6 - Pesadelo Real
⚠️ Atenção, leitores...
Este capítulo contém descrição de tentativa de abuso sexual ⚠️
— O que será que aconteceu para ele aparecer aqui daquele jeito? E ainda com uma criança! Você não me disse que o possível ômega do Jungkook tinha um filho. — Taehyung estava com a cabeça cheia de questões a respeito de Jimin.
— Eu não sabia disso. E seja lá o que tiver acontecido, ele devia estar muito desesperado para vir para cá debaixo daquela tempestade, carregando o garoto daquele jeito. — os dois conversavam baixinho na sala. — Vamos ter que esperar até amanhã para descobrir o que aconteceu.
— É, já está tarde, melhor irmos dormir também.
Yoongi apagou as luzes, deixando apenas um abajur ao lado do sofá aceso. Seguiu pelo corredor com Taehyung e foram descansar.
£££
— Bem...— Hit fechou a porta do quarto logo depois de entrar. Jimin foi na frente. O alfa insistiu que, se eles iam renegociar os termos do acordo da dívida do pai dele, preferia fazê-la em um local mais silencioso e particular.
Um clarão cortou o céu e iluminou por alguns instantes o quarto.
Era o quarto de seu pai. Na mesinha de cabeceira ainda tinha uma foto dele em pé ao lado da esposa, que estava sentada em uma cadeira, poucas semanas antes de Jinhyon nascer. Jimin estava sentado no chão, em frente às pernas da mãe. Qualquer um que olhasse para aquele porta-retrato, via como a família era feliz.
Quem diria que o futuro seria tão amargo como é hoje? Ninguém.
— Eu sou um homem de negócios, e se você quer renegociar nossos termos, será um prazer. — Hit virou a chave na fechadura. Jimin se virou para ele, ainda mais assustado do que antes.
Ele devia ter previsto que essa conversa particular tinham intenções obscuras por trás. Jimin já estava lamentando ter sido tão inocente.
— Eu sei que você cobrará juros por mais algumas semanas de espera-
— Sem dúvida, eu vou.
— Tudo bem. — Jimin tremeu ao ouvir outro trovão ressoar.
— No entanto, os juros desse nosso acordo, eu vou querer adiantado.
— Bem, você já pegou o dinheiro que eu tinha, então vou precisar de ma-
— Que dinheiro? — ele colocou as mãos para trás e se aproximou lentamente de Jimin.
— O que eu lhe entreguei lá na sala.
— Não lembro de ter recebido nada. — ele deu de ombros.
Ali Jimin soube que ele não era um homem justo coisa nenhuma. Faria o que fosse possível para tirar vantagem dele e de seu pai.
Jimin sentiu a parede junto às costas, e por reflexo, pegou o porta-retrato com um desenho que Jinhyon fez no primário. Em seus tenros devaneios, a família ainda estava unida e feliz.
Quando colocou o porta-retrato sobre a cômoda e se virou, Hit estava perto demais.
— Tudo bem, tudo bem... — Jimin tentou se afastar, mas o corpo alto e robusto de Hit não permitiu. — Eu darei um jeito de te entregar o dinheiro dos juros amanhã.
— Você acha mesmo que vou sair daqui sem parte da dívida? — ele levantou a mão e Jimin se assustou. Pegou uma mecha do cabelo dele e se aproximou, cheirando profundamente. — Você tem um cheiro tão bom. Adoro baunilha. — os dentes dele reluziam muito próximo dos olhos de Jimin.
Jimin estava cercado pelo cheiro de álcool, cigarro e alguma outra fragrância que ele não conseguiu definir, mas o deixava muito enjoado.
— Sabe, Park... — ele passava o nariz pelos cabelos de Jimin, ainda cheirando. O Park tentava se afastar, mas era muito difícil. — Eu poderia te dar uma vida de rei. Sem problemas com dinheiro, comida ou moradia. Você teria tudo do bom e do melhor. Usaria roupas de grife, perfumes importados e viajaria o mundo inteiro. E a única coisa que precisaria fazer, é aceitar ser meu ômega.
Hit baixou o rosto e cheirou o pescoço de Jimin. Estava inebriado com o cheiro gostoso que ele tinha.
— Uau, seu cheiro é mesmo muito bom. Bastou apenas isso para me deixar excitado. — Jimin paralisou, sabia exatamente onde ele queria chegar falando algo assim e se aproximando tanto.
— Hit, eu vou pegar algum dinheiro emprestado ou pedir um adiantamento no trabalho, e prometo que amanhã, logo cedo, te entrego.
Jimin colocou as mãos no peito do alfa, tentando afastá-lo. Mas ele parecia uma enorme rocha, que mesmo com toda a sua força, não se movia um centímetro sequer.
— Hit, por favor...— Jimin esperneava no canto quando o outro envolveu sua cintura com os braços. — Por favor, vamos conversar.
— Você tem que se responsabilizar por isso, Park — o alfa pressionou o quadril no ômega. Jimin entrou em desespero e o empurrou ainda mais.
— Hit, espera! — os braços dele apertavam Jimin contra seu corpo.
— Você não pode me deixar assim e achar que eu simplesmente vou embora.
Jimin sentiu o corpo tremer e seu estômago revirou quando Hit passou a língua em seu pescoço e suas mãos arranharam sua pele por baixo da camisa.
O ômega tirou forças de onde não sabia que existia, espalmou as mãos no peito do alfa e o empurrou para longe.
A cabeça de Jimin girava e sua vista estava embaçada. Nunca havia ficado não enjoado desse jeito.
— Ah, seu merdinha! — Hit avançou em Jimin outra vez. — Você vai me dar o que eu quero, e vai ser agora!
Os sentidos de Jimin estavam uma confusão louca. Ele mal conseguia se manter de pé, por isso, não pôde se esquivar da mão grande e assustadora do alfa.
Hit agarrou seu pulso com firmeza e o jogou na cama.
— Por favor...não. — Jimin murmurou quase sem voz.
Jimin era um ômega, e Hit é um alfa. Na lógica, os feromônios do alfa deveriam atraí-lo, e vice-versa. Mas, Jimin só conseguia sentir nojo, repulsa, não suportava sentir os feromônios dele. Todo o quarto estava impregnado com o cheiro dele, o que fazia a cabeça de Jimin latejar. O ômega mal enxergava alguma coisa diante de si.
Hit, com mão ligeiras, abriu o cinto e a calça de Jimin. Ele tentava impedir, mas estava fraco, todo seu corpo estava mole.
— Não, por favor...— resmungou Jimin. — Socorro! — tentou bater com os punhos no alfa para afastá-lo. Mas não era capaz de obter qualquer êxito.
Hit puxou as mãos de Jimin e pressionou na cama, acima de sua cabeça, antes de cochichar em seu ouvido:
— Você não tem ideia de o quanto eu esperei por isso, Park. Hoje você será meu!
Hit puxou a calça de Jimin, deixando-o apenas de cueca. Quando suas mãos abriram a própria calça, Jimin inalou o ar com dificuldade. Ele jogou um dos braços para o lado da cama e conseguiu ficar de bruços.
— Hum...então é assim que você gosta? — ele esboçou um sorriso perverso. — Devo confessar que essa é minha posição favorita. — desferiu um tapa na bunda de Jimin.
O corpo do Park arqueou involuntariamente com a investida repentina do alfa.
Jimin ficou imóvel, completamente paralisado quando Hit baixou sua cueca, deixando sua nádega exposta.
Não...eu não posso deixar que isso aconteça. Já basta não ter controle sobre o que acontece na minha vida.
O meu corpo é meu! E ninguém tem o direito de trocá-lo sem o meu consentimento!
Quando Hit pensou que finalmente Jimin havia parado de resistir ao inevitável, e seria dele de bom grado, se inclinou sobre o ômega e passou a língua da base de seu pescoço, até sua têmpora.
— Se você ficar assim, quietinho, prometo deixar você aproveitar o momento tanto quanto eu.
Ao que o alfa segurou a base de sua rigidez e sua glande tocou a pele macia da bunda de Jimin, ele sentiu uma dor aguda na lateral da cabeça. Ele fechou os olhos com força, e, ao abri-los de novo, um objeto que não teve tempo de identificar, acertou em cheio a sua cara, fazendo o alfa cair no chão com as pernas para cima.
Jimin não se preocupou em estar parcialmente nu, avançou no alfa e lhe golpeou outra vez, com ainda mais força, deixando-o desacordado no chão.
Sentou na cama e controlou a respiração ofegante e o coração disparado. Foi tempo suficiente para o alfa parar de exalar seus feromônios e Jimin se recuperar.
— Eu nunca vou ser seu, filho da puta! — abotoou a calça e chutou a costela do alfa desacordado.
Jimin olhou para a porta e sabia que não poderia sair por ali, os homens dele ainda estavam na cozinha. Ele correu até a janela e saiu por lá. Foi até a janela ao lado e levantou o vidro bem devagar, entrando no cômodo.
— Jiminie! — Jinhyon levantou rápido e correu para abraçá-lo.
— Hyonie, coloque seus sapatos!
— Para onde vamos, hyung?
— Eu não sei. Apenas faça o que estou dizendo! — Jimin pegou a mochila do irmão, jogou o material escolar dele sobre a cama e abriu o guarda-roupas.
— Hyung, está chovendo!
— Você prefere enfrentar a tempestade lá fora ou aqueles bandidos lá na sala? — Jimin sequer se virou para ele, abriu as gavetas e colocou o que pôde dentro da mochila, fechando-a e colocando nas costas.
— Jiminie, e o appa?
— Não podemos levá-lo conosco agora. — Jimin já estava do lado de fora do quarto, esperando Jinhyon sair pela janela.
— Jiminie, não podemos deixá-lo aqui, vão bater mais nele.
— Eu não me importo! — Jimin gritou, com o peso das lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos.
— Hyung...— o menino ficou assustado, Jimin nunca havia gritado com ele antes.
— Escuta, Hyonie, eu vou tirar você daqui primeiro, depois volto para buscar o appa. Tudo bem? — o menino assentiu e saiu pela janela. Jimin o abraçou forte antes de partirem. — Desculpe, Hyonie, o Hyung teve uma noite difícil. Não é culpa sua, eu sei, mas temos que ser rápidos, certo? — ele assentiu outra vez, e então eles partiram correndo sob a chuva torrencial, trovoadas alarmantes e clarões que faziam a noite virar dia.
Em um ponto de ônibus, eles pararam para recuperar o fôlego e descansar um pouco as pernas. Já estavam a alguns quilômetros de distância da casa.
— Hyung, onde estamos indo? — Jimin abraçou o irmão.
Ele não respondeu, pois não tinha ideia de para onde ir.
Pensou em ir para o café, pelo menos para passar a noite, mas as chaves haviam ficado em sua mochila. Não podia voltar e pedir abrigo para Hoseok, era arriscado demais para eles e para os Jung. Mais uma vez, Jimin chorou.
A quem eu poderia pedir ajuda nesse momento, uma hora dessas?
Mais alguns minutos agarrados um ao outro, e Jimin sentiu o irmão começar a tremer de frio. Ele soltou o irmão e pegou a carteira no bolso de trás. Não tinha um único won na carteira. Jimin jogou a carteira no chão e a chutou para longe. Ela correu pela pista, deixando um rastro de documentos e cartões bancários pelo caminho. Ele não permitia que o pai tivesse posse do cartão da própria conta. Sabia bem onde isso daria.
Abraçou Jinhyon outra vez e se curvou para beijar sua cabeça. Mais uma lágrima quente despediu-se de seus olhos. Ao abri-los novamente, viu o cartão do Min a alguns passos de distância. Ele respirou fundo, soltou o irmão e pegou o cartão.
— O que é isso, Hyung? — Jimin sorriu entre as lágrimas.
— Nossa única salvação, Hyonie!
Jimin levantou, pegou a mão do irmão e correu para o endereço que estava naquele cartão. Ele torcia mentalmente para não ser o endereço da empresa em que trabalhava, pois, àquela hora, estaria fechada e eles teriam que passar a noite na rua.
Jimin chegou ao endereço esbaforido. Estava com sono, com fome e exausto, física e mentalmente. Tinha plena certeza que ela era a pior noite da sua vida.
Sem contar Jinhyon, o garoto reclamava a cada 5 minutos que estava com frio e com fome.
Depois que tocou a campainha, Jimin se apressou para entrar, mas o garoto não conseguia mais ser rápido.
— Hyung, estou cansado, não consigo mais correr.
— Só faltam mais alguns metros e nós pegaremos o elevador, vamos lá.
— Hyung.. — o menino começou a chorar. — E-eu...não consigo mais.
— Tudo bem. — Jimin se agachou e o pegou no colo. — Eu carrego você.
— Desculpe, Jiminie. — ele ainda chorava.
— Não se preocupe, já estamos quase lá.
Jimin pegou o elevador e em poucos minutos tocou a campainha do Min.
— Sr Min, eu aceito o contrato! Por favor, Sr Min, me deixe assina-lo!
E foi aí que Jimin não aguentou mais. Ele encostou na parede e deslizou até o chão, aos prantos, ainda com Jinhyon no colo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro