta alguma ameaça. Karkaroff não é um problema, afinal ele tem tantos motivos quanto eu para evitar o exército de Voldemort.

Harry viu como o nome fez as pessoas arrepiarem e pularem em seus lugares, uma menina deu um grito contido e uma sonserina arfou alto o bastante para se ouvir.

- Você disse o nome – murmurou Sean Ogbourne, da Grifinória, horrorizado.

- Ter medo de um nome só faz aumentar o medo da própria coisa e eu definitivamente não sou um covarde. Seria um insulto pensar isso considerando minha casa. Vocês, entretanto, podem chamar como quiserem.

Todos ficaram em silêncio mais alguns segundos, como se estivessem superando o choque de ter escutado a palavra "Voldemort".

- De toda forma, - continuou Harry suspirando – acho que entendem o que quero dizer e nem de longe o diretor é a coisa mais assustadora no castelo da Durmstrang.

- Existem coisas assustadoras lá?

- Bem, sim... – Hesitou pensando que dificilmente algo superaria um basilisco nos esgotos, como Hogwarts.

Claro, Neville atingiu a coisa com a espada e disse que ela, cega por garras de fênix e já bem ferida, se escondeu em um dos buracos, mas não voltou a se mexer depois de agonizar algum tempo. Ele tinha certeza de que estava morta. Harry ainda pretendia verificar, já que diferente do amigo podia abrir a câmara pela entrada correta e não por canos sujos de excrementos sem saber quais caminhos tomar para voltar.

- Acho que o que me da mais medo é a localização da Durmstrang... – ponderou após alguns segundos.

- Como assim? É no meio de uma floresta cheia de monstros ou coisa parecida? – perguntou Angelina.

- Isso vocês já têm aqui do lado e não parecem nem um pouco incomodados. Não, estou falando da maldição que toda pessoa que pisa na escola sofre ao pensar na localização.

- Do que está falando? – Perguntou Jordan.

- A posição exata do castelo é um mistério até para nós que estudamos lá, sempre que tentamos pensar como chegar, a menos que precisemos fazer isso e sejamos autorizados pela magia do lugar, é impossível lembrar com certeza onde está. É uma magia complexa demais e envolve arte antiga das trevas, pensar que no instante que tive minha matrícula aceita eu já estava concordando em ser afetado por um feitiço que interfere dessa forma na mente é um tanto incomodo.

- Nossa, eu não fazia ideia.

- Há isso e outras situações igualmente desconcertantes, mas você se acostuma, os alunos tem uma ótima forma de dar boas-vindas aos primeiros anos também, se aguentar até o fim de uma semana é porque tem garra.

- A forma como você fala parece que todos têm que andar em vigilância constante pelos corredores da Durmstrang – disse Angelina baixinho como se a palavra vigilância fosse invocar Moddy no meio de uma boa conversa.

- Magia sombria é um perigo constante, - respondeu Harry. – Ou você domina ou ela te engole vivo, se a escola não criasse pessoas prontas para esse desafio não teriam todos vivos até o fim do ano. Admitimos este risco no instante que a escola se voltou para ensinar esse tipo de magia. Os fundadores das casas sendo dois assassinos, uma espécie de ditadora mestre das artes das trevas e um auror foragido, dificilmente seríamos um bando de flores delicadas.

- Credo, deve ser horrível viver assim! - Ken Towler disse.

- Para um nascido trouxa como você, talvez – disse Pucey com todo o nojo sangue puro saindo de sua voz.

- Acha mesmo que isso vem ao caso? – perguntou Harry, a voz tão fria que assustou o sonserino.

Hazz não parecia bravo se olhasse rápido, mas todos ali que ouviram sua voz podiam jurar que Potter mataria Pucey por aquelas palavras, seus próprios olhos pareceram brilhar de um jeito muito incomum em uma pessoa. Isso fez com que se lembrassem de algo importante: a mãe de Harry era nascida trouxa.

Talvez pelos modos incrivelmente impecáveis que o garoto mostrava na mesa verde eles tivessem esquecido que não era um sangue puro ali.

Parecia agora ser um grande erro não se lembrar daquilo.

- O que tem ele ser um bruxo nascido entre trouxas? – perguntou e Pucey engoliu em seco de forma audível, tão áspera que ficara sua boca.

De repente aqueles que ouviram o garoto durante o almoço, falando tão casualmente sobre o desaparecimento do diretor de quem não gostava, começaram a pensar que Harry poderia estar esperando por aquilo tanto quanto tentando garantir a coisa toda.

Aquela pequena chama de dúvida que já existia quando ele derrotou o lord das trevas, fazendo as famílias escuras se perguntarem se aquele não era um prodígio em ascensão, atiçada durante o almoço e agora aquela voz... A forma como ele parecia capaz das piores ameaças, fez Adriano realmente se arrepender de ter menosprezado um nascido trouxa na frente de Harry Potter.

- Desculpe, eu... – Pucey começou, a voz meio tremula, mas foi interrompido por um suspiro alto do garoto mais jovem.

- Deixe para lá – disse e dessa vez sua voz voltou ao tom simpático usual. – Não é o tipo de comentário que eu não esteja acostumado a ouvir, Durmstrang sequer aceita nascidos entre trouxas por pensamentos parecidos.

- Mesmo? – Perguntou Lino.

- Eu acho que é justo, entretanto. Dificilmente alguém que não tenha sido criado desde criança a conviver e usar magia conseguiria acompanhar o currículo da escola sem se machucar ou machucar alguém. Mesmo os melhores falham as vezes e acabam deixando um feitiço mais instável vazar. É questão de se proteger e aos demais alunos.

- Mas isso é discriminação, não é como se pudéssemos ser ensinados antes – disse Towler, cheio de coragem grifinória e recebendo comentários de escárnio da sonserina.

- Você entende, então, que a solução é bem simples? – perguntou Harry olhando diretamente para o garoto, a voz novamente fria e simplesmente... aterrorizante, essa era a palavra. – Mude o governo.

- O-o que?

- O governo disse que vocês nascidos trouxas devem viver com suas famílias até os onze anos, sem saber nada sobre o nosso mundo até receberem uma visita de o que? Uma hora? Duas? De um professor, nem sempre totalmente capacitado, que deveria nessa simples conversa explicar toda uma nova cultura.

"Com religiões distintas, tradições, línguas, história de mais de quinze mil anos, civilizações mágicas inteiras de que temos registro, mas não existem mais, mais de mil novas raças e espécies, criaturas, sistema monetário e político único, e torna-los capacitados de se comparem em intelecto a pessoas que vem recebendo essas informações a, vamos lá a conta é fácil, onze anos. Todas coisas sobre as quais vocês nunca ouviram falar enquanto perdiam tempo aprendendo coisas, que no instante que pisam aqui, parecem inúteis a menos que decidam voltar um dia a viver entre trouxas. O que tornaria os sete anos em Hogwarts inúteis.

"Então vocês têm, as vezes apenas dois meses, para ler e se preparar sozinhos e sem nenhum apoio verdadeiramente significativo, então ingressar numa escola, em um lugar onde seus pais sequer são capazes de ver, e manterem-se no mesmo nível nas aulas, isso tudo sem contar a óbvia dificuldade de acesso a alguns livros que as pessoas possuem por não saberem onde encontra-los mesmo quando são nascidos entre bruxos. Imagine vocês sem direção alguma.

- Dito isso, o problema não é a minha escola não permitir bruxos nascidos entre trouxas, o problema é o ministério da magia manter bruxos no meio de trouxas e condenados a ignorância, não só atrapalhando seu desenvolvimento mágico como aumentando o risco de exposição da nossa sociedade e o risco à vida desses mesmos bruxos.

- Risco à vida? – Perguntou Montague após alguns segundos em que todos ficaram calados pensando em tudo que Harry Potter havia dito.

Os sonserinos acabaram voltando mais rápido, uma vez que eles mesmos pensavam nesse problema a mais tempo, o que eles perceberam era: eles nunca tinham colocado nascidos trouxas como vítimas de um sistema que os segregava até os onze anos, afinal essas políticas foram inseridas com eles e seu aumento na comunidade. Suas tradições tiradas por nascidos trouxas, por serem "diabólicas", "pagãs", "bárbaras", substituídas por seus próprios feriados cristãos.

- Claro, risco à vida! Afinal porque Hogwarts foi criada para começo de conversa? Há mais de 1000 anos Godric Gryffindor, Rowena Ravenclaw, Helga Hufflepuff e Salazar Slytherin, os maiores e melhores bruxos da época, juntaram-se para formar uma escola de magia e feitiçaria. Juntos, eles construíram o castelo de Hogwarts, com o objetivo de educar os jovens que apresentassem algum talento mágico permitindo que o conhecimento da magia fosse unificado e as crianças fossem protegidas e capazes de se defender dos trouxas que, com o começo do cristianismo, passaram a acreditar que bruxos haviam feito pacto com entidades chamadas demônios e nada mais eram do que o diabo na terra. Sem Hogwarts e outras escolas a caça às bruxas na Europa teria dizimado nossa civilização. Foi o fato de partilharmos conhecimento e educarmos a sociedade mágica que permitiu o desenvolvimento de feitiços que nos impediam de sermos queimados vivos nas fogueiras ou afogados com correntes amarradas ao corpo.

- Mas não existe mais caça às bruxas – disse Montague.

- Mesmo? – perguntou Harry se virando totalmente para o garoto, o tom ameaçador ainda presente, mas desta vez Montague sentiu a magia dele. Sombria, quente, forte e pronta para destruir.

Contida o suficiente, como se estivesse irritada, mas esperando por uma autorização para atacar. Os sonserinos sentiram os cabelos da nuca se arrepiarem, sendo mais sensíveis a magia e a mudança em sua tendência, eles puderam notar isso, a raiva de Potter.

- Bem... – começou cheio de receio.

- Eu entendo que dificilmente um bruxo nascido entre trouxas acabe na sonserina, Salazar era um bruxo das trevas que queria que seus alunos também conhecessem a arte e, pelos mesmos motivos que citei antes, fica claro que alguém do tipo não poderia aprender sem riscos aos quais ele não estava disposto a correr. Entretanto vale lembrar que isso mudou, existem bruxos de origem menos "nobres" com vocês agora, e vocês representam os futuros lordes da câmara dos lordes, votantes do Wizengamot, responsáveis pela sociedade mágica, então deveriam saber a quantidade gigantesca e preocupante de bruxos que são maltratados, negligenciados, agredidos, assediados, torturados e até mortos por pais em lares religiosos que acreditam que seus filhos deveriam queimar no inferno.

- Mortos?! – Perguntou Angelina. – Você está falando sério?

- Há pelo menos um caso por ano no ministério de criança mágica assassinada por ser bruxa, senhoria Johnson – disse Alastor Moddy, que vinha ouvindo a conversa a um tempo na porta.

Só então os alunos perceberam sua presença lá, já que estavam concentrados demais em Harry.

- Desculpe estar tomando tempo de aula, professor – disse o menino se virando e sentando ao lado de Montague.

- Está tudo bem, senhor Potter. A conversa que você levantou sem dúvidas é um assunto interessante – disse enquanto mancava até a frente da sala e os outros, ainda sem lugares, se posicionavam. – Dito isso, me interessou saber até onde o senhor queria chegar com ela.

- Como assim? – perguntou, desta vez olhando para o homem que também mantinha tanto seu olho normal quanto o mágico em Harry.

- Você responsabilizou os Lordes por ignorarem nascidos trouxas em votações no Wizengamot, ou pelo menos seus herdeiros por não se preocuparem com o problema que sofrem, mesmo assim você entende que são justamente essas pessoas que não se importam com os nascidos trouxas, certo?

- Isso mesmo! - defenderam alguns grifinórios.

- Entretanto qual a raiz do problema? Por que eles não se importam? É uma questão de um lado atacando o outro, o problema é que só um dos lados sabe o que está fazendo e continua, enquanto o outro prefere ficar na ignorância.

- Como assim, um lado atacando o outro? – perguntou Towler ofendido.

- Você já se perguntou por um minuto porque "sangues puros" se irritam com nascidos entre trouxas ou achou, no instante que pisou aqui, que eles são apenas preconceituosos horrendos como trouxas geralmente são uns com os outros?

- Eu... Bem, eu precisava?

Os alunos da Sonserina bufaram.

- Típico – comentou um deles.

- Claro, seria mais fácil se eles explicassem, mas pense que a história da magia é muito longa, existem gerações, centenas delas, que tentaram dar essa explicação e não conseguiram nada, no fim eles desistiram e começaram a destilar o máximo de ódio que conseguiam e podiam como retaliação por não serem ouvidos e desprezados. Como eu disse, são dois lados se atacando, nenhum tenta entender o outro e juntos estão destruindo nossa sociedade em perfeita harmonia de ignorantes poderosos. É uma coisa horrível de se ver, mas é a realidade que a maioria prefere jogar para debaixo do tapete, pois é muito difícil mudar um sistema.

- Mas... qual afinal seria o motivo?

- Você sabe o que é Samhain?

- Não.

- Ostara?

- Não?

- Como se comemora o Yule?

- Não sei... Por que isso vem ao caso?

- Porque, meu colega leão, esses são feriados sagrados para os bruxos, parte da religião "pagã" a qual pertencem nossas origens. Samhain, Ostara, Yule, Imbolc, Mabon, Beltane, Lupercália são todos nomes de ritos extremamente importante para a cultura tradicional bruxa. Você, quando aceitou seu lado bruxo e veio para uma escola de bruxaria teve contato com algum desses nomes?

- Não.

A sonserina soltou muxoxos descontes.

- Exato. Agora, me diga, a tal escola de bruxaria, que deveria te ensinar a história da nossa sociedade, tem um professor que te deu aulas sobre isso?

- Não.

- Tem qualquer aula sobre tradição bruxa enquanto oferece, para os nascidos entre bruxos, aulas de estudos dos trouxas?

- Não.

- Não acha que deveria? Pois se para famílias tradicionais é incentivado a aprender sobre suas "contrapartes" no mundo não mágico em uma escola de magia, não caberia dar aulas aqueles que vieram desse mundo as tradições mágicas? Ou então e tão importante quanto, algum dos seus amigos te contou que existem esses feriados para você sequer ter a oportunidade de pesquisar sobre eles?

- Não.

- Bem, nós não comemoramos – disse Angleina. – Minha família, pelo menos...

- Angelina, certo?

- Sim...

- Uma dúvida, sua família são de maioria bruxa?

- Sim.

- Você conhece todos esses feriados?

- Sim.

- Vocês apenas escolheram não comemorar, correto?

- Sim.

- Exato! Porque é uma escolha! Religião é assim. Independentemente do que possamos pensar, sobre nossa religião ser melhor que outra, acima dos "sangue puros", – disse fazendo aspas com as mãos – por falta de nome melhor aqui, acreditarem que é errado não comemorar esses feriados pois são bons para a magia e focados nas entidades mágicas, ainda é essencialmente uma religião. Um estado deveria permitir a livre manifestação religiosa, não concorda senhor...

- Towler, Kenneth Towler – disse o nascido trouxa.

- Senhor Towler.

- Pode me chamar de Ken.

- Certo, Ken, você, um nascido entre trouxas acha correto e justificável a perseguição religiosa?

- Claro que não!

- Pois então saiba que todos os feriados que mencionei se tornaram proibidos nas escolas de magia tradicionais, isto é, as que aceitam filhos de pais trouxas. Por serem considerados por eles feriados ruins para suas crianças cristãs e o ministério da magia, ao invés de criar programas de inclusão que mostrasse aos pais os benefícios deles e lembrem que não passa de uma religião e, portanto, deveria ser de livre escolha, achou melhor aderir aos feriados trouxas, que caiam nas mesmas datas, assim permitindo aos nascidos entre bruxos comemorarem em casa.

"Só que existe um problema nessa conta, como alguns feriados duram só um dia se tornou inviável que aqueles nas escolas saíssem e voltassem toda vez e automaticamente mais da metade de todos estes feriados foi simplesmente impedida de ser adequadamente manifestada por seus fiéis de uma hora para a outra. Alguns envolvem magia de sangue, rituais que sem o acompanhamento dos pais não poderiam ser feitos, então nem nas comunais poderiam acontecer!

"Tudo porque aqueles que apoiavam a inclusão de nascidos entre trouxas, acreditaram que era mais fácil convencer uma sociedade já formada a aceitar mudanças radicais em seu modo de viver, em prol daqueles que estão entrando e não tem voz ativa, do que modificar do zero as cabeças já formadas de adultos, os pais dos nascidos entre trouxas, que não aceitariam seus filhos em casa novamente se eles se aproximassem tanto da figura que a própria religião tinha do diabo.

"É por isso que eles te odeiam, não é você, um pouco o que você representa, mas principalmente o fato de que você pode insistir que trouxas não menosprezam mais bruxos, mas mesmo assim nunca luta pelos nossos direitos voltarem a serem o que eram, pois no instante que descobre do que cada um se trata os julga igualmente. Não coloca como uma religião, não respeita, seus costumes cristãos arraigados e a pouca parcela da população mágica que tem coragem de falar abertamente sobre eles, te impede de vê-los com bons olhos e não simples festas devassas.

"Por isso famílias começaram a ser chamadas de traidores de sangue, pois eles, que tem a informação correta no colo e tem a amizade com vocês o suficiente para se fazer ouvir, que poderiam ensinar essas coisas e fazer com que ambas as partes pudessem ser igualmente favorecidas pelas leis, simplesmente escolheram comemorar os novos feriados e nunca ajudar as famílias tradicionais a conseguir seus próprios direitos religiosos de volta, por brigas irracionais e velhas além de uma crença, muito da idiota, de que não tem problema ser impedido de aproveitar todos os ritos – da própria religião - porque ela é coisa de "bruxos das trevas", necromantes e depravados.

Silêncio.

Alastor Moddy quebrou após um tempo com quatro palmas lentas.

- E tudo isso é só a ponta do iceberg. Muito bem senhor Potter, estou impressionado com sua educação mágica. Ele está correto, senhor Towler, e o problema consegue ir ainda mais fundo, mas essencialmente famílias bruxas vem brigando por religião a anos, depois surgiram outras diferenças que culminaram nas nossas guerras.

- Claro que esta aula deveria ter sido dada em história da magia, mas o cadáver que ainda leciona aqui parece nunca ter notado que os anos passaram e que coisas, que eram senso comum na época dele, agora são a história e precisavam ser contadas! Afinal não basta não perceber que sua forma de ensinar se tornou ultrapassada para as novas gerações, porque não ignorar o avanço do mundo e de todos os novos acontecimentos que marcaram a sociedade mágica? Com certeza formará gerações capacitadas em consertar erros antigos e evoluir – reclamou Harry, muitíssimo irritado, não percebendo como a vozinha de seu lado ruim estava quieta demais e que sua língua má estava solta. – Uma sociedade que não conhece sua história está fadada a repeti-la – encerrou mexendo no cabelo para se acalmar.

Perceber que novamente todos ficaram em silêncio foi o que permitiu notar as outras coisas e seu deslize flagrante.

Droga.

"Foi um lindo discurso, pelo menos" disse a vozinha fazendo Harry querer se bater até chegar nela.

- Vou fingir que não ouvi o senhor falar sobre isso, senhor Potter, e vou fingir que não concordo. Agora, vamos para a aula...

-x-x-x-

- Senhor Potter, poderia me dar uma palavra? Levara um instante - perguntou Moddy quando o garoto se levantou e pediu licença para se retirar ao próximo compromisso.

- Claro - respondeu meio incerto já que tinha outras seis aulas para assistir até o fim do dia e uma reunião com a professora de Astronomia, que só tinha aulas a noite e nenhuma aquele dia, então teriam de se contentar com uma conversa.

- Vamos ali fora - disse mancando até o garoto e o acompanhando até a porta - Vou deixar isso aberto para ficar de olho em vocês, copiem o que está no quadro! - avisou e logo em seguida Harry sentiu ele levar barreiras de som, o que deixou o garoto muitíssimo alerta.

"Nunca demonstre medo ou que você percebeu o movimento inimigo, vai dar segurança a ele" Harry se lembrou no mesmo instante das aulas de seu tutor e manteve a pose relaxada.

- Eu estava com uma dúvida, tenho quase certeza de que o senhor, após todo o incidente com a guerra... sinto por seus pais, eram boas pessoas - acrescentou.

- Obrigada - disse Harry.

"Ele nem pisca" disse a vozinha.

- Enfim, como a maioria eu soube que você teria sido criado por trouxas, mas o que você disse antes parece muito que...

- Senhor, imagino que saiba que eu dificilmente daria essas informações considerando que o senhor é um funcionário do ministério, um auror, e o objetivo da minha família em me esconder foi de tudo e de todos.

- Entendo que não queira que essa informação vaze, não vou perguntar com quem esteve, já que ficou claro que haviam bruxos envolvidos uma vez que trouxas não se esconderiam tão bem de nós...

- O senhor quer apenas uma confirmação vaga para confirmar suas suspeitas?

- Algo assim, sim.

- Eu fui criado e estive acompanhado durante quase toda a minha vida por pessoas que partilham, de alguma forma mesmo que distante, o mesmo sangue familiar que eu, isso só não aconteceu durante alguns meses na minha infância, mas conheço os bruxos e o mundo da magia pelo menos desde o sete. É o suficiente para o senhor?

- Sim, desculpe invadir sua privacidade.

- Certo - então saiu.

-x-x-x-

"Senhor L.V.,

Preciso lhe falar, gostaria que me ordenasse o melhor dia e horário para um relatório verbal, o que tenho a dizer não poderá ser totalmente transmitido neste bilhete. É sobre Potter".

O bilhete foi enviado dentro de uma caixa pela rede de Flú, no três vassouras, com o nome Potter escrito em código e no dia seguinte, afinal não tinha como ter certeza de que Dumbledore não vigiava a rede do castelo e todo cuidado era pouco para falar com seu senhor.

Uma magia de segurança ainda impedia qualquer um além daquele a qual se dirigia pegar a caixa ou ela queimaria no fogo da lareira. Era torcer para o elfo perceber isso e não tocar antes de chamar o dono da mansão em Little Hangleton.

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Todo mundo entendeu para quem foi o bilhetinho, né? Ok.

Por favor comentem o que acharam, espero que todos aqui apreciem um pouco de debate político pois não temos esse Harry sem seu descontentamento com o ministério britânico e segunda feira nos vemos mais com Harry e seus amigos debatendo seus planos para Hogwarts e seus alunos.

Espero ver todos de novo lá! Beijos e boa noite!

PS: Se está gostando do trabalho dessa autora saiba que ela tem um livro publicado na amazon e adoraria ter sua opinião e apoio. O nome é "Aquilo que se vê no escuro" por Bárbara Regina Souza e está gratuito para assinantes do Kindle Unlimited

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