Capítulo 7 - Regras
Marcela seguiu com a mão na barriga sendo auxiliada pela professora e Giordânia que tentava segurar a vontade de chorar vendo a mãe pálida.
– Para... por favor, para. – Marcela pediu e passou a mão por baixo do vestido sentindo algo escorrer pelas pernas.
A professora olhou assustada para a mão da diretora quando viram os dedos manchados de sangue e a aluna tirou o celular imediatamente para ligar.
– Liga para o Rogério se apressar! – Marcela falou alto deixando ambas mais assustadas.
– Rápido Gio! Agora! – Marcela falou começando a ficar desesperada, a respiração estava falhando e sentia o peito doer pensando que poderia ter um aborto ali mesmo.
– Vamos nos sentar. – A professora falou enquanto levava a diretora para um dos bancos próximo ao bebedouro e pegou o copo de plástico para dar água a diretora.
Giordânia tirou o celular do bolso trêmula e começou a digitar o número do celular pai errando algumas vezes antes de finalmente conseguir.
A garota olhava para a mãe e andava para os lados apressada esperando que seu pai finalmente atendesse a ligação.
– Pai! Vem para a escola! A mamãe está perdendo meu irmão! – Giordânia falou rápido respirar e pôs a mão no peito quando sentiu o peito doer.
Rógerio não pensou muito, começou a buzinar enquanto se aproximava da entrada do colégio chamando atenção do porteiro para abrir o portão rápido.
– Estou quase na frente da escola, liga para o Tadeu e avisa que ele precisa chegar o mais rápido possível no hospital Varella da sede próximo ao terminal do Papicu. – Rogério falou com o celular no ombro e o soltou sem desligar enquanto mudava de faixa e acelerou ao ver os portões abertos.
O fiscal do porto passou rápido e só parou na frente do bebedouro freando cantando pneu bem próximo ao meio-fio.
Giordânia correu para abrir a porta do banco dos passageiros e Rogério foi até a ex-mulher e a carregou até o banco onde a colocou e a filha fechou a porta.
– Me diz o que houve. – Perguntou para a professora, estava ofegante apoiado com uma mão no joelho e no para choque.
– Melhor perguntar a elas depois de levá-las, a Gio já avisou ao Tadeu. – A professora falou preocupada com a gravidade da situação.
– Tem razão, é o que vou fazer. – Rogério concordou, foi rápido para o carro e depois de entrar, fechou a porta e saiu da mesma forma que entrou.
A professora olhou para trás e viu Victor sair andando com o irmão levando as bolsas como se nada tivesse acontecido, fechou o punho com força incomodada com a petulância e a maldade do rapaz, então, seguiu em direção a secretaria da escola conversar com quem realmente consegue pôr o aluno no seu lugar.
Se essa mulher o aceitar quebrar as regras que ela mesma impôs isso vai se tornar frequente. Pensou irritada caminhando rápido.
Assim que entrou na portaria fechou a porta com força chamando atenção de Áurea e Celeste que a olharam surpresas com a atitude.
– Nós precisamos conversar. – A professora falou sério olhando a auxiliar de Celeste que a encarou mantendo o olhar.
– Em particular. Saia Celeste! – Disse para a secretaria da escola.
Celeste se levantou querendo ir até a professora tirar satisfações pela forma que falou, mas, a auxiliar a olhou e negou.
– Se acalme, ela parece bem nervosa, basta olhar para as suas mãos. – Áurea falou para a secretária da escola.
A professora olhou para as próprias mãos se surpreendendo ao notar que estavam tremendo, ainda tinha resquícios de sangue de quando segurou a da diretora para conseguir andar.
– Não faça disso costume. Val. – Celeste avisou a professora e conforme foi pedido e deixou a sala indo para a dos professores.
Val entrou na área dos funcionários, Áurea pôs a cadeira de Celeste na sua frente, a professora se sentou e sinalizou que esperasse um pouco antes que começasse a contar.
A senhora continuou calada, mantinha a atenção no seu caça palavras aguardando a professora explicar o motivo do rompante.
– A senhora precisa por uma focinheira nesse cachorro do seu filho que estuda aqui. – Val falou sério.
– Eu espero que não estar falando do meu neto. – Áurea falou a encarando e Val respirou fundo antes de negar.
– Continue, então. – Pediu.
– Victor e Marcela se encontraram há alguns minutos, não sei o que foi dito e nem me interessa, porém, ela estava extremamente pálida e tendo sangramento vaginal, uma mulher grávida não pode ter esse tipo de estresse. – Val contou o que viu.
Áurea a olhou mantendo a frieza de costume, de fato, Victor tinha se excedido, mas, sabia o motivo principal para o embate, também, tinha ciência que Marcela queria que Frederico desse os nomes dos alunos que vendiam e usavam drogas na sala e aquilo faria que pensasse duas vezes antes de enfrentá-lo.
– Espero que ela fique bem. Vou tomar as atitudes pertinentes. – Áurea respondeu.
– As manipuladoras podem contar mais, uma delas o enfrentou na cantina. – Val avisou antes de se levantar.
– Depois de molhar o rosto e lavar as mãos vá se desculpar com Celeste pela forma que falou com ela. Sabe que essa mulher com rancor é o pior inimigo de alguém. – Áurea a aconselhou.
– Claro. – Val concordou, tinha se excedido, mas, a situação era delicada e seguiu para o banheiro dos professores.
Áurea deixou as palavras cruzadas sobre a mesa e massageou a testa, aquele dia parecia só piorar e pegou o telefone da escola, discou os números do telefone e logo foi atendida.
– Controle o Victor ou vou pôr os irmãos dele na pior escola do bairro inimigo para que sejam surrados todos os dias e viciados como a mãe dele foi. – Falou sério.
O interlocutor revirou os olhos despreocupado com a ameaça velada e desamarrou a toalha para se sentar sobre ela enquanto uma mulher nua se sentou no seu colo.
– O que ele fez? – Perguntou e negou o beijo que ia receber.
– A filha da diretora o provocou e além da surra fez algo que a diretora começou a passar mal, pode até perder o filho. – Áurea respondeu.
– A tal diretora que quer os nomes dos alunos viciados? – Perguntou sem se importar.
– Exato. Não preciso que essa mulher o expulse, ele faz muito bem o serviço dele aqui. – Áurea respondeu irritada.
O homem continuou calado por alguns segundos, pensativo.
– Vou dar uma advertência, ele sabe que não é para chamar a atenção, mesmo tendo feito essa mulher recuar. – O homem respondeu.
– Faça o que for necessário. – Áurea avisou. – A puta vai fazer o que mandei? – Perguntou lembrando de outro assunto pendente.
– Vai. Por alguns dias não vou deixá-la atendendo só trepando nos quartos, digamos que foi preciso ser mais agressivo. – Respondeu olhando a própria mão, estava doendo dos tapas que deu.
– Certo. Não deixe os garotos só para ir comer tua nova puta. – Áurea falou antes de desligar.
O homem colocou o celular de lado e a beijou sem se importar, a amante não era nenhuma santa mesmo.
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