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Capítulo 14 - Nargles e Shinisus

Eu TENTEI colocar tanto a Luna quanto o Sirius, mas não deu, desculpem. Segunda (de novo) não vou poder postar, só terça, então espero que gostem desse e aqueles que queriam ver a cena do Harry e do Sirius tendo aquela conversa me desculpem, mas prometo que já vai ser no próximo! <3

Musiquinha tudo a ver com a Luna e o Harry.

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Anteriormente em "Quem será seu herói?" ...

No caminho da sala Harry passou por uma garota de cabelos loiros e brincos de beterrabas, que no mesmo instante o fez parar [...]

A garota, com uniforme azul da Corvinal, também parou e ambos se encararam no meio do corredor [...]

- Olá, Harrisson Potter - disse a menina, uma voz etérea e sonhadora, os olhos focados em pontos ao redor do menino.

Ela tinha acertado seu nome. O nome verdadeiro que quase ninguém ali sabia. O nome de seu segundo batismo que tinha sido adotado.

- Senhorita...?

- Sou Luna. Luna Lovegood - o som que saia por seus lábios era extremamente gracioso e sereno, para Hazz, se existia uma voz para uma fada seria aquele.

- Senhorita Lovegood. É uma honra.

Ela o olhou apenas por um segundo nos olhos antes de dizer:

- O cachorro te procurará hoje no castelo, boa sorte - e então saiu, saltitando por entre os alunos.

[...]

Encontrar Sirius Black no caminho para os colegas Sonserinos, depois de ele ter demonstrado para o salão de fofoqueiros de Hogwarts um interesse na causa dos lobisomens, além de ter mencionado as amizades dos pais, só criou uma abertura para o padrinho se achar no direito de vir falar com ele. Não era o que tinha em mente de uma manhã agradável.

Com certeza Black deve ter assumido que ele estaria disposto a falar sobre eles, sobre James e Lilian e sua própria condição como parente.

Mas Harry ainda não estava pronto para encontrar o cachorro!

[...]

- Eu fui rebatizado a alguns anos já. É Harrison agora.

- Acho que já ouvi seu pai te chamando assim, a muito tempo...- comentou, parecendo se perder na memória, ao mesmo tempo que seu rosto perdia o brilho.

O rosto do Potter também estava sem brilho.

- É. Ele chamava, por causa de um amigo dele.

- Seus parentes te contaram isso?

Harry não segurou a careta. Sua frustração chegou a níveis alarmantes.

- Black... precisamos conversar.

E o animago não deixou de notar que o outro usou seu sobrenome.

Capítulo 14 – Nargles e Shinisus 



"Eles não eram exatamente iguais,

Mas era bom ter alguém que entendia suas estranhezas".


- Eu... – começou Sirius, mas parou com um simples olhar do afilhado.

Ele reconhecia aquele olhar. Era o mesmo que seu pai ou sua mãe lhe davam, aquele que dizia mil coisas e esfregava descontentamento absoluto, sem precisar derrubar qualquer postura puro-sangue. Dizia para se calar e abaixar a cabeça, antes que se envergonhasse mais.

Sirius odiava aquilo e nunca esperou que justo o filho de James conseguisse ter um igual. Quem raios tinha criado Harry?

- Black, entenda que nossa conversa não pode ser tratada de forma leviana, temos muitos assuntos a resolver e decididamente não faremos isso aqui e agora. Podemos marcar um encontro para o fim de semana?

- Fim de semana?! – indignou-se o de cabelos cumpridos.

Harry, ou Harrison? Sirius nem sabia mais como pensar sobre ele, concentrado de mais no tom frio que saia de sua voz, muito diferente de como geralmente era, confiante, mas aberto e receptivo. O garoto estava querendo mesmo que ele esperasse uma semana inteira para ter alguma resposta?

Hazz suspirou.

- Certo, quarta a noite seria melhor? Não posso fazer antes por você, leva tempo para preparar um contrato mágico.

- Contrato mágico?

- Sim. Imagino que queria que eu lhe dê detalhes na nossa reunião, responda perguntas, te conte como foi minha vida nesses últimos anos e com quem estou. Correto?

- Bem... Sim, com certeza.

- Pois bem, eu fui ensinado a me precaver e cuidar da minha segurança acima de tudo, por isso vou preparar um contrato, para ter certeza que as informações ditas não correrão riscos...

- Riscos? Mas você pode confiar em mim, eu...

- Posso? – perguntou interrompendo a frase de forma tão crua e firme que era impossível não notar um sentimento presente ali: raiva. – Em que ponto o senhor acredita que eu deveria confiar? Unicamente por ter sido amigo dos meus pais a quatorze anos atrás? Por ser quase um irmão para o meu pai? O senhor até morou com os Potter, não foi? É nisso que devo acreditar para não manter as precações que veem me garantindo a vida a anos?

- Bem...

- O senhor sabe sobre o amigo do meu pai que me chamava de Harrison?

- Não.

- Ele escolheu esse nome pois achava que Harry era muito fraco, para uma criança que ia ter que ser muito forte. Veja bem, esse amigo também deu um outro concelho, sobre confiança e eu pretendo segui-lo. Não quero cair de um prédio.

- Como? – perguntou Sirius, muito confuso.

Harry teve sua confirmação, seus pais nunca contaram nem mesmo para Sirius Black sobre Gellert Grindelwald. Talvez não tenham nem contado sobre estarem aprendendo magia sombria para se defenderem. A questão é, se eles confiavam em Sirius de olhos fechados, até para deixar que ele escolhesse quem seria o guardião do segredo e para torna-lo seu padrinho (sabendo que talvez não saíssem vivos e, portanto, o homem deveria assumir o novo papel de pai) então por que mantiveram esse detalhe só para eles? 

O que ali era tão importante esconder? Ou ainda... para quem eles não queriam que a informação vazasse?

- Eu não confio nas pessoas, Black. Essa é a realidade - respondeu Harry. - Quem você é não muda isso.

Sirius se calou, aquilo foi quase uma facada de gelo em seu peito, ele já tinha imaginado que Harrison não era o garotinho filho do James, qualquer um percebia só de vê-lo, sem contar que já tinha notado que não era tão bem vindo como gostaria para se aproximar, o menino andava por aí sempre evitando seu olhar, mesmo assim não esperava aquilo.

- Meus pais me ensinaram isso, da pior forma – continuou o Potter.

- Não! - exclamou em choque. - Seus pais não iriam querer isso! Eles confiaram sim em pessoas erradas, mas também em pessoas boas, eles tinham amigos, amor, não iriam querer que você interpretasse assim a bondade em seus...

- Meus pais estão mortos. Se quiser fazer parte da minha vida terá que concordar com os meus termos, que serão apresentados em um contrato de selo mágico, redigido pelos meus advogados e que tentarei conseguir em mãos até quarta-feira a noite, se não nossa reunião terá de ser adiada. Amor? Eles morreram por isso, agora eu focarei em manter-me vivo e não desperdiçar esse sacrifício.

Sirius se calou horrorizado. Ouviu das fofocas dos alunos como Harry Potter tinha uma voz assustadora quando queria, mas não imaginava tanto. O próprio som parecia uma arma. Parecia entrar pelo seu corpo e te envenenar, te deixar fraco e se sentindo inútil ou desprezível, era avassalador como...

Ele tremeu quando o cérebro fez a associação. 

Dava uma sensação ruim como estar próximo a um dementador

Tirava algo de você igual, mas preenchia com veneno. Não mantinha simplesmente triste, cada célula sua implorava para parar de perturbar Harry antes que fosse devorado. Era pavor, dor, frieza, tudo em conjunto. 

- O senhor mora com Remus Lupin, estou certo?

- Sim... – e quis perguntar como o garoto sabia, mas de verdade, parecia que já tinha perdido a capacidade de falar coerentemente.

- Se quiser pode chama-lo. O senhor Lupin também era muito próximo dos meus pais. Entendo se ele não tiver o interesse em mim, mas acredito que ao menos para o senhor, professor Black, seria mais fácil ter alguém com quem o contrato permitirá conversar depois.

- Eu acho que ele vai querer te conhecer sim... - murmurou Sirius.

Harry fez um muxoxo estranho.  

- Agora, se não se importa, tenho colegas me esperando e uma aula de poções com Severo Snape, não pretendo me atrasar. Um bom dia, professor Black.

Então saiu, deixando o animago muito confuso e deprimido para trás.

Enquanto andava Hazz sentia seu coração palpitando no peito. Remus querendo conhecê-lo? O homem nunca tinha mandado nem uma carta, nem tentado descobrir seu paradeiro ou qualquer coisa mínima que fosse para chegar perto! Ao menos Black se dignou a tentar mandar uma coruja, mesmo sem saber o endereço, através do Gringotts.

Que casal aqueles dois formavam. Quarta a noite seria péssima!

-x-x-x-

Harry chegou nas masmorras acompanhado dos meninos da Sonserina. Durante todo a trajetória Graham, Adriano e Cassius foram fazendo perguntas ao presidente do conselho da Durmstrang sobre a professora oclumente e suas qualificações. Estavam mostrando muito interesse pela matéria. Os três vinham de família que tinham o costume de aprenderem exercícios básicos de meditação e controle, mas estavam empolgados com a ideia de ter um mestre para fortalecer a arte, se o currículo não fosse muito diminuído para tentar auxiliar alunos que nunca tiveram contato com aquilo.

O Potter ainda deu um aceno aprovador quando Pucey usou de exemplos os nascidos entre trouxas como bruxos que poderiam atrasar o desenvolvimento do conteúdo, já que teriam que ser ensinados do zero. O tempo todo falou de forma neutra e explicou o que o preocupava, através de pontos que faziam sentido e não puramente preconceituosos. Mostrou que se preocupava em não ofender Hazz e ouviu as críticas que ele vinha dizendo sobre a sociedade.

Era um começo.

Pucey podia ser útil. 

Imediatamente foi para a lista de observação do de olhos verdes.

A sala estava trancada por isso os alunos esperavam do lado de fora dividido entre Grifinória e Sonserina, bem distantes uns dos outros. A quantidade de alunos, somados aos da Haus Land e Haus Feuer, não era muito, o que evidenciava os níveis altos exigidos pelo professor de poções Snape.

Harry encontrou Elizaveta entre um grupo de meninas de verde e foi até ela.

- Elizaveta – chamou.

- Presidente?

- Espero não estar atrapalhando-a, herdeira Vassiliev, mas precisava lhe trocar algumas palavras.

Elizaveta sorriu. Ela sabia que Harry não queria que notassem a proximidade que tinham, que vissem que ela era um membro da corte, mas dava uma sensação tão incrível ser tratada daquela forma por seu príncipe. Queria chama-lo assim agora, sua alteza, seu príncipe, se permitir sorrir como uma boba quando ele lhe desse aquele olhar de satisfação ao ser tratado como merecia.

- Deixe-me apresenta-las, meninas, esse é o presidente do Conselho e colega da minha casa, mas já conhecem Hazz. Presidente, essas são Diana Shafiq, Vanessa Burke e Nicola Avery – apresentou indicando cada uma das meninas que estavam com ela.

Harry sorriu.

- É um prazer enorme conhece-las, herdeiras Shafiq, Burke e Avery, estou encantando – disse enquanto se inclinava e estendia a mão uma a uma, lhes beijando as costas com calma e sempre olhando diretamente para seus olhos, apreciando suas bochechas corando ou sorrisos afetados.

Elizaveta estava de parabéns. 

Shafiq, Burke e Avery? 

Três família dos sagrados vinte e oito! Harry sabia que os Burke ainda tinham o quadro de uma bruxa da família (Elizabeth Burke) na Masmorra da Sonserina ali em Hogwarts, então definitivamente eram uma linhagem importante. Os Avery estavam no círculo íntimo de Voldemort e os Shafiq eram de origem árabe, tinham uma fortuna gigantesca no oriente. O que sua querida Veta não conseguiria daquelas três princesinhas se fossem suficientemente manipuláveis?

O que ele não conseguiria se tentasse?

Definitivamente, um ótimo círculo para se colocar.

- O que deseja, presidente? – perguntou Elizaveta.

- O professor Musska deseja a presença do nosso grupo na palestra dele durante a tarde.

- Musska é o professor de magia experimental, correto? – perguntou Graham Montague.

Outra coisa que Harry notou, justamente o que o fez querer observar o trio de perto ele mesmo, era que os meninos não possuíam nenhum um sobrenome da lista dos sagrados, não tinham grandes fortunas e, em teoria, não deveriam ser grande coisa na casa das cobras. Não eram nada se ao lado de Malfoys, Greengrass ou Flints. Mesmo assim eles estavam quase no topo da hierarquia ali. Dificilmente apenas o quadribol ou uma amizade com Flint (que havia se formado ano passado e era ex capitão da equipe) garantiria isso, eles tinham alguma força. Uma vantagem que os elevava.

Precisava saber o que.

Terem conseguido nota com Severo Snape para chegar ali também mostrava inteligência. 

Não eram de se jogar fora, de forma alguma.

- Isso mesmo, Montague – respondeu Harry. – Huseff Musska é um professor incrível, se algum de vocês estiver interessado em sua matéria garanto que não se arrependerão. Agora, acredito que seja melhor conversar com nossa colega, Lara Dimitrika, antes da palestra. Se não se importarem, meninas – murmurou com um aceno e seu melhor sorriso na direção do trio de garotas de antes, tirando uma risadinha contida de uma delas, depois se virando para os colegas masculinos. – Vou roubar a atenção de Elizaveta aqui e vamos até os grifinórios, mas logo retornamos.

- Nicola – a Vassiliev chamou virando-se para a herdeira Avery. – Se a porta se abrir antes de eu voltar, se importaria em me guardar um lugar ao seu lado?

- Sem problemas Elizaveta.

Harry notou como já estavam usando os primeiros nomes.

- Obrigada.

- Vocês dois foram forçados a dividir um grupo com um Land?

O Potter riu de como os Sonserinos já estavam começando a criar uma "antipatia" pelos tigres, na mesma proporção que tinham contra os leões.

- Uma fatalidade, sem dúvida – brincou Veta tirando risadas do grupo.

- Não se preocupem, estamos cientes que exposição prolongada à felinos pode afetar o cérebro até do melhor réptil. Tomamos as devidas precauções – sussurrou Harry em tom de brincadeira fazendo as cobras rirem ainda mais.

- Brincadeiras à parte – comentou. – Lara é inteligente.

- Ela que percebeu uma falha que o professor deixou no momento de nos dar o trabalho de conclusão do ano passado, o que permitiu que o presidente participasse do grupo.

- Como assim? – perguntou Pucey.

- Eu estava no terceiro período ano passado, e as duas estavam no quinto – começou Harry. – Os quintos, em magia experimental, devem desenvolver o projeto de uma magia nova, não precisava ser grande coisa, poderia até ser apenas uma pequena melhora de algo já existente. Nem tinha que funcionar perfeitamente, mas a teoria deve estar pronta até o final. Assim, durante o sexto e o sétimo desenvolvem-na como prova para se formar.

- Tínhamos que formar grupos de até oito pessoas – continuou Elizaveta. – E essa é uma das matérias que a Haus Feuer faz junto dos Land, mas um aluno perguntou se poderíamos chamar alguém de outra casa para os grupos, provavelmente por que queria alguém da Luft, que são os nossos "corvinais" – disse entre aspas. – Mas Lara percebeu que ele nunca proibiu pessoas de anos diferentes também, então ela me chamou e ao presidente.

- Como é muito raro Lands e Feuers se juntarem o professor deve ter ficado com receio de não me permitir entrar, mesmo sendo bem mais novo – explicou Harry. – Nosso grupo também tem o Rusev Spasova da Haus Luft e ver tantas casas querendo trabalhar juntas, sem contar que eu já estava me programando para fazer meus N.O.M.s adiantado, deve ter influenciado toda a coordenação a permitir esse arranjo.

- E vocês conseguiram fazer um projeto de feitiço bom? – perguntou Warrington.

- Com certeza. Assistam a palestra depois, podem se divertir.

- Vocês vão mostrar lá?

- Talvez.

Harry sorriu e pediu licença, levando Elizaveta com ele até o grupo de jogadores grifinórios. Ele conversou com a colega e ainda teve tempo de brincar um pouco com os gêmeos Weasleys e as meninas Alícia e Angelina, sobre o momento no banheiro mais cedo, do qual ambas juraram que contariam a Kate Bell depois. O Potter notou que, assim como o irmão de Lara e os amigos não haviam conseguido nota para continuar no sexto ano em poções, Lino Jordan também não parecia ter feito. 

Na verdade os quatro ali pareciam ser os únicos da casa dos leões a terem continuado com a matéria.

Enquanto Harry se distraia com aquele pequeno grupo, os outros alunos de Hogwarts percebiam que, apesar das provocações, Potter claramente era do tipo que conseguia fazer amizade com a outra casa, vários conversavam com ele e pareciam gostar de sua companhia. Não só isso, quando finalmente Severo Snape abriu a sala (já enfeitiçada para comportar o dobro de alunos que normalmente tinha, deixando vários lugares vagos numa turma pequena como aquela), enquanto Grifinória e Sonserina sentavam-se em opostos completos e deixavam grandes espaços entre eles, os Haus Land e Haus Feuer até dividiam bancadas e sentavam-se emaranhados. 

Com os uniformes da Durmstrang, que não tinham qualquer diferenciação por casa, você nem notaria que eram diferentes de alguma forma.

Snape, que era bom em pegar detalhes mais sutis, viu como todos do Instituto mantiveram-se quietos e respeitosos em sua sala, além de fazerem perguntas pertinentes e acrescentarem conhecimentos aos comentários dos rivais, mas sem nunca criar um atrito no meio da aula ou se desprezarem de qualquer forma. Mitrica e Karkaroff tinham avisado sobre as casas, como elas, assim como Grifinória e Sonserina, só eram juntas em matérias de professores que poderiam lidar com brigas (salvo a decisão idiota de Dumbledore de considerar Black um desses professores capazes), mas sinceramente não tinha como entender esse receio. Não havia nada de mais entre eles. As casas não necessitavam de vigilância por mais que procurasse.

Confiante em suas próprias capacidades Severo, assim como aqueles de Hogwarts, foi enganado. 

Não viu como, ao se levantarem para guardar seus materiais no fim da aula, o grupo de sete alunos da Land presentes, permaneceu totalmente atento em uma direção aguardando até receberem um sinal de aprovação do príncipe de sua escola pelo bom desempenho. Eles tinham conseguido, depois seriam recompensados e, sabendo disso, saíram sentindo-se orgulhosos.

- Vamos para a aula de trato das criaturas mágicas? – perguntou Pucey à Harry conforme também saíam das masmorras.

- Não fiquei com essa matéria.

- Mesmo?

- Não achei que seria necessário para o que quero futuramente. Passei com nota máxima no meu N.O.M na área, mas nível N.I.E.M. optei apenas por ficar em Feitiços, Artes das trevas, ou defesa contra, já que é o que tem aqui em Hogwarts, Transfiguração e Poções. Assim teria tempo hábil para fazer todas as eletivas opcionais e terminar Herbologia.

[N/A: Lembrando que no sexto ano nos livros você pode escolher as matérias que quer continuar ou abandonar, além de que precisa de uma nota mínima para estar em algumas turmas ainda, no original Harry fica com as cinco que coloquei também].

- Abandonou Adivinhação, presidente? – perguntou Elizaveta que estava com as meninas que havia feito amizade logo atrás do grupo masculino.

- Sim.

- Pensei que gostava da matéria.

- Gostava de como o nosso professor da Durmstrang trabalhava com ela. Algum de vocês vai continuar em Adivinhação? – perguntou encarando os sonserinos. Todos negaram. – Por quê?

- A professora é horrível – disse Pucey secamente e Harry riu.

- Graças a Merlin vocês são sensatos e perceberam isso! Morgana me ajude, Neville contou-me que ela fica predizendo a morte dele em todas as aulas! A mulher é uma profeta! Nem poderia dizer algo assim, está longe de suas capacidades naturais! – resmungou revirando os olhos.

- Profeta, como assim? – perguntou Diana Shafiq. Ela gostava de Adivinhação, mas era uma Sonserina e uma Shafiq, não gastaria tempo com uma matéria tão desprezada e dada por uma professora igualmente desvalorizada.

- Vocês sabem, profeta? Fazem profecias, não tem qualquer visão. Nenhum profeta vê o que vai acontecer ou mesmo sabe, assim como nenhum vidente faz profecias, que são as "próprias palavras do destino cravadas na Terra" – comentou como se fosse óbvio. – São capacidades diferentes que não se interligam. Mas ela insiste em agir como se tivesse um dom superior em toda a área da clarividência, quase como se fosse um ser escolhido pela magia, o tempo e o destino. Me poupe!

Os meninos riram, claramente concordando.

- O professor de vocês na Durmstrang disse que profetas e videntes são diferentes? - Vanessa Burke perguntou.

- Credo, essa mulher é pior do que pensei, se nem se dignou a explicar isso a vocês – reclamou.

- Qual a diferença, afinal?

- Profetas são uns sortudos que estão sempre certos e não recebem as consequências pelo que sai de suas bocas. Falam poeminhas, de forma inconsciente, que revelam pistas do futuro que eventualmente farão sentido. Videntes são atormentados por todos os tipos de entidades mágicas, para terem imagens ou informações sussurradas na mente e que revelam informações, mas sempre em algum padrão.

- Padrão?

- Sim. Por exemplo, Sibila Trelawney prediz a morte de Neville, mas para que ela pudesse fazer algo assim teria que ser um dos três seguintes videntes: Vidente do apocalipse, que são os que conseguem saber de mortes em maça, desastres, assassinatos, acidentes e eventos ruins no geral. Vidente da natureza, que sabe as linhas que a vida escolhe para os seres e consegue sinais de para onde cada coisa vai se encaminhar. Ou, por último, um arauto da morte, que são os que conseguem ver, sentir ou predizer a presença da morte. Trelawney tem pelo menos duas profecias confirmadas em sua autoria, uma até registrada no ministério da magia, portanto ela não é uma vidente de qualquer tipo! Não importa que técnicas use, mesmo que treinasse as artes da clarividência dos necromantes, ela não poderia dizer quando e como alguém vai morrer! É por causa de pessoas como ela que a arte é tão menosprezada por outros bruxos.

- Eu não sabia de nada disso – comentou Graham Montague.

- O que é um absurdo, ela teve três anos para lhes ensinar isso, que são coisas básicas, mas pelo jeito prefere ficar se exibindo, enquanto arregala os olhos para qualquer coisa que considere um "sinal", por trás daqueles óculos ridiculamente grandes e roupas achadas no lixo.

Os sonserinos riram já se acostumando com como os comentários de Harry, sobre as pessoas de que não gostava, podiam ser venenosos, mas sem perder a linha. Adoraram descobrir essa característica do menino-que-sobreviveu.

- Mas então, ela tem um dom? Só exagera?

- Sim, mas definitivamente é uma charlatã e uma péssima professora em muitos outros sentidos. O suficiente para eu passar bem longe da turma dela.

"Sem contar que a louca gosta de fazer profecias que atrapalham minha vida" pensou irritado.

-x-x-x-

MAIS CEDO

Neville ficou com Ron um tempo no salão principal, mesmo depois de já terem comido, esperando Hermione sair da palestra de Línguas Antigas, então, cerca das oito, seguiram juntos para a primeira aula que tinham às segundas-feiras: período duplo de Herbologia com a Lufa-Lufa.

O caminho todo foram escutando a garota de cabelos cheios tagarelar como a aula seria incrível e a ajudaria a entender as origens de algumas runas antigas. Nas estufas, eles pegaram alguns Sonserinos e Corvinos do quinto ano (além de Wasser e Feuers da Durmstrang) ainda saindo, mas Hazz não estava entre eles, provavelmente já correndo para o próximo compromisso. Ron reclamou que eles não teriam aulas com a Durmstrang e que deveria ser legal poder vê-los em ação, mas Neville se perguntou o que raios seria tão interessante em apenas ter mais alunos em sala.

A próxima aula de Neville e seus amigos (enquanto Harry estava em poções) foi com Sirius e Hagrid em Trato das criaturas Mágicas.

No ano anterior a professora Guilhermina Grubbly-Plank teve que adiar sua aposentadoria, pois Dumbledore não havia achado alguém para substituí-la na matéria e queria colocar Hagrid, mas com o andamento lerdo de seu julgamento isso teve que esperar. Infelizmente, para o meio gigante, seu status foi revelado para todos os jornais nos tribunais e ele dificilmente seria aceito para o cargo. Foi então que o velho pensou em Sirius. 

Não que Black tivesse sido facilmente acolhido, tanto pelas famílias puro-sangue, que o viam como traidor, como por outras que achavam que ele ainda não estava totalmente são depois de anos em Askaban. Mas Dumbledore dificilmente deixava que as opiniões dos outros afetassem essas decisões e, para sua sorte, a dupla estava conseguindo dar boas aulas.

Hagrid gostava e conhecia questões menos populares sobre os animais, já Sirius parecia ter um bom conhecimento da teoria dos livros (para a surpresa geral) e fazia com que as explicações se tornassem sempre divertidas, além de conseguir adaptar a aula para diferentes turmas e casas. A maioria dos dias eles ficavam ao ar livre e faziam tudo na prática, mas eventualmente Black oferecia recomendações de materiais aos alunos e já havia até pedido uma redação (muito menor e menos exigente do que a maioria dos professores desejaria).

Os dois colegas concordaram em trazer Hipogrifos na primeira aula e Black, como ex auror, foi rápido em evitar acidentes, até mesmo quando o herdeiro Malfoy irritou uma das criaturas. O "quase acidente" serviu para mostrar que Black podia manter o controle de suas turmas e, mesmo que Hermione concordasse que nenhum dos dois era o melhor dos professores, a matéria não era medíocre (como Adivinhação, por exemplo).

- Neville – chamou Sirius, se aproveitando de que o Longbottom, junto dos amigos, estava mais afastado, alimentando um dos Hipogrifos.

Se aproximou fingindo estar ali apenas para auxiliá-los.

Neville, imediatamente se virou para o adulto com um sorriso amistoso característico.

- Oi professor Black – cumprimentou com aquela pitada de orgulho na voz de ver que o homem agora estava livre, bem penteado, trajando roupas de couro e com um cargo como professor.

- Oi professor Black – cumprimentaram Ron e Hermione igualmente felizes.

- Olá crianças. Estão indo bem em todas as aulas?

- Sim. Estou tão empolgada com a eletiva de línguas antigas! A palestra mais cedo foi tão estimulante!

- Que bom, vocês dois também pretender fazer essa, meninos?

- Não – negaram.

- Só quero ir na palestra de magia marcial, e talvez eu faça a aula, se não sentir que vou fazer papel de bobo por não saber lutar ou empunhar uma espada – disse Rony.

- Eu quero tentar oclumência, Hazz sempre estudou, desde que éramos mais novos, e me disse que seria bom aprender. Já sei o básico inclusive.

- Talvez eu faça também, se é assim. Fico com você...

Neville preferiu não pensar que o amigo levou aquilo em consideração só no momento em que o nome de Harry Potter estava envolvido, ou seria obrigado a começar uma briga, essa história já o estava irritando e mal fazia uma semana que Harisson estava ali. Inferno, foram quatro dias! Rony parecia obcecado em estar com ou falar sobre Harry o tempo todo!

- Então faríamos nós três, oclumência com certeza será incrível! – comentou Hermione.

- Melhor ainda, com Mione nos ajudando a aula vai ser fácil – disse Rony.

- Não vou deixar você copiar meus trabalhos, Ronald!

- Não estou pedindo para copiar, Mione, só nos ajudar...

- Falando no Harry... – começou Sirius antes que o casal de adolescentes começasse uma briga. – Neville, por que nuca me contou que se conheciam?

- Boa pergunta Sirius, ele também nunca nos contou – resmungou Rony um tanto emburrando.

- Por que eu assinei um contrato mágico – mentiu.

Foi literalmente a mentira que Harry lhe ofereceu para situações assim, mas droga, Neville não era um bom mentiroso, ele estava tremendo só de pensar que o pegariam com isso. Mesmo assim, que outras opções tinha? Dizer que não falou nada porque Harry odiava tudo relacionado a ideia do "menino que sobreviveu"? Ou dizer que o Potter, na maior cara de pau, disse que Neville era "bonzinho demais" e confiava em "qualquer um", por isso preferia que esperasse ele mesmo dar sua aprovação antes de sair espalhando coisas por aí? 

Isso com a própria avó de Neville apoiando a decisão! Dizendo que Harry estava certo e Nev tinha que ficar quito sobre eles. 

Como se ele fosse um inocente incapaz de julgar caráter!

O próprio Dumbledore já tinha o elogiado por saber como fazer amizades com as pessoas certas, mas nisso (entre tantas coisas), Hazz foi incrédulo.

- Contrato mágico? Ele também quer que eu assine um – comentou Sirius.

- É a cara dele.

- Contrato mágico? – perguntou Hermione - O que afinal é isso?

- É parecido com um contrato comum, mas a agência que faz o encanta para que, ao assinar, você seja preso pela própria magia ao que está escrito. São raros, exatamente por não poder ser quebrado sem consequências severas, e quanto mais forte a agência que o faz e as magias que colocam o cercando, pior para quem assina é tentar fugir. É uma versão do que acontece com o cálice de fogo. Você assina e está preso às clausulas. 

- Por que Harry iria querer que você assine um desses? – perguntou Ron.

- Boa pergunta.

- É coisa do tutor dele – explicou Neville, tentando acalmar o animago. – Ele não conseguiu esconder Harry todos esses anos sem tomar todas as precauções.

- Mas Sirius é padrinho de Harry! O tutor deveria levar isso em conta! Quer dizer, Sirius teria até direito a guarda se quisesse! Ele não pode impedir que se vejam normalmente.

- Ele não se importa nem um pouco com nada disso, acredite. O homem é um carrasco em se tratando dessas coisas. Para ele tudo é baseado em ter certeza de que Harry só chegará perto de quem ele confia.

"Eu não confio nas pessoas, Black. Essa é a realidade" Sirius se lembrou da voz sombria de Harry falando. Seja lá quem fosse seu tutor, Neville estava confirmando as suspeitas do Black, de que o homem tinha sido uma influência muito grande na personalidade do garoto e não necessariamente boa. 

"Meus pais me ensinaram isso, da pior forma..."

"Amor? Eles morreram por isso..."

Tudo aquilo... Sirius tinha medo de pensar em como Harry poderia ter sido afetado pelas pessoas erradas e se tornado frio, enquanto ele estava preso e não podia fazer nada. Só queria mostrara ao afilhado como ele o amava! Ele tinha que fazer isso, de alguma forma...

- Toda sua família assinou um? – perguntou Sirius à Neville.

- Sim – o garoto manteve a mentira. 

Augusta e Lakroff, na verdade, apenas entraram em acordo que era melhor não contar às pessoas o envolvimento dos Longbottom com Harry Potter, principalmente quando Mitrica decidiu leva-lo embora da Inglaterra, para bem longe das memórias ruins e traumas da família trouxa.

- Por isso sua avó veio falar comigo. Ela me garantiu que Harry estava bem, mas não me deu detalhes.

- Sim, ela devia estar cumprindo com o contrato, mas queria te acalmar – concordou Neville olhando sempre para o Hipogrifo e não para os olhos do adulto. 

Quando eles trocariam de assunto mesmo?

Mentir lhe dava uma sensação horrível!

- Bem... Se é algo comum acho que não tem problema assinar. Sua avó não faria se tivesse algum problema...

- O que foi, Sirius? – perguntou Hermione percebendo que o homem ainda estava incomodado com alguma coisa.

- Harrison. Ele estava tão frio comigo, estou preocupado.

- Harrison? – perguntou Ron.

- O Harry. Ele contou que foi rebatizado a alguns anos, que é Harrison agora, não Harry. Me chamou de Black o tempo todo também e não parecia nada feliz em me ver...

- Sirius, talvez você tenha interpretado mal – ofereceu a cacheada.

- Não, Hermione, ele realmente parecia estar conversando comigo só porque era obrigação.

- Você poderia estar esperando de mais – tentou Ron. – Talvez ele tenha crescido acreditando que foi você o traidor dos Potter, não Pedro, aí agora de repente tudo muda. Ainda é estranho pensar em você de forma diferente.

Mas Sirius não pareceu convencido, estava obviamente deprimido e abatido. Hermione e Ron encaram Neville pedindo socorro.

- Sirius... – começou Neville. – Você quer se aproximar do Hazz?

- Claro!

- Então você só precisa confiar nele. Assine o contrato, escute com atenção tudo que ele tem a dizer e... respeite seus sentimentos. Harry gostava de ser ouvido e gosta quando as pessoas tentam entender o seu lado. Acho que é por isso que ele está se dando tão bem com os sonserinos, eles escutam o que tem a dizer mesmo quando não concordam. Para Hazz essa é a melhor coisa que se pode fazer. Tenha a mente aberta para o que ele quer da vida, o que pensa e acredita. Tudo vai ficar bem. Mostre que se importa e que só quer ter a oportunidade de conhece-lo.

- Só isso? Você acha que só preciso ouvir o que ele tem a dizer?

- E respeitar. Tenha certeza de que não vai questionar suas ideias sem um bom motivo, Hazz detesta ser interrompido e desacreditado por coisas que não sejam baseadas em ideias concretas. Se ele estiver falando de si mesmo então, é o suficiente para afastá-lo. Tenha certeza de pensar com calma antes de falar. Só questione alguma coisa, se deixar claro que não está duvidando ou indo contra, apenas quer saber mais sobre isso para entende-lo ou que quer debater o assunto.

- Isso não é muito complicado? – perguntou Rony com uma careta confusa parecida com a que Black estava fazendo. – Harry é super simpático, ele vai gostar de Sirius logo de cara, só precisa ser sincero.

Neville fez a careta agora. Decididamente não era só isso. Não com tudo que aconteceu.

- Eu tenho a impressão de que ele não gosta de mim, nem quer gostar.

- Sirius, isso é ridículo, Harry... – começou Ron, mas Nev o interrompeu antes que colocasse ideias que podiam atrapalhar Sirius depois.

- Sirius, escute. Quando eu vi o nome do Pedro Pettigrew no mapa ano passado, Lupin foi o primeiro que eu contei, mas Harry foi o segundo. Eu mandei uma carta para ele e sabe o que respondeu?

- O que?

- Que você era inocente. 

- Como?

- Foi literalmente isso. A primeira coisa que ele me respondeu foi "Black não é o culpado, me conte o resto". Ele acreditou que o ministério tinha cometido um engano e que você estava em Hogwarts porque sabia que Pedro estaria lá. Ele me pediu todos os detalhes da noite para tentar entender onde estaria o traidor e fez de tudo para me ajudar. Foi Harry que juntou os pontos e pensou que Pedro seria o "rabicho" nos marotos, que você era almofadinhas e Lupin aluado, só com detalhes que eu nem percebi.

"Harry que pensou que vocês podiam ser animagos, que os nomes tinham a ver com isso, ele notou nas cartas que eu mandei durante o ano que "Perebas", o bichinho do Ron, estava estranho desde quando você fugiu. Ele me mandou prender rabicho, me contou do livro que Hermione usou para fazer o feitiço que impediria a gaiola de quebrar se tentasse fugir, me falou para marcar uma reunião com todos os professores e revelar sobre a identidade dele. Harry foi a primeira pessoa a, no instante que soube que Pedro estava vivo, te ver como inocente. 

- Hazz te apoiou desde o início e me ajudou a provar sua inocência, não houve um segundo que ele duvidou disso. 

- Mesmo? - perguntou Sirius muito surpreso. 

Ele não fazia ideia, sempre se perguntou como Neville tinha descoberto tudo e resolvido, mas deixou para lá quando soube que o garoto já tinha até mesmo matado o monstro da sonserina e enfrentado Voldemort cara a cara. Não era uma criança comum, então para ele isso bastou. Saber que tinha sido seu afilhado ajudando desde o começo e querendo fazer isso por Sirius lhe animou.

- Mesmo! Ele se importa com você, ele só não te conhece. Independente dos pais dele, Hazz foi criado por outras pessoas, você é um desconhecido e ele é cauteloso. Dê uma chance, escute, tenha paciência e mostre que se importa. O resto vai vir naturalmente.

- Certo... Obrigada Neville – disse Sirius, um sorriso mais confiante no rosto e uma inspiração profunda antes de tomar uma postura mais séria. – Vou verificar se os Sonserinos não estão causando problemas, até mais crianças.

Saiu.

- Foi um bom conselho, Neville – parabenizou Hermione.

- Eu ainda acho que Harry vai gostar de Sirius na mesma hora – comentou Ron.

-x-x-x-

Quando o trio chegou para o almoço ao fim da aula, antes mesmo de terminarem de passar pela entrada Ginna Weasley se aproximou:

- Neville, você conhece Luna Lovegood?

- Não, por quê?

- Ela me pediu para dar um recado ao Harry Potter, então pensei que talvez vocês e conhecessem.

- Pediu para dar um recado ao Hazz? Que recado?

- Bem... a Luna ela é... meio estranha. A família dela mora perto da nossa e ela tem minha idade, então já brincamos juntas algumas vezes, mas nem sempre ela fala coisa com coisa – murmurou Giny tentando se justificar e olhando para baixo com uma careta confusa.

- As pessoas a chamam de Di-Lua. Ou Lunática – comentou Hermione.

Neville achou aquilo muito cruel. Tanto o nome, quanto Hermione achar necessidade de espalhá-lo.

- E ela te pediu para falar com Harry? – perguntou Ron, tornando ao assunto que interessava.

- Sim – concordou a ruiva. – Só que eu realmente não compreendi, nem sei se eles se conhecem, entende? Eu não queria ir até ele e falar coisas estranhas sem que tivesse certeza de que não ia me achar uma louca – e corou.

O Longbottom preferiu ignorar o fato de que Ginny havia corado apenas com a ideia de parecer estranha na frente de Harry Potter.

- Bem, vamos juntos então passar o recado, pode ser? – perguntou Nev procurando com os olhos Harry na mesa da Sonserina, mas não achando o garoto.

- Ele está lá – a Weasley mais jovem apontou na direção da mesa da Corvinal.

Harry estava com Rusev e um grupo bem grande de alunos da Beauxbatons, quase não havia alunos de Hogwarts em torno deles, por isso parecia que ele havia optado por falar em francês mesmo. Não que desse para ouvir dali, mas a forma como só o grupo parecia atento a conversa indicava isso, além da maneira diferente que os lábios das pessoas se mexiam, sem parecer formar nenhuma palavra que o grifinório conhecia.

Neville já ia se encaminhar para a mesa azul quando Malfoy trombou nele.

- Longbottom, será que não entende que está no meio do caminho das pessoas? – perguntou irritado.

- Vai arruma o que fazer, Malfoy! – resmungou Ron.

- Vocês que tinham que arrumar coisa melhor para fazer que atrapalhar o fluxo! – rebateu Pansy. – Vocês são insignificantes, mas não intangíveis!

- Ignore eles Rony – murmurou Hermione. – Só estão querendo te provocar.

- É, eles não têm nada para fazer além de perder depois que passam tantas horas na frente do espelho tentando se engomar – disse Neville.

- Pelo menos nós temos espelhos, ao invés de passar a vergonha de sair desse jeito! – respondeu Malfoy.

- Como se dois quilos de gel no seu cabelo estivessem fazendo milagre, doninha – resmungou Ron. – Acho que você estava melhor quando Moddy te tornou um animal!

Aquilo pareceu irritar Draco de verdade, ele ainda estava furioso que aquele louco do ex auror teve a ousadia de transfigurá-lo em doninha e o enfiar dentro das calças de um dos amigos. Seu pai disse que não podia fazer nada contra o velho Alastor biruta, ninguém ligava mais para essas atitudes dele. 

Draco avançou na direção do Weasley, sendo segurado por Theodor enquanto Blaise se colocava entre ele e Ron.

- Ron, para com isso! – pediu Hermione puxando o amigo e torcendo para que Zabini contivesse o outro.

- Por que não vem aqui e eu te mostro como posso te transfigurar num bicho e te chutar para longe Weasel.

- Vai a merda seu loiro oxigenado!

- Vamos! – Hermione insistiu, tentando tirar os amigos dali antes que continuassem com aquela briguinha infantil na entrada do salão principal. Algumas pessoas já estavam olhando.

- O Potter está vindo para cá – avisou Zabini e, para sua surpresa, aquilo funcionou melhor do que esperava, todos pararam de se encarar e se viraram para a direção que o moreno apontou.

Harry vinha calmo e de expressão limpa, ao parar próximo à eles deu uma boa olhada em Draco, depois Ron e ambos acabaram corando, desviando os olhos envergonhados pelo "show".

- Oi pessoal – Harry murmurou depois deu um sorriso maroto. – Estavam conversando sobre o que?

- Sínico – resmungou Neville para o amigo que, com certeza, tinha notado que estavam quase brigando e também em como sua simples presença parou com aquilo.

Hazz riu alto daquilo. Como sempre, o som era agradável demais e pareceu acariciar todos dos grupos, Malfoy, que ainda estava sob o aperto de Theodor, se ajeitou e se afastou, recuperando sua pose sobre e tentando não pensar em como Harry poderia o estar achando ridículo por tudo aquilo. 

Ron fez um barulho como se estivesse coçando a garganta e igualmente fingiu que nada havia acontecido antes.

Ginny cutucou Neville e apontou na direção do Potter.

- É mesmo, Harry. Gina tem um recado para você, de uma menina chamada Luna Lovegood, conhece?

Ninguém perdeu como a expressão do garoto mudou no mesmo instante com aquele nome, o sorriso sumiu e mesmo que sua coluna estivesse sempre ereta, pareceu ainda mais, Harry deu um passo na direção de Neville e o amigo pode ver um brilho estranho passar por seus olhos quando perguntou:

- A senhorita Lovegood me deixou um recado? Qual?

Neville olhou para Ginny como se desse a deixa, ela pigarreou e timidamente se dirigiu para Harry:

- Bem, ela me disse uma coisa... – começou incerta e desviou seus olhos dos profundos e ridicularmente verdes de Potter, mantendo o foco no chão. – Mas eu não entendi bem o que era...

- Não entendeu?

Gina corou, mas continuou:

- É que não fez muito sentido...

- Luna Lovegood, você quer dizer a di... – Pansy tossiu, se impedindo de falar. Se Harry Potter conhecesse a garota seria muito errado insultá-la, por mais estranha que fosse. – A menina da corvinal? – se corrigiu. Gina concordou com a cabeça e Neville viu como Harry pareceu interessado no que a Parkinson estava prestes a dizer antes de mudar de ideia. – As coisas que ela fala realmente não fazem muito sentido.

- Consegue me dizer ao menos o que se lembra? – perguntou Potter encarando diretamente a Weasley mais nova, escolhendo deixar a situação com Pansy para depois.

Gina ainda evitava fazer o mesmo. Harry parecia bem sério e mais intimidante que o normal, daquele seu jeito bom e atraente.

- Luna disse que você não a encontraria no almoço porque precisou faltar, para procurar umas coisas que os "Nargles" roubaram e esconderam pelo castelo.

A cada segundo que falava Ginny parecia corar mais, só piorou quando Harry inclinou a cabeça para o lado e perguntou com uma única sobrancelha levantada:

- Nargles?

- Foi o que ela disse.

- Não se incomode – comentou Pansy. – Ela sempre diz coisas exatamente assim.

- Entendo... – disse lentamente, levantando o olhar para o teto como se estivesse pensando, depois voltou-se para Ginny com seu costumeiro sorriso que ia de amistoso a galanteador facilmente. – Obrigada senhorita Weasley, pelo recado. Se me dão licença...

- Onde você vai? – perguntou Neville quando ele começou a passar pelo grupo.

- Bem, onde mais? Ajudar a senhorita Lovegood com os Nargles – disse como se fosse óbvio. – Sabe para que direção ela foi, senhorita Weasley?

- Ela estava saindo da aula de Transfiguração quando nos encontramos.

- Encontrarei um jeito de acha-la, obrigada – e saiu sem olhar para trás.

Os outros apenas se encararam uma última vez antes de seguirem para as próprias mesas.

- O que são Nargles? – perguntou Theo muito confuso.

- Não faço ideia – respondeu Blaise, que era o que tinha maior conhecimento sobre criaturas, devido a família Zabini ter um negocio escondido de transporte de animais não exatamente "legal" ou público.

- Vocês sabem o que Hazz foi fazer? – perguntou Viktor Krum no instante que se sentaram próximo ao grupo da Durmstrang.

- Foi atrás de uma garota que ele conhece da Corvinal.

- Atrás de uma garota? – perguntou o búlgaro confuso e incomodado.

- Ajudar ela com alguma coisa que não entendemos direito.

- Aquele avoado! – resmungou Viktor bufando em seguida. – Vou fazê-lo comer o triplo na janta, nem que tenha eu mesmo que enfiar na boca dele.

Ivan riu da raiva do outro, misturada a preocupação e um óbvio ciúmes.

-x-x-x-

- Olá Barão Swart, é um prazer finalmente conhece-lo – disse Harry, sorriso de sempre no rosto.

O Barão Sangrento, fantasma da Sonserina, não gostava daquele sorriso.

Ou só não gostava do garoto que acompanhava ele.

Era de comum opinião entre todos os fantasmas de Hogwarts que Harry Potter lhes causava desconforto. Nenhum deles se sentia minimamente tentado a chegar perto do garoto. Helena achava que pudesse ser o fato de Harry ter sobrevivido a uma maldição da morte, talvez tivesse algo nele que naturalmente os incomodasse, uma energia mágica única, mas independente dos motivos todos começaram a evitar os lugares onde Potter poderia estar.

Bins estava estranhamente agitado desde que percebeu que teria que se manter numa sala fechada com ele por aulas inteiras. Para alguém que quase nunca reagia a nada... era alguma coisa.

Desde a primeira noite de Potter no castelo os fantasmas não iam mais ao salão principal sem antes verificar se ele se encontrava entre as mesas.

Só que agora tinha isso? Saber seu nome de batismo? Muito estranho e perturbador de um jeito que não sabia explicar. Ninguém chamava o barão de Swart desde que morrera. Sempre foi Barão Sangrento.

O espetro se sentiu ainda mais incomodado e só queria poder fugir daqueles olhos cor de Avada Kedavra.

Sem contar que a criança simplesmente apareceu no corredor na hora que ele atravessou uma das paredes, como se o estivesse esperando e querendo pegá-lo desprevenido.

- Senhor Potter – respondeu cauteloso.

- Eu estava procurando alguém que pudesse me ajudar, senhor Swart. Vossa senhoria sabe me dizer sobre uma garota chamada Luna Lovegood, da corvinal? Estava pensando em perguntar para Helena, ou a mulher cinzenta, não sei como mais lhes agrada serem chamados...

- Eu prefiro Barão Sangrento.

O sorriso do garoto, quando a luz do sol bateu por entre as janelas em seu rosto, pareceu extremamente perturbador.

- Entendo... Como eu ia dizendo, uma garota loira chamada Luna, ouviu falar?

- Sim – ele conhecia bem a menina, Helena gostava muito dela, dizia que era gentil, mas sofria com os colegas da própria casa com frequência.

- Estou à sua procura. Veja bem, parece que há algumas criaturinhas roubando objetos pessoais, o senhor acredita? Queria ajuda-la, ver se consigo exterminar as ameaças...

O fantasma sentiu como se estivesse vivo de novo e sua espinha dorsal pudesse se arrepiar de medo com uma ameaça velada. Era como estar conversando com uma cobra de verdade, o veneno escorrendo pela boca, esperando autorização para atacar. 

Ele só não queria ser o alvo.

- Eu a vi sim, pode seguir por esse corredor até o final, virar à direita e descer três lances de escada, ela estava andando na direção norte.

- Muitíssimo obrigada, vossa senhoria. Tenha um bom dia – e saiu.

O espectro sentiu um alivio tremendo ao mesmo tempo que parecia ter ficado tonto. A anos não via alguém com tanta potestade, a pouca magia que sentia vinda do garoto era tão densa na mesma proporção que contida, parecia criar uma sensação amarga de perigo, sem nunca se assemelhar ao descontrole.

[N/A: Potestade: s.f. atributo ou condição do que manda, impõe sua vontade; poder, potência, força. Ser supremo; divindade/ Para aqueles que não sabiam].

O Barão Sangrento ficaria agradavelmente feliz em manter uma distancia conveniente de Potter dali em diante.

Harry, alheio ao que o fantasma da Sonserina pensava, seguiu suas instruções e realmente suspirou de alegria ao avistar os fios loiros que caiam em cascatas pelas costas de uma menina uma cabeça mais baixa que si.

Quase no mesmo instante em que a avistou, a menina parou de andar e se virou para Potter. Aquele momento estranho aconteceu de novo, a sensação etérea que Harry não sabia explicar. Ela sorriu para ele:

- Olá Harrison – cumprimentou, a voz de fada muito agradável de se ouvir.

- Senhorita Lovegood.

- Pode me chamar de Luna.

- Então insisto que me chame de Hazz. Ao menos Harry – a cada instante ele se aproximava mais.

Ela continuava parada, o vento do lado de fora fazia seus cabelos tremerem de forma muito bonita:

- Como foi com o cachorro?

- Nada agradável – respondeu já a quase apenas um metro dela. – Como sabia sobre ele?

- Os Nargles me contaram.

- Eles te contam muitas coisas?

- Sim.

- Eu conheço Nargles? Acha que já posso tê-los visto ou ouvido antes?

- Acho que não, você está cercado de shinisus.

- Shinisus?

- Sim. Você parece ter uma ligação com eles. Você também tem essa vinha...

Ele poderia ter ficado surpreso que alguém no mundo percebera a vinha negra nele, ainda mais agora que era tão bom em escondê-la dentro de sua própria magia. Mas não ficou. Nem achou estranho perceber que sim, Luna deveria ser capaz de ter aquela informação.

- Você consegue ver o Tom? - perguntou naturalmente.

- É um bom nome, esse - ela comentou brincalhona.

- Ele detesta – disse a acompanhando com um sorriso. – E você, pelo jeito sabe disso. Mas então, consegue vê-lo?

- Não. Apenas sei que ele está aí.

- Assim como eu, às vezes, apenas sei das coisas que ninguém mais parece o fazer – afirmou e ela balançou a cabeça.

- Imagino que sim.

- Os Shinisus, que você disse que me cercam, são os responsáveis por isso? São os meus Nargles?

- Talvez..., mas não tenho como ter certeza, sinto muito.

- Não precisa se desculpar. Seus Nargles... – começou cauteloso. Era melhor continuar falando com aqueles códigos, mesmo que fosse difícil entender o que Luna queria dizer ao mesmo tempo que se inseria neles e criava os próprios, as paredes de Hogwarts tinham ouvidos. Muitos. Ele não arriscaria vazar coisas importantes. – Seus Nargles são muito diferentes dos Shinisus?

- Acredito que poderíamos chamá-los de opostos. Os Nargles estão mais próximos do maior presente que recebemos e interagimos desde que andamos pelo mundo pela primeira vez. Já os Shinisus...

- São aqueles que guardam o presente com carinho quando chega o momento, mas apenas até que a grande mãe sinta que estão prontos para a próxima aventura?

Luna sorriu, um sorriso grande de rosto inteiro e com os dentes, parecendo até brilhar com o sol da tarde:

- Isso mesmo! Você entendeu! – e ela parecia genuinamente surpresa que alguém o tinha.

- As pessoas geralmente não entendem, não é? – perguntou com um sorriso deprimido e conhecedor.

- Não - respondeu se encolhendo um pouco.

- Você se torna o estranho e elas simplesmente parecem odiar isso?

- Sim.

- E seus pais?

- Meu pai... É aberto. Ele me ouve, aceita, me ajuda e me ama muito.

- Isso é bom. Eu tive que aprender a ser ouvido.

- Você aprendeu muita coisa. Nem sempre foi bom - comentou cheia de significado, mas como se estivesse apenas do clima e não de traumas severos.

- Não, não foi. Para você também não, imagino?

- Não.

- Sua mãe?

- Morreu. Eu tinha nove e... Vi. Não consegui impedir, mesmo com os Nargles – Harry teve um impulso estranho de se aproximar da garota, fisicamente tanto quanto se sentia próximo psicologicamente agora. – Você sente bem essa dor. Melhor que qualquer outro aqui. Você lembra da noite em que ela se foi na sua frente, mesmo depois das suas próprias tentativas de parar.

- Sim – respondeu e deixou toda a melancolia sair naquela palavra.

Ele sabia que podia se permitir aquilo, fossem Nargles ou Shinisus, ele poderia se abrir para aquela garota, pois ela faria o mesmo de volta, eles teriam alguém para ouvir cada palavra, sem nunca mais serem julgados por dizerem em voz alta.

Era só uma parte deles. Não eram mais tão estranhos no mundo.

- Sua família não é um problema, certo? – perguntou Harry.

- Não, de forma alguma.

- Então você ganhou esses machucados em Hogwarts?

Luna puxou suas vestes para tentar esconder qualquer parte de sua pele, não que fosse adiantar, ela já estava totalmente coberta, Hazz apenas sabia sobre os ferimentos. Os Nargles, entretanto, não podia lhe dizer quantos machucados Harry já tinha consciência. Era uma sensação nova, conhecer alguém que os Nargles não liam tão bem.

- Os Nargles não esconderam suas coisas pelo castelo – afirmou Harry. – Eles não fariam isso. Então quem fez?

- Foram eles. Indiretamente. Incomodam as pessoas, os Nargles. Interferem nos Zonzóbulos em suas cabeças, fazem com que ajam como não fariam normalmente, não é culpa das pessoas...

- Não é culpa delas? – perguntou sombrio. – É dos Nargles? As "criaturas" que estão com você sem que tenha qualquer controle? Então a culpa é sua por ser diferente? – Luna só não se afastou naquele momento porque sabia que toda a raiva e amargura que estavam saindo do garoto não eram direcionadas para ela. – Isso dá algum direito de te machucarem?!

- Eles não estão sendo tão cruéis, algumas palavras, algumas pegadinhas...

- Luna... – Harry respirou fundo tentando se acalmar e não assustar a garota. – O que roubaram de você?

- Minha mochila.

- Como?

- Enquanto eu ia no banheiro, pedi para uma garota segurar para mim...

- Que garota?

- Não deveria se importar com isso, alteza.

- Mas eu me importo – respondeu ignorando o fato de que ela o tratara como apenas sua corte fazia.

Ou os outros da escola, mas apenas quando queriam zoar o fato, ironiza-lo ou desejavam algo dele.

- Eventualmente os Nargles vão parar de incomodá-los tanto.

- Mas não aconteceu ainda em três anos de você na escola?

Luna baixou o rosto mordendo a boca, Harry suspirou:

- Posso ao menos te ajudar a procurar suas coisas?

- Vossa alteza anda muito ocupado. Não precisa se preocupar. Tudo volta eventualmente, nem sempre como espero, mas...

- Não me importo em ajuda-la, Luna. Se aceitar mais facilmente poderemos achar tudo rápido e voltar aos nossos compromissos.

- Você tem certeza...

- Eu insisto!

Ela o encarou por alguns segundos, então acenou com a cabeça e começou a andar, ele seguiu ao lado.

- Você sabe que eu vou acabar descobrindo quem fez isso – disse Harry após alguns segundos de caminhada silenciosa. – Também tudo o mais que fizeram.

- Eu sei.

- Eles falam coisas, do que te chamam? – perguntou se lembrando de Pansy mais cedo.

- Di-lua. Lunática. Nada tão ruim quanto com você.

- Eu vou impedir que se repita.

- Não precisa se incomodar.

- Mas eu vou – disse firme, encarando-a nos olhos.

Luna manteve o contato por alguns segundos, verde e azul, grama e céu, então sorriu:

- Obrigada.

- Talvez você não agradeça quando eu terminar – murmurou sombrio, deixando que sua magia saísse um pouco, apenas porque queria saber como ela reagiria.

Como será que uma fada da natureza e da vida reagiria a um agente da dor e da morte?

Uma magia sombria, destrutiva, faminta como a sua incomodaria facilmente, mas Luna nem mesmo piscou. Ela pareceu... apreciar a sensação de tê-la tão perto. Um monstro contido acariciando sua pele.

- Eu não me importo, vossa alteza – respondeu e sorriu mais, dessa vez não daquela forma etérea, pura e de olhar longínquo. Não. Ela estava muito presente e encarava diretamente a essência sincera de Harry quando disse: - Pode fazer como desejar.

Aquilo foi a confirmação do que tinha sentido, Hazz retirou seus óculos, dando uma boa olhada na magia da garota.

Algodão.

Branco, macio, limpo, puro e sincero. Várias camadas de algodão flutuando a sua volta. Mas branco não é nada se não a mistura de todas as cores. E sua magia parecia fria como a neve, Harry soube que Luna poderia ser muito útil.

Ela parecia disposta a ser, o que era o melhor.

Ele poderia pintar aquela imensidão branca como quisesse.

Sua magia se agitou, um pouco mais liberta, um pouco mais recheadas das vinhas negras, mostrando sua raiva e crueldade:

- Os Nargles não vão se importar de você ficar muito perto de mim?

- Não.

- Ninguém mais vai incomodá-la, Luna. Eu te garanto.

- Eu acredito.

Luna apreciou quando um dos olhos de Harry se tornou vermelho, apenas por um segundo, antes dele piscar e começar a guardar sua magia novamente. Os dois permaneceram se olhando por apenas mais um tempo e então, naturalmente e juntos, se viraram para voltar a andar.

A loira ficou muito satisfeita com a promessa de seu príncipe, mas principalmente estava animada que Tom parecia tê-la aprovado também.

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Gente eu realmente acho que a música que eu coloquei se encaixa muito com o Hazz e a Luna.

Para o próximo capítulo esse é o possível título: "A família que tivemos e a que escolhemos".

Participações confirmadas: Sirius Black, Remus Lupin e Tom.

Será postado na terça-feira (se tudo correr bem) e devido ao meu TCC já aviso que talvez eu abaixe a frequência para escrever a fanfic, por enquanto continuarei tentando dois capítulos por semana, mas não sei até quando vou conseguir.

Espero que tenham gostado!

PS: Gente, uma pequena votação só de brincadeira, com quem vocês mais imaginam o Harry até agora e com quem vocês menos imaginam?

1) Viktor Krum x Harry

2) Neville x Harry

3) Draco x Harry

5) Harry x Gêmeos

5) Harry passador de rodo x seu harem completo

Só por curiosidade mesmo.

PS2: VOCÊS VIRAM O NOVO TRAILER de animais Fantásticos? Gellert Grindewald praticamente se assumiu cadelinha do Dumbledore na minha opinião, o cara SÓ FALAVA que se o Dumbledore quisesse ELE TAVA DISPONÍVEL era só QUERER que ele aceitava os dois trabalharem juntos de novo. O cara não parava de falar que o Dumbledore tinha dito que eles estariam JUNTOS, que eles isso, que eles aquilo. Ele quer o boy de volta, só que nem por isso vai abandonar a ideia de matar trouxa safado kkkkk.

Aí me perguntam porque eu faço o filho do Gellert ficar enchendo o saco do Dumbledor: por isso! O pai era mó chonado no cara que prendeu ele, eu IA MUITO ser sacana com os dois.

PS3: To com um perfil do ticktock pra postar umas edits dessa fic, se quiserem é meu @é misaki.blacklefay

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