12 - Conselhos
O dia amanheceu como todos os outros: o céu claro, poucas nuvens e pássaros cantando em alguns lugares pelo imenso terreno dos Jeon's.
Todavia, um alfa estava extremamente nervoso, caminhava de um lado para o outro em seu próprio quarto, a ponto de fazer um buraco no assoalho, caso ele permanecesse por mais tempo ali.
Duas batidas leves na porta fizeram Jungkook parar instantaneamente. Assim que se virou para ela, viu Yoongi entrar.
— Está... — encarou o alfa de cima a baixo. — Não, não está pronto. — adentrou o cômodo e fechou a porta. — Sua governanta disse que está acordado há horas. O que houve que ainda não está pronto?
— Eu... — voltou a andar de um lado para o outro. — Eu...
— Acho que já sabemos qual dos noivos está mais nervoso com o "grande dia".
— Eu não estou nervoso. Quer dizer, não com o casamento. — parou e encarou Yoongi. — Quer dizer, tem haver com o casamento, mas não é com ele, de fato.
Yoongi tentava, mas não conseguia acompanhar o raciocínio do Jeon. Avançou um pouco mais, deixando uma pasta com o cronograma do dia em cima de uma cômoda.
— Tudo bem, respire um pouco e use palavras diretas para definir o que está acontecendo. — o alfa puxou uma cadeira, sentou-se, cruzou uma perna sobre a outra e aguardou que o Jungkook começasse a explicar.
— Bem...eu sou um alfa. — Yoongi assentiu. — Me casarei com um ômega. — continuou assentindo. — E hoje será nossa noite de núpcias. — aquelas pausas já estavam deixando Yoongi impaciente. — E é normal que façamos isso, afinal, estaremos casados. — Yoongi suspirou frustrado. — E ele estará aqui essa noite, e nós...
— Meu Deus, Jungkook, eu disse para ser direto. — JK parou e cerrou o punho junto à boca.
— Eu não sei o que fazer. — Yoongi arqueou as sobrancelhas.
— Não sabe o que fazer? O que quer dizer com isso?
— Ele estará aqui, comigo, e eu...não sei o que devo fazer. — concluiu o Jeon.
— Está de sacanagem comigo? — perguntou sério. Quando Jungkook negou, Yoongi caiu na gargalhada.
— Isso não é engraçado! — irritou-se.
— Claro que é! — continuou a rir. — Você, a essa altura do campeonato, me dizer que não sabe o que fazer com um ômega, é muito engraçado.
Jungkook estava ficando vermelho, tanto pela irritação, quanto pela vergonha de admitir aquilo e ver Yoongi zombar dele.
— Era disso que eu precisava para começar bem o dia. Uma boa dose de humor. — Yoongi secou os cantos dos olhos, quando percebeu JK lhe encarar com uma fúria crescente.
— Já terminou?
— Desculpe, mas foi bem engraçado. — nenhuma palavra por parte do Jeon, então Yoongi engoliu em seco. — Está falando sério? De verdade? — JK virou as costas para o alfa. — Ah, merda! Como um CEO, importante no ramo dos negócios, tão destemido e que vive cercado de tanta gente, não sabe o que fazer com um ômega?
— Eu nunca fiquei a sós com um, caso não saiba. — Jungkook abriu as enormes portas do closet e escolheu um terno.
— Como não? E o que fazia na época do colegial, quando dava umas escapadas à noite? — os ombros de Jungkook ficaram tensos.
— Eu só...saia para pensar um pouco. Ficar longe de todos vocês.
— Fala sério que com 16, 17 anos, você não fugia de casa durante a noite para ir à festas e dar uns amassos? Sei lá, para curtir a juventude.
— Eu não precisava de mais barulho e desordem na minha cabeça. Minha vida já era ruim o bastante. — Jungkook fechou o closet e abriu uma gaveta da cômoda, escolhendo uma gravata.
— Eu sei que você sentia falta do seu pai, que não tinha uma vida como os demais, mas isso é bem incomum. — JK virou-se para ele.
— Minha família era incomum, a relação deles era incomum, como esperava que eu fosse normal?
— Tudo bem, entendi seu ponto. — enquanto o alfa escolheu um par de sapatos e pegou uma meia, Yoongi pensou um pouco mais. — Realmente nunca teve esse tipo de contato com um ômega? — JK o encarou. — Eu sei que você só trabalha com betas e alfas, evitando distrações com ômegas, mas isso é um extremo.
— Nunca senti vontade, ou necessidade, de estar perto de um ômega. Então, tudo bem pra mim. Achei que esse contrato e o casamento demorariam um pouco mais para acontecer, já que você estava com dificuldade em encontrar alguém que o aceitasse como formulei. Achei que teria tempo para...aprender, sei lá, explorar esta parte.
O destino nunca havia sido tão a favor de Yoongi antes. Menos ainda de Jungkook. Agora, parecia que o mundo estava girando em torno de mostrar ao jovem alfa, que não se pode viver uma vida inteira seguindo uma lista.
Yoongi sabia que Jungkook não tinha contato zero com feromônios de ômega, mas nunca esteve ao lado de um na mesa do café da manhã, ou dividindo um quarto em um período de heat. Sutilmente, o Min cobriu o sorriso de satisfação que brotou em seus lábios. Ele não daria uma semana para o Jeon estar aos pés de Jimin. Não com feromônios como os dele.
— Okay, tudo o que eu posso dizer é... — os olhos atentos do Jeon aguardavam ansiosos pelas palavras do outro. — Tome alguma ciência sobre o assunto no dia de hoje.
— Tomar ciência? O que quer dizer.
— Muito simples, assista um pouco de pornô. — os olhos do Jeon quase saltaram das orbes.
— O quê?
— Ora, não tem jeito melhor de saber o que fazer quando estiver sozinho com ele, do que assistindo alguns desses vídeos. — zombou o Min.
— Como você é ridículo! — JK evitou olhar para Yoongi, o rosto ardendo como brasa.— De todo mundo que eu conheço, achei que você realmente diria algo sensato.
— Não é como se você conhecesse muita gente. — Yoongi pegou de volta a pasta e foi até a porta. — Mas, se realmente quer um conselho "sensato", você não precisa ficar preocupado de verdade. — JK parou de vasculhar a gaveta, mas não olhou para o alfa. — Seu corpo vai saber o que fazer na hora certa.
No corredor, Yoongi encostou na parede, ao lado da porta, e suspirou longamente.
— Todo esse tempo se mostrando um homem centrado e destemido, quando na verdade é só um garoto. Em todos os sentidos.
Yoongi queria poder ser de maior ajuda para o Jeon, mas ele não tinha experiência alguma em ensinar esse tipo de coisa para alguém. Menos ainda para Jungkook, que ele viu crescer e se tornar um homem. Sendo assim, nunca imaginou "ter que ser útil" nesse aspecto também. Geralmente isso já vinha no DNA de um alfa. Nunca soube de um que precisasse de algum "estudo" a respeito disso.
Todavia, o Jeon estava realmente aflito. Quando algo era pessoal demais e mexia com os sentidos do alfa, ele sempre evitava o contato visual com Yoongi. No geral, Jungkook era sempre muito seguro, falava com convicção ou perguntava com curiosidade. Mas nas poucas partes de sua vida pessoal que ele ousava cutucar, sempre se "escondia".
Contudo, Yoongi sabia exatamente a quem ele poderia recorrer para dar o empurrãozinho que o Jeon precisava.
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Passava das 9 da manhã quando Yoongi deixou o último degrau da escada e pisou na grama muito verde da casa dos Kim.
— Sr Kim, o Sr Min deseja vê-lo.
— Yoongi? — o sorriso de boas vindas de Namjoon acentuou suas covinhas. Ele se levantou e cumprimentou o alfa. — Uma visita tão cedo? Espero que não seja uma visita ruim.
— Não se preocupe, Namjoon, não trago más notícias.
— Obrigado, Manila. — a empregada deu um menear de cabeça e se retirou. — Então, do que se trata essa visita tão repentina? — Namjoon voltou a se sentar, oferecendo a cadeira vazia para Yoongi lhe fazer companhia.
— Bom, se você não estiver ocupado demais e puder esperar um pouco, eu vou aproveitar sua mesa de café da manhã e comer alguma coisa. — Nam sorriu despreocupado.
— Claro, sirva-se.
Um pouco mais adiante, os três filhos de Namjoon brincavam com a água que os sprinters regavam no jardim.
— Não está um pouco cedo para eles já estarem se molhando? — Yoongi observou, comentando com a boca ainda cheia.
— Crianças têm energia demais. Elas precisam se manter ocupadas, para que nós, os adultos, possamos garantir que elas não tenham preocupação alguma. — Nam apontou para o notebook sobre a mesa.
O sol estava deixando o dia muito agradável. Namjoon resolveu tomar seu café no jardim dos fundos, em uma mesa posta com as coisas que ele e seus filhos gostavam de comer, sob um enorme guarda-sol.
Namjoon parecia até que estava de férias. Usava uma calça creme de tecido leve e uma camisa de botão preta. Seu cabelo estava úmido, todo para trás e usava óculos escuros. Bebericava um soco de laranja, entre uma olhada e outra para o notebook ou para as crianças.
— Onde está Jin?
— Logo deve aparecer por aqui para se despedir das crianças antes de ir ao restaurante. — respondeu sem tirar os olhos dos três peraltas que corriam pelo jardim.
Namjoon se casou com Jin 8 anos atrás. Em seu primeiro ano de casados, Jin deu à luz ao primeiro filho do casal, um menino chamado Han. Dois anos depois, veio uma menina, nomeada como Ava. Sim, Jin venceu Nam pelo cansaço, e colocou um nome estrangeiro na filha. Por último, três anos atrás, nasceu Jinhoon. Desta vez, Nam venceu a na escolha.
— Às vezes eu esqueço que é você quem cuida da casa e das crianças. — Nam recostou na cadeira e apoiou o braço sobre a mesa, completamente despreocupado e orgulhoso.
— Sempre há alguma vantagem nas escolhas que fazemos.
Normalmente, os ômegas, depois de terem filhos, abriam mão de seu trabalho em prol do cuidado da família, nada diferente de como acontecem nas famílias de betas. No entanto, Jin estava começando a ganhar notoriedade com suas receitas peculiares. Ele era chefe de cozinha no próprio restaurante. Namjoon adorava afirmar que Jin o conquistou pela barriga, o que não era mentira alguma.
Nam conheceu Jin em seu restaurante. Cada vez que ele visitava o local, ficava mais admirado pelos pratos exóticos e sabores variados. Em uma dessas visitas, finalmente conheceu o chefe, responsável por fazer Namjoon salivar só de pensar em dar uma passada por lá para uma refeição.
No início, Jin não deu ibope para as investidas do alfa. Estava acostumado a interagir com homens que lhe passavam cantadas péssimas e tinham a audácia de chamá-lo para sair. Porém, Nam não recuou. Ia ao restaurante todas as noites, e Jin não ficava muito confortável ao vê-lo entrar pela porta e saber que mais uma de suas louças caras iria para o lixo, depois que ele acidentalmente a quebrasse. Aceitou sair uma única vez com o alfa. Entretanto, ele não imaginava que gostaria tanto de uma conversa casual e um cachorro quente de uma barraca de rua.
Com um jeito simples e natural, o alfa chamou a atenção de Jin. Ele não tentava impressioná-lo, não falava assuntos que estavam muito longe do cotidiano de Jin e não usava palavras difíceis ou viagens luxuosas para demonstrar alguma superioridade. Ele foi apenas ele. Jin aceitou um segundo encontro, e, desde então, um não saiu mais da vida do outro.
— Talvez eu entenda o que quer dizer. — Yoongi se serviu com um pouco mais de suco.
— Então...— Namjoon encarou o alfa por cima dos óculos escuros. — Você vai me dizer o que veio fazer aqui, ou eu terei que esperar você esvaziar a mesa?
— Achei que não estivesse com pressa.
— Não estou com pressa, estou curioso.
— Tudo bem, vamos lá. — Yoongi limpou a boca com um guardanapo de papel. — Eu preciso que você converse com o Jungkook.
— Hoje é o casamento dele, não é? — o alfa assentiu bebendo do suco. — Então quando ele voltar da lua de mel eu falo com ele. A propósito, sobre o que eu deveria falar com ele?
— É necessário que você fale com ele ainda hoje. — Yoongi deixou o corpo na mesa e limpou novamente a boca no guardanapo. — Ele não fará viagem de lua de mel, e é sobre isso que deve conversar com ele.
— Não estou entendendo. Quer que eu diga a ele que viaje?
— Não. Quero que converse com ele sobre... núpcias. — Namjoon retirou o óculos escuros.
— Núpcias?
— Sim. Você é a pessoa mais próxima a ele que eu conheço, que se casou com um ômega.
— E por que eu deveria abordar o assunto?
— Porque ele não sabe nada sobre isso.
Namjoon ficou pensativo, mas não estranhou o tema.
Desde que conheceu Jungkook, um garoto nem um pouco sociável, dadas as paranóias de seu pai em mantê-lo sempre em casa, Namjoon sabia que o alfa aprenderia muito pouco sobre relações pessoais. Em sua adolescência, quando cerca de uma dúzia de urubus velhos estavam de olho em sua fortuna, ele se manteve o mesmo. Falava pouco, observava muito e não interagia com pessoas que ele não conhecia. Yoongi lhe dizer que ele não sabe nada sobre relações com ômegas, chega a deixar o Kim entristecido. Uma das melhores fases da vida é quando se está saindo da adolescência e entrando na vida adulta. Quando se descobre muito sobre as pessoas e se conhece muitas outras. Jungkook não teve nada disso. Não porque fosse proibido de tal coisa, mas as raízes da criação de seu pai estavam enterradas muito fundas para que ele pudesse removê-las e tornar sua vida completamente diferente.
Mesmo sendo seu tio, Namjoon via muito pouco o jovem Jeon. Isso veio desde muito cedo, seu pai impedia que ambos tivessem uma relação mais próxima, já que Namjoon era irmão mais novo do ômega com quem havia se casado. A presença do alfa Kim em sua casa, lhe gerava lembranças que queria esquecer a todo custo, já que a família Kim era muito presente na vida deles antes de todo o desagrado que o velho Jeon teve com seu ômega.
— Tudo bem. Eu posso fazer isso.
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Jungkook estava em seu escritório, a cabeça meio fora de órbita. Não conseguia se concentrar no trabalho, mesmo que tivesse muito o que fazer. Seu casamento seria em algumas horas, antes do fim daquele dia, e apenas uma coisa coçava frequentemente seu cérebro: a noite de núpcias.
Soltou a caneta e recostou a cadeira, virando-a para as amplas janelas de vidro. Folgou um pouco a gravata e suspirou alto. Sentia-se cansado, e não havia nem passado da hora do almoço. Quando baixou um pouco a cabeça e passou a mão pelos cabelos, seus olhos foram até a última gaveta de sua mesa. Ele puxou-a bem devagar e engoliu em seco ao ver a única coisa que estava ali dentro. Ele pegou a pasta e colocou sobre o colo. Hesitou antes de abrir, mas não mudou de ideia. Passou todas as folhas e seus olhos fixaram na foto.
Jimin olhava diretamente para os olhos do Jeon. O cabelo sobre a testa, a expressão séria, mas não emburrada. Parecia tranquilo e confiante. Jungkook imaginou como seria vê-lo pessoalmente, vestindo um terno como aquele, o jeito como ele deveria ser atraente e despertava a atenção de todos ao redor e a maneira como seu sorriso poderia cegar alguém ao encará-lo diretamente.
Aquela foto foi de quando Jimin assinou seu registro de trabalho no café. Jungkook não sabia que agora seus cabelos estavam mais longos e que seu sorriso era raro de se ver, assim como naquela foto.
Ele fechou a pasta e deixou sobre a mesa, levantando e folgando ainda mais a gravata.
Ele deve ser confiante o suficiente para saber de cara que eu não tenho o menor tato com ômegas. — pensou o Jeon, frustrado.
Ele se imagina em diversas situações diferentes no quarto, a sós com Jimin, e em todas elas, o ômega zombaria dele de alguma forma, por não saber o que deve fazer quando o momento chegar.
Seu corpo vai saber o que fazer na hora certa. — as palavras de Yoongi tentavam se fixar em seu cérebro como um tumor, mas ele estava inseguro demais para se agarrar apenas nisso.
— Atrapalho? — uma voz conhecida trouxe o Jeon de volta à realidade.
— Namjoon! — Jungkook abriu um sorriso sincero. Ele gostava muito das visitas esporádicas e inesperadas do tio. Apesar do parentesco, e do Kim ser seu tio, eles se tratavam com informalidade.
Eles foram de encontro um com outro e trocaram um abraço rápido. Não fazia tanto tempo assim que Namjoon o havia visitado, e sempre com a desculpa de que estava passando por perto e decidiu dar uma olhada no sobrinho favorito. Mesmo sabendo que o Jeon era filho único.
— Como está? — por educação, e para começar de leve, com algo comum, Nam perguntou, seguindo o Jeon até um sofá no canto da sala. Apontando para sua mesa, o Jeon respondeu:
— Atolado no trabalho. — ambos se sentaram, próximos.
— Não deveria estar "de folga" hoje?
— Não vejo motivo para isso.
— Como não? Você se casará em algumas horas, deveria estar se preparando, ou relaxando para o tão esperado momento.
— Relaxo melhor mergulhado no trabalho. E já estou acostumado a alguns momentos de tensão em meio ao cotidiano. Não vai ser algo desse tipo que vai me tirar do eixo. — falou casualmente.
— Está se sentindo tenso? — Jungkook suspirou em silêncio.
— É só um modo de falar.
— É comum ficarmos nervosos, um pouco perdidos em um dia como este. Mas tenso...isso já beira o medo. Está assustado com algo?
— Não! — JK levantou e andou tranquilamente até a janela. — Eu estou bem, não se preocupe.
Mesmo tentando parecer calmo, Namjoon notou pela postura totalmente rígida dele que nada estava indo como ele tentava demonstrar.
— Entendo. — Nam também se levantou e foi até o Jeon, ambos observando os edifícios em volta. — Hoje é um dia importante. Logo você estará casado, aproveitará sua festa de casamento, e partirá para uma vida à dois. — de esguelha, o Kim viu o sobrinho engolir em seco. — Sabe qual foi a coisa aterrorizante que me ocorreu depois que me casei com Jin? — o Jeon negou com a cabeça. — Foi a minha noite de núpcias. — o alfa o encarou. — Eu sei, pode não parecer, já que moramos juntos alguns meses antes de nos casarmos, mas a primeira noite depois de oficializarmos, foi a que me deixou mais nervosos.
Sabendo do que o Jeon precisava, Nam decidiu compartilhar com ele uma de suas experiências. Ele poderia chegar e lhe dar um conselho útil e gentil, mas nada tem um peso tão considerável como o de partilhar uma experiência.
— Eu sabia o que fazer, claro, ainda assim, parecia que era minha primeira vez. — o Kim sorriu bobo. — E no final das contas, eu me preocupei atoa.
— Sério? — ainda observando-o, ele aguardou ansiosamente a resposta.
— Sim. — balançou a cabeça, recordando o acontecido. — Nada como um pouco de feromônios para facilitar tudo. Claro, Jin foi quem me acalmou, mas eu poderia ter feito isso. Se me lembrasse que, liberando uma fração mínima dos meus feromônios, isso o levaria a fazer o mesmo por puro instinto, não teria perdido minha aliança de casamento poucas horas depois de me casar, apenas por desespero inconsciente de que eu precisava deixar tudo perfeito. As coisas já estavam perfeitas, eu tinha meu ômega, ao meu lado, e disposto a permanecer pelo resto da vida comigo. Não havia nada mais singular do que isso.
Parecia tudo muito fácil se fosse analisado de maneira geral, mas Jungkook não amava Jimin. E Jimin não amava Jungkook. Nada poderia ser tão simples para os dois. Ainda assim, Jungkook fez a seguinte pergunta:
— Perdeu sua aliança de casamento no dia do seu casamento? — Namjoon riu.
— Sim, mas a encontrei no dia seguinte, debaixo do armário da pia do banheiro. — o alfa passou o braço pelo ombro de JK. — Durante todos esses anos, já perdi a conta de quantas vezes a perdi e Jin a encontrou para mim. — Nam sentiu o ombro de JK vibrar em um riso contido. — Resumindo, o que eu tenho a lhe dizer é: não importa o quão tenso, nervoso ou preocupado a gente fique, as coisas sempre melhoram no final das contas. — Jungkook suspirou aliviado.
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