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Capítulo XXXIII


Yex passou o dia seguinte em alerta, olhando sobre o ombro. Sabia que Mosé a queria viva, mas não seria a primeira vez que um dos seus lacaios ignorou ordens por se achar herói. Felizmente, não teria de se preocupar com isso por muito mais tempo, agora que se estava a preparar para sair da cidade. Tinham conseguido recolher as informações de que precisavam —mais até, ainda— mas isso não serviria de nada se fossem apanhados antes de as poder fazer chegar ao grupo Rebelde que, por esta altura, já devia estar a avançar para a ali.

Sair da cidade foi ainda mais fácil do que entrar. Àquela hora da manhã, havia todo o tipo de gente a passar pelos grandes portões, e os guardas eram rápidos e eficientes a deixá-los passar, a entregar papéis de registo e a analisar as mercadorias para garantir que não haveria contrabando. Yex sabia que aquela cidade seria bem mais difícil de tomar do que os sítios que tinham atacado até agora, mas isso nunca lhe fora tão óbvio até ver a forma oleada como aqueles guardas protegiam os portões. Aquela perfeição treinada era bem diferente do que aquilo com que tinham tido de lidar até agora, e isso deixava-a nervosa com o que estava por vir.

Quando finalmente saiu para o deserto e se conseguiu separar dos grupos de mercadores e de caçadores que saíram com ela, respirou profundamente. O calor da manhã era reconfortante, o silêncio do dia muito melhor que a cacofonia que enchia a cidade. Ela odiava estar presa entre muralhas e edifícios, principalmente sabendo que esta natureza selvagem estava tão perto, apenas escondida pelas terríveis paredes de pedra. O deserto podia ser perigoso, queimante, imenso e ameaçador. Mas era a sua casa.

–Agora que ninguém nos ouve, –disse Nedoy, guiando a égua branca para cavalgar ao lado do cavalo dela. –O que aconteceu com Mosé? O que descobriste?

Ela sorriu, incerta. –Pois. Ele está na cidade, escondido discretamente numa das casas da zona pobre. –Nedoy ergueu uma sobrancelha, mas não a interrompeu. –Ainda não conseguiu uma solução para a encrenca em que se pôs e, ao vê-lo, é óbvio que está cada vez pior. Se aquela magia toda não o está a pôr doente, é outra coisa qualquer. Está a ficar desesperado, e deve ter achado que estes livros teriam as respostas de que precisa.

–E têm?

–Não. –Espreitou para o horizonte, procurando entre a luz cegante do dia as formações rochosas e marcas fixas que lhe permitiam orientar-se. Suspirou. –Duvido que haja sequer solução e, honestamente, espero que não haja. Ele está a tentar fazer algo impossível, ao tentar vencer a morte, e está a sofrer por isso. Acho que merece.

Nedoy não foi discreto a olhar para ela. Ele não conhecia aquele homem, aquele monstro, sabia-lhe apenas a reputação que Mosé tinha tido tanto cuidado a preparar. Não lhe sabia dos acessos de loucura, da forma como ele passava semanas inteiras quase sem dormir nem comer por se estar a focar num qualquer problema, nem da forma como, para ele, nada era tão valioso quanto os seus objetivos. Achar isso permitia-lhe destruir tudo o que se lhe pusesse à frente sem nenhum remorso.

E, por isso, Yex decidiu contar-lhe. Era proibido contar aquelas histórias a quem já não as soubesse, e por boa razão: eram tão terríficas que, se as pessoas as soubessem reais, até os mais leais seguidores do regime hesitariam. Mosé era culpado de atos que faziam o queimar de dissidentes na fogueira, uma das poucas tradições que continuava até hoje, parecer inócuo. Até para ela, que já tinha visto tanto, lhe era difícil pensar naquilo.

Mosé já era um monstro na altura em que apareceu em Nyin, ainda jovem, com pouco mais que a ajuda do irmão e a sua língua de prata para lhe dar vantagem ali. Yex sabia que ele tinha vivido tragédias, mas isso em nada desculpava a que tinha impingido nos outros. Tirava prazer da dor, parecia-lhe, ou, pelo menos, não se conseguia importar menos com a dos outros, ou não teria agido como agiu.

O irmão mais velho, Aron, era menos mau na altura. Devia sentir uma necessidade qualquer de proteger o mais novo e, ou por isso ou por medo, nunca se lhe opôs. Era um ótimo combatente, já aí, e aprendeu rápido a controlar e gerenciar o exército de gente que Mosé recrutava para o ajudar nos seus objetivos. Ele gostava disso, achava ela, gostava de ser um líder e um general. De início, preferiu ficar à distância, não entrar na batalha em si, provavelmente para não ter de ver a carnificina com os próprios olhos e poder continuar a pensar naquela gente como números, um problema qualquer de matemática, em vez de seres humanos vivos e com vidas além do campo de batalha. Mas não demorou até estar desensitizado, de deixar de se importar.

Nedoy escutou em silêncio, taciturno. Devia achar que ela mentia, inicialmente, mesmo sabendo bem que ela não tinha razão para isso. O ex-cavaleiro tinha servido aquele regime, aquelas pessoas, as mesmas que enterraram homens vivos para testar o veneno de diferentes cobras e que violaram crianças para lhes "dar" bebés brancos. As palavras fugiam-lhe da boca, talvez até da mente, com cada um daqueles contos de violência e dor, muitos dos quais Yex tinha pessoalmente presenciado. Não tinha forma de discordar dela.

–Lutaste com eles na altura, não foi? –perguntou Nedoy, olhando-a com uma curiosidade triste.

Ela acenou com a cabeça. –Com os exércitos deles, sim. Lado a lado com os outros Originais, na altura em que ainda estavam vivos. Ganhamos um montão de batalhas... –suspirou. –Não serviu de nada, no fim. Perdemos.

Nedoy tinha as palavras presas algures na garganta, como se receasse a reação dela se as soltasse em voz alta. Só depois de um longo momento é que ganhou coragem para lhe perguntar –Como? –Aclarou a garganta. –Quer dizer, não me leves a mal, mas... Eu vi aquilo de que foste capaz, quando te tiveste de defender em Vitomouro, e não consigo imaginar como é que eles tiveram hipótese de vencer contra um grupo de dez ou doze magos tão poderosos quanto tu.

Yex riu sem humor. –Não é óbvio? Eles jogaram sujo.

Ela não elaborou. Não lhe contou como eles primeiro tinham envenenado a água e, quando isso não resultou, aproveitaram o silêncio da noite para os atacar de surpresa, para os esfaquear nas costas antes que pudessem reagir, e como, depois de décadas sem alguma vez terem vencido contra os Originais, mataram quase metade deles num só ataque. O resto conseguiu destruir o grupo de assassinos, mas já era demasiado tarde. Yex nem sequer estava junto do grupo, essa noite, estava com um dos colegas, Ekkun'am, a caçar. Tinha sobrevivido por sorte ou por Destino.

–Mosé sempre foi fã de jogar sujo, –comentou, e Nedoy concordou com a cabeça.

Depois ficaram no silêncio confortável a que já estavam acostumados durante as suas viagens.

Quando paravam para descansar, durante os vários dias em que continuaram a avançar pelo meio inóspito do deserto, ele treinava magia. Estava a ficar cada vez melhor, Yex percebia-o na forma como a energia dele brilhava de forma mais intensa, na forma como ele perdia cada vez menos daquela luz a cada feitiço que fazia. Yex também lhe tentava ensinar como identificar as marcas naturais sobre o deserto para se guiar durante o dia, mas nisso não havia progresso.

Yex, por sua vez, aprendia a usar a espada. Não seria a sua primeira escolha no caso de haver uma verdadeira luta, mas estava a gostar de aprender algo novo. Nedoy era um mestre, isso até ela conseguia perceber na forma confiante como manuseava a lâmina roubada. Ele não se gabava, mas acabaram por falar dos anos de treino que teve sob a tutela da Torre e da forma como tinha sido ensinado. Os Irmãos sempre tinham garantido que a forma como treinavam os seus combatentes de elite era um segredo bem guardado, e esta era a primeira vez que ela realmente percebia o quão intenso o processo podia ser, a forma como a obediência e a lealdade lhes era empurrada para a mente desde o início, como eram propositadamente separados das famílias e de quaisquer amigos que pudessem ter fora dos treinos. Ela escutava-o a falar sobre isso sem comentar, reparando na forma como ele achava aquilo tudo tão natural, mesmo depois do tempo que passou entre os Rebeldes. Mas entretanto claro que continuava com os treinos.

–Tens a certeza que queres fazer isto? –perguntou-lhe ele, dançando com a espada num conjunto de truques que não a conseguiu intimidar, especialmente com a lâmina assim coberta de panos para que o treino não fosse letal.

Ela riu-se, pegando na sua própria espada para se pôr em posição. –Sim, pela milésima vez. De que serve saber as poses se depois não treinar?

Nedoy encolheu os ombros, segurando um sorriso. –Como preferires. Eu vou ter cuidado para não te cortar esse pescoço.

Puseram-se em posição, ela focada em sentir a forma como os pés lutavam contra o chão instável para a manter equilibrada e ele relaxando na pose. Ele avançou primeiro, receoso de lhe acertar, e ela não teve dificuldade em prever o movimento da lâmina para a evitar. Estava cada vez melhor a não ser atingida mas, até agora, o seu problema sempre tinha sido no contra-ataque. Porque é que tinha de se chegar tão perto para sequer o pôr ao seu alcance? Trocou os pés, mirando a lâmina para o lado exposto dele, mas ele foi rápido a reagir e a desviar o ataque, e o que se seguiu, e o próximo, antes de ela se ver forçada a saltar para trás para evitar o golpe que ele lhe apontou ao pescoço.

–E aquela parte de não me cortares a cabeça, uh?

Nedoy mudou de pose, rindo. –Ainda estás intacta, não estás?

Ela preparou-se para a barrada de golpes que sabia estar por vir e, quando ele avançou, estava pronta. Retorcia-se e recuava, saltando do caminho dos ataques que não conseguia repelir. Virou-se, atingindo Nedoy de surpresa antes que ele conseguisse reagir.

–Pensei que nunca mais! –disse ele, acelerando.

Yex riu-se mas não disse mais nada, demasiado focada para responder. Mesmo assim, com todos os seus cuidados, não demorou até que Nedoy conseguisse, mais uma vez, vencer o duelo. Quando acabaram, estavam ambos a rir, ela no chão mas ainda armada e ele ainda de pé, respirando pesado entre as gargalhadas, já sem fôlego. As pequenas batalhas estavam a durar cada vez mais, pelo menos isso era progresso.

–Estás a melhorar, –disse Nedoy assim que conseguiu voltar a respirar direito, estendendo-lhe a mão para a ajudar a levantar.

Ela aceitou-a –E tu ainda não pioraste muito, pa'am, –respondeu ela, sacudindo a areia e gravilha que se lhe colava às roupas. –Não sei se eu te conseguir atingir é mérito meu ou estupidez tua.

Nedoy riu-se, destapando a espada para a guardar. –Não me descontes assim, Yex. Ainda me estou a habituar a combater alguém que luta com a mão errada.

–Desculpas, desculpas!

Naqueles momentos em que riam juntos sob o dourado do pôr-do-sol, era facílimo esquecer que estavam ambos presos numa guerra da qual podiam não sair.

.......

Olá pessoas!

Eu estava a pensar cortar esta cena, mas achei demasiado divertido escrevê-la. É interessante vê-los a ser normais e a divertirem-se, no meio desta ***** toda por que estão a passar. Acho que é um bocadinho como a culminação da amizade deles, né? Qual é a vossa opinião sobre isso?

Já estamos na reta final! Estamos a 75%~ do número de palavras do rascunho original, e a ação está a aquecer. Espero que gostem do que eu tenho planeado! hehe >:3

Beijinhos!

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