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Capítulo 12 - AURORA - Parte II


***


Acordo no final do dia, me espreguiçando com a dor de cabeça ainda latejante.

Pego um analgésico e vou até a cozinha.

Não encontro ninguém. Nem Otto, nem minha mãe.

Agradeço mentalmente e pegando um copo de água, engulo o remédio.

Não querendo voltar para cama, resolvo sair de casa.

Tomo um longo banho. Coloco uma calça jeans, uma camisa preta, bota de cano curto e vejo o casaco do Filipe sobre a minha cama.

Sorrio e o levo comigo para o Sun.

Minutos depois chego em Monte Belo e estaciono o carro na praça.

Pego o casaco do Filipe e bato na porta do Padre Giovanni, que logo atende.

— Oi — digo, forçando um sorriso sobre a surpresa estampada na cara do padre.

— Oi, Aurora. O que devo a honra?

Honra?

Quase reviro meus olhos, mas me controlo.

— O Filipe está? — pergunto sem delongas.

— Padre Filipe? Hum... não. Ele saiu, acho que foi correr por aí.

— Ah. Tudo bem. Depois eu falo com ele, então. Obrigada.

Seguro o casaco com força nas mãos e começo a caminhar.

— Ei, guria! — Ele me chama e me viro.

Ele torce a boca que fica ainda mais franzida sobre sua pele e barba branca.

— Agora é amiga do padre?

— Acho que sim, por quê?

— Ele sabe que você é ateia?

O quê? Eu ouvi direito?

— Ateia? — pergunto, sem acreditar na pergunta.

— É. Que não acredita em Deus.

— Eu sei o que significa ateia, padre.

— Você não vem à igreja, não fez catequese e nunca pagou o dízimo. — Ele enruga ainda mais a sua testa. — Acredito que seu envolvimento com Deus seja nulo.

Sinto meu sangue subir à cabeça.

Cerro os meus olhos em sua direção e o fuzilo apenas com o olhar.

— Não. Filipe não sabe. — Mostro-lhe um sorriso cínico com a carga certa de deboche.

Ele ergue as sobrancelhas brancas sob os grandes óculos.

— Com certeza ele pedirá outra pessoa para levá-lo para conhecer o lugar quando souber.

— Ah é? Você contará ou eu? — Coloco uma das mãos na cintura. Pronta para atacar com mil palavras.

— Eu já dei umas dicas, mas acho que precisarei ser mais claro.

O que esse homem está falando?

— Que assim seja, padre Giovanni. Desculpe, eu tenho que ir. Tenho mais o que fazer.

Forço um sorriso mais debochado ainda.

Saio da frente da sua casa com raiva e ouço sua porta fechar.

Jogo o casaco do Filipe dentro do Sun e arfo.

Velho chato!

Onde já se viu?!

No outro lado da praça, vejo Pablo, que acena animadamente quando me vê e caminho em sua direção.

Preciso mesmo de uma dose forte de qualquer bebida destilada com mais de setenta por cento de álcool.

Pablo sorri de orelha a orelha quando pega meu rosto e me dá um beijo.

— Oi, sumida. Eu te liguei o dia todo, Rory.

Lembro que, depois de ter ficado sem sinal à noite, não coloquei o celular para carregar quando cheguei. Aliás, Otto não me deixou com tempo para isso.

— Acho que está sem bateria em casa.

— O que fez de bom hoje? — pergunta, puxando minha mão para dentro do bistrô.

— Eu dormi.

— Você está bem? Está com uma cara de cansada. Dormiu mesmo?

— Dor de cabeça. Só isso. Mas e você? O que fez?

— Reabasteci o estoque aqui do bar, encomendei algumas coisas na internet... Ainda bem que segui seus conselhos, Rory. Se não fosse você, eu estaria infeliz e sujo de graxa lá nas oficinas do meu pai.

Sorrio para ele.

Eu era boa em dar conselhos. Pelo menos serviu para ele. Quanto a mim, eu estava em um barco, mas não conseguia comandar e o deixava à deriva.

— Ele entendeu?

— Quem? Meu pai? Acho que nunca irá entender, mas está se acostumando com a ideia. Ele veio ontem aqui e até bebeu uma cerveja.

— Que bom. Logo ele vai perceber essa sua felicidade.

— E aí, como foi ontem com o padre?

Ergo meus olhos e aponto para o Gim atrás dele, fazendo o gesto para me servir uma dose.

— Foi normal — digo, optando por não falar da noite.

— Tem certeza? — Me surpreendo com a pergunta.

— Hum?

Será que ele sabe que passei a noite com o padre? Mas não teve nada a...

Ele levanta a garrafa de gim na mão.

— Quer mesmo beber? Você disse que está com dor de cabeça.

Quase arfo.

— Eu preciso mesmo disso. Vamos, Pablo. Não estou te pedindo a garrafa e, sim, uma dose.

Ele me serve sem questionar mais e me acompanha na dose.

Deixo-o falar sobre como está se saindo bem com os fornecedores, como conseguiu desconto de vinte por cento em uma das mercadorias, como o seu pai o influenciou na negociação. Ele explica a forma como está armazenando a comida e como está achando o seu cozinheiro meio preguiçoso. Eu o deixo falar por quase uma hora. Confesso que meus pensamentos muitas vezes voam para longe dali.

— O que acha? — pergunta ele.

— O quê?

— Você nem está me ouvindo, não é?

— Estou. É que... — aponto para a cabeça como uma forma de não o magoar.

A verdade é que dor está mais amena.

— O que disse mesmo? — Tento reverter a situação.

— Estava perguntando sua opinião sobre qual vinho eu compro para harmonizar com a nova salada verão crocante que adicionei ao menu.

— Sauvignon Blanc ou um espumante bem gelado como um brut, moscatel. Eu não sou sommelier, Pablo.

Ele revira os olhos com a minha falta de paciência.

— Desculpe — peço. — Estou com muita coisa na cabeça e isso tem me deixado meio aérea.

— O que está acontecendo?

— Pablo, eu vim aqui justamente porque queria esquecer um pouco. Por favor, entenda isso.

— Eu quero apenas te ajudar.

Abro um sorriso gentil e pego sua mão.

— Eu sei.

Pablo sorri apertando os lábios e, de repente, como se repensasse no caso, fecha os olhos, nega com a cabeça e puxa sua mão da minha.

— É por isso que a nossa relação não vai adiante, Rory. Você sempre me deixa falar, falar, falar. Sabe quantos anos estamos nisso?

— Três — falo de uma só vez. — São três anos, Pablo.

— Quero participar da sua vida, Rory. Não só quando seu vinho está bom e você está gostando da prova. Não só quando você está animada e agitada com o trabalho. Quero saber quando você está triste. Queria que quebrasse esse muro que insiste em construir entre nós dois.

— Desculpe, hoje não... por favor. — Levanto-me da banqueta, impaciente. — Eu volto outra hora.

Viro-me em direção a porta, querendo evitar essa conversa. Não pela discussão em si, mas por não saber como lidar com isso.

— Isso! Fuja mesmo! É só isso que sabe fazer.

Sem aguentar, estressada com tudo o que vem acontecendo, volto para perto dele aborrecida ao extremo.

— Não fale besteira, Pablo — sussurro entre dentes, próximo ao seu rosto. — Eu não estou fugindo de nada! O mundo não gira em torno do seu umbigo. Não vou sujar a sua vidinha perfeita com pais perfeitos com meus problemas! E olha como você está sendo incoerente. Há poucos dias me pediu em casamento. Quer se casar com alguém que constrói um muro para ficar longe? Esse é o tipo de casamento que sonha pra você? Não venha colocar a culpa em mim pela forma acomodada que levamos essa relação! Não me cobre mais do que eu posso te dar, ok? O que quer, hein? Brincar de casinha com alguém que você mal consegue entender? Vê se cresce, Pablo!

Parada, na mesma posição, depois de soltar toda a raiva que estava sentindo, respiro fundo e percebo o que acabei de fazer.

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