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Capítulo 29 - A nobre casa dos Black e tantos outros Lordes

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Capítulo 29 – A nobre casa dos Black e tantos outros lordes

"Orion Black era babaca demais para ser fiel a um mestiço, ele se curvou por necessidade, o que é bem diferente de lealdade,

De certa forma sua rebeldia passou para os filhos, eles apenas tiveram motivos bem mais honrosos".

Lakroff ainda estava irritadíssimo com o que Harrison fizera quando chegaram no Largo Grimmauld, número 12 no fim da tarde.

De frente para as escadas que davam acesso à casa ancestral dos Black, o quase albino ainda estava com uma carranca bem marcada enquanto Remus e Sirius esperavam a privacidade da casa e um momento mais oportuno para poderem questionar Harrison sobre sua decisão...

Quase suicida!

Eles sentiam que, simplesmente gritar (que era o que mais queriam) não adiantaria, decididamente não tinham informações o bastante para dar uma bronca no afilhado, inda mais se nem Lakroff fizera isso totalmente. Precisavam de calma para lidar com a situação e entende-la como um todo.

Mas sentiam que a cada minuto que se passava suas ansiedades pioravam.

Tinham-se passado horas.

Diferente do casal, o lorde Mitrica entendia qual era o objetivo do menino, aquilo era um chamariz muito bom para que o plano contra Voldemort desse certo, mas não era necessário. Barty, Harry, os anéis, Lakroff, era algo muito delicado e cada parte tinha que se encaixar no final, só que eles já haviam conversado e em nenhum momento Harry lhe contou que pretendia ir tão longe!

Inferno, Voldemort ainda era um maldito lorde das trevas!

Não era cutucar onça com vara curta, não era sacudir o galho na frente da cobra para livrar um amigo.

Harry basicamente se lambuzou de molho e sentou na frente do predador enquanto sacudia a própria mão!

Tudo por Neville Longbottom...

Tudo por...

O loiro bufou pela milionésima vez naquele dia.

Harrison não estava carregando mais uma coisa, da qual não lhe dizia respeito, nas costas? Neville merecia aquele sacrifício todo? Qualquer um mereciam que seu neto fizesse aquele papel?

Mas o menino achava que aquela era a única forma de salvar tanto Neville quanto Tom, sem ir longe demais...

Irônico como estava dando uma de "nobre e corajoso grifinório", assim como seus pais fariam, justamente pegando o título de Slytherin.

Gostava mais de quando o menino não tinha achado a maldita carta do Grindelwald e decidido que se manter neutro a tudo era falhar com o bisavô.

Era culpa de Lakroff? Ele devia ter queimado a carta antes que o menino lesse?

Foi mais fácil lidar com Harrison quando era uma criança amargurada indiferente e que não levantava um dedo por ninguém além de si mesmo.

Incentivá-lo a tomar atitude quando acreditava verdadeiramente em algo os levou ali...

Foda-se ser o maldito problema, a solução ou ser a merda de uma mariposa psicótica!

Se preocupava muito mais com o bem-estar do Potter do que qualquer idiota naquele mundinho de merda e ridículo!

E Harrison... é claro, ele ainda queria que o mundo se explodisse tanto quanto seu tutor. Nem isso a carta o mudara totalmente. Só que havia um porém.

Quando estamos falando de tocar naqueles que eram sua família de consideração, então Harry se tornava um monstro. Mataria todos que os estavam ameaçando quem lhe importava. Ele mesmo explodiria o mundo antes que encostassem no que era "seu".

Os Grindelwalds, definitivamente, não eram bons pais.

Ele criou um monstrinho.

Ou tinham o DNA ferrado desde o começo. Talvez Lakroff já pegou Hazz assim e estava gastando esses anos tentando adestra-lo para não atacar ninguém?

O que o Potter lhe disse sobre o chapéu seletor e a demora para ser colocado na Sonserina mesmo? "De herói à assassino, basta um dia ruim"?

Algo assim...

O chapéu separou as duas coisas, mas a linha de herói e assassino na cabeça daquele menino parecia tão tênue que talvez não fosse uma questão de dia ruim ou bom, mas se a solução melhor para o problema era uma morte calculada do inimigo ou um plano maior onde podiam coexistir ao subjugar seu alvo.

Bartô Junior estava aí como prova.

Hazz... era pessoa muito seletiva em sua vontade de luta, sem dúvida. O fenômeno se repetia em sua ética e moral.

- Vô...

- Você não devia ter feito isso! – repetiu Lakroff frustradíssimo.

Harry suspirou e olhou para o casal de padrinhos percebendo que ambos entraram na própria discussão em frente a porta, então não estavam prestando atenção aos Grindelwalds:

- Eu tenho direito a esses anéis, são meus tanto quanto dele.

- Não me venha com essa, Harrison Potter! – sussurrou irritado. - Não foi você que disse, anos atrás, que Neville sabia se cuidar?

- Ele não consegue contra isso. E eu também vou...

- E você consegue?

Harrison sorriu torto, quando disse a próxima frase, Lakroff teve uma sensação de nostalgia com o tom travesso, na mesma proporção que arrogante de um Potter:

- Está duvidando de mim?

- Harrison! – a raiva ficou tão marcada naquele murmúrio que o menino suspirou e voltou a falar sério:

- Eu tenho você. Nós dois juntos somos maiores que qualquer lorde das trevas. E tenho Tom também, mesmo que você não confie nele, está do nosso lado.

Mitrica era um mentiroso bom o suficiente para não reagir àquilo.

Inferno, como ele queria conversar com Tom agora.

Possivelmente esganar aquela Horcrux por não ter impedido a praguinha! Mas quem o loiro queria enganar? Não havia pedaço de alma no corpo daquele projeto de dor de cabeça ambulante que o deteria quando estava tão empenhado.

- Eu não quero que você se sacrifique por ninguém. As pessoas não deviam ficar se colocando na frente de tiros assim! Toda vida importa! Eu já perdi...

- Meus pais? – completou Harry certeiro.

O mais velho baixou a cabeça e fechou os punhos.

- Se alguém pudesse me provar que o sacrifício deles era a única forma de te salvar... então eu jamais mudaria isso... mesmo que... mas –não conseguiu continuar.

Hazz segurou a mão do avô e a apertou com força, percebendo como ele tremia, como seu rosto ficou vermelho, os olhos enchendo de lágrimas.

- Eu sei – disse para tentar acabar o de olhos azuis. – Não foi isso que quis dizer. Eu sei que você não julga eles terem feito o que fizeram por mim. Sei que tem orgulho da minha mãe e...

- Eu perdi todo mundo, Harrison! Sabe que eu tentei convencê-los do contrário. Podíamos estar todos vivos! Sempre tem um jeito melhor que... isso!

- Você também se sacrificou por mim – lembrou Harry. – Você ainda estaria...

- Ok – anunciou Sirius, fazendo os dois Grindelwalds se calarem para dar atenção ao Black, ambos tão acostumados a usar máscaras que imediatamente colocaram expressões neutras ao ponto de Sirius nem notar o clima que estiveram antes.

Remus, por outro lado, ainda sentia um cheiro estranho vindo da dupla, percebia a forma mais irregular das inspirações de Lakroff.

- Eu não sei como fazer ela calar a boca, e o Monstro me odeia. Certeza que contou para aquela vaca em forma de banshee que eu arrumei um herdeiro não consanguíneo e estou cortejando um lobisomem, ela vai tentar nos matar pelos tímpanos. Sinto muito por isso.

Lakroff e Harrison se encararam, exatamente da mesma forma, sobrancelhas franzidas, olhos estreitos e cabeça levemente inclinada.

Um para a esquerda.

Outro para a direita.

Ao mesmo tempo.

Isso quase melhorou o humor de Sirius e, Remus, realmente riu com a conexão familiar daqueles dois, era melhor que um Lakroff muito mal humorado que estiveram vendo nas últimas horas no Gringotts e na breve visita que fizeram ao Ministério da Magia antes de vir para a mansão.

- Muito bem... – murmurou o lorde Black hesitante.

"Credo" pensou em seguida ao perceber que...

Lorde Black.

Ele ainda não havia se acostumado com a ideia. Para piorar, diferente do Gringotts, onde fora divertido ser tratado como tal, no ministério e nos seus trinta minutos (algo assim? Pareceu uma eternidade) como visitante, ele se sentiu compelido a matar alguém e sua energia para interagir com pessoas chegou a quase zero.

E ele ainda teria a reunião em pouco tempo em Hogwarts.

Além de que tinha que aguentar sua mãe antes disso.

Inferno na Terra, sem dúvidas.

O moreno inspirou fundo e abriu a porta. Imediatamente após isso fechou os olhos e agarrou a mão de Remus, que deu um pulo quando o urro de Walburga Black preencheu o corredor:

- VERGONHA!

Era impressão do animago ou realmente o grito daquele quadro foi capaz de levantar poeira?

- VERGONHA PARA A FAMÍLIA BLACK! DECEPÇÃO! LIXO! NUNCA VOU ACREDITAR QUE ALGUÉM ASSIM SAIU DO MEU VENTRE! CORTEJANDO UM LOBISOMEM PODRE! INCAPAZ DE DAR HERDEIROS DIGNOS PARA A FAMÍLIA! DANDO NOSSA CASA NAS MÃOS DE UM POTTER SUJO E MISERÁVEL!... – e o nome saiu com tanto nojo que capaz de tornar a expressão surpresa de Harry...

Em raiva pura.

Lakroff riu, quase com pena daquele quadro.

Ela continuou enquanto um, muito envergonhado Sirius, olhava para trás e para seus convidados em um pedido silencioso de desculpas. Quase foi atropelado por um adolescente que entrou a passos firmes pela casa.

Lakroff também se apressou em entrar, empurrando os outros dois e fechando a porta atrás de si. Viu como os outros quadros da casa encaravam o pequeno herdeiro, mas se focavam em tapar os próprios ouvidos da gritaria contínua:

- SUJEIRA! TRAIDORES DE SANGUE NOJENTOS SUJANDO A NOBRE CASA DOS BLACK! VERGONHA!... – Sem parar, sem perder o fôlego (era um quadro, afinal).

Harrison parou no meio do corredor e retirou sua varinha da bainha escondida embaixo da manga com um movimento firme, no momento seguinte Sirius foi quem gritou.

Quando uma cobra de fogo rugiu para fora da madeira em ondas gigantescas.

Vermelha, gigante, cobrindo todo o corredor, então se tornando verde e preenchendo o ambiente a apenas milésimos de distância de qualquer outro objeto.

A coisa era tão impressionante de se ver que Walburga simplesmente se calou em choque e todos os outros quadros arfaram ou correram com medo de serem pegou por aquilo.

- O QUE VOCÊ DISSE SOBRE A CASA DOS POTTER?! – urrou Harry, decibéis acima da capacidade da própria senhora Black.

Tanto que Sirius, ainda preso a traumas da infância, simplesmente tremeu e se agarrou ao braço de Remus fechando os olhos.

Lakroff só pensou "Harry nunca perde, seja na competição que for...", isso enquanto passageava o que sobrou de seus tímpanos.

O lobisomem do grupo, por outro lado, observava as chamas em uma mistura de medo e fascínio. Elas não estavam... quentes. Seria uma simples ilusão para assustar o quadro de Walburga?

Se fosse isso, não funcionara. A mulher já tornava a gritar:

- COMO OUSA GRITAR COMIGO E COLOCAR EM RISCO A...

- COMO VOCÊ OUSA SUA PATÉTICA RIDÍCULA!

E, desta vez, o som foi tão alto que decididamente a casa tremeu.

Para a surpresa de todos que já conheciam a Sra. Black, a mulher...

Levou as mãos às orelhas.

Seus olhos estavam tão arregalados quanto dos observadores com sua própria atitude.

- VERGONHA É VOCÊ, SUA DECEPÇÃO EM FORMA DE PINTURA! – urrou Harrison, a serpente de fogo aproximando-se perigosamente do seu alvo, sibilando em chamas. - ONDE JÁ SE VIU?! UMA LADY GRITANDO DESSA FORMA NA PRESENÇA DE VISITAS! PATÉTICO! UMA DRESGRAÇA PARA TODA A NOBRE LINHAGEM! ESTOURANDO SUAS CORDAS VOCAIS COMO UMA BRUXA QUE NÃO SABE SE PORTAR DIANTE DO LORDE DA CASA E DE SEUS CONVIDADOS! VOCÊ OUSA ENVERGONHAR O NOME DA ANTIGA CASA BLACK COM SUA ATITUDE, TOTALMENTE INDECOROSA, QUANDO A PORTA AINDA ESTAVA ABERTA! ENTENDA O SEU LUGAR IMEDIATAMENTE OU ATEAREI FOGO EM VOCÊ! OS CORREDORES DESSA RESIDÊNCIA DEVEM SER OCUPADOS POR QUEM SABE TRAZER ORGULHO AO SANGUE NEGRO E RESPEITA SUA POSIÇÃO, NÃO UM PROJETO DE CRIATURA QUE NÃO SABE CONTROLAR A LÍNGUA!!!!

Remus só conseguia agradecer mentalmente Lakroff por ter colocado um feitiço abafador entorno deles, pois seus ouvidos já estavam chiando mesmo com a magia os protegendo.

A casa, os quadros, tudo ali pareceu ganhar um silêncio sepulcral após a última frase de Harry, como se todo o mundo perdesse o som em comparação com seu próprio show. A única coisa que era escutavam era o crepitar da serpente de fogo.

Um minuto inteiro se foi antes do menino tornar a falar, agora baixo e calma, um tom quase...

Escorregadio.

Como um silvo de serpente rasteira, pronta para dar o bote:

- Excelente... Parece que a senhora Black se lembrou dos bons modos e se calou. Podemos ter uma conversa civilizada e de acordo com os padrões adequados agora, ou será que entendi errado?

O silêncio na casa continuou, Harrison suspirou e recolheu sua cobra de chamas verdes antes de continuar:

- Sr. Black, eu ficaria mais que satisfeito com seu silêncio, mas como dito, pela senhora mesmo, o nome Black agora também pertence a mim e não deixarei que manche uma de minhas propriedades. Se eu sequer pensar que será incapaz de manter as maneiras, essencialmente quando estivermos recebendo alguém, terei de me livrar da senhora, que nem é um artigo tão valioso, então o considero dispensável em prol de mostrar uma boa imagem aos demais lordes. Já foi suficientemente péssimo mostrar-se alguém capaz de gritar como gralha, ou uma banshe sangrenta, na frente do lorde que carrega o nome Mitrica e o legado do lorde das trevas Gellert Grindelwald! Uma vergonha tremenda mesmo, para uma casa que sempre apoiou e se nomeou, de acordo com as artes das trevas.

- Como é?! – questionou "a mulher" em choque, mas mantendo o tom de voz tão baixo para seus padrões que Sirius nem consideraria aquilo um grito.

Lakroff igualmente achou que já estavam em território seguro e retirou as barreiras sonoras.

- Aquele que está vendo junto do seu filho, o lorde Black, e do herdeiro Lupin, é Lakroff Grindelwald Mitrica, mestre da casa Mitrica, a nobre e antiga casa dos chacais, e filho das mariposas Grindelwald. A senhora estava recorrendo a vergonha de anunciar, não só a toda a cidade os problemas da família, mas ao herdeiro de um honrado lorde das trevas!

"Honrado!" pensou, muito humorado, Lakroff.

Aquilo, por outro lado, pareceu ser um golpe quase fatal para os quadros.

Walburga Black abriu e fechou a boca várias vezes olhando de Harrison para Lakroff (que mantinha aquela sua expressão simpática, acompanhada de olhos provocativos, brilhando de diversão), ela parecia ter perdido totalmente a habilidade de usar a boca. Os seus companheiros, entretanto, pareciam tê-la ganhada em demasia e falavam uns por cima dos outros. O alvoroço ia desde os sons que faziam, até suas atitudes, esticando os pescoços para ver melhor o loiro, quase (quase) escorregando nesse ato para o indecoroso, mas era como se lembrassem que tinham de se mostrar dignos daquela visita e logo se aprumavam recompostos.

O lorde Mitrica acenou para todos:

- Uma boa tarde – o som saiu calmo, mas... pesado. Como um grosso cobertor de seda, deslizando pela pele no frio.

Causando calafrios por ainda estar gelado, mas acariciando a pele na mesma proporção. Era como algo... que tentava ser gentil e simpático (leve, como uma conversa entre amigos), entretanto, que não conseguia mascarar totalmente o peso do homem que falava.

O peso de tudo que escondia por trás daquela pose.

A pose.

Lakroff levou uma das mãos aos cabelos em um gesto amplo, até o lado esquerdo da cabeça, onde não havia trança os segurando, e com os dedos espaçados, bagunçou os fios ao empurra-los para trás. Vários ficaram arrepiados para cima com aquela ação, formando uma espécie de topete, a luz sumiu com a cor loira deles, tornaram-se totalmente branco.

Nem a trança do lado direito foi o bastante para tornar aquela visão menos reconhecível.

A forma como se curvou, mas sem abaixar a cabeça em nenhum momento, e sorriu de canto, evidenciou ainda mais a mudança na sua expressão e atitude.

Sirius teve certeza que, se tivesse conhecido Mitrica com aquela expressão, não teria falhado em reconhecer.

Sem tirar nem por. O homem, já bem velho, mas muito bem conservado, que parecia uma das pessoas mais calmas e amorosas possíveis. O homem que se imagina facilmente passando horas no seu jardim com luvas coloridas e chapéu de palha, ou na frente de um fogão com um avental personalizado dado pelo neto...

Sumiu.

Lakroff Mitrica era exatamente igual ao pai.

Diante deles estava um lorde das trevas.

Os quadros ofegaram, imediatamente tendo o mesmo vislumbre de reconhecimento e, se fossem vivos, teriam sentido seus corações falharem uma batida.

Remus sentiu o ar fugir do pulmão quando seu lobo interior simplesmente admitiu... que nunca errou tão feio ao julgar alguém.

Até o cheiro dele parecia diferente. Como se todo o doce fosse substituído por algo... azedo.

- Grindelwald... – um dos quadros sussurrou em choque, mas foi alto o bastante para todos ouvirem.

Então Lakroff riu e toda aquela atitude sumiu. Tão rápido quanto veio, ele voltou a ser o doce tio-avô de Harry Potter.

- É um prazer – ele encerrou.

Antes que o silêncio que se seguiu chegasse a um minuto inteiro, antes mesmo que todos pudessem se recuperar, Harrison tornou a falar:

- Entende, Sra. Black, por que não posso acreditar simplesmente na sua educação? Vê o que fez? Até onde sei, o que é falha da família, fica apenas com a família, para todo o resto somos perfeitos ou jamais teremos o respeito. Você quer que a casa Black perca todo o respeito que acumulou porque a sua boca é grande demais, mas sua língua é incapaz de se controlar dentro dela mesmo assim? Quer que perca o respeito porque a senhora é incapaz de reconhecer uma figura importante no instante que ela passa pelo nosso batente, mesmo que a semelhança seja gritantemente óbvia!? Esse tipo de falha não pode ser aceita!

Walburga ainda tinha se mostrado incapaz de fechar a boca, mas dessa vez um som hesitante saiu, suas companheiras pinturas já correram para tapar os ouvidos, temendo que fosse uma preparação para tornar a gritar, mas (se fosse o caso), não aconteceu, pois a mulher enfim juntou os lábios quando recebeu um olhar sombrio de Harrison.

O tom absurdamente aterrador de sua voz ajudou ainda mais para essa reação:

- A senhora não ouse! Sabe que estou com a razão e exijo que atinja os padrões que quero desta casa ou vou queimá-la! Nem suas proteções ridículas farão diferença contra fogo infernal! – e apontou a varinha para o retrato que hesitou.

Mas então fez uma careta, como se de repente recuperasse a consciência e o controle sobre sua mente:

- Criança tola... – murmurou irritada, mas baixo o bastante para não incomodar aquele que a ameaçava. – Vai queimar toda a casa assim! Fogo maldito não é uma maldição que se brinque! Ainda mais uma crian...

- Eu sou perfeitamente capaz de controla-lo, como já mostrei anteriormente.

- Como é?! – questionou outro dos quadros fazendo todos se virarem para o canto da parede onde estava. Sirius não lembrava ao certo quem era aquele. Sabia apenas que era mais um Black que decidiu apagar da mente. – Está dizendo que aquela cobra era fogo maldito?!

- Evidente.

Alguns realmente bufaram ou deram risadinhas debochadas, aquilo pareceu irritar Harry que baixou a cabeça e esfregou a têmpora.

- E ainda ousam insultar a casa Potter – resmungou. – Ao menos nós sabemos respeitar nossa posição e agir de acordo quando necessário. Que tal assim, Sirius, algum desses quadros é importante para você ou podemos queimar todos?

- Queime – disse no mesmo instante.

Harrison passou os olhos por todas as obras rapidamente enquanto deixava seus olhos notarem alguns padrões de magia. Não era capaz de ver magia em objetos, apenas sentir, mas estava tão acostumado em ver as formas que magia assumia de acordo com o núcleo de um mago, que percebia coisas a mais nos objetos. Conseguia imaginar quase tão claramente como se estivesse vendo com poucos sinais, sentir melhor até as essências mais escondidas.

Ele era muito sensível a magia, no fim.

Ele e Tom treinaram muito para ter certeza de que aperfeiçoaria no melhor essa capacidade.

A soma disso fazia conseguir notar toda a magia naquela casa, todas as proteções antigas, rituais de sangue e proteções que se fundiam as paredes, algo quase vivo, como o cálice de fogo ou como a sala precisa em Hogwarts. As paredes pareciam ter vida, consciência, a casa respondia a tudo.

Responderia a força de Harry.

Assim que ele escolheu o quadro com melhores proteções, mas que não era o retrato de nenhum Black, apenas uma paisagem com alguns animais, ele apontou a varinha e, dessa vez, entoou o feitiço em voz alta.

A cobra de fogo saiu rugindo como da outra vez e aos poucos as chamas foram de vermelhas, amarelas e laranjas, para um tom azulado e então esverdearam-se majestosamente. Quando já estava cobrindo o corredor, quando a cabeça estava totalmente verde e ameaçadora, Harrison esperou que os animais corressem para fora do desenho e queimou.

Foi engraçado ver alguns Black sendo atropelados pelos bichos e foi ainda mais interessante ver como a casa reagiu ao notar o perigo.

- O que eu queimei? – perguntou indiferente, quase deixando que um sorriso (que não chegou aos lábios, mas existia na mente) escorregasse para a fala.

- Uma pintura antiga – respondeu Sirius dando de ombros. – Se não me engano, ganhamos ela de um rei escocês bruxo.

- Pena – e parecia realmente triste com a ideia de queimar uma relíquia, mas igualmente estava recheado de deboche.

Mesmo que fosse triste, queimaria o que quisesse. Era isso que sua voz mantinha implícito.

- COMO VOCÊ... – começou Walburga, mas quando a cobra de fogo foi até ela, se calou.

- Esse é meu último aviso – disse Harry. – Eu sou o futuro lorde dessa casa e não aguentarei desaforo de pinturas encantadas! Vocês respeitarão meu nome, minha casa e minhas origens se quiserem que eu respeite a de vocês. Eu queimarei sua história e farei a minha como desejar se continuarem impertinentes, ou podem se lembrar que não passam de passado, mantido aqui apenas para guiar os herdeiros da casa. Aceito seus conselhos e que me guiem, mas preciso que se lembrem que não passam de conselhos de seres que não tem qualquer direito de insultar a casa Potter. Minha casa e, portanto, casa do seu lorde! Vão se lembrar disso! Ou vivem para ver a casa Black recuperar sua glória, junto de mim, ou morrem para que eu possa fazer isso sem pessoas incapazes de cumprir seu papel!

- E você se acha capaz de trazer a glória a nossa casa? – questionou debochadamente outro quadro (um mais corajoso, arrogante ou tolo, não dava para saber qual das opções exatamente).

Este teve a borda queimada pela cobra de chamas.

Remus levou as mãos à boca em choque, ele ainda estava achando que aquilo não passava de uma ilusão, mas quando a cobra se aproximou para atacar aquele quadro em específico (que estava bem próximo do lobisomem), ele pôde percebeu o calor e a pressão gigantesca da magia.

Harrison era tão capaz de controlar aquilo, uma maldição tão sombria e poderosa, que conseguia controlar a temperatura dela quando queria?

FOGO MALDITO, POR MERLIN!

Simplesmente uma das maldições mais perigosas e proibidas do mundo!

Aquilo era sequer possível?!

Não era absurdo demais pensar que alguém (um simples adolescente, além de tudo) era capaz de um feito daqueles?!

Imediatamente o loiro olhou para Lakroff, que provavelmente foi quem ensinara a coisa para o sobrinho. Seu primeiro impulso sendo pensar como o homem deixou uma maldição perigosa daquelas ser treinada em terna idade, mas se surpreendeu com o fato de que o lorde Mitrica nem parecia estar prestando atenção aquilo tudo.

Estava se olhando num espelho mais ao lado, arrumando seus fios novamente como podia.

Totalmente alheio.

- Que foi? – sussurrou o mesmo, ao perceber que estava sendo observado.

- Nada – sussurrou Lupin de volta com um suspiro.

Lakroff nem estava minimamente interessado, que dirá impressionado, com o feito mágico do neto.

Era algo assim tão comum?

- Cuidado! – gritou o homem do quadro que teve a borda queimada, assim como seu colega do lado (para onde fugiu), quando ambos receberam um rugido da cobra de fogo. – Vai queimar tudo! Você não...

- Eu sei controlar perfeitamente minha magia. Não ouse me subestimar, ou vai se arrepender – e deixou que sua magia interagisse com sua voz, pois mesmo que fossem quadros e não sentissem a energia, o som seria o bastante.

E foi.

Todas as pinturas simplesmente tremeram.

Tremeram ao ponto de ser notável e ao mesmo tempo.

Os animais espalhados por todos os lados realmente se esconderam, debaixo de cadeiras, mesas ou fugiram para outros andares, o som percorrendo em ecos pelos corredores vazios.

Remus teve aquela impressão aterradora de alguns dias atrás. De que estava diante do pior dos predadores. Seu lobo interior chorou para que fugisse da voz sombria de Harrison.

A ideia de que o menino ainda estava com uma cobra de fogo infernal, de outra cor que o normal, e mantendo sua temperatura sempre de acordo com o que queria...

Não era nem um predador.

Era simplesmente...

Irreal.

Um bruxo podia ser tão forte e naquela idade?

Enquanto isso, Lakroff ainda se arrumava no espelho, o que foi uma vantagem interessante. Pelo reflexo, conseguiu ver perfeitamente como Sirius Black sorriu. O homem estava com uma expressão satisfeita e... os olhos azuis brilhavam de um jeito estranho. Quase macabro em meio a sua diversão.

Havia fascínio e orgulho nas suas feições em proporções iguais. Nada de medo, hesitação ou indignação. Ele estava genuinamente feliz e satisfeito com as capacidades de Harry.

Ele apreciava o que Harrison estava fazendo.

"Loucura Black, hein James?" pensou Lakroff se lembrando de quando o próprio James Potter fez uma expressão daquelas.

Às vezes, quando se sentia muito confiante ou estava animado com algo, ele deixava-a escapar. Uma das que conseguia se lembrar, dentre tão poucas, mas sempre interessantes de se assistir, foi quando James veio lhe contar os resultados de um feitiço sombrio que aprendera entre os livros da biblioteca Mitrica.

E que tivera a chance de testar num comensal.

"As mãos dele..." murmurou James, cobrindo a boca com a mão, mas o sorriso estava tão forte em seus olhos que Lakroff não precisava ver para saber. O Potter ainda verificou as outras pessoas no local, mas estavam todos distraídos conversando com Lilian, perguntando sobre o bebê e outras amenidades, então não reparavam nos dois homens.

Seu olhar mudou para algo carinhoso enquanto observava a mulher e o filho, mas quando se voltou para o Grindelwald havia recuperado o brilho insano: "Não sabia que mãos tinham tantos ossos, o barulho de todos quebrando ao mesmo tempo..." e riu "Ele não sabia fazer magia sem varinha, foi tão fácil depois disso. É uma maldição útil demais!"

"Mas doloroso para quem sofre" lembrou Lakroff sorrindo, encostando a cabeça na parede, relaxando o corpo enquanto olhava para o Potter.

Este deve ter se lembrado onde estava e que haviam pessoas que... não entenderiam. Recuperou a compostura e o olhar de bom moço antes de dizer sério:

"Por isso não usarei novamente, a menos que seja estritamente necessário. Eu estava agitado, vi Lilian, um comensal e eu tive que... tomar uma atitude, mas tomarei cuidado para não jogar a primeira magia que me vier a cabeça novamente" e seu tom era tão convincente que se o Grindelwald já não tivesse visto a máscara daquele homem caindo vezes o suficiente para entende-la, acreditaria.

James usaria a maldição quantas vezes quisesse se mais alguém ousasse apontar a varinha para sua mulher. Era sempre assim. Mesmo que Lily não precisasse de proteção, mesmo que houvessem formas mais... da luz para se resolver.

- Estou perdendo a paciência aqui – reclamou Harrison, fazendo Lakroff voltar ao presente e ao herdeiro que havia puxado algumas das características mais sombrias de suas famílias, que gritavam naquele momento, evidenciadas. – Vou reiterar, mas saibam que detesto ficar me repetindo. Eu sou o futuro lorde dessa casa e trarei a glória novamente a ela, não deixarei que fique decadente como essas paredes sujas e carpetes empoeirados, vocês podem estar aqui para ver ou serão todos dispensados por impertinência. Estamos entendidos? – e esperou. Quando não teve resposta suspirou resignado. – Quero uma confirmação verbal! – para reforçar suas palavras a cobra de fogo rugiu e se aqueceu totalmente, da cabeça a calda presa a varinha.

Os três adultos mais atrás deram três passos para longe, quase encostando na porta para se manterem assim. O calor era tanto que Lakroff afrouxou a gravata, a casa tremeu com suas proteções sentindo o perigo, o que fez os quadros entenderem de uma vez a ameaça.

Não era blefe.

Aquela criança estava mesmo controlando a maldição fogo maldito.

Já havia sido praticamente confirmado quando ele realmente queimou dois quadros (afinal a casa tinha proteções nas pinturas que apenas maldições muito fortes podiam tirá-los ou maculá-los e ele fez como se nada fosse), mas agora notaram de uma vez o controle que o Potter tinha sobre a coisa.

Estava irritado e mesmo assim as chamas não haviam passado um milímetro a mais do que queria.

Aquele padrão de chamas que saiam em jatos contínuos da varinha e giravam pra criar a forma de uma besta, o calor indescritível, a movimentação da varinha, o encantamento, a maneira como as chamas anormalmente grandes rugiam, como pareciam vivas e se movimentavam, interagindo com magia negra reconhecida pelas proteções da casa...

E ele estava adaptando a maldição.

Criando outra cor nela.

Aquilo era simplesmente...

- Impressionante – murmurou um dos quadros, o tom era tão reverente que chamou a atenção Harry. – Criança, qual seu nome mesmo?

- Harrison.

- Nome completo? – questionou o quadro com uma sobrancelha levantada e um sorriso interessado.

Pela tradição Potter, ele teria James, imaginou. Então... Harrison James Potter Black? Entretanto haviam mais anéis em seus dedos, disfarçados por magia para não mostrarem a verdadeira aparência (proteções comuns em anéis de lorde e herdeiros), e mesmo que alguns pudessem ser apenas acessórios comuns...

A criança não era apenas magicamente poderosa, sua forma de agir, se portar, falar. O homem no quadro se orgulhava de sua tendência para ler bem as pessoas, reconhecer trejeitos e identificar alguém a que se valia a pena dar atenção.

Aquele garoto era esse tipo de pessoa.

E seria o futuro lorde da casa.

Precisava confirmar se era alguém realmente tão digno como estava se mostrando. Como estamos falando de um Black tradicional, é claro que linhagem era a prova de que faltava.

- Posso saber o seu nome primeiro? – questionou Harrison. – Senhor...?

- Phineas Nigellus Black.

- O antigo diretor de Hogwarts? – perguntou para Sirius, que acenou com a cabeça.

- Possivelmente o mais odiado.

- Seu impert...

- Quer dizer que há um quadro seu em Hogwarts, certo? – interrompeu o de olhos verdes.

- Sim.

Harry fez uma careta.

- Ótimo, você eu vou ter que queimar.

- Como?! – ralhou Phineas, se curvando para trás, buscando distância da cobra verde flamejante que se aproximava ameaçadoramente.

- Desculpa, nada pessoal, só não gosto da ideia de um quadro contando qualquer coisa para Alvos Dumbledore.

- Eu não iria!

- Mesmo? Não tem como eu ter certeza, não é? Quer que eu confie na simples palavra de uma pintura? Está me achando com cara de idiota?

- Eu jamais trairia a casa Black para um ridículo como Alvos Dumbledore! Todos aqui são leais a nobre casa dos Black acima de qualquer outra coisa! – e o pavor só aumentava em sua voz a cada frase.

Inferno, ele era um quadro! Como podia estar sentindo o calor daquela coisa?!

- Está dizendo que me reconhece como futuro lorde e depositando sua lealdade em mim?

- Sim! – gritou em pânico quando as chamas se aproximaram a níveis que a pintura julgava (antes) impossível controlar a maldição do fogo.

A cobra abriu a enorme boca e atacou, mas sumiu antes de atingir a tela. Fineus assistiu a coisa toda do quadro ao lado, depois de fugir aos gritos.

- Não sei, Sirius, você confiaria? – questionou Harry.

- Talvez?

- E ele é um grifinório. Quer que uma cobra aceite sua palavra, Black? – acrescentou porque sabia que o pessoal que estudava em Hogwarts dava muita importância para toda essa história de casa e acabavam servindo bem para rotular sua personalidade.

- Você é um sonserino? – questionou Phineas parecendo muito satisfeito com a ideia.

- Evidente.

- Um Potter na Sonserina? – questionou Walburga e não foi a única que pareceu surpresa com a coisa.

Sirius levou um susto com a voz da mãe.

Caramba...

Ele tinha esquecido dela!

- Vocês tiveram um Black na Grifinória, não é tão difícil ter do outro lado, não concordam? – disse Harry e a forma como reagiram ao lembrete de que o atual lorde da casa era um grifinório, mostrou que ainda eram totalmente desgostosos a ideia.

As caretas estavam marcadas e Harrison não duvidava que alguém seria capaz de cuspir se não fosse uma clara violação das boas maneiras que ele os ameaçara para cumprir.

- Estou esperando minha confirmação verbal de lealdade a casa e respeito a seu futuro lorde, temos pouco tempo – lembrou o menino. – Sirius precisa ir para uma reunião do corpo docente e quero que me apresente a casa antes disso. Sem contar que Remus precisa estar na Durmstrang para a sua entrevista, não terei ninguém como anfitrião e seria muito agradável que os quadros me ajudassem na ausência destes, mas não aceitarei ajuda se não tivermos entrado em acordo.

- Entrevista na Durmstrang? – questionou Phineas.

- Sirius é professor em Hogwarts e Remus, se tudo correr bem, será do Instituto de magia Durmstrang. A casa Black estará presente nas duas maiores instituições de ensino da Europa. Uma sendo o nome mundial para magia sombria.

Os quadros tornaram a enrugar os músculos faciais em desgosto com a ideia de um consorte Black lobisomem, mas Lakroff riu quando percebeu que nenhum ousou dizer algo sobre isso em voz alta, ao perceberem o tom de orgulho na voz de Harrison.

Já estavam adestrados.

Um dia.

Menos de uma hora.

Esse era Harrison.

- Dito isso, eu juro que se me fizerem repetir...

- Você pode ter certeza de que nossa lealdade está com a casa Black acima de qualquer coisa – afirmou o antigo diretor.

- E eu vou confiar em suas palavras?

- Juro por tudo que já fui. Eu, Fineus Nigellus Black jamais trairia a casa dos Black, nem seus herdeiros, muito menos o lorde e seu herdeiro nomeado.

Harry sentiu como toda a energia da casa reagiu aquilo e ficou satisfeito. Não que as palavras de um quadro tivessem garantia, mas a casa era mágica, realmente como um ser vivo Black. Sugava parte da energia de Sirius e do próprio Hazz para fortalecer suas proteções, para se manter viva e respirando, na mesma proporção que os abraçava para isso.

Por mais estranho que fosse a analogia, era como um filhote se amamentando.

Ela própria estava garantindo que a lealdade dos Black estava com suas estruturas e com seus mestres.

Servia.

Por hora.

Mas daria um jeito de falar com o quadro em Hogwarts também. Se acordo com Sirius, Dumbledore não estava querendo lhe falar? Podia aceitar uma reunião e arrumar uma forma de tirar o velho de Gill por alguns instantes.

Testaria essa lealdade dos quadros também.

Se estivessem com ele... podiam ser úteis, não é?

- Ótimo, vou me sustentar nisso por enquanto. Se falhar comigo, todo e qualquer quadro seu será destruído no ato. Esteja ciente. Aos demais espero que mantenham a compostura e que possamos nos entender daqui para frente – e olhou diretamente para Walburga.

A mulher apenas deu um aceno de cabeça.

Havia algo estranho naquele menino.... Pensava a antiga matriarca.

A forma como ele colocava os braços atrás das costas, como mantinha-as eretas, como falava... o tom macio, mas extremamente ameaçador, agridoce, mas apenas para quem conseguia notar o veneno que escorria disfarçadamente a cada palavra. A cobra de chamas verdes, o sorriso estranho em feições aristocráticas...

Era tudo tão extremamente familiar que lhe causava uma sensação de dejavú constante, mas não se recordava de onde vinham aqueles trejeitos.

Até a forma como girava seus anéis no dedo era um tanto nostal...

Walburga arregalou os olhos em reconhecimento.

Não podia!

Não... era impossível!

Só que então, o olhar, a forma ameaçadora como o menino a encarou em seguida a fez gelar e imediatamente acrescentar ao seu aceno:

- Agirei de acordo, milorde.

Se a pintura tivesse um coração, ele teria parado. Os olhos verdes do garoto (verdes como uma maldição da morte) ficaram vermelhos por uma fração de tempo, antes de tornarem a cor original acompanhados de um sorriso satisfeito, mas totalmente sádico.

Digno de um negro.

Porém, ainda melhor do que aquele que maioria sempre sonhou em atingir.

- Agora sim... – murmurou acenando com a cabeça.

Manteve o foco em Walburga por apenas mais um segundo antes de se virar para os demais quadros.

A forma como Sra. Black chamou o garoto fez todos curiosos, mas por hora, decidiram apenas concordar: "sim, senhor" disseram todos.

A maldição enfim se dissipou no ar, deixando apenas um breve calor.

Foi tão fácil quanto se fosse apenas uma lembrança. Se foi.

Harry virou-se para Lakrof, o albino enfim decidiu passar do hall de entrada e seguir pelo corredor da casa. Remus e Sirius se encararam, depois o seguiram.

- Os quartos primeiro? – questionou Mitrica.

- Claro, ali por cima – indicou Sirius.

Harry encerrava:

- Espero que não tenhamos outro evento como esse, não quero tornar a fazer ameaças, acho que todos somos bruxos civilizados aqui e respeito muitíssimo a casa Black e toda sua história rica, ao ponto de me sentir mal se tiver de ser extremista. Adoraria aprender com vocês, mas para isso preciso que me tratem, no mínimo, como um igual.

Ele subiu as escadas atrás de sua família, deixando para trás quadros muito curiosos com Walburga Black para notarem como...

Harry não lhes disse seu nome completo.

-x-x-x-

- Eu disse que a casa estaria bagunçada – murmurou Sirius diante da terceira (ou sétima) crise de tosse de Lakroff. - Monstro é bem velho e, definitivamente, não quer me obedecer, então...

- Ele não precisa obedecer se não quiser – soltou Harrison enquanto pegava um lencinho e entregava ao avô, que (sem querer) chutara uma cortina, espalhado poeira por todos os lados.

- Bem... é basicamente o que ele faz – resmungou Sirius dando de ombros.

- Não é isso. Estou falando a sério. Podemos libertar Monstro e pedir a outro dos nossos elfos para cuidar desta casa. Se ele está descontente com seu trabalho, é horrível mantê-lo preso.

- Você soou como Hermione agora.

- Como? A amiga de Neville?

- Sim. Ela está formando um "Fundo de Apoio à Liberação dos Elfos-Domésticos" ou algo assim. Está produzindo centenas de botons e tentando convencer as pessoas a entrar, mas você sabe, ninguém quer ouvir...

- Por que não? – questionou curioso e Sirius realmente corou, desviando os olhos ao responder:

- Acho que pela forma dela se expressar. É bem irritante. Ela quer que todos sejam libertos, mas eles gostam de trabalhar, todos sabem disso, os próprios elfos falam isso então...

- Claro que eles falam que gostam! Nunca lhes foi apresentada outra vida, condicionados a pensar que serão uma vergonha se agirem diferente. Ou eles aceitam aquilo como algo bom, ou suas existências serão uma desgraça! São escravos de um sistema que os acorrenta magicamente e, para mim, dizer que se gosta dessa situação é um escapismo perturbador, na mesma proporção que impressionante. Toda uma raça erguendo a cabeça e se enganando para suportar uma realidade, ou controlados ao ponto de quebrarem de vez a mente e acharem que são dignos apenas daquele tratamento. Que os faz feliz. Como serão diferentes disso com uma lavagem cerebral tão profunda?

O lorde Black corou e baixou o olhar. Remus também desviou o olhar, igualmente constrangido.

- Eles... - murmurou Sirius.

- São como você - interrompeu Harry.

- Eu?

- Qual foi sua reação quando o chapéu seletor disse "Grifinória"?

Sirius piscou muito confuso com a mudança de assunto e se perguntando como as coisas podiam se ligar.

Sentiu uma onda de emoção consumi-lo quando realmente começou a pensar sobre aquele dia. Foi transportado para o passado, no momento em que se sentou no banquinho. Cabeça erguida, uniforme alinhado, do melhor tecido possível, expressão neutra de "sangue puro"... pronto para ir para a casa de sua família e continuar com seu dia. Ponto para manter a pose de futuro lorde Black.

Então o chapéu perguntou:

"Você quer a Sonserina?"

E ele hesitou.

Quando percebeu a própria falha logo tentou ignorá-la e reclamou, inconformado e arrogante:

"Para que outra casa eu haveria de ir, chapéu?!"

"Para a que seu coração se encaixa, que tal?"

"Você não está fazendo sentido! Todo Black sempre foi da Sonserina, eu sou o futuro lorde da mui antiga e nobre casa dos corvos negros, meu lugar é entre as cobras desde que eu nasci!" reclamou.

"E você é como qualquer outro Black?" e a forma como aquilo foi dito estava recheada de provocação.

Sirius bufou e revirou os olhinhos por dentro do chapéu.

"Evidente que não, eu sou melhor!" pensou cheio de orgulho.

Fingido.

Mas a mãe o ensinou a sempre fingir ser melhor do que era.

"Se for para ser um nada, ao menos finja que presta!" gritou ela uma vez, quando tinha seis.

"Mesmo? O melhor dos Black?" questionou o chapéu "Eu concordo, você é muito mais do que só mais um na multidão. A questão aqui é: melhor em que? A que aspecto estamos nos referindo ao exaltá-lo, senhor Black?" e as memórias de Sirius passaram por sua cabeça conforme o chapéu as observava.

As torturas de sua mãe sempre que falhava, o julgamento de Cisa sempre que não agia de acordo com sua posição de herdeiro legítimo, Bella que sempre ria de si, todos apontando o dedo para ele, exaltando suas falhas, fazendo-o se sentir insuficiente, desprezando-o por não ser...

Nunca o melhor.

Quando deveria.

Era sua função como lorde!

Mas... parecia que, por mais que tentava, nunca os alcançava numa arte que pareciam dominar!

E a cada dia eles o odiavam mais, riam mais de seu esforço, achavam-no mais patético.

Assim como ele próprio.

Sua pose quase caiu, mas ele inspirou fundo e a manteve. Sabia como agir de acordo. Se não conseguia ser, podia fingir. Ele era o futuro lorde, não podia deixar suas máscaras caírem e faria a perfeita, para orgulhar a todos... enganar a família e fazê-los aceitá-lo.

"Eu sou um son...."

"Você quer viver para sempre com uma máscara?" interrompeu o chapéu. "É isso mesmo? Ser condenado ao papel de falso? Um boneco nas mãos da sua família? Ou quer fazer o que quiser?"

"Eu vou ser um lorde" afirmou com convicção.

"É o que quer?"

"É!"

"Eu vou fazê-los me notar" acrescentou para si, mas é claro que o chapéu podia ouvir o pensamento.

"Cobras se escondem para dar o bote... leões que gostam de ser vistos".

O pânico assolou Sirius com a implicação daquilo.

"Você não pode..."

"Você é um boneco, senhor Black? É feito de plástico?"

"Claro que não!"

"Então porque está deixando que pintem seu rosto, vistam-no com as roupas que querem e façam de você algo que não lhe agrada?"

"Eu nunca disse que não... Eu sou um Black!"

"Você é. Não precisa da Sonserina para isso, já é seu".

"Meus pais..."

"Não tem o direito de controlar sua vida. Ninguém tem, só você. Minha dúvida é, teria a coragem para ser você mesmo, ou vai para sempre ser o sonserino? Para sempre o Black metamorfo, que se adapta ao ambiente, que presa a autopreservação em troca do individualismo? Se tornará o que querem ver de você?"

"Eu... Sim!"

"Será o herdeiro, o lorde ou qualquer coisa que imponham sobre você, então? Não... o Sirius?"

"Eu..."

"Eu acho que você tem coragem, só precisa dos estímulos certos. Acima de tudo, você tem a força para aguentar arrancar as amarras. Então vou pagar para ver até onde você irá sem elas".

"Como é?!"

"GRIFINÓRIA!" anunciou.

- Foi o pior dia da minha vida – disse Sirius no presente apertando seu braço, olhando para o papel de parede gasto da casa... que se tornou um dos seus piores pesadelos. – Eu soube que dali em diante, tudo que diziam de ruim sobre mim pioraria. Eu era, oficialmente, a decepção da família e não conseguia entender o porquê o chapéu fez aquilo comigo... Não entendia onde eu podia ser corajoso porque a noite inteira, até o quarto eu só tremia e queria chorar. Eu não tinha coragem para aquilo, queria a segurança da Sonserina, onde minhas falhas eram... eram falhas, não o erro completo e encarnado. Eu me sentia miserável, pois tinha falhado com tudo que meus pais ensinaram ao ponto de nem o chapéu me achar digno de ser como o resto de nós...

- E você acha isso hoje em dia?

- Claro que não! Dignos, eles? - zombou,.

- O que mudou?

- Eu vi que prefiro ser a decepção no meio de um monte de malucos, insanos, racistas e cruéis. Isso me faz... – e se lembrou do chapéu ao concluir - melhor nos pontos que acho certo.

- Você percebeu isso em quanto tempo?

- Quase um ano inteiro e muita terapia intensiva chamada: o maluco do James Fleamont Potter – e Remus também riu com aquilo. – Eu fiquei remexendo na cama na primeira noite, não conseguia dormir, mas tinha sido o primeiro a deitar, fechei as cortinas emburrado e tentei me esconder do mundo, mas então James simplesmente abriu, quando todos os outros já tinham cochilado, se sentou sem nem pedir permissão e quando fui reclamar, ele respondeu: "se queria que ninguém entrasse, na próxima coloca um feitiço para me impedir, e é bom ser forte ou invado mesmo assim" depois simplesmente ficou me encarando. Quando eu me estressei e perguntei o que raios ele queria... foi quando disse: "você é oficialmente o cara mais corajoso da Grifinória. Lembre-se disso e esfregue com orgulho na cara de todos esses idiotas".

- O mais corajoso da Grifinória? – questionou Lakroff.

- Também fiquei confuso e, acreditem ou não, o idiota já foi saindo, mas eu o questionei, é claro, e ele explicou:

"Todo mundo tem medo de não ir para a casa da família. Se ficar com medo disso agora não vai provar para ninguém que é um sonserino, a decisão não vai mudar mais, você pertence a essa casa e todos já sabem. Agora eles querem que você prove. O medo vai te fazer parecer fraco e você é um Black! O futuro lorde Black!"

"Mas os Black são..."

"Pouco importa o que eles são ou deixam de ser, você vai ser o lorde um dia, é você que dita depois disso! Você não é, nem pode ser fraco! Você está aqui, é o primeiro e único da sua casa a invadir a cova dos leões. Você é impressionante. O primeiro nascido de cobra a não ser um covarde peçonhento, lembre-os disso, você é um leão e leões não abaixam a cabeça para sobreviver, eles atacam! Carregue essa coroa com orgulho e jamais poderão te afetar, jamais encostarão em você. Mostre que é o mais orgulhoso dos leões e seja o melhor dessa casa, para lembrá-los de quem manda na casa Black! Você não era um sonserino negro, você é um leão que vai jantar qualquer cobra ridícula, pois seu sangue já está imunizado ao veneno, você veio dele, se fortaleceu dele, mas conquistou a própria arma. Não tenha medo agora, porque você estar aqui é sua maior prova de coragem. Você é incrível. Por isso... quer seu meu amigo?"

Por algum motivo, Harry sentia que podia ver aquela cena.

Os olhos lacrimejantes de um menino Black de cabelos cumpridos, riquinho e totalmente alinhado em vestes, na proporção que desalinhando psicologicamente, então a expressão séria de um garoto de cabelos castanhos bagunçados, usando um uniforme padrão e provavelmente faltando alguma peça, óculos e...

Alguém que tinha sido covarde demais para aceitar seu lado sonserino, sugerido pelo chapéu.

Ele queria ajudar alguém que podia estar passando por uma dor parecida, mas que achou ser um grifinório melhor exatamente por ter ido para a casa certa e teria de enfrentar as consequências disso.

Harry se lembrou do mapa e pensou que estava feliz de ter conversado com o objeto, só assim pode entender todas as nuances por trás daquelas coisas, algumas que talvez que nem o próprio Sirius devia ter percebido.

James foi para Hogwarts querendo ser o Potter que todos esperavam, não aquele que ele poderia se tornar caso lhe dessem espaço. Ele entendia Sirius. Ele também precisava de coragem para continuar naquela casa. Mas diferente do Black, não era para se entender no mundo e consigo mesmo, James precisava para não se arrepender da escolha que fez junto do chapéu. Provar para si mesmo que havia acertado sobre si e que era ali que se sentiria mais feliz, onde poderia ser mais sincero e onde os princípios das pessoas se encaixariam melhor com os seus.

Uma dose de coragem e um amigo que podia entendê-lo, foi tudo que James precisou, no fim.

- James fez isso? – questionou Remus para seu namorado.

- Sim - confirmou com um sorriso nostálgico.

- Você nunca me contou.

- Você nunca perguntou como ficamos amigos tão rápido – comentou rindo. – Apesar de eu ter meio que dispensado ele depois disso. Só que, você lembra do James... ele nunca desistia tão cedo.

- Ele nunca desistia, ponto.

Lakroff também se juntou aos outros dois para rir disso. Era verdade.

- Acho que ele sabia que eu só estava tentando negar ajuda por orgulho - continuou Sirius. - Talvez eu ainda tivesse um lado muito...

- Almofadinha? – questionou Remus com um sorriso travesso e levou um tapa por isso.

– Algo assim. James era um grifinório perfeito, confiante, corajoso, nobre, quis me ajudar, mas era... aquela peste, nem para me contar que... – e olhou para Harrison, para a mão onde estava o anel de lorde Slytherin e o anel de Lorde Gaunt. A criança percebeu a coisa e sorriu travesso.

"É..." pensou Sirius "Parecidos e diferentes. James e Harrison... Seriam uma dupla interessante".

- Ele foi astuto o bastante para me convencer, não com um discurso qualquer, mas sabendo usar exatamente o meu orgulho, que eu teria sido ensinado a ter, para me convencer e me ajudar. Ele tentou elevar meu ego...

- Já gigantesco por sinal – acrescentou Lupin levando outro tapa.

- Tentou fazer com que eu sentisse orgulho do que aconteceu - continuou Sirius como se nem tivesse sido interrompido. - E eu... consegui comprar aquela ideia. Sem ele teria sido muito mais difícil. Ser diferente e uma falha para minha família. Ele não fez parecer uma falha e sim uma força, uma prova de que eu tinha garra. Que tinha alcançado algo que os outros não, então era especial e único, coisa que, com o tempo, ele também quis ser. James começou a ter receio... talvez até raiva ou frustração, de como todos o viam só como a sombra do Fleamont, provavelmente porque era constantemente comparado... Eu já o comparei algumas vezes e Prongs quase me bateu em uma delas, antes de entender que eu tenho essa mania mesmo de associar pessoas que eu conheço a outras para me expressar. Tipo... dizer que macarrão tem gosto de nhoque.

- Que? - questionou Harry e Sirius sacudiu a cabeça pensando como se explicar.

- Você sabe, os dois pratos são feitos de massa, mas isso não quer dizer, nem de longe, que são a mesma coisa. Vieram de origens semelhantes, mas foram preparados diferente e são comidas únicas... Eu não sei se dei um bom exemplo... - resmungou, mas decidiu continuar. - O que quero dizer, é que essa é só minha forma de raciocínio. Achar algo que já conheço e é familiar, para entender algo novo! Mas é só para criar uma base com a qual posso trabalhar para entender as diferenças depois. Foi assim com Fleamont quando eu o conheci, não estava dizendo que James era igual, apesar de terem uma aparência bem próxima um do outro, eu só... Estava vendo o que tinham de comum, para depois conseguir entender em quantas coisas eles eram totalmente opostos. Onde James deixou de ser o filho, para ser a pessoa. Prongs acabou me entendo e eu não apanhei - lembrou rindo. - E ele... mesmo que amasse o pai e quisesse orgulhá-lo, dizia sempre que não foi feito para ser Fleamont dois, mas James um, por pior que James um fosse, ele nunca saberia com certeza, se nunca tivesse a chance de tentar. Ou a coragem - encerrou sorrindo para Harry.

Aquilo atingiu o menino, porque ele entendeu, quando os olhos azuis de Sirius brilharam da mesma forma que tinham feito no Gringotts, que foi isso que aconteceu lá. Ele estava certo, o padrinho comparara com James... mas, dessa vez, não se incomodou com isso.

Porque...

Tudo aquilo foi quase tão forte como descobrir que o pai também foi cogitado para a Sonserina.

James Fleamont Potter queria ser apenas James Potter. James um.

E Harry queria ser Harrison um.

Não tinha como culpar Sirius por ver algo que agora, sabendo disso, até ele estava vendo.

Um dos motivos que escolhera o nome Harrison fora exatamente aquele!

Não só por Grindelwald, mas pela implicação do nome. Harry era filho de James, mas Harrison, literalmente, significava Harry's son.

Filho de Harry. Dele mesmo e do que tinha sobrevivido para existir.

Amava James, mesmo não o conhecendo, pelo que tinha lhe sido oferecido: a vida. Não apenas o gerando, mas se sacrificando pelo filho como pôde. Respeitava o homem, mesmo que não tivesse necessidade alguma em seu interior de orgulhá-lo, mas ainda... era curioso sobre. Gostava de ouvir uma ou outra coisa que Lakroff contava, só que nunca era muito. Eles não se conheceram o suficiente para terem grandes histórias. Por outro lado, Hazz detestava ser comparado e ser apenas uma extensão. James dois.

Era Harry, só Harry. O primeiro. Fruto de tudo que Harry teve que passar, de como mudou até chegar ao que era, e portanto filho dele, de seus traumas, seus anseios para ser sincero consigo mesmo e viver sem se prender as expectativas das pessoas. Sejam dos tios, que o consideravam uma criatura igual ao "desprezível e vagabundo pai" ou das pessoas, que queriam "o-menino-que-sobreviveu". Afastado de qualquer coisa do gênero.

Harry's son.

Sirius, por outro lado, conheceu James. Foi um irmão para ele. Ouvir do padrinho sobre o pai, era totalmente diferente de tudo que já teve. Ainda mais depois de conversar com o mapa, James deixou de ser uma sombra que as pessoas colocavam para pesar atrás de seu ombro, e virou pessoa.

Doeu perceber que gostou da pessoa.

"Se você se desculpar eu dou um jeito de te matar" acrescentou mentalmente para a Horcrux, mas esta sabiamente ficou quieta. Hazz sentiu apenas uma coceira que indicava a sombra de um sorriso.

- Enfim, apenas encerrando o raciocino sobre toda essa história de Grifinória e das minhas inseguranças, não as de seu pai - continuou Siris após inspirar profundamente, como se precisasse de ar para se recuperar de um longo momento pensando no seu melhor amigo. - James usou minha arrogância para me trazer para o seu lado. Me fazia me sentir bem sempre e... eu comecei a perceber que era exatamente por ele sempre me elevar. Perto de Prongs eu nunca me sentia inseguro. Não tinha como! E eu sou uma pessoa insegura. Com ele eu era forte e corajoso.

- Sirius...

- Eu sei que eu sou forte e corajoso sem ele. A questão é que é difícil para mim lembrar disso. Ele me recordava do fato o tempo todo e eu... - riu. - Eu cheguei a pensar que se um Potter, os reis perfeitamente Grifinórios, olha que irônico, - Harry sorriu - tinha aquela impressão de mim, então era verdade. Até minhas falhas eram motivos de louvor. Minhas lutas eram para me fortalecer, meus acertos eram minha coroa, toda dor era só uma batalha a mais, numa guerra que eu poderia vencer, pois era um guerreiro vermelho e dourado. James dizia que tudo em mim... era precioso. Enquanto eu estava com ele... eu quase esquecia daqui – e apontou para as paredes.

- Por isso foi embora – disse Harry.

- Sim – suspirou. - Eu queria me sentir bem assim sempre, então porque não tornar a casa dele a minha, se fui convidado?

- Mas antes do meu pai te estender a mão você se julgou e se odiou, correto?

- Sim.

- E continuou se odiando as vezes, não é? Você mesmo disse, perto dele era fácil, mas e longe? Ficava se sentindo inferior, incapaz, diferente. Você quis a Sonserina porque era um lugar familiar e você estava com medo de mudar, não é?

- Sim... de certa forma....

- É isso que acontece com um elfo doméstico, não vê? - Sirius e Remus arregalaram os olhos.

Eles nem se lembravam que a conversa começou assim!

Harry continuou:

- Para Monstro é dever dele cuidar dessa casa, assim como era seu como futuro Lorde, mas ele não quer te obedecer, você à seus pais. Então ele sofre e se machuca sempre que tenta ir contra isso, porque foi condicionado a pensar que ser ele mesmo e fazer o que quer é errado, faz dele uma falha imperfeita e horrenda. Ele nunca muda, mesmo com toda a dor que é se curvar para você, porque esse é o lugar comum e familiar que ele está adaptado e mudar... parece muito pior e assustador. Um caminho de dor. Ninguém estendeu a mão para ele. Ele não tem um James. Entende por que acho errado, então, mantê-lo aqui ou julgá-lo por ser rebelde vez ou outra?

Sirius piscou, incapaz de achar uma resposta para aquilo. Harrison voltou a andar pelo corredor.

- Meu bisavô diz que queria a lealdade dos elfos por eles mesmos, pois assim ele teria certeza de que podia confiar, por isso os libertou e deu outra forma de trabalharem para nós, um acordo mágico mais justo, mas isso é meio falho no ponto que eles já eram forçados a ser leais desde... sempre. Acho que ele nunca foi muito a favor da coisa da escravidão mágica. Ser forçado a viver com algo que controla suas ações, uma magia nata que não sai a menos que uma força maior o liberte. Ele era forçado a ver coisas que não queria e se sentia inferior por isso, todos os faziam sentir-se assim, e para se livrar, parecia que só uma ajuda divina conseguiria. Mas ele queria escravizar trouxas. Quer dizer que elfos tinham mais valor na sua concepção, não é? – Lakroff riu, mas cobriu o rosto constrangido com a neutralidade que Harrison falava sobre aquilo. – No fim minha família está cheia de loucos semi-hipócritas, ou contraditórios, que não pensam muito, se quer saber...

Sirius e Remus riram de nervoso e Lakroff quase se engasgou pensando na reação de Tom ao insulto obvio, mas a Horcrux apenas causou uma coceira irritadiça na testa de Harrison, que parou de frente para uma janela para observar a rua.

- Trouxas eram seres com poder que não sabiam o que fazer com ele e se atacavam, elfos são seres que se curvaram a anos diante de um inimigo e se forçaram a ser felizes com a realidade que tinham, talvez até para não sofrerem tanto com aquilo – comentou distraidamente, inclinando a cabeça.

Algumas crianças brincavam na calçada.

Havia um menino gordinho, com um caminhão de plástico, chamando um outro bem mais magrinho para seu lado. Os dois conversavam, aos risos.

Harry se lembrou dos anos que não podia brincar, de Duda, que nunca o viu como primo (e como poderia com pais que descaradamente dividiam as crianças?), dos anos que era forçado a trabalhar e era punido a cada falha, como se via como um fardo incapaz de agradar, por mais que tentasse. Mesmo com tudo, ele foi forçado, torturado (praticamente) e ainda tentaram matá-lo quando reagiu...

Sempre visto como uma criatura diferente, quase indigna de consideração.

Era assim que bruxos tratavam os elfos.

- Eu não quero me sentir responsável por forçar Monstro a escravidão. Não há motivos para fazer a coisa. Então, se não se importar, podemos perguntar a ele o que prefere fazer de sua vida?

Sirius sentiu uma dor e uma culpa muito grande no peito com aquilo. As memórias que viu na penseira, a forma como Harrison tratou Lala quando ela falhava, como parecia incomodado com os insultos que Lala dava a si mesma e como ficou satisfeito em saber que era livre. Black sentiu que entendia o que estava acontecendo ali e, igualmente, se viu miserável e insensível pela forma como tratava Monstro até então.

Era muito errado o que estava fazendo e nunca...

Olhou para isso.

- Claro, vamos perguntar a ele.

Hazz acenou com a cabeça e Lakroff se aproximou, acariciando seus cabelos para acalmá-lo.

- O quarto do seu irmão? – perguntou à Sirius, que entendeu a deixa para trocar de assunto por hora.

- Eu não sei se você gostaria de receber roupas usadas. Fica claro que gosta de ter as suas, mas também gostou das botas do seu bisavô, então vali a pena oferecer. Regulus ficaria feliz que fossem para o futuro lorde... Claro, se esse lorde não fosse eu. Ele era uma cobra muito astuta, como você, mas muito gentil também. Eu... – bufou. – Meu irmão era um idiota – Harry riu da súbita troca de atitude. – Não se engane, eu o amava, mas vou ser sincero com você. Era um garoto frouxo suficiente para acreditar nos nossos pais e suas manias de sangue puro, convencidos de que ser um Black tornava a pessoa praticamente régia. Ele me tratava diferente em Hogwarts, como se eu fosse um traidor de sangue igual aqueles com que andava e aqui... queria meu apoio contra a gritaria dos nossos pais, contra a pressão que passaram a colocar nele quando decidiram que eu era indigno demais. Foi difícil sair sem ele, era a única coisa que ainda gostava aqui, mas era frustrante. Essa coisa toda de...

- Máscara Sonserina? Se adaptar ao ambiente? Não mostrar fraqueza na frente dos outros, principalmente seus pais que podiam machucá-lo, mas sim só para você, a pessoa que ele confiava? – perguntou Harry astutamente e Sirius bufou.

Bufou muitíssimo frustrado.

- Desse jeito. Ele era desse jeito. Esfregava as coisas na minha cara exatamente assim.

- Esfregar? – questionou piscando os olhos e encarando o chão bem confuso. - Eu...

- Minha lerdeza e incapacidade para ler as malditas entrelinhas! Você acabou de me fazer me sentir um irmão péssimo e invejoso! - resmungou levando as mãos para a cabeça.

Sentiu-se estranho quando encontrou fios curtos.

Sim.

Sirius Black cortara o cabelo naquela manhã. Da mesma forma que a cabelereira de Mitrica tinha dado um jeito nos fios descuidados de Remus, ela foi ajudar o animago com os seus, totalmente prejudicados por anos...

Na cadeia.

A mulher praticamente chorou com a ideia de aparar uma juba de anos, mas insistiu que teria de fazer milagre para curar toda a desidratação que Sirius passou com os anos sem alimentação saldável, luz do sol e estímulos corretos. Para o bem dos próprios fios, seria melhor diminuir até próximo a raiz e tomar poções que o fizessem crescer mais rápido e forte novamente. Se tomasse tudo corretamente, voltariam a praticamente o mesmo tamanho, de duas semanas a um mês, então ele apenas aceitou.

Ficava lindo de qualquer forma.

Mas ainda era estranho.

- Invejoso? - questionou Harry. - Por que um irmão invejoso?

- Apesar de ele ser o mais novo... sempre foi um filho muito melhor do que eu, como meus pais não se cansavam de me lembrar. "Regulus consegue, por que você não?", "Olhe como Regulus se porta", "Vejam, Regulus conquistou mais uma coisa, que você não..." era o que sempre me diziam, então mesmo que eu visse que Reggie só era melhor... em fazer essa fachada de herdeiro perfeito, porque era uma fachada, ele era...

- Gentil? Uma pessoa?

- Sim! E eu também! Mas eu não aguentava a fachada, não conseguia alcançar ela! Então tinha inveja! Eu era exatamente igual por fora e por dentro...

- Então ele era um sonserino e você um grifinório, qual a novidade? – perguntou sorrindo.

Sirius quis abraçar o afilhado, muito feliz com o comentário, mesmo sabendo que nem entendia ao certo todos os motivos para ter sido tão... bom de se ouvir. Só que foi. Então sorriu, já que tocar o adolescente ele sabia que o deixaria desconfortável.

- É... ele era - sussurrou.

- Vocês eram diferentes e é normal que tenha inveja do seu irmão quando seus pais faziam tanta questão em compará-los, aposto que ele tinha inveja de você por ser você mesmo e ter força para enfrentar tudo e não só... ser uma marionete.

"Você é um boneco, senhor Black?"

Sirius suspirou:

- Talvez... Mas as vezes eu pensava que ele realmente gostava da posição que meus pais o colocavam. Acho que nunca o entendi totalmente – e olhou para Harry quando encerrou. – Então de repente eu já o tinha perdido e nunca podia entender, mas eu queria ter conseguido. Eu o amava, independente das coisas babacas que acreditava.

Hazz entendeu a mensagem, mas se perguntou se suas coisas babacas também seriam perdoadas com esse amor.

- Como ele morreu?

- Voldemort.

"Como é? Do que esse cachorro sarnento está falando?" perguntou a voz de Tom.

E Harry arregalou os olhos.

Foi muito difícil manter a compostura quando ouviu a voz de Tom.

Porque a única vez que aquilo acontecera na sua vida enquanto estava acordado foi com Marvolo em suas mãos. O diadema.

Não se ouvia a voz exata de Tom a menos que estivesse em posse de outra horcrux, mas... o diadema não estava com ele.

Por que tinha sido o som de Tom?!

Todos os outros pareceram assumir que a expressão de Harry, entretanto, era pela revelação da morte de Regulus, por isso Sirius continuou:

- Regulus... Juntou-se aos Comensais da Morte.

"Você está escutando minha voz? Mesmo? Como?" questionou Tom, igualmente surpreso. "Será que é porque ficou muito tempo com aquela coroa por perto?".

- Você está brincando! – disse em voz alta, olhando para os lados, torcendo para que continuassem assumindo que sua postura era causada pela história de Sirius e não por ele estar questionando Tom "Isso não aconteceu até agora! Seu raciocínio não faz sentido! No banco, na rua, nunca foi você. Não pode ser influência do diadema uma hora e outra não! É algo aqui nessa casa!" pensava.

- Ora Harrison, você é inteligente, já viu o suficiente da sociedade e dessa casa só nesse tour para saber o tipo de bruxos que minha família era – comentou irritado, não com o menino, mas com seus parentes. - E eu disse que Regulus acreditou neles até o fim...

Harrison, por outro lado, estava ainda tendo uma discussão mental e mal deu atenção ao padrinho.

"Mas pensar que é a casa faz ainda menos sentido! Não há Horcruxes minhas com os Black!" reclamou Tom.

"Você deixou uma com os Malfoy! Que ainda tiveram a idiotice de mandá-la para a morte, na mão de Neville! Você não..."

"O único Black a quem dei um pedaço de alma, foi Bellatrix Lestrange. Ela já era Lestrange nesse ponto. Os Black não foram marcados como eles, os Malfoy ou a maioria dos outros, eu não confiaria algo assim a um corvo negro...".

- Eles não?! – questionou Harrison e só percebeu que tinha falado, não pensado, quando todos o olharam confusos. – Os seus pais – disse rapidamente para Sirius. – Eles não eram Comensais da Morte também, eram?

- Não, não, mas pode acreditar, eles achavam que Voldemort estava certo, eram totalmente a favor de purificar a raça bruxa, de nos livrar dos nascidos trouxas e entregar o comando aos puros sangues. Não estavam sozinhos, havia muita gente antes de Voldemort mostrar sua verdadeira cara que acreditava nele. Se acovardaram quando viram a que extremos ele estava disposto a ir para assumir o poder. Mas aposto que meus pais achavam que Regulus era o perfeito heroizinho quando se alistou logo no começo.

"Isso está um tanto errado" murmurou Tom e Harry quis bufar.

Estava tentando conversar com Sirius, com Tom e entender toda aquela situação ao mesmo tempo.

"O que está errado afinal?" questionou aproveitando a brecha que o silêncio de Sirius garantiu, ficar quieto agora indicava apenas que estava pensando no que foi dito, então podia ao menos ter uma coisa mais clara na cabeça.

"Orion Black era meu rival pela liderança da Sonserina" explicou Tom. "Foi um dos únicos a sempre me desprezar. Um dos únicos que nunca aceitou seguir um mestiço. Mesmo Walburga era muito mais a favor a mim que Orion e se tornou cavaleira antes dele. O homem me achava um hipócrita e não gostou de Regulus, Bellatrix ou qualquer um ser marcado, mas eu era convincente. Sirius aí não era uma opção e eu precisava, além de que queria, um lorde Black do meu lado por completo. Como o cachorro foi deserdado, Regulus assumiria como herdeiro legítimo da casa na formatura eu logo fui atrás dele. Consegui porque Orion também não proibiria, mas nunca foi...".

"Os Black não eram leais jurados a você então? Orion nunca se curvou?".

"Não, ele se curvou e era bem leal, como um cavaleiro de walpurgis, mas nunca chegou a ser um comensal jurado e o que fazíamos nesse ponto ele não tinha participação ativa. Ficava só na política e me fornecia o que eu pedia na medida de seu humor. Também nunca jurou lealdade a mim, Tom Marvolo Riddle, nem a Voldemort. Como disse, ele era muito fiel, mas quando o forcei a fornecer alguma prova de sua aliança a mim, jurou a casa Slytherin apenas, e aos seus princípios antigos de pureza. Um supremacista ridículo do pior tipo, que mesmo concordando com tudo que eu dizia, só me chamou de mestre depois que me mostrei magicamente superior e o subjuguei com pressão popular, mas jamais juraria a um nome trouxa nem a um nome inventado. No começo fez o que fez mais pela questão de autopreservação Sonserina, aonde jamais iria tão claramente contra a alguém que tinha apoio de todas as famílias sombrias. Perderia tudo se o fizesse, você sabe como funciona a casa, todo o respeito que acumulou evaporaria se não obedecesse ao líder declarado da casa. Ele teve que me respeitar por consequência, mas seu julgamento preconceituoso nunca foi favorável à minha pessoa. Com o tempo fui o convencendo, mas nunca passei de "o herdeiro Slytherin" em sua concepção e tentativa de me respeitar. Bastava para meus propósitos iniciais. Era um dos melhores, mesmo com aquela barreira racista desprezível que aparecia as vezes".

"Olha quem fala seu...! Vai me dizer que você decidiu matar todos os Slytherin depois disso?!" indignou-se.

"Ah não, eu não sou tão... como você diz sempre? Birrento".

"Mesmo?! Por que não acredito?!"

"Eu já vinha matando minha família bem antes dessa indelicadeza de Orion, de só querer jurar a casa Slytherin no geral, mas admito que foi um incentivo a mais, afinal outros poderiam fazer o mesmo e eu teria ainda mais problemas e...".

"Ah seu...!" mas não terminou, Lakroff encostou em seu ombro e o trouxe de volta a realidade. De certo o avô havia notado o que estava acontecendo em sua cabeça e quis ajudar para que não fosse percebida sua esquizofrenia mágica.

- Regulus foi morto por um auror? – perguntou Harry tentando adivinhar e tornar para o foco das outras pessoas, mas a revelação sobre Orion ainda pairava em sua cabeça.

- Oh, não. Ele foi morto por Voldemort mesmo.

"Eu repito: Que? Foram aurores!" reclamou Tom e Harry tentou ignorar, para o bem de seus neurônios que estavam fritando.

Mas, Tom não acabara de dizer que o fato de Orion nunca ter jurado a Voldemort, só a casa Slytherin, foi exatamente o que o atraiu para Regulus tão novo? A necessidade de ter o lorde diante de si e marcado? Por que Voldemort o mataria?

"Eu não matei" reiterou Tom. "Por que haveria?".

- Ou por ordens de Voldemort – continuou Sirius. - O que é mais provável; duvido que Regulus tenha se tornado bastante importante para ser morto por Voldemort em pessoa. Pelo que descobri depois de sua morte, ele acompanhou o movimento até certo ponto, então entrou em pânico com o que lhe pediam para fazer e tentou recuar. Bem, ninguém simplesmente entrega um pedido de demissão a Voldemort. É um serviço para a vida toda.

"Isso está errado, ele não..." Harry interrompeu a Horcrux perguntado a Sirius:

- Quem te disse isso?

- Fui descobrindo. Alguns comensais presos, informações vazavam dos dois lados também...

- Voldemort mandou matar Regulus por hesitar?

"Veja bem, aí já começa o erro, o garoto era muito leal! Totalmente diferente de Orion, e realmente um prodígio. Mais para o fim eu notei que ele ficou um tanto... diferente, mas nunca chegou a realmente vacilar, muitos ficavam com medo das atitudes mais radicais, mas Bellatrix foi boa em ajudar o primo quando precisava e ele continuou firme, provavelmente só estava ficando mais frio. Nunca mandei matá-lo. Ele simplesmente sumiu um dia. Então vim perguntar a Orion se sabia de algo e ele confirmou que Regulus tinha morrido. Foi assim que soube. Não tive detalhes, porque é claro que Orion estava furioso comigo. Tecnicamente eu era culpado por ter marcado seu filho, ou algo assim, a gritaria dele não é tão perturbadora quanto de Walburga, mas era inegavelmente irritante, então entendi apenas que era minha culpa ter arrastado o menino para a guerra e presumi que os aurores mataram-no. Minha prioridade foi sair de perto daquele irritante. Aurores matavam os nossos, acontecia. Não era minha culpa, mais do que daquele que usou o feitiço. Seu pai mesmo matava vários, Orion deveria...".

"Meu pai?! Está falando que James Potter teria matado Regulos Black? Irmão consanguíneo do seu irmão de consideração?!"

- Sim – disse Sirius e Harry quase se assustou, antes de entender que Sirius estava respondendo a outra pergunta que fizera antes.

Concentrou-se em Tom.

"Oh, não. Isso eu duvido muito. James Potter era seletivo em quem derrubava. Regulus... nós simplesmente não o vimos e Orion quem deu a confirmação, não vi nem um corpo e pelo que soube não teve enterro, então não acharam...".

"Mas Sirius conhecia os aurores, eles não teriam matado seu irmão..."

"Usávamos máscaras, lembra-se?"

"Eles não teriam que ter achado o corpo então? Dado para Sirius enterrar?"

"Ah certo, muito lógico, você queria que admitissem a Sirius que tiveram a coragem de matar seu irmão?"

"Meu pai então poderia..."

"Eu disse que seu pai era seletivo, ele só atacava com força total quem estava sem máscara, ou daqueles que ele arrancava a coisa a força, muitos começaram a usar feitiços que a colavam ao rosto quando viam James Potter depois de perceberem esse padrão, assim ele tinha tendências menos fatais. Um Grifinório, com certeza, mesmo com sangue de cobra não abandonava a sua nobreza".

Harry quase riu com isso.

"Ele te deu trabalho, hein?"

"Você não tem ideia. Malditos Potters com conhecimento Grindelwald. Umas arminhas incontroláveis vocês".

O menino novamente teve que se segurar para não demonstrar a felicidade com aquilo, mas sentiu aquele formigamento carinhoso na testa. Era irônico, mas Tom sempre falava com muito respeito dos Potters.

Só que eram os progenitores de sua criança preferida. De sua pessoa preferida. Tom os respeitava, sem dúvidas. Também eram os guerreiros que o derrotaram, mereciam todos os elogios que recebiam, apesar de alguns serem um tanto enganosos...

Harry olhou para Sirius imaginando se realmente algum de seus colegas teria matado Regulus e se acovardado em contar ao ponto de sumir com o corpo.

Era horrível de se imaginar, tiraram da família o enterro e a despedida por vergonha? Mas era guerra, era normal que um ou outro caíssem por suas mãos.

"É normal para você, para mim... Nós que temos uma moral bem incomum. A maioria não acha que uma guerra é justificativa para alguns atos" murmurou Tom e Harry teve que concordar.

Ele estava falando com o assassino dos pais, que inclusive os estava elogiando como guerreiros. Moral incomum era um bom jeito de explicar a coisa.

"Eu sou muito estranho..." pensou e Tom riu.

Era uma risada tão gostosa que fez Hazz se lembrar que... inferno tinha algo muito estranho naquela história toda!

Não que não estivesse feliz em escutar o som tão agradável...

"Obrigada, é sempre bom saber que sou apreciado..." brincou a horcrux.

Mas aquilo não devia estar acontecendo! Será que tinha usado um vira tempo de novo?

"Mas de jeito nenhum! Você não vai! Eu te proíbo de usar uma coisa daquelas de novo, Harrison!" Tom brigou, tornando a ter aquela atitude que o fazia parecer muito com um pai as vezes.

O que era macabramente irônico e engraçado.

"Hazz, estou falando sério!"

"Será que a taça não estava no Gringotts?" questionou Harry, ignorando o outro. Afinal havia algo mais importante que sua possível escapada com as areias do tempo. Sequer tinha um motivo para isso ou o objeto em mãos, então não lhe parecia a explicação mais lógica. "Bellatrix poderia ter trazido a taça de Lufa-Lufa para cá? Isso seria divertidíssimo e explicaria porque Voldemort estava tão bravo naquela noite. Ele não conseguiu roubá-la".

"Isso faz um certo sentido..., mas Bella não confiaria em Orion para isso e seu pet vidente disse que a coisa foi tomada, você não confia nos dons dela?"

"Não chame Luna de pet! E... sério? "Bella"? Bellatrix tornou-se Bella? Que intimidade toda é essa?"

"Ciúmes?"

Harry teve que se segurar muito para não rir.

"Não, mas talvez eu conte para Lakroff que ele não é seu único interesse no mundo...".

"Escute aqui pirralho! Isso é um absurdo, você..."

"O absurdo é a "Bella" ou o Lakroff?"

"Os dois!"

- Eu sinto muito – murmurou para Sirius ignorando os surtos seguintes de Tom totalmente.

- Tudo bem – sussurrou o animago, enquanto olhava para a porta do antigo quarto do irmão.

Levantou a mão e passou os dedos pelas letras cursivas entalhadas na madeira:

"Não entre

sem a expressa permissão de

Regulus Arcturus Black"

O animago riu antes de dizer, encarando a frase:

- Vamos ver se tem algo que te agrada aqui?

Harry também se permitiu uma risada, mas mentalmente continuava avaliando o que raios estava acontecendo.

Havia uma Horcrux em algum lugar por ali? Tinha de ter. Era a explicação mais plausível, mas como e por quê?

Sirius abriu a porta. O quarto de Regulus era ligeiramente menor que o do irmão (que havia sido apresentado um pouco antes mais ao fundo do corredor), embora transmitisse a mesma sensação de antigo esplendor.

Enquanto o irmão tinha procurado anunciar sua dessemelhança como resto da família com uma decoração totalmente Grifinória, Regulus tinha se esforçado para ressaltar o oposto. As cores da Sonserina, verde e prata estavam por toda parte, guarnecendo a cama, as paredes e janelas. O brasão da família Black fora laboriosamente pintado por cima da cama. Abaixo uma coleção de recortes de jornal, presos uns aos outros formando uma colagem irregular. Lakroff atravessou o quarto para examiná-los.

- São todos sobre Voldemort – disse. – Pelo visto, Regulus já era fã dele anos antes de se reunir aos Comensais da Morte...

- Ele era – bufou. – Não disse que ele era um idiota? Mas era útil. Eu descobria o que estava acontecendo na guerra do lado sombrio quando ele começava a tagarelar na minha frente, depois contava para o restante do grupo. Assim, quando crescemos e entramos na ordem da fênix, não estávamos tão perdidos.

- Eu lembro disso - comentou Remus cutucando o namorado.

Harry olhou para Sirius com uma expressão estranha. Ele deve ter assumido que o menino não sabia o que era a Ordem da Fênix, pois passou a explicar:

- Ordem da fênix é uma sociedade secreta. Dumbledore... – e Lakroff sorriu pela forma cautelosa que o nome foi dito. - É o responsável, fundou a coisa toda. São as pessoas que lutaram contra "o- que-não-deve-ser-nomeado" da última vez, mas que não faziam parte do Ministério totalmente.

Uma nuvenzinha de pó se ergueu da colcha da cama quando Lakroff tocou-a, fazendo-o voltar a tossir, Remus correu até ele e o arrastou para as janelas, abrindo uma para tomar ar puro.

Nesse intervalo, Sirius percebeu Harry trocou o olhar para uma foto: um time de quadribol de Hogwarts que sorria e acenava do espaço emoldurado. O de olhos verdes se aproximou um pouco, bem hesitante e parecia tremer um pouco, o que foi explicado quando também tossiu um pouco dessa vez.

Sirius o seguiu e esperou por alguma reação, Harry continuava encarando a figura onde se viam as serpentes nos brasões no peito dos garotos.

- Ele era apanhador - contou.

Regulus era instantaneamente reconhecível como o garoto que estava sentado no centro da primeira fileira: tinha os mesmos cabelos escuros e o ar ligeiramente arrogante do próprio irmão, mas Sirius via como era menor, mais franzino e menos bonito do que si.

Harrisson teve a impressão de que não poderia opinar sobre qual dos Black era ou não mais bonito. Regulus era muito mais atraente (em sua opinião pessoal), na juventude do que julgava Sirius nas fotos que vira antes, mas o padrinho tinha crescido e se tornado um homem realmente impressionante...

E o padrinho também não era o cadáver que o menino estava vendo no chão de frente para a foto, enquanto se segurava para não reagir a isto.

Um cadáver molhado cuja a pele já estava num tom leitoso, que aos poucos se decompunha mais, transformava-se conforme mãos cadavéricas de inferis o tocavam e puxavam rasgando, fazendo-o perder a cada segundo mais o aspecto humano.

Harry desejou ter seus óculos ceguetas com ele.

Ou a poção cegueta, qualquer coisa do gênero. Diante dele estava um dos grandes motivos pelo qual detestava seus dons, em certo ponto.

Eram uteis, gostava de ver as almas das pessoas, mas quando se tratava de ver os reflexos que deixaram para trás, era como jogar na loteria. 

Nem sempre tinha vislumbres bons das memórias dos mortos.

Sentir que o quebra cabeça enfim tinha todas as peças e faria sentido, não foi o bastante para aplacar a vontade de vomitar que o atingiu quando a Horcrux na cabeça afirmou:

"Eu matei Regulus Black".

-x-x-x-

[N/A: Aqui o sono bateu com força total e eu tenho que trabalhar amanhã, já tentei ficar e madrugada ontem revisando e não deu certo, então não está revisando perfeitamente. Me avisem qualquer coisa <3].

-x-x-x-

Lakroff olhou mais uma vez para todos os quadros quando chegaram no térreo, antes de comentar com Remus:

- Você ainda tem meia hora antes da entrevista.Preparado?

- Sim... na medida do possível - murmurou coçando o braço, o que fez o albino lhe dar dois tapinhas encorajadores nas costas.

- Você se sairá bem, já disse. Têm um histórico e contatos, basta com que faça gostarem de você.

- Como se faz bruxos das trevas gostarem de mim?

- Geralmente? Impondo-se, mostre força de vontade. E você Sirius? Não quer usar esse tempo para se trocar?

- Me trocar?

- Sim, você ainda está vestido como lorde Black.

Sirius olhou para baixo, para suas vestes bruxas tradicionais, que nem se lembrava de estar usando, e suspirou:

- Bem... eu sou o lorde agora, não é? Vou assim mesmo.

- Certo, então que tal verificarmos o estado da cozinha antes de vocês partirem? Se estiver em boa situação posso fazer nosso jantar.

Os três ouviram um arfar alto vindo do quadro de Walburga que os fez se virarem para lhe dar atenção.

- Um lorde Grindelwald cozinhando na nossa casa, que absurdo! - ralhou.

- Ele não é o lorde Grindelwald, o pai ainda está vivo – bufou Sirius.

- Oh! Por Morgana! Jamais permitiríamos tal coisa, mesmo neste caso! Um ultrage! Monstro fará o melhor e mais adequado jantar!

E, sentindo que sua mestra lhe falava, Monstro apareceu com um pop diante deles.

- Como Monstro pode servir a nobre senhora Black? – perguntou fazendo uma reverência.

- Arrume a cozinha, deixe-a no melhor estado que já foi vista e garanta a alimentação do nosso convidado, imediatamente!

- Sim senhora – e tornou a sumir.

- Ele vai cozinhar só para você – murmurou Sirius.

- Como?

O animago riu:

- Minha doce mãe - ironizou olhando para a mulher, mas por pouco tempo, para não despertar novamente o espirito de Banshee que vivia nela. - Disse para garantir a alimentação do convidado, ele não vai incluir nem a mim nem a Remus nisso de propósito. Acho que vou passar em algum lugar antes de voltar e comprar alguma coisa, o que desejariam?

- Deixem que eu... – começou Lakroff, mas parou a frase olhando para os quadros: - Eu peço aos meus elfos para trazer um complemento. Adequado, Lady Black?

Walburga fez um muxoxo que tirou risadas dos três adultos.

- Onde está o garoto? – questionou o quadro de Phineas Nigellus Black.

- Experimentando roupas.

- Não estão muito empoeiradas para ele colocar? – questionou Remus olhando para o andar de cima.

- Bem, quem estava tendo uma crise de tosse era eu, não ele. Não se preocupem – dispensou Lakroff escondendo a sua própria preocupação na voz.

Uma preocupação totalmente diferente.

O neto pareceu bem afetado no quarto, tanto que o albino decidiu tirar todos e deixá-lo a sós, com seja lá o que seus dons estavam mostrando.

Boa coisa que não parecia ser, pela forma que seus olhos perderam o brilho por alguns instantes.

- O nome dele – disse o quadro.

- Que tem? - perguntou Sirius.

- Ele não me disse! - reclamou.

O atual lorde Black olhou para seu namorado e ambos ficaram um tempo em silêncio antes de começarem um acesso de riso. Casada numa mistura de diversão com nervosismo.

A cobrinha astuta....

Harry tinha mesmo enrolado um grupo de Blacks velhos debaixo de seus narizes, não tinha? Garantido que não chegassem em um assunto que não queria e ido embora.

E fez o mesmo até com os próprios Moony e Padfoot!

Feito-os esquecer o que... que aquela cobra tinha roubado de um lorde das trevas naquele dia! Manteve os padrinhos circulando o tempo todo por assuntos que sempre chegavam perto do que queriam, mas nunca dando brecha final para que realmente tocassem nele, então os entreteve falando sobre James, ou Lily, ou qualquer outro aspecto que, de repente, parecia mais importante, afinal eram oportunidades de se aproximar e criar laços, melhores que simplesmente partir para questioná-lo e, consequentemente, afastá-lo. Assim se seguiu até... agora!

Quando nem teriam tempo adequado se quisessem o confrontar.

- Malditos Slytherins - reclamou Sirius quando enfim parou de rir e toda a diversão estacionou na frustração.

- Você percebeu o que ele estava fazendo? - questionou Remus para Lakroff.

- Achei que era melhor esperar vocês voltarem a noite para falar sobre o Gringotts e que também tinham preferido deixar para depois para não os distrair. Ele é sempre assim, então esqueço que as outras pessoas podem não estar acostumadas...

- Não é cansativo conviver com alguém... assim? - perguntou Sirius.

- Assim como?

- Que pode estar tentando te tapear, sei lá?

- Não. É tranquilizante.

- Como é?! - questionaram os outros dois.

- Assim não me culpo se acabar fazendo algo do tipo sem querer, ele entenderia e acontece as vezes. Harry também não consegue me enganar tão fácil, eu deixo que troque de assunto quando não vejo motivos para insistir, mas geralmente percebo a coisa. Então serve mais para avaliar suas capacidades e me deixar tranquilo com a ideia de que ninguém vai enganá-lo facilmente...

- Você é meio estranho, já te disseram? - perguntou Sirius e Lupin lhe acertou uma cotovelada.

- Sirius!

Lakroff deu risadas para isso.

- Já disseram. Agora, respondendo a sua pergunta, senhor Phineas Black, o nome do garoto é Harrison James Mitrica Black Peverell Potter - um silêncio pesado recaiu na sala. Lakorff sorriu de canto ao acrescentar: - Lembre-se disso quando forem fazer algo que o irrite novamente, ele não possui os genes da paciência e compreensão.

Foram precisos cerca de mais um minuto inteiro para que os retratos voltassem a ter qualquer movimento, realmente foi quase como se tivessem sido congelados ou se tornado obras trouxas comuns, mas então, ao fim daquele instante de reflexão, enfim houve reações.

Tão hilárias que até Remus se pegou rindo junto dos outros dois.

"Impossível!"

"Não pode!"

"PEVERELL!"

Foram algumas das poucas palavras reconhecíveis no meio da balburdia. Principalmente o nome Peverell foi repetido por vários deles e nas frases mais incrédulas, dos mais espantados;

O mais interessante, entretanto, foi que... Walburga Black não teve nenhuma movimentação do tipo.

Pelo contrário, ela pareceu contida, quase tensa, enquanto encarava direta e longamente o Lorde Mitrica.

- Você disse Mitrica... - murmurou após um tempo, quando a maioria de seus colegas já estava se recuperando do choque inicial. O comentário chamou a atenção de volta e os fez baixar o tom e a movimentação para sussurros e inclinações, ainda agitados demais para ficarem quietos, mas curiosos com aquilo.

- O que tem? – questionou Lakroff para o quadro.

- O senhor o adotou?

- Sim e não. Sou seu responsável legal, consegui a guarda dos parentes mais próximos dele, mas... - deu uma pausa e estreitou os olhos para a pintura, em uma espécie de duelo de encarar que estavam travando. - Harrison é o bisneto legítimo e consanguíneo do lorde das trevas Gellert Grindelwald, meu... progenitor.

Sirius e Remus riram da forma como Lakroff evitava chamar Gellert de pai. Também das novas e, ainda mais exageradas, reações nas paredes. Um quadro chegou a derrubar-se da poltrona que fora pintado.

Ao menos Sirius poderia guardar aquela visão para sempre na memória em seus dias tristes de lorde.

- Um abordo abandonado? - questionou astutamente a Sra. Black.

- Garden Evans, nee Grindelwald. Nasceu aborto. Não posso dizer com certeza tudo que lhe aconteceu após a prisão de Gellert, mas era o pai de...

- Lilian Evans, a sangue ruim que se casou com o Potter. Eu sei. Soube dela quando houve o pedido de noivado. Quando pensamos que os Potters estavam se encaminhando para um padrão mais adequado, duas Black já estavam na linhagem, o filho de Fleamont nos mostra que de nada adiantou, uma sangue de la...

- Se ousar chamar alguém de sangue ruim, sujo ou sangue de lama perto de Harrison será queimada no ato. Foi um aviso de amigo, lembre-se dele - encerrou naquele seu tom de lâmina de gelo que fazia os pelos da nuca se arrepiarem.

- Com certeza, lorde Mitrica, sinto por isso - pediu curvando levemente a cabeça.

Sirius achou aquilo estranho.

Muito.

Toda a atitude calma e contida da mãe, naquela casa, parecia fora de lugar.

Mas bem que ele pensou que a antiga Lady acharia heresia insultar os herdeiros de um lorde das trevas. Aparentemente estava certo...

"Morgana!" arfou um quadro de repente "Teremos o herdeiro Grindelwald como lorde!"

A comoção estava feita.

Parece que foi preciso verbalizar a coisa para que finalmente se tocassem e comemorassem. Vários dos quadros começaram a falar alto, se sobrepondo uns por cima dos outros, espantados, extasiados, quase em comemoração contida para padrões comuns, mas ainda mais barulhentos do que o normal para um grupo de lordes e ladys.

Para os padrões Black, principalmente, aquilo era uma festa digna de show ao vivo.

- Um herdeiro do lorde das trevas como futuro lorde da nossa casa! – repetiam alguns, aqui e ali, tantos outros concordando na empolgação.

- Agora, se me permite a pergunta, milorde... - chamou Walburga por cima de todos, mostrando que ainda possuía a garganta mais treinada.

- Sim? – perguntou Lakroff.

- Peverell?

- Correto.

"Harrison James Mitrica Black Peverell Potter" repetiu outro quadro, de uma mulher muito bonita de cabelos loiros, como se testasse o som saindo por seus lábios. "Um rebelde como o pai, totalmente fora de ordem, mas ainda uma notícia tão boa..."

"Filho de uma mestiça, mas ainda perfeitamente respeitável, realmente..." começou outro.

Walburga e Lakroff ignoram aquilo, o começo de outra comoção, continuaram com seu duelo de encarar.

Considerando que um era um quadro que não precisava piscar, era um tanto impressionante que pudesse ser chamado de duelo.

- Ele... é herdeiro Peverell? – questionou Walburga.

- Devido a uma série de circunstâncias... Lorde. Foi emancipado e já assumiu seus títulos.

A Sra. Black arregalou os olhos:

- Então... mas... não pode... - sussurrou.

O som de sussurro, entretanto, foi totalmente errado vindo de Walburga, na opinião de Sirius chegava a ser assustador, tanto que o fez arrepiar a espinha e tremer. Ao menos a forma contida de antes já tinha visto em público, mas sussurros?

Lakroff, por outro lado, viu que a mulher conhecia o bastante da história das casas para entender o que havia acontecido, ou, pelo menos, entender que havia muita coisa por trás de afirmar que Harrison era lorde. Bem mais que só o sobrenome Peverell, aquela mulher teria idade para ter conhecido Riddle? Saberia dos Gaunt assim ou de outra forma?

- Ele...

- Ele é Harrison James – interrompeu Lakroff, decidido a chegar logo ao cerne da questão. Aproveitaria que o neto não estava ali para se estressar sem motivo. – O herdeiro legítimo e futuro lorde das casas Mitrica, Grindelwald e Black. Por processo de emancipação, já mencionado, também é o atual lorde das casas Potter e das, enfim fundidas em uma, Peverell, Gaunt e Slytherin.

Agora, o cenário inverso aconteceu.

A senhora Black pareceu iluminar-se com aquilo, levou ambas as mãos para frente do rosto juntas e se levantou de sua poltrona extasiada:

- Morgana sorriu para a casa dos Black! Jamais poderíamos esperar lorde melhor!

Mas os outros quadros calaram-se totalmente. Uma mistura de choque e... algo mais. Não emitiram um único som, apenas olharam-se entre si.

Sirius e Remus fizeram o mesmo. Talvez aquela fosse a chance de conseguirem mais respostas? Questionar Lakroff diretamente?

- Impossível! – ralhou um dos quadros e todos se viraram para a mulher.

Uma de cabelos negros, olhos castanhos e nariz estranhamente grande.

Sirius tinha quase certeza que aquela era Araminta Melíflua, prima de sua mãe, Walburga, e a irmã de Euphemia Potter (que aparentemente roubara toda a beleza daquela geração da família). Lembra-se de Araminta, além de tudo, porque tentou aprovar à força uma lei ministerial que tornava legal a caça aos trouxas.

- Nomes mágicos não podem ser fundidos!

- Calada, Araminta, você não sabe do que está falando! – irritou-se Walburga.

- Mas eles não podem! Nomes mágicos sempre devem viver e...

- Isso está certo, mas a parte da fusão é falsa - interrompeu Mitrica. - Eles podem.

- E os próprios descendentes do lorde das trevas tentaram! – lembrou Sra. Black.

- É mesmo, não é? Os Gaunt tentaram juntar o nome Peverell ao deles antes, até fundiram os anéis, não foi? – questionou Sirius.

Mitrica riu ao perceber a expressão surpresa da senhora Black que seu filho realmente tivesse esse conhecimento.

- Eu fiquei confuso sobre o fato, inclusive... – murmurou Remus.

- Os Gaunt não conseguiram fazer o processo mágico de fusão, exatamente, pelo aspecto da sobrevivência. Eles, para o sistema político, já eram os lordes da casa dos artesãos. Tinham suas cadeiras, antes de vende-las é claro... mas tinham o direito original às mesmas, os bens, o legado, eram os descendentes representantes dos Peverell, isso importava, apesar de se orgulharem tanto de serem Slytherin que praticamente abandonaram os costumes da outra casa e só se anunciavam como cobras, nunca artesãos. Ao ponto da maioria achar que os Peverell nem existem mais. Enfim, para os fins políticos, eles eram os lordes Peverell e o nome Gaunt já representava isso, não precisavam anunciar desde que tivessem o anel. Assim como Harry com Grindelwald, mas para a magia dos nomes era diferente. Peverell ainda existia. Foi quando tentaram fundir que isso ficou claro. Tornar tudo um, uma ligação de ambas as casas, não é nada incomum, casamentos fazem isso...

- Mas...

- A diferença, – interrompeu Lakroff. – para os nomes mágicos, é que eles apenas se fundem quando isso não atrapalha seu aspecto de sobrevivência. O que quero dizer? Os Gaunt não eram os únicos com sangue Peverell, haviam os Potters também. Se ele aceitasse a fusão, perderia toda uma linhagem de possíveis herdeiros que poderiam manter o nome vivo mais tempo. Ele jamais aceitaria algo assim.

- Mas e o anel? Os Gaunt fundiram, não foi?

- Sim. Uma forma de burlar a magia. Não é tão difícil trocar a lealdade do nome mágico para um novo anel, desde que ele seja reconhecidamente um com as magias adequadas de lorde. Eles colocaram duas magias em um único anel, então quando o herdeiro reivindicasse um, ele seria negado por outro e manteria ambas as casas apenas nas mãos dos Gaunt.

- O nome não deveria lutar contra isso também?

- São aspectos diferentes da magia. Como eu disse, é realmente uma falha e uma forma engenhosa de burlá-la, mas seria difícil fazer algo assim de toda forma. Daí os Potters entram.

- Como assim?

- Os Gaunt tem um contrato complexo com eles envolvendo as famílias. Longa história, mas vamos resumir no ponto em que, em algum momento, os Gaunt venderam uma das cadeiras Peverell aos Potters, que em troca assinaram um contrato mágico que permitia tudo isso. Foi assim também que, uma casa não mágica, entrou na política britânica e começou seu legado. Várias que não estão naquela lista dos sagrados vinte e oito vieram disso. Contratos onde uma família mágica, Gaunt, que queria algo de outra, Potter, de origem mais humilde ou até nascida entre trouxas. 

Vendiam cadeiras, que eram uma conquista gigantesca. Faziam um bruxo qualquer, que precisava de outros nove para votar, pudesse enfim ter voz. Do outro lado, garantia a famílias antigas fingirem que estavam sendo realmente justos, todos ganhavam de certa forma e isso se popularizou, criando lordes e lordes novos. Por isso, mesmo tento uma longa linhagem "pura" os Potters ainda não foram sagrados vinte e oito. Suas origens são por casamento e compra, não linhagem. 

- Eles começaram, cresceram e se tornaram quem são no mérito, não no nascimento.

- O anel aceitou ter duas magias, porque os Potter assinaram um contrato autorizando, mas... A fusão do nome Gaunt e Peverell não funcionou, pois a magia de sobrevivência neles não permitia. Porque o nome Peverell desejava continuar tendo o máximo de herdeiros... Igualmente por isso, o nome Slytherin ainda existia com anel próprio? Por que existiam outras casas com direito, como os Sayre, os Steward?

Alguns quadros reclamaram diante do nome trouxa.

"Mancha para os Slytherin" um praticamente cuspiu.

- Sim. É isto - concordou Lakroff. - No instante que a fusão não tira nenhum herdeiro do nome, ou seja, todos os herdeiros partilharam das mesmas linhagens, a fusão é simplesmente natural. Afinal para que se chamar: lorde Slytherin Gaunt Peverell, se literalmente são sinônimos? Todo Slytherin no mundo é Gaunt, todo Gaunt é Peverell e todo Peverell é Slytherin.

- Mas Harrison é um Sayre, não é? Ele não falharia exatamente por não ter linhagem Gaunt?

Lakroff riu enquanto os quadros bufavam e reviravam os olhos.

Todos se surpreenderam quando Walburga Black quem respondeu:

- Os herdeiros Slytherin tinham casamentos consanguíneos, assim como nós. Todos tinham alguma ligação uns com os outros. A criança é um Sayre, então?

- Sim. A bisavó paterna de Harrison. Angelina Sayre Potter.

- Angelina era Sayre?! – um dos quadros se espantou.

- Sim. Engraçado como os bisavôs do garoto que guardam os piores parentes. Dos dois lados. Voldemort, primo pela bisavó. Gellert, o próprio bisavô – mas sacudiu a cabeça e se voltou para Remus. – Ficou claro? O nome mágico tem a proteção para viver sempre, ele deve ter poder para ser reivindicado por qualquer herdeiro consanguíneo, por mais distante que seja essa linhagem, mesmo que alguns, como o Slytherin, tenham limitações como sempre procurar o herdeiro com mais linhagens bruxas nas costas. É difícil, por sempre haverem mais parentes do que temos conhecimento, que uma fusão ocorra, pois um nome mágico nunca se funde enquanto ainda pertencer a mais de uma família. Blacks tem linhagens em vários cantos, os Malfoy são herdeiros Black, assim como Tonks e talvez outros em linhagem mais distantes – novamente os quadros ficaram horrorizados com a menção de um nome trouxa como Tonks, mas se calaram com o olhar gélido do homem semialbino. – Então Harrison, mesmo sendo lorde da casa, não poderá fundi-lo a nada. Terá que continuar com Black e ralhando pelos cantos de como ele tem um nome do tamanho de Dumbledore agora.

Sirius riu alto, já imaginando a voz do afilhado dizendo exatamente aquilo.

- Ele fundiu as outras casas, entretanto, – continuou o loiro – pois não há qualquer coisa que os mantenha como três famílias distintas, se todos os seus herdeiros são exatamente parte dessas três famílias. Voldemort, como Harrison lhes disse, facilitou a coisa, agora que só existem dois herdeiros vivos. Harrison e Voldemort. Ambos com as três.

- Mas então porque os Gaunt não conseguiram fazer a fusão antes? Os Potters já eram Peverell, Gaunt e Slytherin antes de Harrison. Eles não tentaram depois que os Potters...

- Os Gaunt não sabiam dos Potters. Marvolo Gaunt, o penúltimo Lorde, avô de Voldemort, era muito extremista. Quando uma prima Gaunt se casou com um Sayre, que não eram "suficientemente puros" para ele, mesmo que estivessem mantendo o sangue só entre os Slytherin, os Sayre já tinham sido praticamente deserdados desde que a maioria foi para os estados unidos, foram todos jogados na categoria "traidor de sangue" por ter Isolt se tornando Steward. Marvolo já cortou relações totalmente. Não viram o bastante para presenciar a herdeira, Angelina, se casar com um primo Peverell, já suficientemente puro para seus padrões, ou seja, Henry Ralston Potter. É provável que não tem tentado fazer a fusão nesse tempo de novo, mas mesmo que tentassem eles não poderiam.

- Por quê?

- Por que eles não eram Potters, não é? – questionou Sirius.

- Exato. É preciso ser o lorde de todas as casas, de todas as linhagens, para ter direito a fazer essa fusão.

- Ou seja, Harrison é literalmente a única pessoa no mundo que poderia?

- Sim.

- Não entendi muito bem... – resmungou Remus.

- Para a magia dos nomes aceitar a fusão todos os herdeiros devem ser abrangidos. Os Gaunt, como lordes, não abrangiam os Potters, não falavam por eles.

- Mas se eles queriam fazer Peverell sumir e virar Gaunt e os Potters também eram Gaunt, qual a diferença?

- A diferença está exatamente no fato de que os Potters nunca foram reconhecidos como Gaunt e que, estes, nunca foram lordes Potter. A própria briga da família, essa mania dos Gaunt de deserdarem que não achavam dignos, se isolar ou até matar quem "lhes trazia vergonha", que fez tudo mais difícil para eles e mais fácil para Harrison. A magia Peverell reconhece os Potters a anos, as demais também passaram a considera-los, mas daí eles teriam que estar de acordo, o lorde que quer fundir um nome, deve ser lorde de todas as casas envolvidas no processo, sem exceção e a fusão acontece quando nenhum herdeiro é desconsiderado. Os Potters tinham absolutamente todas as linhagens e não estavam excluindo nenhum Gaunt ao pedir que o nome Peverell se sobressaísse as casas Gaunt e Slytherin. Viu? Você não precisa ser um Potter para ser Peverell, nenhuma exclusão.

- Por isso Harrison virou Peverell Potter? Porque Potter não pode absorver Peverell ou estaria excluindo outro herdeiro?

Alguns quadros bufaram com a ignorância do lobisomem.

- Que foi?

- Seria isso sim, se Potter fosse um nome mágico. Não é, apesar de tudo. Ele não tem todas as magias ligadas a ele, como eu disse, eles compraram a posição de lorde. Assim como Sayre, não tinham nome mágico e sumiram com o tempo como qualquer sobrenome comum, eles eram herdeiros reconhecidos pela própria magia, tinham linhagens e mais linhagens que garantiam isso, mas não tem a exata magia de que estamos falando. Possuem outras, é claro, ainda são lordes, ainda são respeitados pela magia goblin, mas são coisas distintas. São uma ramificação de uma família verdadeiramente mágica. Serve de algo, mas não para engolirem um nome mágico. E Harrison adoraria tornar tudo Potter, torna-lo mágico, mas é um conhecimento perdido a tempos. O nome Peverell deve viver e Potter não serve para isso. Ele, além de tudo, representa a vontade de três linhagens agora, jamais será destruído por um nome que não seja ainda maior. É possivelmente o nome mágico mais forte da Grã-Bretanha, o que só garante que continue assim.

- Entendo... – murmurou o loiro. - Porque ele tem um anel Slytherin e um Peverell/Gaunt então?

- Não se confunda, aquele anel agora é apenas uma relíquia que Harrison mantem no dedo por respeitar muito relíquias de família – alguns quadros realmente começaram a reclamar, lembrando que o menino havia queimado uma relíquia a poucos minutos, mas Lakroff os ignorou. – O anel Peverell é o que vale, é o anel de lorde Slytherin agora, assim como de lorde Gaunt. Um anel e um nome, três casas que se tornaram uma pela sua linhagem.

- Dito isso eu retorno a algo que venho pensando o dia todo: não foi uma ideia horrível deixar que ele fizesse isso?!

- Como assim? – perguntou indignado cruzando os braços.

- Assumir como lorde Slytherin! – ralhou Remus e Sirius bufou com ele.

- Eu concordo, não podíamos ter deixado, Voldemort o caçará até o inferno agora!

Os quadros arfaram e Sirius os encarou confuso.

- Seu tolo, não chame o lorde das trevas assim levianamente! – ralhou Walburga, em um tom tão calmo comparado ao seu normal que Sirius até estranhou.

As lembranças das brigas dos pais (sessões de gritos de Walburga e Orion Black) ainda o incomodavam, sempre o faziam saltar, tapar os ouvidos ou coisa do tipo. Não gostava que gritassem com ele, o deixava muitíssimo incomodado, mas quando a mãe estava em um tom humano e descente de som não teve as reações negativas comuns.

Devia todos os parabéns a Harrison pelo feito que ninguém jamais conseguiu, superar e até calar a Lady Black.

Já estava se acostumando com a ideia de que, quando vinha daquele menino, tudo parecia possível.

- Mas ele chamou assim o tempo todo! – acusou infantilmente, apontando para Lakroff.

- É diferente – bufou, mas de forma muito adequada, o que fez Sirius se lembrar que mesmo vestido como um lorde, ele ainda era a falha da família, pois nunca faria o som de um bufo parecer adequado!

- Diferente como?! – ralhou, mostrando exatamente essa característica contrária a nobreza.

O lorde Mitrica, entretanto, em toda sua maturidade que nunca presou, deu um tapa na testa de Sirius enquanto dizia sorrindo:

- Eu sou a extensão de um lorde das trevas, tapado. Posso chama-los como desejar. Não é despeito, é me colocar no meu lugar ao lado deles.

- Ao lado?! – reclamou Sirius, mas Lakroff ignorou.

- Que merda é essa de deixado?! – indignou-se ao invés. – DEIXADO?! Vocês viram aquele DIABO! Eu tentei impedir Harrison de se tornar o maldito lorde das cobras! É sempre assim! Quando ele enfia algo na cabeça, não há como impedir! Deve ser o DNA Slytherin, um bando de malucos arrogantes que não sabem medir as consequências! Eu só tenho a torcer para não estourar na cara dele!

- Mas é claro que vai! Quer dizer, ele se tornou o maior alvo possível! Voldemort vai mandar todos os comensais para cima dele agora!

Os quadros resmungaram muito alto, tanto do uso leviano do título, como do que aquela frase demonstrava. A maioria revirou os olhos, bufando, reclamando em alto som e alguns realmente praguejaram.

"Esse vai ser nosso consorte? Ele não sabe de nada!" algum disse.

"Inferno de lobisomem" outro acrescentou.

"Vergonha, ainda bem que a criança parece ser descente ou estaríamos condenados" um último acrescentou antes de Lakroff sentir que estava começando a se irritar.

- Voldemort não pode simplesmente mandar os comensais para Harrison.

- Como?

O Grindelwald pensou um pouco em como ia responder, mas então escutaram o som rápido de passos pela a escada e de repente Harrison havia aparecido.

- Vocês viram Monstro?

- Na cozinha, por quê? – perguntou Lakroff.

- Milorde! – chamou Walburga e seu tom de voz fez Harrison franzir o cenho e encarar a pintura que se levantava da cadeira onde geralmente ficava, apenas para se curvar longamente.

Sirius arfou.

Remus perdeu momentaneamente o equilíbrio nas pernas.

- Que merda é... – Sussurrou Sirius com a boca tão aberta que poderia estalar um músculo.

- A casa Black tem a honra de receber tamanha glória – continuou Walburga, ignorando a má educação do filho mais velho. – Como antiga lady peço imensas desculpas pela minha atitude mais cedo, eu jamais poderei me mostrar suficientemente envergonhada por desrespeitar o lorde a qual juramos lealdade.

- Perceber sua falha e jamais repeti-la já me deixará mais que satisfeito – respondeu arrumando a compostura e percebendo que ter Walburga Black do seu lado era uma vantagem, já que o elfo doméstico (que provavelmente estava com o seu medalhão) obedecia a velha.

- Que merda está acontecendo aqui?! – disseram Remus e Sirius ao mesmo tempo, fazendo a pintura os encarar com raiva e nojo.

- Porque ela te chamou de "milorde"? – questionou o animago. - Já é a segunda vez e... Por quê?!

- Que história é essa de jura de lealdade, o que...? – Começou o outro.

- Milorde – interrompeu Walburga. – Torço para que assuma logo a liderança da casa, antes que esses dois deem um jeito de se reproduzir. Seria uma vergonha.

Harry riu. Ao menos ela foi educada. Ele se virou para os padrinhos.

E piscou por alguns segundos percebendo que já se referia a eles como padrinhos e não como "os dois homens".

- Lady Black, sejamos sinceros, é tão fofo quando eles não sabem sobre sua própria cultura.

- Fofo! – ralhou, mas acrescentou em seguida de cabeça baixa: - milorde, é degradante!

- Veja bem, Sra. Black, eles são a prova de como tudo está em frangalhos nessa sociedade ridícula. Prova da falha da luz em explicar o funcionamento do mundo. Prova das trevas de espalharem o conhecimento por se acharem dignos de reunir apenas para si. São a prova de falhas básicas, eles não entendem a força do mundo.

- Lembram-se de Demian Yiakin, certo? – perguntou Lakroff para o casal que acenou com a cabeça, mas ainda encaravam de Harrison, para o quadro e então Lakroff. - Ele é leal a mim e a Harrison por causa de uma jura que seu pai fez a Gellert Grindelwald, lorde das trevas, correto?

- Sim...

- Ai, meu Merlin! – gritou Sirius em choque quando uma ideia perturbadora lhe atingiu. – Você está dizendo o que eu acho que está?

- Ao menos a mente não está totalmente atrofiada, pelo que vejo, alguma educação lhe restou – murmurou Walburga.

Todos fingiram que ela não tinha falado.

- A maioria das juras são a mesma – disse Lakroff. – Você, uma pessoa, jura a outra. Até aí é simples, não é?

- Sim...

- Mas não é tão simples quando estamos falando de um lorde.

- Como assim?

- Se você, Sirius, fosse jurar a Harrison, por exemplo, seria: Eu, Sirius Orion Black, lorde da casa Black, juro a Harrison James Mitrica Black Peverell Potter, lorde Peverell-Potter...

- E as outras famílias? Grindelwald e Mitrica, por exemplo? E...

- Você poderia ser ainda mais específico e falar, herdeiro das casas Black, Grindelwald e Mitrica, lorde das casas Potter, Peverell, Gaunt e Slytherin, mas seria desnecessário e redundante, se reafirmar demais. Gellert mesmo nunca fez jurarem a ele como herdeiro Mitrica, apenas lorde Grindelwald e bastava. Voldemort... – e olhou para o quadro de Walburga. – Sabe a quantas casas ele pediu que os comensais jurassem?

- Uma.

- Slytherin, estou correto? – questionou Harrison, mesmo já sabendo a resposta.

- Sim, milorde.

A ideia perturbadora de Sirius cutucou de novo sua mente, dessa vez Remus também pensou algo parecido e sentiu toda a cor sumir do rosto enquanto seu cérebro trabalhava.

- Vamos ser ainda mais objetivos então. Eu, Sirius Orion Black, lorde da casa Black, declaro você, Harrison James Mitrica Black Peverell Potter, lorde Peverell-Potter, como meu senhor e como senhor de todos os meus futuros descendentes até o tempo não existir mais. Que assim seja. Lembra-se Remus? Você ficou inconformado que era possível jurar seus herdeiros e ficou com medo dos herdeiros na Sonserina próximos de Hazz. Eu disse que não precisava se preocupar com eles...

- HARRY TOMOU O EXÉRCITO DO VOLDEMORT COMO LORDE SLYTHERIN?! – gritou Sirius tão horrorizado que não notou como sua voz pareceu muito com a da própria mãe naquele tom agudo.

- Quem dera fosse assim tão fácil, faria todos aqueles comensais meus. Exército gratuito! – comentou aos risos.

- E porque quer seu exército, senhor "não serei o futuro lorde das trevas"? – provocou Lakroff.

- Não comece.

- Se não é isso porque minha mãe está te chamando de milorde?!

- Por que Orion Black nunca jurou a Voldemort, mas a casa Slytherin.

- Como?

- Certo, vamos lá, isso é meio longo, mas acho que dá para resumir: digamos no exemplo do meu tio-avô. Você jurou a mim, lorde Peverell-Potter, sendo você o Lorde Black, certo?

- Sim...

- Sabe a diferença de um nome mágico como Peverell e um Potter?

- Acho que estávamos falando de algo assim agora pouco...

- O nome mágico é um título mágico que protege, resguarda e abrange tudo que pertence a ele. Um nome comum é só um sobrenome de uma casa, por melhor que seja.

- O que tem?

{N/A: Aqui vai começar uma explicação longa sobre conceitos do meu mundo, da importância do nome mágico e afins. Quem não estiver com cabeça para isso pode pular para o próximo aviso e, ainda sim, entender a base}.

- Um lorde de um nome mágico, por mais terrível que possa parecer no conceito de vocês, carrega o fardo de dono de tudo que a magia está protegendo. Ele não é mais um indivíduo, como o James Fleamont Potter era, ele se torna O lorde da casa Mitrica. Título possuem certo poder, esses pelo menos, com um título todo o peso da magia dos nomes é ligada a você. Tudo que está associado a este nome fica gravado e está sob posse do mestre. Foi por isso que os feitiços de nomes mágicos vinham com a necessidade de se manter vivo, pois envolve a proteção total de tudo que é da casa, isso inclui seus herdeiros. É uma magia de proteção e ligação, ou amarração se assim preferir, de sangue muito antiga. De bens, propriedades, títulos e de toda a família. Vocês já ouviram falar da teoria do título "lorde das trevas"?

- Não.

- Bem... Basicamente... A magia é naturalmente muito mais forte com palavras, tanto que crianças só a usavam assim, a palavra tem poder imensurável. Então imagine que centenas de bruxos o chamem de lorde das trevas? Isso cria uma espécie de consenso com Lady Magic que lhe dá capacidades as quais você jamais atingiria de qualquer outra forma. Em teoria, eu repito. Isso diz que você se torna alimentado pelo movimento popular, uma força maior, um símbolo para uma causa constantemente alimentado pelas vozes dos bruxos pelo mundo.

"A ideia de que isso acontece vem exatamente da magia das casas bruxas. Os títulos originais mágicos foram feitos através de rituais que, a única coisa cujo qual ainda sabemos sobre sua criação, é exatamente a união e reconhecimento de um grupo de bruxos poderosos que tornam um nome, um título. A muito tempo foram decididos lordes bruxos que ficaram responsáveis por organizar nossa civilização. Cadeiras foram criadas, parlamentos, várias famílias então protegeram seus nomes, e vocês já sabem como isso funciona, mas apenas no superficial. É bem mais que um simples título ao lado do seu nome. É tudo que aquela casa representa, seu DNA, sua magia única, seus conhecimentos, seu legado. Quando você aceita um anel de lorde você está fazendo um pacto de sangue onde não é preciso se cortar, apenas ter seu sangue reconhecido, onde você se liga a tudo que está naquele nome. É seu. Magicamente seu. Protegido pelo seu sangue. Por isso os anéis de lorde estão com os Goblins, por isso a guerra contra eles, que eram as únicas criaturas que podiam ir contra a proteção de sangue. Os únicos no mundo que podiam roubar um lorde.

- Espere, isso não faz sentido...

- Eu sei que as aulas de história da magia em Hogwarts são horríveis, mas esse é literalmente o único tema que Bins dá nelas, então tentem recordar. Digamos que muitos anos atrás, lordes como Slytherin, Gryffindor, Black, Peverell, LeFay, entre outros, todos tenham criado um sistema mágico que os fazia líderes e junto deles, protegido todos os seus bens com um pacto de sangue onde um lorde, coroado com seu anel, poderia colocar quaisquer feitiços nos seus bens para mantê-los sobre sua proteção. O lorde seria o escudo de uma casa. Daí seus brasões em formato de escudo. Você poderia ser forte o bastante para proteger um território e tudo que abrangia seu nome, como os LeFay, ou pelo menos o seu lar, como os Black. Sua existência resguardaria essas coisas. Você acrescenta outras proteções e tudo mais, mas se um bruxo tentava, por exemplo, invadir seu território, o lorde da casa saberia pois seria uma magia de outra casa, estranha, no lugar protegido por aquela. Como essa casa. Você não sente Sirius? Ela absorvendo sua magia? A magia se ligando as paredes e tornando ela... parte de você?

- Eu... sinto, mas eu achava que detestava tanto esse lugar que estava me sugando. De forma figurada!

{N/A: Primeiro aviso, voltem a ler aqui por um tempinho}.

- Eu tentei ensinar, mas olha o fracasso que isso foi – reclamou Walburga.

- Não insulte o lorde da casa, já disse – repreendeu Harry, mas continuou olhando para Sirius. – De forma resumida, um lorde sente tudo que acontece a sua casa, em diferentes graus de acordo com o que despejou de sua magia, ou seja, sua força e as proteções que colocou. Tudo que acontece com o que é seu pode ser de seu conhecimento. Se alguém machucasse seu filho, por exemplo, ele saberia. Seu irmão, nunca acharam o corpo, não é?

- Sim... – disse baixando a cabeça.

- Como soube que ele morreu, então?

Sirius encarou Walburga.

Harrison também se virou para ela.

- Orion soube – ela sussurrou, parecendo tão abalada, ou muito mais que, Sirius ao falar sobre seu filho mais novo.

- Entendeu? É uma amarração. É um ritual de sangue antigo mantido com o título, por isso a necessidade de deixar o nome vivo. O nome mantem o feitiço ativo, um que protege todo o legado, seja ele vivo ou material.

{N/A: Aqui continua-se explicações de mundo que podem ser puladas (apesar de eu não recomendar, afinal ajudam a entender regras de universo, mas enfim). Até o próximo aviso!}

- Os Goblins, entretanto – continuava Harry. - Têm uma magia que não é rastreável por ela. Por isso os bruxos e Goblins entraram em guerra. Eles podiam invadir territórios, roubar casas, matar pessoas, e o lorde não podia fazer nada. Lordes de territórios tinham que lutar contra os Goblins, pois eles eram o escudo de seu povo. Reis tinham que derrotar os Goblins que eram uma ameaça. Com a derrota deles foi feito um acordo onde eles recebem o dinheiro que acham justo para proteger nossos bens, um equilíbrio no que eles queriam, ouro, e o que nós queríamos: paz e segurança. É uma aliança. Os anéis ficam com eles, pois sua magia protegendo-os, a coroa de um lorde, é o que há de melhor, pois nem um lorde mais forte pode te roubar.

- Mas já roubaram o Gringotts.

- Sim, sabe como se faz isso? Sendo um lorde mais forte que quem se quer roubar.

- Como assim?

- Estou dizendo que ligamos magicamente bens a nós por um nome, esse nome ganha magia, ganha vida, essa casa tem a proteção do lorde Black, um bruxo qualquer nunca vai entrar, pois sabe o que acontece?

- Isso eu sei, meu pai já falou. As paredes vão sugar a magia do invasor até mata-lo. Você deve ser convidado... isso é coisa do nome?

- Sim. Chamar essa casa de "mansão Black" é basicamente fazer um feitiço. "Amarro essa casa ao meu nome e a tudo que vem com ele". Não vou entrar em todos os méritos disso, mas vamos apenas resumir no fenômeno dos testes de sangue. Porque neles aparecem propriedades? Porque elas estão registradas no banco em nome da sua casa. Mas então não é preciso de um teste de sangue, não é? O teste deveria apenas provar que você é daquela casa e então o resto teria que sair dos registros, não do seu DNA. Exceto que agora todas aquelas coisas estão ligadas a você por DNA. O teste que fiz é tão caro exatamente porque mostra coisas que também estão nos registros, como meus bens trouxas, mas se fosse um teste comum não haveria. Apenas o que possuo com nomes mágicos. Não faz sentido chamar de teste de sangue quando também aparece um holerite ou uma espécie de declaração de imposto de renda. O que isso tem a ver com seu DNA? Basta, literalmente olhar nos registros do banco. Exceto que não. Tudo aquilo está realmente ligado ao seu sangue. Um ritual. Como pingar uma gota em cada moeda e então deixar registrado pelo seu sangue, representado aqui pelo nome. Suficientemente claro até aqui?

- Ainda um pouco confuso, mas acho que se pensar com calma entendo...

- O importante não é isso. Quero apenas que entendam o conceito de título mágico. Um título representa algo. Uma ideia, uma situação, uma condição ou, neste caso, tudo ligado àquilo. Se tratado dos nomes, estamos falando de ritual de sangue muito antigo. Quando você é um lorde você é a casa, você não é mais um indivíduo, pois suas atitudes representaram o destino daquele título, daquela casa, você é responsável por ela. Sua existência é sua maior proteção. Mas se um herdeiro, ou um lorde mais forte que você, isto é, mais forte que a magia de sua casa entra nas suas proteções, ele não vai ter sua magia sugada, como acontece aqui, porque ele consegue subjugar você. Assim como eu poderia subjuga-lo num duelo. É briga de cachorro grande que estamos falando, mas ainda assim, o que importa é a força mágica daquela casa, por isso a aliança com os Goblins também era vantajosa. Um rei podia proteger seu povo só até onde ia sua força. Um rei maior poderia dominá-lo em guerra e fim. Lordes podiam roubar lordes, mas coloque um dragão em frente ao cofre e outras criaturas com um sistema complexo e você tem uma proteção a mais. É o que já sabemos do mundo, sobrevivência do mais forte, é assim com magia. Por isso a necessidade de herdeiros fortes, o abandono de abortos e casamentos vantajosos, para aumentar a força de um nome, portanto as proteções da casa. É uma questão de sobrevivência onde se descarta o fraco. Errado, triste, injusto e bárbaro, mas real. Também o fazem por arrogância, mas tudo vem de uma origem mais racional antes de partir para a distorção humana. Sobrevivência e proteção, daí que vem toda essa coisa.

{N/A: A partir daqui a leitura é importante e obrigatória para o entendimento da história e segue até o fim}.

- O que isso tudo tem a ver com Voldemort? – questionou Sirius e ignorou os quadros reclamando do uso do nome.

- Um lorde, se ele representa sua casa e tudo que há com ela e está magicamente ligado a isso por um ritual de sangue, um ainda que teve a partição de dezenas de outros bruxos, portanto é muitíssimo forte, ele jamais pode jurar apenas ele como indivíduo. Porque ele não existe mais como indivíduo. É como um presidente, ele não pode simplesmente dizer que preferia que o país aliado se explodisse, porque ele representa todo um país, ele tem que se abster de dar sua opinião e continuar com as boas relações.

- Um lorde... Você quer dizer que eu não sou mais Sirius... sou Lorde Black.

- Sim, você já sabia disso.

- Entretanto, está dizendo que antes de assumir esse anel e esse título, se eu fosse jurar a você, lorde das trevas Harrison.

- Credo, mas continue.

Sirius estava focado demais para rir:

- Eu poderia jurar como: Eu, Sirius Orion Black, declaro você, Harrison tantos nomes Potter – o menino mostrou a língua para o padrinho que sorriu. - como meu senhor... – e hesitou antes de continuar. - Até o tempo não existir mais.... Ai Morgana, não... – murmurou horrorizado, pois sua mente já estava juntando os pontos.

- Samuhe não podia jurar, apenas como Samuhe Yiakin, não podia jurar sua lealdade a Gellert Grindelwald. Ele era o lorde Yiakin. Então teve que jurar a casa. Pois ele representa a casa...

Sirius levou ambas as mãos para os cabelos e desejou que eles não tivessem sido cortados.

Ele tinha até gostado da nova aparência. Pensou em deixar como estava e não tomar as poções que fariam crescer em duas semanas, apenas as que fortaleceriam e o curariam. Deixaria que alongassem naturalmente e em seu tempo.

Só que ele quis os fios grandes de novo, agora!

Para ter algo para se segurar!

Aquilo não podia ser real, podia?

- MEU PAI ME JUROU! – gritou apavorado.

- "Eu, Orion Cadmus Black, lorde da casa Black, declaro o herdeiro da casa de Slytherin, como meu senhor e como senhor de todos os meus futuros descendentes até o tempo não existir mais". – recitou Harrison e encarou o quadro de Walburga sério. – Foi isso, não foi?

- ELE ME JUROU! E A REGULUS! ELE JUROU TODOS OS BLACK, AQUELE PSICOPATA!

- A CASA QUAL?! – ralhou Remus juntando as mãos em frente a boca e tremendo em completa incredulidade, olhando para Harrison e depois Lakroff que acenou com a cabeça como se dissesse:

"Entendeu porque não precisa temer os herdeiros jurados?"

- Seu pai não tinha escolha – bufou Walburga. – Todos os lordes sombrios tinham jurado o lorde das trevas, ele ia perder todo o prestígio se não fizesse, ele...

- ELE JUROU MINHA VIDA!

- Ele fez o que era preciso para estar do lado onde a lealdade dos Black sempre esteve e manter a glória do nome

- ELE MATOU RÉGULOS!

- COMO É?! – urrou Walburga fazendo todos cobrirem os ouvidos.

"Credo, o ataque da família de Banshees" recamou Tom.

"Calado, a culpa disso é sua" reclamou Harry.

- VOCÊ ME OUVIU SUA VELHA GAGÁ! GRITOU TANTO QUE FICOU SURDA NESSA MERDA?!

"Não sei ela, é um quadro, mas eu vou ficar" pensou Hazz após dar um pulinho no lugar. Tom riu.

"Não sinto qualquer falta de presenciar as brigas de Orion e Walburga, poderia viver para sempre assim sem ouvidos, em se tratando deles. Boa sorte para você garoto".

"Sem ouvidos? Pensei que você fosse sem nariz".

"Haha" riu forçado.

"Ou melhor. Você não tem absolutamente nada, não é? Alma penada"

"Tenho você".

"Para o inferno, Tom" pensou divertido, mas carinhosamente. 

"Te encontro lá em quanto tempo?" ambos riram juntos.

- VELHA GAGÁ?! – inconformava-se Walburga enquanto isso. - SEU SARNENTO! VERGONHA! DECEPÇÃO!

- VINDO DE VOCÊ É ELOGIO, SURTADA!

Hazz apenas levantou barreiras sonoras e decidiu esperar, não conseguiria chamar a atenção daqueles dois berradores em forma de gente tão cedo. Lakroff fez o mesmo quando Remus gemeu, cobrindo os dois loiros.

- MEU PAI FOI O FILHO DA PUTA QUE FORÇOU REGULUS A ESSA MERDA TODA! – gritou Sirius.

Dentro de sua cabeça, o atual lorde Black se lembrava das torturas pelas quais passou nas mãos dos pais, o tanto que sofreu sempre que dizia que jamais se juntaria a eles e suas ideologias. Recordou-se de como sua mãe insistia na coisa até demais...

Orion jurou seus herdeiros.

Ele precisava que os herdeiros fossem leais ou sofreria as consequências de uma jura mágica.

Regulus era inteligente e pesquisou sobre Voldemort. Ele teria percebido? Percebido que, se não ficasse... o pai...

"Você não pode ir embora Sirius!" disse Regulus quando o mais velho arrumava suas coisas para ir para os Potters. "Não pode me deixar aqui sozinho, não pode abandonar a casa, você... é o futuro lorde!"

"A merda com essa história toda de lorde! Você pode ficar com isso! Sempre foi melhor em você!"

"Eu não posso!"

"Por que não?!"

"Sirius, por favor, fica!"

Sirius se virou para o outro pronto para gritar mais, mas viu os olhos cheios de lágrimas de Regulus, percebeu como ele tremia, como parecia apavorado.

"Por favor..." implorou baixinho "fica. Você não pode... Eu não sou o bastante, tem que ser..."

"Vem comigo" ofereceu.

"Como?!"

"Eu não acho que eles vão encostar em você mesmo sem mim aqui, você é bom em conseguir o que quer deles, em agradar, mas não tem que ser assim. Você não precisa... se forçar a ser isso! Pode ter a coragem de ser você mesmo! Eu te ajudo! Vem comigo! Vamos os dois! Os Potters..."

"Temos que ficar aqui!" insistiu Regulus. "Não é tão simples, você não entende..."

"Eu não aguento mais isso!" urrou.

"Por favor, nossos pais..."

"Eu os odeio! Eles podem morrer se quiserem!"

Regulus se afastou horrorizado com aquilo, algo estranho passou por seus olhos quando disse:

"Sirius... você quer isso?"

Sirius não teria notado na época as implicações?

Ele era o futuro lorde, Regulus sozinho não podia, mas ao que ele se referia... seria isso?! Ele sabia que estavam jurados?! Sirius estava jurado! Ele assumiria a casa! Ir contra...

Regulus estava protegendo a família quando insistiu que Sirius ficasse? Quando ele mesmo ficou? Não era só acreditar nas palavras da família e do lorde das trevas, ele os queria proteger? Sirius...

- VOCÊ QUE MATOU RÉGULUS, SEU IMPRESTÁVEL HORRENDO! – gritou Walburga e foi como se levasse uma facada.

O Black deu um passo para trás e quase caiu.

- VOCÊ FOI EMBORA! IGNOROU TUDO QUE DISSEMOS! REGULUS TEVE QUE SE ALISTAR AOS COMENSAIS MUITO MAIS CEDO QUE QUALQUER UM PARA QUE O LORDE NÃO NOS PUNISSE PELA TRAIÇÃO! E TEVE QUE SE ESFORÇAR AO DOBRO! ENTÃO ELE DEVE TER FALHADO, PORQUE SEU PAI SENTIU QUANDO ELE MORREU! ELE MANDOU MONSTRO BUSCAR O CORPO E MONSTRO NOS CONTOU QUE O LORDE DAS TREVAS... A CULPA É SUA!

"Entendo... era isso que Orion estava gritando aquele dia sobre eu ser culpado" resmungou a Horcrux e Harry quis se socar para acertar a coisa.

Percebeu que não fazia muito tempo que teve um impulso semelhante.

Tom estava sendo especialmente irritante.

"Ao menos explica de onde seu Black tirou a conclusão de que eu fui o assassino por causa de traição. Estava quase certo, o Orion, o elfo deve só ter falhado em explicar tudo, a maioria é péssima em comunicação mesmo...".

"Fique quieto".

- NÃO PUDEMOS NEM ENTERRAR SEU IRMÃO PORQUE O LORDE ESTAVA FURIOSO! VOCÊ MATOU SEU IRMÃO E SEU PAI!

- COMO É?! VOCÊ NÃO PODE ESTAR FALANDO SÉRIO SUA SURTADA! MEU PAI JUROU REGULUS, A CULPA É DELE!

Mas Sirius estava sentindo uma dor tremenda no peito enquanto pensava que...

Ele traiu a jura do pai.

Abandonou o irmão sozinho.

Regulus tentou salvar todos...

Se Sirius não...

- SEU IRMÃO TENTOU O MÁXIMO QUE PÔDE, MAS VOCÊ CONTINUAVA ATACANDO O LORDE DAS TREVAS COM AS SUAS GALINHAS QUEIMADAS! CONTINUAVA ARRISCANDO A VIDA DE SEU PAI E ENTÃO QUANDO REGULUS FALHOU E VOCÊ AINDA CONTINUOU... SEU PAI MORREU UM ANO DEPOIS DE REGULUS, PORQUE NÃO FOI CAPAZ DE MANTER A JURA! VOCÊ MATOU OS DOIS SEU INFELIZ! EU...

- CALAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADDDOOOOOOOOSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O grito de Harrison novamente se sobressaiu a todos os outros e abalou as estruturas da casa.

Sirius e Walburga arregalaram os olhos assustados para o menino.

Um silêncio quase que ensurdecedor pairou no ar depois disso. Foi possível ouviu Monstro na cozinha.

- Sirius não matou ninguém – disse calmo.

- Mas... – começou Walburga, só que foi interrompida.

- Pense um pouco. Orion Black não jurou a Voldemort. Ele foi o único entre todos que não o fez. Ele jurou ao herdeiro de Slytherin.

- O que... – mas parou no meio da frase, arregalando os olhos.

- Entendeu, não foi? Sirius nunca traiu a jura do pai, pois Sirius foi para a casa dos Potter quando saiu daqui – e olhou para o padrinho ao acrescentar. – Você nunca traiu a jura de seu pai, porque seu pai era fiel a casa Slytherin. Seu pai, lorde Black, jurou a casa Black ao herdeiro de Slytherin. Qualquer um seria válido. Enquanto todos os comensais juraram a, Lorde Voldemort, herdeiro de Slytherin, seu pai se recusou a jurar a um nome inventado. Ele não aceitou jurar a pessoa Voldemort, que era um mestiço e ele sabia, mas para se manter nas graças das demais famílias sombrias, ele declarou lealdade a casa da Sonserina.

- James era herdeiro de Slytherin...

- E ele sabia. Fleamont sabia. Eles que te convidaram para morar com eles, não foi?

- Está dizendo que...

- Que eles sabiam da jura de seu pai e tentaram salvar você? Sim. – E virou para Remus. – Por isso herdeiros não são uma ameaça para mim. Nenhum comensal, na verdade, pode atacar um herdeiro de Slytherin sem consequências, o lorde então? Eles estariam ferrados, porque deram lealdade de uma casa a outra. Por isso eu assumi o título. É uma proteção contra o exercito de lordes. Os demais comensais, os que não são lordes, podem me atacar porque juraram como individuo para Voldemort, outro indivíduo, mas os lordes são suas casas. Eles tinham que jurar para outra casa, para que sua magia antiga aceitasse ser subjugada. Um lorde jurando a um rei, entende? Tiveram de pegar uma casa que podia estar acima deles e Voldemort escolheu Slytherin, que é uma casa centenária. Quase milenar. Riddle fez os comensais jurarem a alcunha dele de lorde das trevas, comensais comuns juraram a si mesmos e ponto. Lordes são um título e juraram a outros dois: o título de lorde das trevas, que é abstrato, e algo material: a casa Slytherin. Ele não era o lorde ainda, entretanto, então eles juraram aos herdeiros e Voldemort foi atrás de matar seus consanguíneos que podiam causar problemas. Não foi apenas arrogância por querer ser o único, não que não seja parte do motivo, mas ele precisava do título e o anel de Slytherin não aceitava um mestiço. Não se não fosse a última opção.

Sirius deu um passo para trás.

- Não me diga que...

O Black pensou em James de novo. E na profecia que o matou. O motivo que levou Voldemort até a casa em Godric's Hollow...

Será que aquela coisa fez alguma diferença? Voldemort não os caçaria de toda forma no fim? A profecia teria apenas adiantado um destino já traçado? Voldemort saberia dos Potters naquele ponto? Por isso os escolheu, não os Longbottom?

"O lorde das trevas o marcará como seu igual" era isso a que se referia? Outro Slytherin?

- Além do próprio Voldemort e na sua caçada para ser lorde Slytherin e ter total lealdade de todas as casas antigas, os Potters sabiam como funcionava a jura a um lorde das trevas. Eles não eram burros e estavam casando com famílias sombrias a anos. Eles imaginaram que Voldemort estaria usando o nome da Sonserina, pois nada se sabia dele além de que era herdeiro da casa. Eles foram atrás de você Sirius. Eles te ofereceram a casa exatamente porque sabiam que podiam te proteger. Você nunca traiu a jura nesse aspecto. Se alguma vez atacou o próprio Voldemort, se diretamente tentou prejudica-lo, então sim, houveram consequências, mas qualquer outra coisa não. Meu pai era tão forte contra os comensais porque sempre que eles tentavam machucá-lo, suas próprias magias dificultavam a coisa. Se eu, nessa idade e sem o título de lorde, enfrentasse um grupo de comensais eles "milagrosamente" não conseguiriam me derrotar pro completo, mesmo sendo adultos bem mais capazes e letais. Voldemort nunca mandaria seus comensais para me matar, sempre teria de ser ele. Que poderia ainda justificar a coisa dizendo que "o garoto é meu, ele me derrotou, eu me vingarei" ou sei lá. O que importa é que seja de propósito para que não descobrissem a linhagem em mim, ou para poder mostrar ser melhor que a criança que o derrubou ainda bebê, Voldemort nunca mandará comensais para me matar, no máximo mandaria capturar. Só que, agora, nem isso ele pode. Não dos lordes. Porque eu sou o lorde da casa a qual eles juram suas próprias casas. Voldemort mataria seus próprios comensais com a magia de suas linguagens se fizesse isso.

- Você manda neles?

- Não. Eles juraram ao título de "lorde das trevas Voldemort". Voldemort manda. Voldemort usava "lorde Voldemort" em uma versão... mais fraca da ideia do lorde de uma casa. Temos que parabeniza-lo por conseguir rituais que um título feito por ele chegasse ao ponto de poder ser jurado.

- Mas não podia totalmente...

- A magia Black, Malfoy, Nott, entre tantos outros o subjugaria. A jura não teria a mesma força, porque a magia dessas casas se consideraria superior a casa que está jurando e não firmaria. Ele precisou do Slytherin e, por isso, eu não corro risco como atual lorde da casa. Por isso fomos no ministério essa tarde e retornaremos amanhã, por isso farei tanta questão de exibir que agora sou o lorde Slytherin. Os lordes vão saber que estarão indo contra a magia de sua casa quando forem diretamente tentar me ferir. Não podem.

- Voldemort ainda pode mandar todos os outros que não tem títulos mágicos atrás de você! – disse Remus. – O que você fez ainda foi loucura por irritá-lo e...

- E foi um ato de nobreza.

- Como?!

- Todo herdeiro jurado, a partir de amanhã, quando eu terminar todas as papeladas no ministério e a notícia se espalhar... Talvez a partir de segunda, quando forem fazer a entrevista com os campeões do torneio e colocarem meu nome nos jornais, todo herdeiro saberá que não precisa mais ser forçado a obedecer a Voldemort se ele se reerguer. Aqueles que o fariam contra a sua vontade, que se sentiriam na obrigação de serem marcados para proteger seus amados pais, que sempre os mimaram... Eles podem vir até mim. Eu posso tirá-los da jura. Eu sou o lorde da casa. Eu, Harrison James Mitrica Black Peverell Potter, lorde Slytherin, livro você, Sirius Orion Black, lorde Black, de sua lealdade para com a mui antiga e nobre casa da Sonserina. Que assim seja.

- Você...

- Repita.

- Como?

- Que assim seja. Repita – mandou.

- Que assim seja? – repetiu confuso, mas no instante seguinte sua visão escureceu totalmente.

Sirius sentiu uma onda de magia muito forte atingi-lo, uma vertigem nauseante, um empurrão no fundo do corpo e então de repente os braços de Remus estavam entrono dele, o segurando para que não caísse no chão fraco.

- Eu...

- Eu te livrei – disse Harry. – Como eu disse, eu posso. Fleamont não podia, por não ser o lorde, mas conseguia te ajudar até certo ponto, sem gerar suspeitas. Te tirar da casa que lhe fazia mal sem que isso matasse seu pai, por exemplo. O que podia ser confundido com força de vontade e traição do próprio Orion. Fleamont fez, no instante que viu que você queria isso. Você teve um tio que te ajudou, não foi? Deu dinheiro para que pudesse morar longe. Por que acha que ele mesmo não te tirou? Ele não podia.

- Mas...

- É um ato de nobreza. Não ter um lorde Slytherin força todos os herdeiros de casas mágicas a se curvarem a Voldemort contra sua vontade. Eles terão que ser comensais ou matarão a si e todos que amam, no pior dos cenários. Se não isso, tornarão suas casas muito mais fracas e podem até matar a magia antiga nelas. Torná-las casas comuns.

"É muito mais do que falhar como pessoa. Eles teriam que fazer isso ou torcer para Voldemort ser morto, assim como seus pais, que fizeram a jura. Não se livrariam de outra forma. É algo terrível e difícil de se esperar de pessoas que tenham o mínimo de carinha pelas famílias. Draco Malfoy, Pansy Parkinson, Theodore Nott, Diana Shafiq, Vanessa Burke, Nicola Avery, Félix Rosier tantos outros na Sonserina que conheci estavam condenados. Não estão mais. Posso livrar todos. Não agora, mas um dia. Você, eu pude porque já é o lorde Black, por isso eu quis que tomasse o título também, para tirar todos os Black disso, incluindo sua prima Narcisa ou até Ninfadora Tonks.

- Por isso Dumbledore não queria que você fosse lorde, nem incentivou a coisa. Você estaria totalmente condenado a se curvar aos Slytherin, seria muito pior que simplesmente como herdeiro, onde o estrago é menor. Mas deixar vocês Black lutando contra o meu primo é manda-los para a morte da própria magia dos Black. Essa casa – e abriu os braços em um gesto amplo. – Está decrépita assim, mas Sirius, nem consegue imaginar o estado que ficaria se você virasse lorde, a tomasse e, sei lá, tornasse a cede da ordem da fênix? Ela estaria em frangalhos. Como lorde, trair a casa que se é leal... A única coisa que a manteria de pé essas paredes, seria se eu morasse aqui ou, pelo menos, me hospedasse as vezes, se ela fosse bem-vinda a mim. Ou se você me desse ela em testamento. Do contrário ela cairia.

- Você é o maior inimigo do Voldemort... – sussurrou Sirius.

- Eu sou, sempre fui. Desde o nascimento. Ele já iria me caçar um dia. Então vem aquela merda de profecia e... de repente a coisa fica pior. Ele jamais me deixará em paz. Que diferença faz então o título? Toda. Porque eu posso diminuir seu exército. Posso salvar todos os herdeiros de uma condenação.

"Posso fazê-lo esquecer-se totalmente de Neville como opção" acrescentou mentalmente.

- Eles só têm que se tornar lordes e eu tiro suas casas como um todo! Salvo todos! Do contrário, se seus pais não quiserem torna-los lordes enquanto estiverem vivos, só precisam me seguir e nem estarão traindo a jura, entende? O seu caso antes... Vamos chamar agora a casa Black como viva. Orion tinha direito de jurar ele para Voldemort, o que não fez, mas se tivesse, por ser o dono da casa, ela abaixou a cabeça para outra em concordância. Orion não podia trair Voldemort, só que a casa Black, não podia trair a casa Slytherin. Você não traiu ninguém indo morar com outros herdeiros, meu pai e Fleamont. Então eu posso fazer o mesmo! Eu...

- Você quer ajudar os herdeiros?

- Sim.

- Por quê?

- Como assim?

- Por que está fazendo isso? Você mal conhece aquelas pessoas e está aumentando a raiva de Voldemort para cima de você por eles?!

- Ora... – murmurou olhando para o chão e depois para o teto. – Sim. Eu também sou um empata chapéu.

- Que isso tem a ver?

Harry sorriu carinhosamente quando disse, mas ainda sem olhar para os demais:

- Minha segunda casa é a Grifinória. Se é para ter um lorde das trevas me perseguindo, então vou salvar o máximo de pessoas que conseguir no processo.

- Mas isso... – Sirius se virou para Lakroff em busca de ajuda.

E entendeu que não tinha o que fazer.

Lakroff já sabia de tudo aquilo, já tinha tentado convencer o menino do contrário, mas não conseguiu. Dava para perceber a tristeza em seu olhar por essa falha. Sirius queria gritar com o afilhado, mas ao mesmo tempo...

"Sirius, vamos acabar com o lorde das trevas e com aqueles comensais idiotas. Vamos salvar as pessoas desses supremacistas de sangue ridículos!" disse James quando entraram para a Ordem.

Como se briga com alguém por ser uma boa pessoa?

- Você é muito novo para uma responsabilidade dessas! – arfou Remus, sabiamente, a voz repleta de agonia. – Harrison, você é só uma criança! Não é seu papel lutar assim! Você deve ser protegido e não proteger! Fazer coisas erradas, como jogar comida em alguém, não pôr sua vida em risco para uma guerra que te arrastaram! É.... só um adolescente! 

O sorriso do menino aumentou, seus olhos verdes brilharam em direção a família quando baixou a cabeça e respondeu diretamente para eles:

- Oficialmente um adulto.

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Espero muito que tenham gostado, estou cansada, com dor de cabeça e insegura, mas vamos lá!

Boa noite e até semana que vem!

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