Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 10 - AURORA - Parte II


Corremos até chegar à casa. Filipe me ajuda a abrir a porta e entramos.

Ele começa a rir, percebendo o quanto estava molhado.

Eu ajeito o meu cabelo e enxugo os braços com as mãos.

Filipe me olha e ri ainda mais.

— Não fale que o dia estava lindo, ok? — brinco.

Ele levanta os braços em rendição.

— Não falarei.

Com a porta aberta, deixando entrar um pouco de luz, vemos a antiga casa por dentro. Eu nunca havia entrado nela.

Poucos móveis ocupam o lugar. Apenas um fogão de pedra em um dos cantos, uma mesa antiga não muito grande, uma cadeira capenga e um espelho levemente enferrujado pendurado na parede.

Enquanto o mundo parece cair lá fora, eu caminho pelo local empoeirado. Por dentro a casa parecia ser maior do que por fora.

Concentrada em entender o porquê do Otto não gostar que ninguém venha aqui, analiso a casa. Penso em subir as escadas de madeira, para o segundo andar, mas Filipe me impede com a mão.

— Olhe... — Ele empurra um pouco a madeira que praticamente se desfaz em sua mão. — Está podre. Irá cair.

Concordo e, de repente, um barulho de algo caindo em um dos cantos da casa me assusta.

— AH! — grito com o susto.

Com o coração a mil, olhos apertados sem querer ver, percebo que acabei de agarrar o pescoço do Filipe.

— É uma cobra? Diz que não é uma cobra! AH!

Minha voz sai como a uma louca desesperada.

— Não consigo enxergar — responde também assustado.

— Desculpe. Desculpe, Filipe — peço, sem largá-lo e nem abrir os olhos. — Eu sei que não devo fazer isso, mas eu tenho pavor de cobras!

Eu o aperto um pouco mais.

— Calma! Se acalma. — Sinto uma das suas mãos abraçar minha cintura e a outra afagar meus cabelos.

Percebo meus músculos tremerem de medo.

— É apenas um gato — diz, sem fôlego. — Um gato.

Abro os meus olhos e encontro os dele. Os densos azuis que agora com a escassa luz, formaram um tom profundo.

De repente, todo o medo vai embora. A sensação de paz me domina. Por milésimos de segundo eu escolho ficar assim para sempre. Mas ele logo pisca. Pisca demasiadamente.

— Está mais calma? — pergunta quase em um sussurro, próximo ao meu rosto.

Lá fora, o estrondo da tempestade com trovões continua.

Concordo com a cabeça, sem forças para responder.

Ele é tão lindo. Tão...

A palavra que vem em mente é: perfeito.

Eu estava louca. Eu nem o conhecia direito e não consigo compreender esse meu deslumbre repentino.

— Desculpe — peço de novo.

Vejo sua testa molhada, gotas de água caindo dos seus cabelos escuros.

Tudo nele me chama atenção: seus olhos, seu nariz, seus lábios carnudos e algo especial que eu ainda não tenho entendimento.

Seus olhos também percorrem o meu rosto. Mordo minha boca em uma ação de impedir que eu faça algo que me arrependa depois.

Não sei calcular o tempo em que ficamos assim, apenas nos admirando. Mas ele é o primeiro a desfazer a conexão e me coloca no chão. Não sei se fico brava ou se agradeço.

Respiro fundo e, mentalmente, voltando à razão, o agradeço. E o medo imediatamente logo me atinge.

— Preciso ir para o carro — digo, olhando para o chão.

— Mas está chovendo muito, Aurora.

— Eu sei, mas não posso ficar aqui. O sol está baixando e estará tudo um breu em alguns minutos. É sério, Filipe. Eu tenho muito medo de cobra e esses lugares são propícios para isso.

Ele aperta os lábios, olha para fora e observa o aguaceiro que cai.

Ficar sem estar segura em seus braços não é uma opção. Não falaria isso, claro, mas passou pela minha cabeça.

Eu iria para o carro com ou sem ele.

— Podemos ir embora — digo.

— Não é perigoso? Com essa chuva?

— Eu vou devagar e é melhor do que ficar aqui.

Ele concorda.

Eu me preparo para sair, com a chave do Sun em mãos.

— Espere! — Ele pede.

Olho para ele que ergue o casaco, abrindo para que eu o coloque.

— Você está de camiseta e está bastante frio.

Aperto os lábios, aceitando.

Ele coloca o casaco em mim.

— Obrigada — digo, não querendo olhar muito para ele. Com medo de me perder novamente.

Puxo as mangas longas para deixar a chave à mostra e corro para o Sun.

Corro e abro o carro, entrando com pressa e abro também a porta do carona para o Filipe entrar.

Pela primeira vez desde que o temporal começou, dou uma boa olha no meu estado e ele também se avalia.

Começamos a rir.

— Não foi tão ruim, foi?

— Não me lembro de quando foi a última vez que tomei banho de chuva, sabia? — Ele passa a mão no rosto.

— Nem eu — digo em meio a risadas, recuperando a respiração.

Abro um pouquinho do vidro do carro e passo a mão no vidro da frente para desembaçar.

— Vamos?

Ele assente.

Ligo o Sun e, sem pressa, vou seguindo a estrada de barro e pedra. Minha visibilidade é de apenas um palmo à frente.

Sinto no volante o carro patinar.

— As chuvas aqui são sempre assim?

— Nem sempre. Espero que logo acabe. Esse vento pode acabar com as parreiras e...

Nesse momento, o Sun resolve morrer.     



continua...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro