Capítulo XIV
A cidade estava em festa. Ia haver um festival, contaram-lhe. Não era nada religioso, nem nada a ver com o resto das tradições de Nyin, não. Era algo exclusivo a Eshafra: uma competição de luta.
Aquela cidade parecia-lhe tão antiga quanto as outras mas, aparentemente, era recente o suficiente para ainda estar em construção. Isso explicava o porquê de metade dos habitantes ainda viver em tendas! Aparentemente tinha nascido ali, no meio de nada, exatamente para escapar às garras da Torre, construída por fugitivos e refugiados. Não era surpreendente, então, que a cultura local pusesse tanto ênfase na autodefesa e no combate.
Disseram-lhe que aquela competição era um ótimo teste do progresso dos alunos, um desafio para toda a pequena cidade. Mas parecia-lhe tão errado entrar ali, um desconhecido, e lutar com as pessoas que o tinham acolhido. Na verdade, até tinha medo de voltar a lutar, receio de que a forma como pousava os pés e como se movia traíssem demasiado do seu passado.
Não podia esquecer quem o tinha treinado, e tinha medo do que diria ou faria quando pusesse os pés na arena, com a adrenalina a correr-lhe nas veias e o instinto a substituir o pensamento.
Mesmo assim, não conseguiu resistir, e acabou por anotar o seu nome numa lista qualquer e isso foi tudo o que foi preciso para ele ficar comprometido. Ia lutar!
Naquela manhã, a pequena praça no centro da cidade de tendas começou-se a encher cedo. Estava tudo ainda mais decorado que o costume, com panos coloridos a dançar ao vento como bandeiras e fios de contas pendurados das varandas e dos topos das tendas, a dobrar a luz do sol e a tilintar de cada vez que a fraca brisa as fazia bater umas nas outras. O chão de pedra laranja do deserto tinha sido marcado com um grande círculo branco e, à sua volta, já havia gente sentada à espera, o cheiro a fritos e a especiarias rodeando-os ainda antes de os combates começarem.
–Pensei que te ia encontrar aqui, –disse Yex, aproximando-se.
–E eu pensei que nunca mais te ia ver.
Ela só encolheu os ombros. –Como se tu fosses sentir a minha falta, Cavaleiro. Mas, caso importe, estive ocupada.
–Imagino.
Uma mulher forte, de bochechas rechonchudas estava a medir o círculo que serviria de arena. Tinha o cabelo a começar a acizentar preso num rabo-de-cavalo curto e estava vestida com roupas à homem. À volta, a multidão curiosa crescia. Já não faltaria muito para os primeiros combates.
Duas rapariguinhas chegaram-se para o centro do grande círculo que delimitava a arena. Traziam nas mãos varas de madeira quase da mesma altura que elas. Não deviam ter mais de treze anos, mas ambas pareciam convictas de ser merecedoras da vitória. A multidão crescia ainda mais. Família e amigos, supôs, porque quem mais queria ver duas meninas a lutar?
–Não sabia que ia haver combate feminino, –comentou. A mulher que só podia ser a organizadora pôs-se no centro a debitar regras.
–E não há, –respondeu Yex.
Nedoy gesticulou para a arena, onde as duas miúdas falavam uma com a outra de uma maneira demasiado civil para quem estava quase a começar a lutar. Yex riu.
–O combate está aberto a todos, Nedoy. Se querem lutar, são bem-vindas.
Ele fez um esgar. –Até miudinhas daquela idade?
Yex só acenou com a cabeça.
Num instante, as varas bateram, soando mais alto do que ele estava à espera. O combate tinha começado. As meninas tentavam defender, moviam-se com uma lentidão inaceitável em batalha. Insistiam uma com a outra para se aproximarem do centro, empurrando-se com as varas, rasteirando o oponente, raramente batendo em qualquer braço ou torso desprotegido.
Elas eram rapariguinhas, mas ele não podia negar que lutassem bem. Para a idade.
Uma rasteira particularmente agressiva fez uma cair e, depois de uma contagem pela organizadora, o combate tinha acabado.
–É só isto?, –perguntou. À sua volta, a crescente multidão agitava as mãos no ar em palmas silenciosas.
Yex sorria. –As crianças vão primeiro! As coisas ainda têm tempo de aquecer.
Ele encolheu os ombros. Os próximos combates não foram lá muito diferentes. Mesmo sem perceber as palavras que a organizadora repetia a cada combate, as regras eram fáceis de perceber. Não atacar a cabeça. Quem sai do círculo é imediatamente desqualificado. Se cair ou for desarmado, tem um limite de tempo para voltar à luta.
A regra que demorou mais a perceber era a proibição de tirar as mãos sobre a vara. Isso criava situações interessantes, em que a posição decidida no início do combate definia o estilo que seria usado. Uns seguravam no pau como se de uma espada se tratasse, outros mantinham as mãos junto ao centro para usar as pontas, mas a maioria mantinha-as à largura dos ombros, o que facilitava um estilo mais defensivo. Empurravam o oponente com o próprio peso, de pés bem assentes no chão, lutando por manter o equilíbrio e para não ser empurrado para fora da arena.
Yex tinha razão quando disse que as coisas iam aquecer. Cada combate parecia ter o dobro da energia do anterior, com passos mais rápidos, golpes mais certeiros, defesas no último segundo que o faziam vibrar com excitação. O bater das varas parecia formar uma música sem ritmo, e a multidão saltava e assobiava a tempo com as batidas secas da madeira. Nedoy juntava-se a eles, completamente envolvido naquele desporto que até há pouco nem conhecia.
Nem se apercebeu que Yex tinha saído de seu lado antes de ela aparecer na arena.
As regras foram enunciadas outra vez e, de repente, a luta começou.
O ritmo era espetacular. O jovem com quem ela se batia era claramente experiente. Era mais pesado e mais forte que ela, e empurrava-a até ao centro da arena por pura força bruta. No último momento, a bruxa desviou-se e o adversário perdeu o equilíbrio. Levantou-se como uma mola a saltar do chão, mas Yex já estava em cima dele outra vez, atacando-lhe os braços desprotegidos, as coxas, as costas antes de ele conseguir voltar a endireitar-se e montar uma defesa à enxurrada de golpes.
A multidão só agora se apercebeu do que se tinha passado, explodindo em gritos e assobios e em bater de pés que levantavam pó laranja para o ar. E os combatentes já estavam outra vez em cima um do outro, batendo, defendendo, gritando. Yex tentou arrancar a vara das mãos do outro com uma torção, mas ele foi mais rápido e atingiu-a no abdómen, fazendo o público gritar com a dor dela. Mas a bruxa perserverava, aproveitando a distração do adversário para lhe atingir o peito através das defesas lentas demais, saltando para trás para evitar o contra-ataque.
Ela estava em cima dele outra vez, o público gritando e, de repente, o combate virava e era Yex que estava desequilibrada na borda da arena.
Demorou até que houvesse uma abertura. Eram ambos bons, ótimos; ela saltava de lugar em lugar desferindo golpes como uma sombra, ele ficava no centro da arena, incólume à dor das crescentes nódoas negras. Mas nem tiveram tempo de desacelerar pelo cansaço, porque Yex lhe atacou as pernas com força suficiente para o fazer gritar e ele caiu, lutando para se levantar; e vai um, e vão dois e vão três e a multidão explodiu em palmas e gritos e assobios.
Nedoy saltava com a energia da multidão, rindo, ignorando o calor asfixiante que o rodeava. Yex estendeu a mão ao derrotado, que a aceitou graciosamente com um largo sorriso na cara. Ambos respiravam pesado de exaustão.
Saíram da arena juntos, ficando presos algures no nó de gente que congratulava Yex e falava animadamente entre si, com a adrenalina em segunda pessoa ainda a arder-lhes nas veias.
Aquele tinha sido o último combate de varas. Depois do almoço, os combates corpo a corpo começariam.
Como ele tinha tido sorte em não ficar do lado mau daquela mulher. Se ela lutava assim num combate de torneio, só podia imaginar o monstro que ela seria se não houvesse regras para a segurar. Ou, pior, com ajuda de magia.
As pessoas dispersaram para ir buscar os almoços, mas a verdade é que a refeição não demorou porque toda a gente queria ver a segunda ronda de combates. Enquanto esperavam que o calor do início da tarde acalmasse, as pessoas conversavam sob grandes toldos que os protegiam do pior do brilho do sol. Incapaz de perceber as histórias que o povo partilhava entre eles, Nedoy voltou a vaguear pela cidade.
Encontrou Yex sentada no meio de uma rua larga, apanhando os raios queimantes de sol diretamente na pele pálida. Parecia estar a meditar, de olhos fechados, respirando profundamente. Mas a atenção de Nedoy estava focada na sombra que a rodeava, na esfera inatural à volta dela que parecia invulnerável aos raios de sol que queimavam toda a cidade mas que pareciam não a incomodar.
–Não penses que eu não te vi, Nedoy, –disse ela sem nem sequer abrir os olhos.
Ele assustou-se, mas soltou uma gargalhada. –Não me atreveria a pensar isso. –Sentou-se encostado à parede de pedra de um dos edifícios, tentando aproveitar o resquício de sombra que sobrevivia àquela hora da tarde.
Yex abriu os olhos e sorriu-lhe.
–O que é que estás a fazer? –perguntou ele, ainda focado naquela escuridão que a rodeava, tentando discernir se era real ou não. Fechou os olhos para lhe sentir a energia e percebeu logo que Yex se rodeava com uma esfera de frio. Era como se ela estivesse a sugar o calor do sol para ela.
–A treinar, –respondeu e, num momento, a sombra que a rodeava desapareceu quase completamente. Se ele se focasse, conseguia ainda senti-la rodeando a pele albina de Yex.
Era assim que ela conseguia não se queimar?
–Vais competir, esta tarde? –perguntou. Ele acenou com a cabeça. –Vê se mostras o que vales. Quantos anos tens de treino, Cavaleiro?
Ele olhou à volta, procurando ver se alguém tinha ouvido aquilo. Apertou o apetrecho de couro um pouco mais rente ao braço. Yex só se riu.
–Relaxa. –Levantou-se sem dificuldade, e veio dar-lhe a mão para o ajudar a erguer-se. –Eu prometi que seria segredo, não foi? Não há ninguém por perto.
–Como é que tens a certeza?
Ela voltou a fechar os olhos, e sorriu. –Ainda tens muito a aprender. Os primeiros combates já devem estar a começar.
Ele procurou onde o sol estava no céu e concordou. Voltaram juntos para perto da arena.
Quando lá chegaram, a multidão já se refazia. Os combatentes já aqueciam perto do círculo que delimitava a área da luta, correndo ou alongando com trapos mais justos que os deixavam mover com mais facilidade mas que os protegiam pior do sol do que as roupas tradicionais. Alguns dos homens estavam até sem camisa, loucos, deixando as costas queimar sob o sol ainda ardente enquanto alongavam.
Os primeiros combates foram lentos, especialmente quando comparados ao final da competição anterior. Ficou surpreendido ao ver idosos a lutar com jovens, a experiência de uns a tentar vencer à força dos outros. Havia mulheres a lutar com homens e, para sua surpresa, elas até se aguentavam bem. Havia murros e pontapés e estalos e mais murros, golpes apanhados naquele braço ou defendidos por aquele cotovelo, gritos de dor ou de esforço enchendo o calor do ar.
Antes desse dia, nunca tinha visto mulheres a lutar assim, controladas, com força e intensidade treinadas. Sempre foi uma luta de desespero pela vida, às vezes com crianças ao colo, agarrando cabelos ou mordendo os atacantes no meio do seu terror absoluto. Mas as de Eshafra eram treinadas, e notava-se. Ele ainda não tinha decidido o que pensava disso.
Cada combate era mais intenso que o último. O som de batidas, de bater de pés, de gritos acelerava cada vez mais, desenfreadamente, o oponente deixando uma abertura de meio segundo que o atacante explorava. Cada vez mais, pequenos erros como esse levavam a derrotas rápidas, a ataques perigosos e a lutas espetaculares.
Chamaram o nome dele. Aproximou-se da arena, e o acenar de cabeça da organizadora garantiu-lhe que era a vez de ele combater.
À frente dele estava a rapariga do estábulo, Eris. Trazia um sorriso parvo na cara, o curto cabelo castanho preso num puxo improvisado, e o vestido, com a saia puxada para cima, ficava-lhe revelador demais.
–As regras são as mesmas de sempre. –Desta vez, a árbitro falava numa língua que ele percebia. –Nada de atacar olhos, de agarrar cabelos, nem de golpes baixos. Perdem se forem incapacitados, se forem...
–Eu não vou lutar com ela, –interrompeu Nedoy.
Ambas as mulheres olharam para ele com confusão na cara.
–Podes sempre desistir da luta e ela ganha automaticamente.
–Porque não? –disse Eris, um esgar de zanga cobrindo-lhe a expressão.
Ele ficou surpreendido com a reação delas. –Porque não se bate numa senhora.
A organizadora riu, mas Eris fitou-o nos olhos, colocando os pés em posição.
–Eu vim aqui para lutar. Não sabia que eras desses. Mas o facto de seres um covarde não é problema meu.
Ele abanou a cabeça. –Não vou lutar contigo.
–Porque não? –Ela ergueu os braços para proteger o peito, como se a luta já tivesse começado. –Se desistires, perdes na mesma. Pelo menos assim tens uma hipótese, covarde! Além disso, eu estou aqui para bater em ti, não para apanhar, –disse, sorrindo.
Nedoy olhava entre ela e a organizadora. Esta só lhe encolheu os ombros, desinteressada.
–Tens a certeza?
–Claro! –Eris sorria. –Anda lá.
Ele respondeu ao pôr os pés em posição. Não iria bater nela; não a queria magoar. Só tinha que se focar em evitar os ataques até ela estar cansada.
–Prontos? –perguntou a organizadora, desviando-se. Quando ambos acenaram com a cabeça, gritou –Vão!
Eris era rápida. As mãos dela pareciam borrões enquanto ele, mal preparado, se tentava desviar do seu caminho. Foi demasiado lento para os primeiros, que lhe atingiram o peito desprotegido ainda antes de ele conseguir erguer os cotovelos. Tentou desviar-se para o lado, mas ela foi mais rápida e já lá estava; quando ela se preparou para o pontapear, Nedoy optou por se desviar em vez de a mandar ao chão. Seria rude magoá-la! Reparando de repente no quão próximo estava do extremo da arena, rebolou para a frente, ignorando as pedras que o picavam e o pó que o cobria.
O clamor da multidão não lhe parecia mais que um murmúrio quando se focava assim. Eris já respirava pesado, tentando reganhar a energia que perdeu, bem colocada em posição de defesa. Nedoy começou a andar, e ela desviou-se até estarem a avançar em círculos à volta um do outro.
–Nada mal para uma miúda, não achas?
Ela estava vulnerável, mas ele não tomou a abertura.
–Não te quero magoar!
Eris riu-se. –É mais divertido ganhar se pelo menos tentares lutar de volta! Ou achas que é melhor para o teu ego se, ao perderes, puderes dizer que foi por não teres tentado?
Nedoy avançou, mas a hesitação de meio segundo foi tudo o que a adversária precisou para o voltar a atacar. Ela era leve, e não sobreviveria a mais que um ou dois murros dele, mas também era rápida o suficiente para ser difícil de atingir. Era mais baixa que ele, mais pequena, e ele tinha de estar constantemente a defender as pernas, o que era bem mais difícil de fazer quando, outra vez demasiado perto do limite da arena, não tinha mais por onde fugir.
Não conseguiu mais impedir o seu instinto e, sem nem pensar, começou a atacar. Ela desviou-se, evitando os dois murros que Nedoy lhe dirigiu à cabeça, mas não reparou na rasteira a tempo de evitar cair.
Nem teve tempo de reagir antes de ela rolar pela terra, qual ginasta, e se levantar ilesa na ponta oposta da arena. Vá lá! Ele só queria prender aquela senhorita ao chão para acabar aquele maldito combate de uma vez por todas.
Algo mudou no som da multidão, mas ele não identificou o quê.
–Pensei que disseste que não me querias magoar!
–Menti, –disse, sorrindo. –Por acaso estás magoada? –Eris negou com a cabeça. –Pois bem. Decidi que mereces um desaf...
Um murro no rim fê-lo urrar de dor, depois outro, depois outro na barriga quando se conseguiu libertar daquele tornado de gente miúda. Ela nem o tinha deixado acabar a frase! Um pontapé, um murro, ela saltou sobre a sua rasteira e usou o impulso para quase o deitar ao chão; mais um passo e ele passaria a linha. Tentou desviar-se mas, mesmo com a leveza de Eris, a velocidade foi o suficiente para o fazer tropeçar para trás e para fora da arena.
E agora Nedoy estava estatelado no chão com Eris estava mesmo à sua frente, perfeitamente equilibrada, a ponta do pé a uma cabelo da linha. Ela pôs as mãos nas ancas e sorriu antes de lhe estender a mão para o ajudar a levantar. Uma ajuda que ele obviamente ignorou.
–Que tal? –perguntou ela, tentando acalmar a respiração.
Estava suado, cansado e dorido. Sabia que o seu corpo se tornaria em pouco mais que uma mancha azul pelas nódoas negras por ela infligidas. Só se conseguia sentir humilhado.
Como é que uma mulher o tinha vencido?
Que tipo de soldado era ele, se se deixava vencer assim? Por uma mulher? Ela podia ser boa, ótima, até, mas ele tinha toda a obrigação de ser melhor ainda. Se a tivesse atacado em vez de a tentar desgastar, de certeza que teria ganho. Eris não teria hipótese. Ele era um Cavaleiro, afinal.
Parou. Já não era um Cavaleiro. Tentou olhar para a sua marca, mas encontrou-a coberta por aquele maldito couro.
Que pena que não houvesse um combate de espadas, pensou. Tinha sido sempre o melhor nisso.
Só agora, com o ar de volta dentro dos pulmões e com a roupa o mais sacudida que conseguiu é que ele virou a atenção para a multidão. A árbitro não tinha vindo assinalar a sua derrota, extremamente distraída numa conversa sussurrada com uma jovem qualquer, e a praça antes a abarrotar estava mais vazia do que há poucos minutos atrás. As cada vez menos pessoas que ainda ali estavam pareciam alarmadas à medida que uma má notícia se espalhava de boca em boca.
–O que é que se passa? –perguntou em voz alta, subitamente em alerta.
–Vi tanto quanto tu, –respondeu Eris. A jovem tinha acabado de sair apressadamente da beira da árbitro, e ela aproveitou para se aproximar da mulher de cabelo acizentado. –O que é que se está a passar, Inês?
–Uma patrulha encontrou a cidade, –explicou ela, já avançando para sair da praça, –e fugiram antes que os conseguíssemos apanhar. Estavam poucos guardas em patrulha, por causa do torneio, e...
–Calma, –disse Eris, seguindo a árbitro. –O que é que precisam?
A outra abanou a cabeça. –Estão a organizar grupos. Os que têm cavalos vão sair todos agora, a vasculhar os pontos de água todos que houver na esperança de os encontrar, mas eles têm cá um avanço...
Eris acenou. –Precisas de mim aqui ou...
–Vai. Tu conheces as rotas, e vai ser ótimo ter mais um par de olhos lá fora...
–Mais dois, –acrescentou Nedoy. As duas mulheres viraram-se para ele, finalmente recordados de que estava ali. –Eu vim montado, e sei lutar, se precisarem de mim. Sei que sou novo aqui, mas...
–Vem, –disse Eris, virando para os estábulos, e ele seguiu-a. –Vai ficar tudo bem, Inês! Nós vamos apanhá-los!
A mais velha sorriu um pouco e depois seguiu por um outro caminho.
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