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64° Capítulo

Brunna: Amor, é sério, você não pode ficar esse tempo todo sem falar com a sua irmã - Falou enquanto estava sentada no quadril da esposa e massageava suas costas.

Já haviam se passado três semanas desde os últimos ocorridos, e, desde então, Ludmilla não havia entrado em contato com a irmã.

Ludmilla: Se ela não te pedir desculpas, eu não vou ir atrás dela - Retrucou sentindo seus músculos se tensionarem novamente.

Brunna: Para de ser cabeça dura, vai? Nem foi tão grave assim - Ela parou a massagem e ficou apenas acariciando as costas da mulher - Ela acreditou no filho dela. Eu faria o mesmo. Você não?

Ludmilla: Eu... - Ela suspirou - Sim.

Brunna: Então liga para ela e para de doce - Deu um beijo nas costas dela - Faltam poucas semanas para o Natal, vocês não podem ficar brigadas.

Ludmilla: Você tá certa - Se deu por vencida e deu dois tapinhas na coxa da esposa avisando que queria se virar - Eu vou tentar falar com ela.

A mulher ficou de joelhos e depois que a esposa ficou de barriga para cima, ela voltou a sentar em seu quadril.

Brunna: Obrigada - Sorriu acariciando o peito dela - Eu to me sentindo horrível de ter feito isso com vocês.

Ludmilla: Você não fez nada - Deu um pequeno sorriso - Você tá mais gordinha? - Segurou a pele da barriga dela.

Brunna: Para - Resmungou dando um tapa na mão dela - Nunca fale isso para uma mulher!

Ludmilla: Uer, mas eu também sou!

Brunna: Mas eu não falo isso para você

Ludmilla: É que eu tenho a impressão de que você tá comendo mais do que antes - Deu uma risadinha quando a mulher começou a estapear seu peito.

Brunna: Para de ser indelicada! - Se abaixou e deu uma mordida no abdômen dela.

Ludmilla: Ai, parei! - Falou rindo e a puxou pelo cabelo fazendo seu rosto ficar em frente ao dela - Eu te amo, mesmo comendo igual a uma ogra.

Brunna: Você vai pagar caro por essas palavras - Semicerrou os olhos - Mas eu também te amo - Deu um selinho nela - Pega o seu celular e liga para sua irmã.

Ludmilla: Depois - Resmungou subindo e descendo as mãos pelas coxas dela.

Brunna: Resposta errada. Agora! - Se esticou pegando o celular dela - Toma, liga na minha frente.

Voltou a ficar com o tronco ereto e sentada no quadril da esposa. Ela apertou no contato da irmã, mas não estava com coragem para ligar.

Brunna: Amor.

Ludmilla: Eu não consigo - Olhava para o nome dela na tela.

Brunna: Só apertar - Empurrou o dedo dela - Viu?

Chamou umas quatro vezes e quando ela foi desligar, a chamada foi atendida.

Ligação On


Luane: Alô? - A voz seca se fez presente do outro lado.

Ludmilla: Oi - Foi a única coisa que ela conseguiu dizer.

Luane: Quer alguma coisa?

Ludmilla: Eu... - Olhou para a esposa e ela a incentivava a falar -Não.

Luane: Ok - Ficou alguns segundos em silêncio - Posso ir na sua casa?

Ludmilla: Vai destratar minha mulher? - Ficou na defensiva.

Luane: Não. Posso?

Ludmilla: Pode.

Luane: Ok - Dito isso ela desligou a chamada.

Brunna: E aí? - Perguntou curiosa.

Ludmilla: Ela perguntou se podia vir aqui hoje - Disse um pouco confusa.

Brunna: Nossa - Falou surpresa - Espero que seja pra vocês fazerem as pazes.

Ludmilla: Quem sabe.

(...)

Ludmilla: Amor, eu não to com paciência pra cozinhar. Vamos pedir comida? - Sugeriu para a esposa enquanto estavam assistindo televisão no sofá com os filhos.

Brunna: Claro, mor - Ela respondeu - Quer que eu peça? - Ela assentiu com a cabeça.

Depois que fez o pedido, Brunna voltou a se sentar no sofá ao lado do Léo.

Brunna: Será que a comida já chegou? - Falou estranhando quando a campainha foi ouvida.

Ela foi até a porta e se surpreendeu ao encontrar a Luane do outro lado dela.

Luane: Oi - A mulher falou séria.

Brunna: Eu vou chamar sua irmã - Abriu a porta e adentrou a casa novamente - Filhos, não querem esperar a comida vendo desenho no quarto de vocês?

Léo entendeu que os adultos queriam privacidade, então apenas deu a mão para a irmã e subiram as escadas juntos.

Brunna: Amor - Chamou a atenção da esposa e ela olhou para a porta encontrando a irmã - Vou deixar vocês a vontade - Ela se afastou da porta.

Luane: Espera! - Interrompeu a cunhada - Eu quero falar com você também. - A Loira assentiu com a cabeça e foi até a porta novamente.

Brunna: Entra - Fechou a porta assim que a outra entrou - Sente-se.

Luane: Eu não quero ficar enrolando e nem dando voltas no assunto, então vou direto ao ponto. Quero pedir perdão pelo jeito que falei com vocês naquele dia - Disse sincera - Ele é meu filho, não tinha como eu não acreditar nas palavras dele.

Brunna: O que te fez mudar de ideia? - Perguntou ao ver que a Ludmilla não falaria uma só palavra.

Luane: Eu e Marcos tivemos uma conversa franca com ele horas antes de ele ir para Roma - Revelou - O Marcos já imaginava que o Yuri era o errado da história, então resolveu ser duro com ele, para ele falar toda a verdade. E deu certo - Suspirou - Me desculpem por ter desconfiado das palavras da Brunna. Eu fiquei muito irritada, só de imaginar minha família se separando por causa dela.

Brunna: Tá tudo bem - Deu um sorriso compreensivo.

Luane: Não tá tudo bem. Eu precisei ouvir da boca do meu filho, para não ficar pensando coisas ruins ao seu respeito.

Brunna: Luane, é seu filho, eu entendo perfeitamente. Tenho certeza que, se um dos meus filhos falassem algo e outra pessoa falasse de outra forma, eu acreditaria neles.

Luane: Posso falar uma coisa que não tem nada a ver com o assunto? - Brunna assentiu com a cabeça - Você não deveria se preocupar tanto em recuperar a memória e se tornar a Brunna de antes do acidente - Falou deixando o casal confusa - Aquela Brunna nunca me compreenderia tão fácil assim. Ela provavelmente me falaria umas boas verdades, antes de dizer que me entende. Você evoluiu muito. Se tornou ainda mais admirável!

A Loira sentiu seus olhos lacrimejarem com as palavras da cunhada. Era reconfortante ouvir tais palavras, já que estava tão focada em ser a Brunna do passado que sequer se deu conta do que havia se tornado no presente.

Brunna: Eu... Obrigada, Luane sorriu para a cunhada - Vamos apagar essa história. Eu só quero que fique tudo bem na nossa família.

Luane: Eu penso igual - Olhou para a irmã - Você me perdoa também?

Ela deu um pequeno sorriso e se levantou a abraçando.

Ludmilla: É lógico que eu perdoo.

Luane: Olha - Ela falou quando separou o abraço da irmã e limpou algumas lágrimas que escorreram - O Yuri deixou uma carta de desculpas para vocês. Espero que possam perdoar ele pelo que aconteceu.

Ela deu a carta na mão delas e se despediu indo para a sua casa com o coração leve.

Ludmilla: Você quer ler? - Estendeu a carta para a esposa.

Brunna: Eu tô com a consciência e o coração tranquilos, amor. Já perdoei ele - Deu um pequeno sorriso.

A Ludmilla segurou a carta e a rasgou em vários pedaços.

Ludmilla: Eu já perdoei também - Largou os pedaços de papel no chão e puxou a esposa para um abraço - Eu te amo tanto que você nem imagina o quanto.

Brunna: Eu imagino porque te amo da mesma maneira - Elas trocaram um olhar apaixonado e então compartillharam um beijo amoroso.

Ludmilla: Eu tenho muito orgulho de ser sua esposa - Revelou olhando nos olhos dela.

Brunna: Eu tenho muito orgulho de ser a sua esposa!

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