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Capítulo 3 - O Trio de ouro e A corte

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Capítulo 3 - O trio de ouro e A corte


"Nos explique tudo" disse o trio de ouro,

"sim, alteza" dizia a corte.


Depois que os pratos de ouro foram limpos, Dumbledore se levantou mais uma vez. Neste momento, uma agradável tensão pareceu invadir o salão. Neville sentiu um tremor de excitação só de imaginar o que viria a seguir. A algumas cadeiras de distância, Fred e George se curvaram para a frente, observando Dumbledore com grande concentração.

- Chegou o momento - disse Dumbledore, sorrindo para o mar de rostos erguidos. - O Torneio Tribruxo vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio...

- O quê? - murmurou Neville.

Rony deu de ombros, ainda muito tenso e irritado.

A mesa toda parecia ter adquirido um clima amargo envolta de Neville, que havia convencido eles a esperarem o fim do jantar para fazer perguntas.

- ... apenas para esclarecer as regras que vigorarão este ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia - houve vagos e educados aplausos -, e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.

Houve uma rodada mais ruidosa de aplausos para Bagman. Ele agradeceu com um aceno jovial. Bartolomeu Crouch não sorriu nem acenou quando seu nome foi anunciado.Ambos estavam sentados próximos dos professores da Durmstrang e Dumbledore.

- Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo - continuou Dumbledore - e se juntarão a mim, ao Prof. Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões.

À menção da palavra "campeões", a atenção dos estudantes que ouviam pareceu se aguçar. Talvez Dumbledore tivesse notado essa repentina imobilidade, porque ele sorriu e disse:

- O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.

Filch, que andara rondando despercebido um extremo do salão, se aproximou então de Dumbledore, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas. Tinha uma aparência extremamente antiga. Um murmúrio de interesse se elevou das mesas dos alunos.

- As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman - disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a arca cuidadosamente na mesa à frente do diretor -, e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas...

Mas Harry perdeu a concentração naquele momento. Sua magia estava se agitando e todas as suas forças estavam indo para mantê-la contida.

Ela estava irada e o próprio Harry se sentia compelido a simplesmente botar fogo naquele cálice ridículo quando o viu, um fogo infernal que derreteria suas estruturas e arruiná-lo-ia para sempre.

"E porque não faz?" uma parte de Harry lhe perguntou, a parte que ele tentava ignorar na maior parte do tempo.

Dumbledore ainda estava falando, ou peno menos sua boca mexia e as pessoas o olhavam, mas os ouvidos do garoto zumbiam alto demais. Seus colegas não pareciam ter percebido nada de diferente então ele continuou lutando para se manter firme, segurou o banco com força, os dedos até mesmo se esbranquiçando com o aperto, mas apenas isso, todo o resto continuou composto.

Seus escudos de oclumência lutando ao máximo.

- Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação, - continuou Dumbledore - traçarei uma linha etária em volta do Cálice de Fogo depois que ele for colocado no saguão. Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha.

Ali estava. Harry conseguiu ouvir apenas aquilo e teve que se impedir de reclamar alto ou reagir.

Inferno sangrento, como era possível?!

Uma maldita linha etária e só? Eles com certeza estavam de brincadeira!

O garoto de olhos verdes pegou uma taça de suco de abóbora e tomou o mais lentamente que conseguiu, se concentrando nos exercícios de respiração.

Em um mundo onde as pessoas poderiam simplesmente dar seus nomes aos professores e eles inscreverem apenas os que demonstrassem alguma aptidão, garantindo que nenhum aluno que pudesse morrer fosse obrigado por um ato impulsivo aquilo...

Aquele bando de pessoas decidiu colocar tudo nas mãos de um objeto mágico fraco como aquele! Manipulável.

"Destrutível" a vozinha ofereceu voltou a sussurrar. "Um feitiço apenas. Você sabe como fazê-lo".

Harry olhou para Neville que estava totalmente focado no diretor e se sentiu mais tentado ainda. Ele não estava seguro com tudo aquilo, havia uma sensação ruim o perseguindo, sem contar os pesadelos. O zumbido aumentou e sua cicatriz doeu, mas ele continuou impassível.

- Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de ideia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice... - dizia o diretor de Hogwarts.

"Queime ele!" gritava a voz. "Queime! Queime!!!".

-x-x-x-

Enquanto isso Neville escutava os burburinhos na mesa da grifinória.

- Agora, acho que já está na hora de irmos nos deitar. Boa-noite a todos.

- Uma linha etária! - exclamou Fred Weasley, os olhos brilhando, enquanto atravessavam o salão rumo às portas que se abriam para o saguão de entrada.

- Bom, isso deve ser contornável com uma Poção para Envelhecer, não? E depois que o nome estiver no cálice, a gente vai ficar rindo, ele não vai saber dizer se você tem ou não dezessete anos!

- Mas eu acho que ninguém abaixo de dezessete anos terá a menor chance - disse Hermione -, ainda não aprendemos o suficiente...

- Fale por você - disse George rispidamente. - Você vai tentar entrar, não vai, Neville?

- Claro que não! - Ginny respondeu por ele. - Podem ficar com essa tentativa de suicídio elaborada para vocês, estamos tranquilos assistindo e torcendo por suas cabeças.

Neville sorriu para a amiga lhe oferecendo o braço, ele pensou no quanto Dumbledore ficaria zangado se algum menor de dezessete anos descobrisse uma maneira de atravessar a linha etária...

- Onde está ele? - perguntou Rony, que não estava ouvindo uma só palavra dessa conversa, e examinava a aglomeração de alunos para ver que fim levara Krum. - Dumbledore não disse onde o pessoal de Durmstrang vai dormir, disse? Você - começou, ainda com aquela expressão de raiva, magoa e algo que Neville não sabia no rosto.

Ginna identificou como inveja.

Mas sua pergunta foi respondida quase instantaneamente com a voz de Harry Potter sendo amplificada pelo salão:

- Se organizem para voltamos ao barco, Durmstrang, e não atrapalhem o fluxo dos outros alunos.

Os garotos estavam se aglomerando próximo às portas do salão. Karkaroff se apressava em chegar aos seus alunos. Mitrica andava calmamente atrás, a capa balançando suavemente e um sorriso agradável no rosto enquanto cumprimentava alguns grupos pelos quais passava.

- Viktor, como é que você está se sentindo? Comeu o suficiente? Devo mandar buscar um pouco de quentão na cozinha?

- Diretor Karkaroff, estou falando sério quando digo que vamos começar uma briga se continuar tratando Viktor igual uma criança de colo - repreendeu Harry com um olhar gélido.

Neville viu Krum sorrir enquanto tornava a vestir as peles.

- Novamente, o presidente tem razão Karkaroff, de toda forma Viktor está em boas mãos com os amigos - Mitrica disse se aproximando da conversa.

- Professor, eu gostaria de beber um pouco de vinho - disse outro garoto de Durmstrang esperançoso.

- Eu não ofereci a você, Poliakoff - retorquiu Karkaroff, seu caloroso ar paternal desaparecendo instantaneamente.

- Sinto Poliakoff, mas por essa você pediu - Disse Ivan e desviou do tapa que o colega de outra casa tentou lhe dar.

Karkaroff deu as costas e conduziu os alunos para fora.

- Neville - Hermione chamou, fazendo o garoto virar. - Você sabe que tem muito o que nos explicar, não é?

- Eu sei - respondeu nem um pouco ansioso.

A careta de Ron aumentou, o que dizia que aquela seria uma longa conversa.

Assim como os olhares acusatórios de vários colegas.

-x-x-x-

-x-x-x-

- Como assim você assistiu ao jogo da copa mundial com a família de Krum e não falou nada?! - Ron praticamente gritou assim que Neville passou pelo retrato da mulher gorda, todos no salão se viraram para eles, o que fez o menino mais baixo se sentir envergonhado.

Detestava atenção e ganhava demais.

- Pior! Quando te perguntei o porque você não queria ir com a gente, você disse que sua família já tinha ingressos!

- Bem, tínhamos...

- Com os Krum?!

- Ron, você está gritando muito - repreendeu Hermione.

- E que história é essa de que você é amigo de HARRY POTTER?! - a voz dele subiu tantos decibéis que chegou a tornar-se mais fina que o normal.

- Finalmente ele chegou na parte interessante! - disse George.

- Conte-nos Neville, desde quando você conhece o menino-que-sobreviveu? - Perguntou Fred.

O Longbottom, por sua vez, não conteve a careta com aquele nome. Hazz odiava títulos dos quais ele mesmo não tivesse lutado para conquistar.

- Bom... É uma longa história.

- Comece com a copa - disse Ron.

- Claro que não! - reclamou Ginna. - Comece com Harry Potter.

- Mas nos explique tudo! - disse Hermione.

- Bem... - murmurou incerto percebendo que todo o salão estava ouvindo. - Harry... ele morava aqui na Inglaterra quando era pequeno, nós nos conhecemos nessa época... Ele era... - então parou a frase no meio.

Ele tinha que dar algum detalhe ou Hermione não pararia nunca, mas.. até onde podia falar sem invadir a privacidade do amigo que sempre foi tão reservado?

Quer dizer, se aquela história das cartas fosse verdade ele era ainda pior do que Neville imaginava.

- Harry era único. Minha avó sempre diz que não tem como conhecer totalmente ele sem sentir que em algum momento vai bater com uma parede, mas ela tem certeza que foi a forma que o ensinaram para se proteger. Quando ele se mudou continuamos mantendo contato. Nos víamos nas férias quando não estava viajando e um pouco antes de você me chamar, Ron, ele me contou que ficaria para a copa no camarote reservado aos parentes e convidados dos jogadores da Bulgária. Krum tinha lhe dado três assentos, mas como a família do Harry não poderia ir, ele chamou a mim e meu tio.

- Só isso? - perguntou Dino Tomas quando ficou claro que o garoto não pretendia falar mais. - Nos conte mais! Como você conheceu Potter? Porque ele se mudou? Com quem ele mora? Você conhece toda a família dele?

Vários alunos da grifinória concordaram com Dino e também começaram a fazer perguntas, Neville se sentiu tonto, Harry não gostava que as pessoas se intrometessem em sua vida, exatamente por se conhecerem a tanto tempo ele sabia que o moreno preferia evitar dizer coisas as pessoas.

"Ninguém se importa com quem eu sou de verdade, eles querem um símbolo".

Harry escreveu uma vez.

"O símbolo perfeito da vitória da luz. Eles criaram histórias em volta disso e ignoraram toda a verdade por trás das coisas, não interessa o Harry, o que ele pensa de tudo isso, o que ele passou, mas o menino-que-sobreviveu. Cada dia essa história cresce e uma figura política favorável à luta dos meus pais surge. É isso que significa para mim, a luta deles, não a minha. Melhor não mostrar a verdade as pessoas, porque se isso acontecer todas as expectativas irreais que criaram serão destruídas e cada coisa que eu fizer será mais um motivo para julgamento. Ou eu sou perfeitamente o que querem ou eu estarei fazendo errado e é impossível ser perfeito. Se eu não respeitasse de verdade meus pais e o sacrifício que fizeram por mim, teria abandonado meu nome no dia que fui adotado, para evitar todo esse peso".

A carta em que ele dizia sobre isso foi uma das maiores que Neville já recebera. Um desabafo gigantesco onde pela primeira vez ele sentiu que entendia as motivações de Harry e a amizade deles deu mais um passo. Na mesma encomenda ele também dizia como sentia muito pelo amigo estar começando a ter que carregar o peso das expectativas irreais das pessoas, que ele deveria sempre se lembrar que não era trabalho dele carregar um fardo imposto e que sempre estaria lá para ajudar..

Por isso e mais um pouco Neville não se sentiu nem um pouco à vontade em esclarecer quaisquer dúvidas que tivessem sobre Potter. Estava pensando em alguma desculpa quando todos escutaram um grupo de meninas darem gritinhos próximos ao corredor de entrada, então Parvatil correu até ficar visível.

- Ele está aqui! Harry Potter! Está te chamando Neville.

O de olhos castanhos não esperou um segundo para pular do acento e seguir até a abertura do retrato. Harry o esperava encostado no corrimão das escadas, estava curvado beijando a mão de uma das garotas enquanto as amigas davam pulinhos ao lado.

- Muitíssimo obrigada pela ajuda, senhorita Brown - disse sem tirar os olhos da menina um único segundo.

Lilá deu um gritinho, mesmo que contido com a mão.

- Se me dão licença, entretanto, Neville já chegou. Foi um prazer conhecê-las - acrescentou se curvando levemente para o grupo, um sorriso no rosto, elas saíram balbuciando animadas e coradas, só sorrisos.

Assim que o retrato se fechou (um grupo que os observava sendo escondido no ato), Harry voltou-se para o amigo.

- Nev.

- Seduzindo minhas colegas de casa?

- Depende. Funcionou?

Neville corou frustrado com o olhar que recebeu.

- O que foi, Hazz? Aconteceu alguma coisa?

- Eu sei que está tarde, mas eu queria... te pedir um favor.

- Claro, o que foi?

Harry abaixou a cabeça e hesitou, isso era raro, ele geralmente era alguém bastante decidido e naquele momento parecia não saber se deveria ou não estar ali.

- Ai, não empurra! - Simas reclamou e Neville encarou o retrato bravo, sabendo que os colegas de casa estavam do outro lado tentando ouvir.

Harry, entretanto, pareceu achar aquilo engraçado.

- Eu atrapalhei alguma coisa?

- Não, eles só estão curiosos sobre você.

- Seus amigos?

- A grifinória inteira! - bufou retirando mais uma risada do outro.

- Fiquei pensando por alguns segundos quando fui selecionado em como meus pais reagiriam, se meu pai teria se chateado.

- Mesmo?

- Eu não conseguiria dizer, não sei... o suficiente - ele sussurrou a ultima parte, apenas para o amigo à sua frente. - Não tive a chance de conhece-lo.

- Eu entendo.

- Eu sei que entende. Você é um dos únicos que realmente o faz - disse se aproximando e Neville deixou que Harry apoiasse a cabeça em seu ombro.

Ele sentiu o aroma de chocolate, morango e suco de uva concentrado que o mais baixo exalava, sentiu a maciez do cabelo negro em contato com a pele de Nev.

- Eu geralmente não me importo.

- Eu sei.

- Não tem como sentir tanta falta de algo do qual mal se lembra.

- Mas sentimos a ausência de algo que todos têm.

- Menos nós.

- Menos nós - concordou.

Harry sorriu e apertou a mão de Neville.

- Eu não poderia ter dito melhor.

- Acho difícil. Você sempre foi perfeito com palavras.

Eles ficaram alguns segundos em silêncio, apenas ali, aproveitando a companhia um do outro e o contato. Cada um perdido nas próprias "cicatrizes de guerra".

- Não acho que meu pai se importaria com minha casa, - continuou Harry após um tempo - ou é essa a imagem que criei dele, mas é uma boa imagem, de alguém que sabe que as pessoas tem muito mais a oferecer do que alguns arquétipos superficiais e que todos temos muito mais a oferecer do que um rótulo nos diz. Sonserino, grifinório, lufano ou corvino. Alguém que faria piadas sobre isso, mas me parabenizaria por ser o primeiro da família a invadir o ninho de cobras.

- É uma boa imagem, com certeza.

- Por isso não sei se quero conhecer Sirius Black.

Neville não estava esperando aquilo, o que o fez se afastar para olhar nos olhos de Harry.

- É por isso que você veio?

- Ele te conhece, confia em você depois de tudo, você teve aulas com ele também. Ele provavelmente vai te perguntar sobre mim, vai vir até você agora que todos sabem sobre nossa amizade. Eu deveria, não deveria? Conhece-lo? Ele é meu padrinho, era o melhor amigo do meu pai, se eu quero conhecer quem era James Potter é com ele que eu deveria falar e eu poderia... poderia ser... parte da família dele.

- Você está com medo?

A ideia era muito absurda, tanto que o próprio Harry riu.

- Eu estou confuso. Simplesmente não sei se quero, entende? Eu não preciso disso, de ficar lembrando de algo, criando uma imagem clara do que eu jamais vou ter de volta, criar saudade. Eu estou bem como estou, mas até que ponto Black... vai me aceitar? Ele vai ficar me comparando com meus pais igual muitos fazem? Caramba, eu não sou eles e quando eu disser isso para ele? Black vai ficar chateado? Me chamar de ingrato? Por querer... estar separado de tudo isso?

- Talvez seja melhor irmos para um lugar mais privado para conversar?

- Eu coloquei feitiços de silenciamento no momento que seus amigos deduraram a tocaia.

- Sem varinha e sem uma palavra, porque ainda me surpreendo?

- Não sei, já deveria ter se adaptado.

- Seu impossível - disse empurrando o ombro do amigo.

- Você já deve ter usado pelo menos três vezes, só hoje, essa palavra, vou lhe dar um dicionário de sinônimos de Natal, assim poderemos enriquecer suas possibilidades.

- Harry!

- Estou brincando, brincando! - disse pegando o braço de Neville e enrolando o próprio nele, voltando aquela proximidade calorosa entre eles. - Retomando o assunto, talvez você queira ir para outro lugar para podermos sentar?

- Acho melhor, essa conversa não parece que será rápida.

- Não mesmo - suspirou. - Mas estou feliz que você está aqui, pessoalmente desta vez. Conversar com você me ajuda a clarear as ideias.

- Obrigada - disse um pouco tímido, mas sorrindo.

Neville não voltou tão cedo para a torre da grifinória naquela noite. Quando Dino Tomas decidiu que descobriria qualquer coisa outro dia e foi dormir descobriu, muitíssimo indignado, que Longbottom estava na cama, o que geraria no dia seguinte mais uma leva de perguntas sobre como ele entrou sem ninguém o ver.

Harry Potter se contentou em ficar sem a capa de invisibilidade por aquela noite, se assim evitasse que as pessoas fizessem mais perguntas sobre ele, e Neville ofereceu uma desculpa horrível, mas não contou sobre ela.

-x-x-x-

"Querido Remus,

Talvez, antes mesmo que esta carta chegue até você, os jornais já terão dado a notícia, mesmo assim quis lhe escrever: Harry Potter está em Hogwarts. Não como aluno, entretanto, ele esteve esse tempo todo na Durmstrang e agora veio para o torneio tri bruxo. Não para o torneio em si, também para assistir claro, mas para as aulas que serão dadas aqui em conjunto com as escolas. Remus, eu tenho tanta coisa para dizer sobre ele! Jamais caberia em uma carta e estou eufórico demais para sequer saber como usar as palavras. Por favor, venha me visitar o quanto antes, deixarei a rede de Flú aberta, precisamos falar sobre ele. Mesmo assim queria deixar claro: é ele. É Harry, Remus. Nosso Harry. Harry de Lili e James. Ele está bem e... é incrível. Se parece tanto com James, principalmente no último ano, quando ganhou aquele distintivo de monitor e ficou todo pomposo e certinho. Lilian deve estar orgulhosa, os colegas parecem respeitá-lo tanto. Eu... eu...

Venha conversar.

Preciso de você, Sirius".

-x-x-x-

- Boa noite, presidente - o gêmeo Dimitrika se despediu.

- Boa noite.

- Boa noite, presidente - outros foram cumprimentando conforme passavam por Harry.

O garoto estava sentado numa poltrona na sala principal do navio, entre uma enorme prateleira de livros e um grupo de janelas grandes. Escadarias de madeira negra levavam para os dormitórios em várias a direções, um imponente lustre de cristais aceso por velas pendia no centro não muito longe, os pés de Harry desenhavam contornos no tapete de veludo.

Conforme os colegas passavam e seguiam sempre sorrindo para ele, que gentilmente também desejava uma boa noite de sono, o local foi se esvaziando com aqueles que já deixaram de lutar contra o fuso horário e queriam aproveitar a cama, por fim sobraram apenas alguns dos quais qualquer no barco sabia que, se não fizesse parte, não deveria mais ficar.

Sobraram apenas os membros da corte.

Praticamente na mesma época em que as brincadeiras de chamar o presidente do conselho como alteza começaram, os membros do conselho e os amigos íntimos de Harry Potter tornaram-se a corte.

O garoto, por sua vez, achou muito interessante como as pessoas levaram isso a sério. Viktor Krum, que era um aluno bem mais velho da Haus Feuer e que tinha praticamente adotado Harry como irmão e era o mais próximo dele sem dúvidas, tornou-se o "grão duque". Todos ali, desde Yorlov à Heinz tinham títulos de nobreza de acordo com a hierarquia que os alunos da Durmstrang notavam no círculo interno de Harry.

Viktor Krum, o Grão Duque, não era membro do conselho estudantil, por falta de tempo, mas estava sempre nas reuniões e ajudava como podia.

Yorlov (Yor) Jaminka, que era da Haus Land e do 5º ano, como vice-presidente do conselho e monitor da Land virou o Duque.

Axek Miller, Haus Feuer 7º ano, era Marquês. Tesoureiro do conselho e artilheiro da equipe de quadribol a um ano.

Ivan Tshkows, Feuer 7º ano, era marquês como o meio irmão. Secretário dos esportes, batedor e capitão da equipe de quadribol.

Rusev (Sev) Spasova, da Haus Luft e do 6º ano, era o Conde. Secretário geral e chefe do comitê de disciplina. Monitor chefe.

Natasha (Nat) Sidorov, Haus Wasser 5º ano. Viscondessa. Secretária da cultura e monitora da Wasser.

Os outros eram os barões, pois não eram do conselho, apenas amigos geralmente da equipe de quadribol.

Elizaveta (Liza ou Veta) Vassiliev, Haus Feuer 6º ano. Artilheira da equipe.

Heinz Horváth, Feuer 7º ano, batedor e amigo de infância de Krum. Monitor da casa.

Lara Dimitrika Haus Land 6º ano. Monitora da Land e apanhadora.

Anastassia (Ana) Sidorov, Haus Feuer 7º ano. Artilheira e Monitora da casa.

Cada um deles com suas posições na hierarquia da Durmstrang formavam o grupo que controlava a escola das mais diversas formas.

No topo estava sua alteza.

Harry nem se lembrava quem o havia chamado assim primeiro, Viktor sim. Tinha sido o próprio Axek Miller, que era o presidente do concelho antes de Harry, mas que desde o começo sempre foi um seguidor do garoto mais jovem. Krum nunca soube como exatamente Potter havia convencido Axek a estar do seu lado, mas aquilo definitivamente foi a virada, quem tinha o respeito de Miller dificilmente não teria a atenção de todos os outros, e Harry não tinha apenas respeito, beirava a devoção.

O conselho mudou-se de um simples grupo de alunos que ajudava os professores em algumas tarefas, para praticamente a organização principal de todas as atividades acadêmicas no instante que a dinâmica entre os dois se fez.

Quando Harry se candidatou e venceu o cargo de presidente tudo já estava como ele queria, Axek tinha deixado pronto para sua alteza, assim como sempre tentava fazer.

Agora o grupo estava sentado entre as poltronas e sofás entorno do seu líder que parecia distraído. Krum decidiu puxar a conversa:

- Toda aquela formalidade era mesmo necessária?

- Como? - perguntou Harry, ainda não necessariamente ali.

- Pedir aos monitores da sonserina lugar à mesa, sendo que fomos selecionados, também para as pessoas do lado, tudo aquilo que você falou.

- Krum, você é o grão duque, mas você sabe como funcionam as posições de nobreza para os britânicos?

- Não exatamente.

- A família de Malfoy seria um ducado, os mais próximos da própria realeza. Na câmara dos Lordes eles possuem um total de sete cadeiras, o maior número que qualquer um conseguiu apenas por nascimento e relações de casamento. Dumbledore é atualmente chefe do Wizengamot, com treze cadeiras, e ele as conquistou por luta própria e doeações. Mesmo assim, além de Dumbledore, todos os outros que valem a pena serem mencionados em qualquer votação do Ministério são aqueles nas câmeras dos Lordes.

- Já fiquei totalmente confuso - reclamou Ivan.

Harry sorriu, ele ainda encarava as janelas enquanto brincava com o pé no tapete.

- Um dia, meu caro Ivan, eu te explico exatamente como funciona a política do ministério da magia britânico e você descobrirá que acima de qualquer democracia real, aqueles com nomes fortes sempre terão vantagem e conquistarão o que querem. Um voto de um Malfoy, vale por sete votos comuns na câmara do povo. Se queremos alguma vantagem aqui, os lordes têm que estar do nosso lado.

- E queremos vantagem aqui? - perguntou Rusev.

- Sempre devemos ter uma vantagem, Rusev. De qualquer fonte que desejarmos, da forma que conseguirmos.

- Mas pensei que você detestasse a Grã-Bretanha. Por que iria querer estar nas graças dos lordes, mesmo que para ter alguma vantagem se você evita o país? - perguntou Krum.

Finalmente Harry os olhou. Suas íris brilhando com sua magia que ele finalmente liberou, a rajada acertou todos ali tão forte que os deixou inebriados. Elizaveta, que estava em pé, teve que se sentar no braço de um dos sofás ou cairia, Axek fechou os olhos para aproveitar a sensação da magia daquele que ele escolheu seguir, Ivan apertou o tapete onde ele estava sentado, pois sentiu que não conseguiria respirar direito com aquela pressão.

- Viktor, você realmente precisa que eu responda essa pergunta?

- Eu... - começou, mas parou quando Harry se levantou.

Todos sentiram como sua magia dançou e se enrolou nele enquanto seguia calmamente até a poltrona de Krum e parava bem a sua frente.

- Que tal assim, vou te dar um tempo e você me diz depois se conseguiu descobrir sozinho o que eu quero daqueles futuros lordes - disse, a voz fria, mas não cruel.

Era quase... sedutora.

Gelo derretendo pela coluna.

Ele aproximou seu rosto do de Viktor e soprou em seu ouvido, alto o suficiente para todos ouvirem, próximo o suficiente para arrepiar o búlgaro:

- Te dou um prêmio se acertar.

E Krum só voltou a respirar quando Harry se afastou cerca de dois metros.

- A formalidade é algo que eles estão acostumados, mas não só isso, são lições forçadas a eles desde que aprenderam a falar. Lições estas incômodas para a maioria das crianças, portanto inseridas em suas cabeças muitas vezes pela ameaça, agressão e beirando a tortura psicológica. O tratamento que eu mostrei a eles é o tratamento que foram ensinados a sempre oferecer, mas que esquecem as vezes. Tratá-los como herdeiros, não como colegas, garante que a barreira que seus pais criaram seja erguida e eles te veem inconscientemente como uma figura a ser levada a sério, como não havia necessidade, entretanto, eles se veem na obrigação de serem cordiais, oferecer espaço por entre essas barreiras. Sem que eles notem eu estou criando rachaduras no seu subconsciente, eles não vão notar quanta liberdade estão me dando até que seja algo natural. Quando isso acontece o diálogo é fácil e a troca de favores mais ainda. Além de tudo eles ficam com a impressão de que foi ideia deles criar a amizade, não percebem que estão sendo usados ou, quando realmente são dignos dessa amizade, acreditam que estão com a vantagem e se tornam arrogantes, mais fáceis de ler e movimentar de acordo com sua necessidade.

- Basicamente você está massageando o ego nobre deles para que se sintam confiantes e não vejam você amarrando a corda em seus pescoços? - perguntou Ivan.

Todos olharam para o garoto.

- O que?

- Parabéns Ivan, ainda há esperança para você - brincou o irmão, mas o outro preferiu apenas mostrar o dedo com a provocação.

- Então existe um propósito para você ter feito tudo isso, convencido a escola de trazer tantos anos, garantir que você viria, que todos nós estaríamos aqui. Não são só aulas ou curiosidade em relação a escola dos seus pais, você quer uma coisa deles - continuou Ivan.

- Dificilmente eu faço alguma coisa sem um propósito, não acha? Ainda mais algo tão trabalhoso.

Mesmo que Harry fosse muito dedicado e talentoso aquele grupo descobriu, conforme se tornavam amigos, que o menino não gostava de botar a mão na massa. Ele fazia apenas por um objetivo: conforto.

Se as coisas não estavam como ele queria, Harry se esforçava para mudar, assim ele podia continuar fazendo aquilo que o deixava feliz e confortável.Ele nunca iria longe se não fosse para se beneficiar de alguma forma.

- Teremos alguma participação nos seus planos, alteza? - Perguntou Elizaveta.

- Eu vou deixar para falar outro dia sobre isso, está meio tarde agora que tive que interromper os grifinórios de fazer um interrogatório com Neville.

- Seu amigo estará envolvido? - perguntou Krum.

- Não. Neville não deve ser incomodado de forma alguma - disse encarando diretamente todos ali.

- Sim, alteza.

- Amanhã. Amanhã a noite darei detalhes a vocês. Missões. Façam o possível para me mostrar que serão capazes de conseguir o que eu quero, mesmo que eu não lhes tenha dado todas as instruções ainda, certo?

- Sim, alteza.

Não havia ninguém que não fosse da corte ali, entre as proteções e feitiços de silenciamento, para perceber que naquele momento Potter não pareceu nem um pouco incomodado com o título.

Igualmente ninguém podia ver por entre as barreiras mágicas que ele parecia agir de acordo com.

- Ivan, você e Axek estão controlando as apostas para quem será nosso campeão?

- Sim, todos que forem participar vão me dar seus nomes - disse Axek. - Teremos controle de tudo que está acontecendo.

- Aposte trezentos galeões em Krum, por mim.

- Certo.

- Trezentos? - perguntou Krum.

- Apenas que você será selecionado. Sobre quem ganhará ainda vou me decidir - disse com um sorriso travesso.

- Serei eu - respondeu convicto, o búlgaro.

- Veremos, não? Tenho que conversar com Lakoff, vocês vão dormir ou não conseguirão fazer tudo hoje. Não percam o café.

- Draga, temos que acordar daqui sete horas! - reclamou Ivan dando um pulo do tapete. - Ainda bem que amanhã não temos treino...

- Você quer dizer hoje.

- Ainda não dormi, então é amanhã.

Harry preferiu não comentar.

- Boa noite para vocês - disse dispensando toda a formalidade e voltando ao seu sorriso tranquilo, uma máscara social amigável que exibia na escola tão facilmente quanto uma segunda pele.

- Boa noite Hazz! - todos responderam, agora que as barreiras mágicas já tinham caído.

Harry desceu uma das principais escadarias e seguiu até os aposentos master. O quarto de Lakoff Mitrica tinha uma porta de madeira repleta de feitiços que Harry sequer precisou bater antes de escutar por dentro:

"Entre".

O garoto nem mesmo piscou quando, na pequena salinha que havia no primeiro piso, em um sofá de veludo verde esmeralda, viu seu vice diretor com uma enorme cobra enrolada no colo.

- Sua cobra estava com fome, dei alguns petiscos - explicou, a voz de veludo dançando a cada movimento da boca.

- E você a encontrou onde? - perguntou fechando a porta e sentindo todas as enfermarias se levantarem. Extremamente fortes, a maioria sombrias além do imaginário popular.

- Estava explorando o barco, animal curioso, não é mesmo? Como o dono. - sussurrou com um sorriso de canto, os olhos azuis penetrando como lâminas o garoto à sua frente.

- Queria me falar?

- Queria discutir sobre Dumbledore.

E assim eles se sentaram totalmente atentos.

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_ Próximo capítulo virá no sábado, provavelmente e se tudo der certo.

_ Sim, essa história terá algumas questões políticas, não será o foco, mas eu vou tentar sempre explicar de uma forma que não fique maçante quando for necessário.

_ Não aconteceu muita coisa porque, como eu tinha dito, esse era o final do capítulo anterior e acabou ficando bem mais sério já que a parte da piada veio antes, mas acho que ficou bom e deu para conhecer melhor a dinâmica do grupo do Harry.

_Espero que tenham gostado e me digam: O que vocês querem ver no próximo capítulo?

Opção a) o dia de aula, onde os alunos de Hogwarts começarão a descobrir como o menino que sobreviveu é bem diferente do que esperavam...

Ou b) Querem um pequeno e maravilhoso capítulo do passado, um pequeno mimo para começarem a juntar os pontos de como Harry chegou até aqui e é como é. Depois voltamos a programação normal.

Me digam e boa noite aos que estão lendo depois que postei!

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