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Capítulo 6 - AURORA



"A vida sem freio Me leva,

me arrasta, me cega

No momento em que eu queria ver.

O segundo que antecede o beijo

A palavra que destrói o amor

Quando tudo ainda estava inteiro

No instante que desmoronou." 

Paralamas do Sucesso – Cuide bem do seu amor

Eu vou para o inferno. Vou para o INFERNO.

Mas isso eu já sabia.

Eu desejei algo divino. Desejei sem poder, mas desejei. Desejei e pronto! Essa é a verdade e só eu sei disso. Só eu.

Aquele homem apareceu do nada! Absolutamente do nada! Aquele homem para quem desabafei meus medos, que me deixou desnorteada com aqueles olhos, era padre. PADRE!

Deus, eu sou uma vadia pecadora.

Acho que não ouvi direito.

Engulo em seco com o pedido da minha mãe e pisco várias vezes. Talvez esse homem tenha ficado na minha cabeça e eu ainda estou deitada na minha cama, tendo um sonho muito louco.

— Como é? — pergunto, me fazendo de desentendida.

— Levar o padre Filipe para passear. Ele precisa conhecer a cidade e você tem dois carros — diz minha mãe, brincando com o fato de eu dizer que tinha dois carros e tinha tempo para tudo.

Tinha. Mas não para ficar passeando com um padre bonito, gato e maravilhoso e.... Que porcaria!

Abro a boca para retrucar aquele pedido.

— Dois carros. Se quiser um emprestado, será um prazer, Filipe. — Tento sair de fininho, descendo o último degrau da casa.

— Não precisa, eu... — Ele faz um gesto com a mão.

— Não estou brincando, Aurora. — A voz dura da minha mãe me deixa sem graça. — Estou pedindo para que o leve para conhecer a região nos próximos dias. Ninguém melhor do que você para fazer isso.

Filipe se mantém imóvel. Seus olhos alternam entre nós duas.

Não quero que ele me olhe.

Não quero, não quero, não quero.

— O que diz, Aurora? — Minha mãe me fita com os olhos arregalados. Eu sabia que isso significa que eu não tinha escolha.

Se ela soubesse o porquê de eu não querer isso, jamais deixaria.

Estreito os lábios na tentativa de demonstrar minha insatisfação com aquele pedido.

Agora, além dos olhos arregalados, mamãe dá duas batidinhas com seu tamanco antigo no chão.

Eu estava ferrada!

Olho para Filipe. Parado. Ao meu lado. A luz da manhã bate no azul profundo dos seus olhos. Era fácil me perder neles. Sua barba começa a despontar na pele lisa de seu rosto. Os lábios desenhados de forma sublime só instigam mais meus pensamentos pecaminosos. Isso sim é um pecado. Eu me sinto presa diante da curiosidade: como um homem desses pode ter se tornado padre?

Deus, por que tão perfeito?

Desculpe, Deus, eu estou louca.

— Tudo bem — digo, sem acreditar na minha resposta. Eu deveria manter distância dele. Ah, deveria. — Se estiver tudo bem pra você, claro.

— Será um prazer, Aurora.

Prazer. Não.

Nada de prazer!

Apenas sorrio forçadamente.

— Que coisa boa! — comemora minha mãe. — O passeio começa segunda mesmo. Amanhã é domingo, dia de missa e descanso.

Segunda? Espera! Quem escolheu isso?

— É bom que os dois vão se divertir. — continua ela, animada. — Vou contar para o padre Giovanni. Acho que Aurora tem muito a aprender com você, padre Filipe. Não precisa me esperar, filha. Eleonora irá me levar para casa. — Ela volta para dentro, depois de me agradecer com os olhos.

Assim que ela se afasta, Filipe fica sério.

— Não precisa fazer isso.

— Não é nada demais, Filipe, sério — minto. — Só que a ideia de ficar ao lado de um padre o dia todo me deixa meio apreensiva. Talvez eu não seja... hum... uma boa influência.

— Isso não fez diferença ontem à noite, fez?

Franzo o cenho.

— Não, não fez.

— Podemos ser amigos?

Ele estende a mão. Novamente me prendo em seus olhos. Outro alarme soa na cabeça. Cai fora! Cai fora!

Não estava compreendendo no que aquilo poderia dar, mas podia sentir que talvez essa história não fosse algo que eu devesse levar adiante.

Ignoro meus preconceitos e, sem pensar, estendo minha mão e aceito sua proposta.

— Sim. Nós podemos, Filipe.

Por alguns segundos o tempo para, mas então desvio o olhar.

— Vou fazer uma lista de lugares legais para te levar — digo, com uma repentina animação pela ideia louca da minha mãe.

— Obrigado.

— Eu não sei como a gente pode combinar e...

— Me passa seu WhatsApp? Para termos o contato — diz, pegando o celular no bolso.

Pego o aparelho de sua mão sem pedir permissão e adiciono meu número nos seus contatos. Assim que termino, o dispositivo toca alto. O visor marca o nome Milena.

— Milena está ligando.

— É a minha amiga, eu...

— Tudo bem, eu preciso mesmo ir resolver algumas pendências de ontem — digo, entregando seu celular.

— Boa sorte com o Pablo.

— Obrigada. Boa sorte com... — Aponto para a casa do padre.

Ele concorda. Nós dois sabíamos que ele ia precisar mesmo de sorte e eu também.

Era um absurdo estar com o coração tão acelerado enquanto me afastava dali. Mas que droga!

Quando chego ao bistrô, paro e respiro fundo. Eu teria um pepino enorme para resolver.

Através dos vidros, consigo ver Pablo ajeitando algo no balcão. Eu não queria ter essa conversa com ele, mas resolvo seguir o conselho do Filipe. Pablo merecia que eu fosse sincera sobre os meus sentimentos.

A plaqueta na porta avisa: Fechado. Não me importo. Levanto a cabeça e abro a porta principal.

O barulho da porta chama a sua atenção e ele me vê.

A minha presença não muda a sua postura, e ele continua a limpar o balcão.

Vou até ele e sento-me na banqueta à sua frente.

— Oi.

— Oi — diz, sem me olhar.

Pablo tinha suas qualidades, e a principal delas era seu jeito descomplicado de levar a vida.

Eu só queria que ele entendesse.

— Como você está?

Ele me olha por um segundo.

— O que você acha? — Em seguida, volta ao trabalho.

— Acho que nós precisamos conversar, Pablo.

Ele dá de ombros.

— Sabia que o tal Filipe é o novo padre da Igreja? — aponto para trás. Eu não sabia como iniciar aquela conversa.

E, finalmente, consigo sua atenção.

— O Filipe que estava aqui no bistrô?

— É! Não é doideira?

Ele faz uma expressão de espanto.

— Mas ele bebeu vinho e...

Torço a boca.

— Talvez possa, sei lá.

Ele dá de ombros de novo, voltando a esfregar o balcão.

— Podemos conversar?

— Eu não quero ouvir nada, Aurora.

— Tudo bem, mas eu quero falar.

Ele larga o pano, inspira uma vez e em seguida solta o ar devagarinho pela boca. Então, dá a volta no balcão e se senta ao meu lado.

— O que eu fiz de errado, Rory?

Olho para ele. Relembro dos nossos primeiros meses de namoro, há três anos. A novidade da paixão, a descoberta do sexo para nós dois, as risadas sem hora nem lugar. Acho que todo o início é assim.

Depois as coisas esfriaram. A compreensão era o fato mais importante do nosso relacionamento. Ele trabalhava com o pai e eu ficava enfurnada na vinícola e faculdade, e nunca nenhum de nós dois cobrou a atenção do outro. Nós nos encontrávamos quando sentíamos falta de carinho, quando sentíamos falta um do outro. Não sei onde nos perdemos, onde nos desencontramos.

O fogo do início não existia mais e, pelo menos da minha parte, os encontros, no último ano, eram quase uma obrigação. Hoje percebo que tudo caiu numa mesmice profunda onde o tempero de tudo acabou aguando por si próprio. Por que deixei isso acontecer?

E é então que começo a entender o que estava incorreto.

— Você não fez nada errado, Pablo.

— Vai dizer que o problema é contigo? Igual todo mundo fala?

— Não. Não vou dizer isso.

Ele arqueja uma sobrancelha.

— Sou todo ouvidos. — Ele cruza os braços e mantém uma pose séria.

Pablo é bobo, de bem com a vida. É difícil vê-lo tão magoado.

— É que... que...

— Você não quer se casar comigo?

Solto um longo suspiro.

— Eu não quero casar, Pablo.

— Comigo?

— Não com você, com ninguém. — As palavras eram duras, porém não havia melhor jeito de falar.

Isso o surpreende. O que indica que estou fazendo a coisa certa.

— Por quê?

— Essa é uma pergunta difícil. Estou trabalhando na resposta.

— Está brincando comigo, Rory?

— Não, eu gosto de você, Pablo. Nós nos damos bem, mas...

Mas...

— Mas, tudo bem. Eu entendo.

Franzo meu cenho. O que ele disse?

— Tudo... tudo bem?

Ele pega a minha mão e sorri.

Um sorriso que me faz lembrar o início de tudo.

— Eu prometo que vou com calma. Só de pensar em te perder eu fico maluco, sabia?

Ele pega o meu rosto e beija meus lábios.

— Não desista de nós. Eu amo você.

Dou um sorriso nervoso, mas ele também faz o mesmo.

Olho para ele, mas não consigo fixar por muito tempo. Um par de olhos azuis me vem à mente.

O que está havendo comigo?

Eu preciso ter minha sanidade de volta.

— Não vou desistir, Pablo.

Não conversamos sobre o que deveríamos mudar ou o que fez chegarmos a esse ponto. Apenas conversamos sobre o vinho, sobre as férias obrigatórias, sobre como a sua tia avó estava doente e que o seu pai ainda estava chateado por ele largar os negócios da família. Dou-lhe um beijo depois da conversa trivial, alegando ter que ir almoçar com Otto. Digo-lhe que talvez voltasse ao bistrô hoje à noite, mas eu ainda tinha uma lista de lugares turísticos para fazer. Ignoro o fato de contar isso ao Pablo.

De volta ao meu carro, ouço um bip no meu celular. Pego-o e vejo a mensagem no WhatsApp de um número desconhecido:

"No fim, tudo dá certo.

Estou feliz por você."

Olho para o outro lado da praça e vejo Filipe à janela da casa do padre Giovanni.

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