Capítulo 15
Depois que saiu do navio Vitória foi em direção à feira onde estavam os outros marujos, e lá encontrou com Jaqueline.
- Olá! Gostaria de agradecer por me emprestar seu lugar para dormimos! - Disse Vitória sorrindo.
- Ah, sem problema! - Diz Jaqueline sorrindo também, ela não havia se dado bem com Suzana, mas era simpática com Vitória.
- Olha Caio! Que lindo! - Dizia Emília apontando para uma barraca a uns metros dali e indo andando com o seu irmão.
- Eles não vão se perder? - Diz Jaqueline sorrindo.
- Posso te pedir mais um favor? - Exclamou Vitória - Cuida deles para mim? É perigoso ficarem comigo. Por favor?
- Olha...
- Só te peço isso, são crianças!
- Tudo bem. Mas você volta para vê-los?
- Farei o possível, muito obrigada! Serei eternamente grata! - Vitória fala colocando o capuz e se misturando na multidão.
Jaqueline respira fundo, se vira e volta para a embarcação.
- Vamos homens!
- Uê! Cadê? - Diz Caio vendo os homens voltando para o barco aos montes e nada de Vitória.
Ele vê Jaqueline parada olhando para eles.
- Vamos pequenos?
- Já sou quase adulto! E onde está a nossa amiga? - Dizia Caio olhando em volta.
- Ela já vai voltar, tem umas coisas para resolver!
- E por que não nos avisou? - Caio deu um passo para trás.
- Vamos logo para o barco? Ela não é mãe de vocês!
- E nem você! - Caio pega Emília no colo e corre para o meio das pessoas que estavam amontoadas na feira.
Jaqueline fica para trás na expectativa de alcançá-los.
- Droga! - Jaqueline volta para a embarcação.
Os homens já estavam guardando as comidas compradas e a maioria delas que haviam sido roubadas com muita lábia e destreza.
- José! - Diz Jaqueline descendo as escadas correndo.
- O que foi Jaque? - Pergunta Skip.
- Preciso de ajuda. Pegue suas espadas e suba que vou chamar os outros três. Perdi as crianças...
Skip consente com a cabeça e sobe correndo.
Jaqueline logo chega a sala de José.
- José?
José estava ajoelhado. Ele rezava.
Ela esperou um pouco. Logo ele se levantou.
- Qual o motivo da gritaria irmã?
- As moças foram embora e eu perdi as crianças!
- As crianças não iam com elas?
- Não. Elas iam ficar comigo. Preciso ir buscá-las! Conto com você...
- Vamos. - José sai do quarto e esbarra em um marujo que passava com uma caixa de frutas.
Sem este perceber ele rouba sua espada.
Subindo as escadas encontra Pietro com a camisa aberta e calçando a bota pelo corredor.
- Aonde vão sem mim?
- Vamos em uma missão. - Diz José - Cadê Estevão?
- Estou aqui! - Diz Estevão saindo de seu quarto com a cinta de Pietro e com as espadas de ambos os dois.
- Não acharam que eu ia perder essa né? Quem cuidaria do bebum aí? - Diz Pietro se referindo à Jaqueline.
- Pelo menos não perco as botas pelos quartos dos marujos meu caro amigo! - Diz Jaqueline rindo e subindo para o convés.
Logo atrás vão José, Pietro agora já quase todo ajeitado e Estevão com as espadas e com os bolsos cheios de suas iguarias.
- Capitão! As crianças! Consigo vê-las! - Diz Skip com uma luneta velha, mas muito eficiente - Estão subindo aquele pequeno morro. Logo chegarão à floresta.
- Vamos logo. Aquela floresta é amaldiçoada! - Grita Estevão descendo para o cais.
- Vamos todos! O resto dos homens cuidem do navio e guardem as comidas! - Diz José o seguindo.
Assim desceram os cinco José, Estêvão, Skip, Pietro e Jaqueline. E todos foram correndo pelo meio das pessoas na cidade indo em direção ao pequeno morro de florestas amaldiçoadas.
Vamos para a floresta. No meio das árvores vemos duas crianças relativamente perdidas, um pouco mais à frente vemos um pequeno descampado no meio das árvores, um espaço aberto por assim dizer.
- Vitória! - Gritava Caio em meio às árvores.
- Moça! Moça... - Chamava a pequena Emília.
De repente Caio ouve um barulho no meio da árvores e segura Emília tapando sua boca.
- Fica quietinha irmã...
Eles ficam entre os arbustos e vêm a bela dama andando no meio das árvores.
Era uma mulher branca, tinha cabelos ruivos, cacheados e longos, porém estavam presos em uma trança que ia até sua cintura e por cima destes tinha um enorme chapéu branco que a protegia do sol que estava quase todo tapado por nuvens que iam e vinham, em seu corpo havia um vestido longo e branco, com um leve decote em V, mas completamente leve e solto, de forma que dançava ao vento, sendo apenas um pouco justo em baixo dos seios. E o que mais? Bom, ela usava botas pretas, como botas de um caçador, seus olhos enormes e verdes enfeitiçavam, e em suas costas havia uma aljava que suportava mais de cem flechas incluindo "A Surpresa", sua incrível espada que era passada de geração em geração
Suas botas pretas quebravam galhos e esmagavam lindas flores sem nenhuma piedade.
Caio segurava a boca de sua pequena irmã enquanto via a bela dama passar. Sua pele era tão branca que mais parecia uma boneca de porcelana.
Estava tudo tão quieto naquele momento que eles logo puderam ouvir um grito, e vinha de um lugar que estava um pouco mais a frente daquelas árvores, eram as duas irmãs.
- Não vai ir comigo! Eu te trouxe aqui para ser treinada para caçar humanos e ao invés disso você se tornou amiga deles? Eu sou sua tutora, e estou te ordenando que fique longe de mim!
- Eu larguei o navio deles, você tinha razão Suzana... Ele não pode morrer, eles todos... Não podem ser caçados, e eu em minha teimosia de querer ser sempre excelente em minhas tarefas acabei colocando não só a minha vida, mas a sua também em risco! Me desculpe irmã... Leve-me com você, seja lá para onde você estiver indo.
- Não posso Vitória... Você me decepcionou demais, achei que tivesse me escolhido como tutora porque eu fui muito boa no meu teste e reconhecesse isso, mas você só esperava que eu acobertasse suas aventuras. Tenho que ir para Portugal, vou continuar a jornada mesmo sem você por perto.
- Mas Suzana eu quero ir com você... Você é a minha irmã não é?
- Nossa... Que cena mais patética! - Disse a boneca de porcelana.
As irmãs se viraram assustadas e logo seus instintos começaram a funcionar.
- Não parece que ela veio fazer um piquenique! - Diz Vitória sussurrando para Suzana.
Suzana serra seus dentes e pergunta - Quem é você?
- Sou Katterine Ornoff, mas pode me chamar de... Seu pior pesadelo! - Diz a boneca mostrando seus verdadeiros olhos, vermelhos e limpando suas presas que agora saiam e se mostravam.
- Uma sangue-suga? Achei que estivessem extintos a anos... - Disse Vitória.
- Pois é irmã, tem muita coisa escondida nesse mundo de terra! Se prepare!
- Não gosto de discursos. Não sou sangue-suga, aqui somos conhecidos como vampiros, e eu fui contratada para matar vocês. Mas não imaginei que fosse tão fácil. Vamos acabar com isso.
Suas costas ser contraíram e dessas saíram asas negras como asas de morcego. Suas orelhas ficaram pontudas, seus braços foram dolorosamente alongados e suas unhas se tornaram enormes garras. Ela rugiu e começou a voar em direção às irmãs.
- Vitória!
- Já sei!
As duas puxaram suas espadas das cintas e quando ela estava chegando perto se afastaram e passaram as espadas nas asas da vampira. Mas essa virou fumaça, sumindo bem diante de seus olhos.
- Onde ela está? - Perguntou Suzana.
- Não a vejo. Ela é um monstro!
- Não irmã... Nós somos os monstros! - Suzana se virou enfiando a espada no ar.
Ar que logo começou a se revelar e mostrou o corpo da vampira espirrando sangue.
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