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Capítulo XXXV


Yex avançava silenciosa na noite, como uma das muitas sombras que a rodeavam. O grupo tinha abandonado o resto dos Rebeldes dois dias antes e, na manhã desse dia, tinha conseguido entrar na cidade discretamente. Agora estava na hora de fazerem o seu ataque. Ela tinha a cara tapada e o cabelo atado, avançando pelas ruas escuras e já desertas de gente. Ali dentro, só se ouvia o som do rio corrente e o silêncio ensurdecedor de todos os que dormiam nas suas próprias casas, ignorantes do que estava por vir.

Não era difícil para ela abafar a consciência. Estavam em guerra, e aqueles soldados que ela se propunha a assassinar durante o sono iriam acabar mortos de qualquer forma, provavelmente sofrendo um final muito mais doloroso do que ela lhes preparava. Estava a fazer-lhes um favor. Sentiu o peso dos pequenos frascos de veneno que carregava, o metal frio da adaga presa à coxa e a magia que lhe corria nas veias. Ela não falharia.

Primeiro problema: os guardas que protegiam a entrada do edifício.

Aquele dormitório onde os guardas da cidade dormiam era um velho templo, uma torre alta com salas colocadas em andares diferentes à volta de uma escadaria central. Tinha-o visitado no passado, antes de a Torre o converter, e achava saber onde estariam as salas mais importantes. Mas o edifício tinha uma única entrada, protegida a todas as horas do dia e da noite por guardas armados e as janelas eram demasiado altas para ela lhes entrar e, mesmo se assim não fosse, estavam tapadas por barras. De onde estava escondida, ouvia um par a conversar baixinho, acordado e atento ao que os rodeava, de guarda. Ela era boa a esconder-se nas sombras, mas não podia tomar o risco de sequer um deles ser rápido o suficiente para dar o alarme.

Fechando os olhos, sentiu a energia daquele par, e a de outro que rondava o edifício circular à procura de ameaças. Sentiu a constelação feita pelos guardas que dormiam nos diferentes andares daquele sítio, calmos no seu sono, e, estranhamente, a de um mago que dormia sozinho no topo do edifício.

Rangeu os dentes, irritada. Mas não ia parar por causa disso.

Ergueu os olhos para a lua crescente e pediu-lhe desculpas. Os Deuses que a perdoassem, mas os velhos tabus não a podiam impedir de conseguir o que precisava, não assim tão perto. Se tivesse feito isto talvez não tivesse sido capturada em Nushnalt, e tinha aprendido com o seu erro. A esta hora, os restantes rebeldes que a acompanharam até à cidade já deviam estar a tomar, silenciosamente, os guardas ainda acordados que protegiam a muralha.

Respirou fundo e, de olhos fechados, puxou a energia dos guardas acordados para longe deles. Roubou-lhes a vida. Os pobres homens não deviam ter sequer percebido que aquele cansaço súbito foi causado por algo mais que sono, que não era o cansaço normal de um noite de trabalho. Yex puxou aqueles fios de luz para si, com cuidado, optando por não os deixar dispersar para o ar frio do deserto. Se precisasse de mais energia, não ia poder roubá-la ao Sol durante a noite.

Só abriu os olhos quando deixou de sentir a luz da vida naqueles homens. Eles pareciam só ter adormecido, sentados no chão contra a parede áspera de ambos os lados da porta que guardavam. Os outros dois estavam deitados no chão da rua, escondidos nas sombras da noite, tendo caído sem sequer um som. Ela avançou, sabendo que já não havia naquela rua ninguém que a pudesse ver.

Segundo problema: passar a porta trancada.

Um dos mortos tinha uma chave à volta do pescoço, e ela roubou-a sem dificuldade. Antes de entrar sentiu perto da entrada,um grupo de homens ainda acordados, sentados num círculo. Yex fechou os olhos e fê-los desmaiar. Nenhum deles lhe pôs qualquer tipo de resistência.

Só depois girou a chave e abriu a porta, encostando-a, destrancada, atrás de si. Aquele grupo de guardas tinha adormecido no meio de um jogo de cartas, com as cabeças deitadas sobre os braços que ainda seguravam os pequenos retângulos de papel impresso. Ou pelo menos era isso que parecia. Ainda estavam vivos, tenuamente, e ela pegou no pequeno objeto de metal e vidro já cheio de veneno para acabar com eles. Não o usava há gerações, mas a marca das pequenas agulhas ainda se parecia com a mordida letal de uma cobra quando o usou para garantir que aqueles homens não voltavam a acordar.

Eram vítimas de uma guerra da qual talvez nem tivessem conhecimento e, na sua ignorância, tinham escolhido o lado errado do conflito.

Terceiro problema: ignorar a culpa até, pelo menos ter acabado o trabalho.

Apagou a lâmpada a óleo que iluminava o pequeno átrio de entrada e os corpos moles dos guardas, preferindo a escuridão. Subiu os degraus da escada central em silêncio absoluto, usando luz da vida em cada um dos dormitórios para encontrar as portas certas onde entrar. A primeira estava destrancada, e ela deixou-se entrar. Estava rodeada de homens adormecidos que não acordariam de manhã. Sacou da sua adaga e de um saco de pó venenoso, e, qual melga esfomeada, pairou sobre um de cada vez. A lâmina estava afiada o suficiente para que um leve arranhão quase indolor conseguisse expor sangue, e isso era o suficiente para que o pó entrasse no corpo deles para acabar o serviço. Ser-lhes-ia não mais incómodo que uma picada de mosquito e, antes do pôr-do-sol, já seria demasiado tarde para os salvar.

Eles não sentiram nada, e ela também não, enquanto avançava de cama em cama distribuindo morte. Haveria tempo para sentir, depois, para pedir perdão aos Deuses pelo que tinha feito.

Mas não aqui. Não agora.

Subiu as escadas até ao dormitório seguinte, e repetiu tudo com o próximo grupo de soldados adormecidos. Depois, fê-lo de novo.

E de novo.

Cada soldado que neutralizava ali era um a menos para se opor aos seus aliados, menos uma ameaça com que lidar no campo de batalha.

Estava nas escadas, fazendo o seu caminho para o andar seguinte, quando o sino de alarme da muralha começou a tocar. O quarto problema, sair dali inteira, tinha acabado de se tornar bem mais difícil de resolver.

Praguejou em silêncio, descendo as escadas o mais veloz e silenciosamente que podia, abandonando o resto do serviço. Não devia ter depositado tanta confiança nos colegas que tinham ficado incumbidos de tomar a muralha; qualquer que fosse o erro que tivessem feito para deixar que o alarme fosse lançado, podiam ter acabado de custar a vida a muitos dos seus.

Saiu do edifício e trancou a porta atrás de si, deixando a chave na fechadura. A maioria dos soldados envenenados ainda estariam capazes de acordar, e ela só esperava que a Torre não tivesse como neutralizar os efeitos do veneno que ela usou. Ela respirou fundo e avançou pelas ruas sem correr, à procura de um lugar onde se esconder até que o nascer do sol ou o sair de curiosos à rua a tornasse menos suspeita. Já estava relativamente longe quando ouviu os guardas já acordados a bater contra a porta trancada, para já incapazes de a destrancar por dentro quando a fechadura já tinha uma chave nela, e esperou que aquilo lhe comprasse os momentos de que precisava para desaparecer.

Havia pouco ou nada que pudesse fazer agora, por isso apenas esperou que a manhã chegasse para se poder esconder no movimento das ruas. Não tinha acabado o serviço. Mesmo assim, seria apenas uma questão de tempo até o homens que atacou, dentro do dormitório, se começassem a sentir mal, e pouco mais que isso até que caíssem para o lado, mortos.

Aquilo, para bem ou para mal, estava feito. Mas ainda havia muito trabalho pela frente.

~~~~

O avanço era lento. Transportar aquela cidade ambulante que albergava quase todo o pequeno exército rebelde fazia com que ele não fosse capaz de cobrir tanto terreno quanto poderia fazer sozinho. Mas Nedoy não se importava.

Se tudo corresse bem, esta noite seria a última que passariam ali. De manhã deixariam as tendas com um grupo mais pequeno, composto pelas pessoas que, por não poder ou por não querer, não os acompanhariam no ataque à cidade. Já não montavam fogueiras durante a noite há bastante tempo, mas esta era a primeira noite em que temiam realmente ser vistos. Durante o jantar, só se ouvia uns poucos sussurros, nada como as cantigas e danças que dias antes ainda animavam o grupo.

Ele ajudava a organizar soldados. Não sabia se o que via nas faces deles era respeito, medo ou uma mistura de ambos, mas, depois de ter treinado com eles tantas vezes, a maioria já não evitava cruzar-se com ele e Nedoy já não temia dormir entre aquelas pessoas. Era progresso, e bem necessário; durante o ataque, não queria ter de proteger a sua própria retaguarda.

Naquela manhã, o silêncio frio era só pontilhado pelo afiar de espadas e o conferir de pistolas. Os olhares que os combatentes lançavam entre si diziam tudo.

Foi bom conhecê-los. Esperava-os do outro lado, mas sabia que nem todos teriam a sorte de conseguir chegar lá.

Alguns escreviam, sentados no chão à volta de um potinho de tinta, com penas ocas de pássaro. Alguém lhe entregou um papel e, vendo a sua expressão confusa, explicou-lhe que aquilo era tradição, que aquelas cartas só seriam lidas se quem as escrevia não sobrevivesse à luta. Eram a última hipótese de dizer aquilo que só admitiria sobre o seu próprio cadáver.

Fechou os olhos, segurando a tristeza. Sabia que estava metido naquela guerra, demasiado fundo para sequer pensar em desertar. E sabia que podia morrer ali. Desde a sua adolescência que se imaginou a morrer em batalha, não vendo mais nenhuma opção viável para um soldado de profissão. Mas fazer aquilo, pôr a pena sobre o papel para o que poderiam muito bem ser as suas últimas palavras, tornava tudo aquilo muito mais real e intenso.

Fechou os olhos, sentindo a luz da vida que emanava de cada uma daquelas pessoas silenciosas, de cada um dos seus aliados. Tinha treinado, lutado e sangrado à beira deles. Cada um tinha as suas próprias razões para ali estar, para combater contra a Torre que ele tinha um dia servido. Não segurou o sorriso que lhe subiu à face nem a humidade que lhe subiu aos olhos.

O que seria feito dele se aquele dia em que desertou da Torre tivesse sido só mais um dia normal? Ou se não se tivesse, por um qualquer acaso, cruzado com aquela bruxa albina que avançava sozinha pelo deserto? Talvez o destino tivesse tido mão nisso tudo, afinal. Talvez, apesar de tudo, ele não fosse tão incólume a ele.

Agora conseguia sentir a energia vibrante do mundo. Sabia ser um bruxo, e já não achava que essa palavra fosse o pior insulto em toda a sua língua.

Podia morrer neste ataque mas, pelo menos, tinha vivido primeiro.

Com sorte, aquela carta que escrevia nunca seria lida. Com sorte, ele sobreviveria mais um dia, e teria a alegria de a queimar numa fogueira alta, acesa quando já não tivessem mais medo de ser detetados. Fechou-a sem lacre, assinou-a com o seu nome e com o do destinatário, e juntou-a a um cesto de verga que uma jovem usava para as recolher.

Pouco depois, Inês começou a gritar ordens. Levantou-se do chão, sacudindo o pó das calças gastas, e foi apetrechar a égua branca. Nestas últimas horas de marcha, teriam de ficar em formação. A cidade de Porto Seguro era enorme e, depois do ataque nocturno dos assassinos que tinham mandado à frente, estaria ainda mais alerta do que era costume. Ele só esperava que a jogada suja que os Rebeldes lançaram tivesse funcionado. Senão, duvidava terem hipótese.

...

O avanço era lento. Transportar aquela cidade ambulante que albergava quase todo o pequeno exército rebelde fazia com que ele não fosse capaz de cobrir tanto terreno quanto poderia fazer sozinho. Mas Nedoy não se importava.

Se tudo corresse bem, esta noite seria a última que passariam ali. De manhã deixariam as tendas com um pequeno grupo das pessoas que, por não poder ou por não querer, não os acompanhariam no ataque à cidade. Já não montavam fogueiras durante a noite há bastante tempo, mas esta era a primeira noite em que temiam realmente ser vistos. Durante o jantar, só se ouvia uns poucos sussurros, nada como as cantigas e danças que há dias antes animavam o grupo.

Ele ajudava a organizar soldados. Não sabia se o que via nas faces deles era respeito, medo ou uma mistura de ambos, mas, depois de ter treinado com eles tantas vezes, a maioria já não evitava cruzar-se com ele e Nedoy já não temia dormir entre aquelas pessoas. Era progresso, e bem necessário; durante o ataque, não queria ter de proteger a sua própria retaguarda.

Naquela manhã, o silêncio frio era só pontilhado pelo afiar de espadas e o conferir de pistolas. Os olhares que os combatentes lançavam entre si diziam tudo. Foi bom conhecê-los. Esperava-os do outro lado, mas sabia que nem todos teriam a sorte de conseguir chegar lá. Alguns escreviam, sentados no chão à volta de um potinho de tinta, com penas ocas de pássaro. Alguém lhe entregou um papel e, vendo a sua expressão confusa, explicou-lhe que aquilo era tradição.

Aquelas cartas só seriam lidas se quem as escrevia não sobrevivesse à luta. "Cartas da morte", chamaram-lhes. A última hipótese de dizer aquilo que só admitiria sobre o seu próprio cadáver.

Fechou os olhos, segurando a tristeza. Sabia que estava metido naquela guerra, demasiado fundo para sequer pensar em desertar. Sabia que podia morrer ali; desde a sua adolescência que se imaginou a morrer em batalha, não vendo mais nenhuma opção viável para um soldado de profissão. Mas fazer aquilo, pôr a pena sobre o papel para o que poderiam muito bem ser as suas últimas palavras, tornava tudo aquilo muito mais real e intenso.

Fechou os olhos, sentindo a luz da vida que emanava de cada uma daquelas pessoas silenciosas, de cada um dos seus aliados. Tinha treinado, lutado e sangrado à beira deles. Cada um tinha as suas próprias razões para ali estar, para combater contra a Torre que ele tinha um dia servido. Não segurou o sorriso que lhe subiu à face nem a humidade que lhe subiu aos olhos.

O que seria feito dele se aquele dia em que desertou da Torre tivesse sido só mais um dia normal? Ou se não se tivesse, por um qualquer acaso, cruzado com aquela bruxa albina que avançava sozinha pelo deserto? Talvez o destino tivesse tido mão nisso tudo, afinal.

Agora conseguia sentir a energia vibrante do mundo. Sabia ser um bruxo, e já não achava que essa palavra fosse o pior insulto em toda a sua língua.

Podia morrer neste ataque mas, pelo menos, tinha vivido primeiro.

Com sorte, aquela carta que escrevia nunca seria lida. Com sorte, ele sobreviveria mais um dia, e teria a alegria de a queimar numa fogueira alta, acesa quando já não tivessem mais medo de ser detetados. Fechou-a sem lacre, assinou-a com o seu nome e com o do destinatário, e juntou-a a um cesto de verga que uma jovem usava para as recolher.

Pouco depois, Inês começou a gritar ordens. Levantou-se do chão, sacudindo o pó das calças gastas, e foi apetrechar a égua branca. Nestas últimas horas de marcha, teriam de ficar em formação. A cidade de Porto Seguro era enorme e, depois do ataque nocturno dos assassinos que tinham mandado à frente, estaria ainda mais alerta do que era costume. Ele só esperava que a jogada suja que os Rebeldes lançaram tivesse funcionado. Senão, duvidava terem hipótese.

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Olá seres humanos e derivados!

Eu sei que este capítulo foi mais curto que o costume, mas achei que isto ajudava a manter a tensão alta durante todo ele. Concordam comigo?

O que acham deste lado da nossa bruxa favorita? Ela ser assassina nos tempos livres, honestamente, acho que é uma grande parte da personalidade dela... que eu, neste rascunho, fui péssima a explicar. Acham o mesmo? Por favor discordem 😂

Eu estou um bocado tensa de chegar ao fim. As coisas estão a descambar e a ficar tensas, e eu não vos quero desapontar 💔 Se bem que, quando vocês estiverem a ler isto, eu já devo estar quase quase a escrever o final (eu escrevo 7-10 capítulos à frente)... mais uma razão para me encorajarem, uh? 😉

(Update do dia em que postei isto: sim, estou literalmente a escrever o último capítulo hoje. Desejem-me sorte?)

Beijinhos!^3

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