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35°Capítulo

NARRAÇÃO...

Ludmilla: Por que você tá com essa cara, meu amor? - Perguntou se levantando do aparelho extensor e acariciou o rosto da esposa, que estava parada a observando.

Brunna: A Emilly tá estranha - Revelou olhando para ela.

Ludmilla: O que ela tem?

Brunna: Sei lá, parece tá no mundo da lua e da pra ver que ela passou o dia inteiro segurando o choro.

Ludmilla: Por que não chama ela pra conversar - Passou o polegar pelo lábio inferior dela.

Brunna: Tá no horário de trabalho dela ainda e eu tô auxiliando você - Deu de ombros.

Ludmilla: Eu já to bem, amor, relaxa - Deu um beijo na testa dela.

Ludmilla havia acabado de sair de uma gripe e ficou alguns dias sem treinar, então Brunna estava fazendo um treino mais leve para ela voltar à rotina.

Brunna: Consegue sozinha mesmo? - Ela assentiu - Se eu voltar aqui e você tiver com a carga maior do que eu mandei, você vai se ver comigo - Semicerrou os olhos.

Ludmilla: Não me ameaça porque você sabe que eu adoro os seus castigos - Disse baixo e em um tom malicioso.

Brunna: Você vai acabar queimando meu filme com os alunos.

Ludmilla: Uai, foi você que começou - Deu uma risadinha.

Brunna: Acho que eu vou dispensar a Emmy e chamar a professora substituta - Falou pensativa - Aí a gente vai pra casa dela conversar e você pega as crianças, pode ser?

Ludmilla: Lógico, meu amor - Deu um sorrisinho.

Brunna: Não morram sem mim - Deu um risadinha e segurou a mão dela dando um beijo na palma.

Ludmilla: Prometo tentar.

Ela se afastou e foi ao andar de cima, onde a amiga havia acabado de encerrar uma aula.

Brunna: Vamos para casa? - Parou na porta a olhando.

Emilly: Tá doida? Eu ainda tenho aula para dar!

Brunna: Eu liguei pra professora substituta enquanto estava no elevador. Ela já está a caminho.

Emilly revirou os olhos, mas agradeceu a amiga mentalmente, não estava em condições de ficar mais tempo ali dando aulas. A mulher se levantou e caminhou até a amiga. Quando parou em sua frente e olhou em seus olhos, pode sentir as lágrimas descerem por seu rosto.

Brunna: Você tá chorando? - Se desesperou - Calma, não precisa ficar assim. Eu ligo para ela e digo que...

Emilly a interrompeu com um abraço. Brunna ficou por alguns segundos apenas parada, mas logo envolveu os braços na amiga e a apertou enquanto acariciava suas costas com uma das mãos.

Brunna: Você quer conversar? - Sussurrou e a morena assentiu com a cabeça - Então se acalma e vamos para a sua casa.

Como ela sabia que Ramana estava em aula e ficaria até tarde, sugeriu isso para a amiga. Elas saíram pelos fundos da academia e foram até o estacionamento pegando o carro da Emilly e partindo para o apartamento.

Brunna: Fala o que foi - Se sentou no sofá olhando a amiga que ainda chorava - Foi a Ramana? Ela fez alguma coisa? Quer que eu quebre a cara dela?

Por mais que não tivesse com humor, Emilly deu uma risadinha com a fala da amiga.

Emilly: Ela não fez nada, amiga. Eu que tô me sentindo frustrada por não conseguir engravidar.

Brunna: Como assim? - Franziu as sobrancelhas.

Emilly: Já faz um ano que a gente tá tentando ter um bebê, mas nada acontece.

Brunna: Vocês já foram no médico pra ver do que se trata? - Se ajeitou no sofá ficando sentada de frente para a Morena.

Emilly: Já! Eles dizes que tá tudo bem, mas não tá! Não é normal alguém saudável levar tanto tempo pra engravidar - Respirou fundo limpando as lágrimas.

Brunna: Eu gostaria de poder te falar alguma coisa inteligente, mas eu não faço ideia de quanto tempo eu fiquei tentando pra engravidar - Mordeu o lábio inferior.

Emilly: Nenhuma das suas foram planejadas - Fungou - O Léo foi porque vocês transaram sem camisinha, quando estavam bêbadas, e a Nina foi porque você tomou uns remédios lá quando ficou doente e acabou quebrando o efeito do anticoncepcional.

Brunna: Como você sabe disso?

Emilly: Você que me contou - Ela se aproximou dela e deitou a cabeça em seu colo - Eu tô precisando de carinho, amiga!

A Loira pensou por alguns segundos e logo levou uma das mãos até os fios negros, acariciando suavemente.

Brunna: Por que você estourou só agora?

Emilly: Já faz um tempo que eu tô me sentindo assim, só que agora eu comecei a tratar a Ramana mal e brigar com ela a toa, tudo por me sentir incapaz de dar um filho para ela.

Brunna: Me promete uma coisa? - A Emmy ficou em silêncio esperando o restante - Me promete que você vai procurar outro médico e refazer esses exames? E Me promete também que não vai deixar isso arruinar seu casamento?

Emilly respirou fundo e olhou nos olhos da amiga.

Emilly: Eu prometo - Deu um pequeno sorrisinho.

Brunna: Ótimo - Sorriu de volta - Você quer comer algo?

Emilly: Eu tô morta de fome na verdade.

Brunna: Então levanta essa bunda enorme e vamos para a cozinha!

As duas comeram algo que Brunna preparou, a Emilly tomou banho e então elas foram para o quarto da mulher.

Brunna: Deita aí que eu vou te fazer dormir - Apontou para a cama.

Emilly: Eu tô muito feliz por essa nova você - Disse sorrindo e fez o que a amiga disse.

Brunna: Eu também - Deu um pequeno sorriso - É bom me sentir amada e saber amar.

Emilly: Já tá amando é? - Puxou a coberta até o ombro e Brunna se sentou em sua frente.

Brunna: Eu amo meus filhos mais que tudo - Pôs a mão no cabelo moreno acariciando novamente - E você também. Mas só um pouquinho.

Emilly: estava com tanto sono que apenas conseguiu sorrir para a frase da amiga.

Brunna: Dorme - Disse ainda acariciando os cabelos da outra - Amanhã vai ser outro dia.

Emilly adormeceu e um tempo depois, a Loira se levantou para ir embora.

Ramana: Brunna? - Entrava pela porta quando viu a mulher com a bolsa no braço parada em frente à mesma.

Brunna: Oi - Deu um pequeno sorriso - Eu trouxe a Emmy pra casa, ela tava um pouco triste hoje.

Ramana; Imagino o motivo - Suspirou.

Brunna: Tenha paciência com ela, ok? - Sorriu para a mulher e saiu da casa.

Ela pegou um táxi e foi para casa.

(...)

Ludmilla: Conversou com ela? - Perguntou quando as duas já estavam na cama preparadas para dormir.

Brunna: Sim. Ela tá com dificuldade pra engravidar - Revelou brincando com os dedos da mulher que estavam repousados em sua barriga.

Ludmilla: Nossa, deve ser difícil né?

Brunna: Imagino que sim. Deve ser frustrante querer muito algo e não conseguir.

Ludmilla: É triste, mas nós já temos nossos próprios problemas, não precisamos pegar o dos outros também - Segurou a cintura dela e aproximou mais seu corpo do da esposa.

Brunna: Que problemas que a gente tem nesse momento? - Virou de lado encaixando a perna na cintura dela.

Ludmilla: Essa roupa que tá separando meu corpo, do seu - Puxou a alça da camisola dela para baixo.

Brunna: Sinto muito, senhora doentinha, você ainda está em fase de adaptação, não está preparada pro treino pesado que eu tenho pra passar - Brincou.

Ludmilla: Você sabe que eu sempre estou preparada pra você - Apertou a perna dela e mordeu seu lábio inferior.

Brunna: Me mostra então.

As duas se amaram apaixonadamente e logo pegaram no sono abraçadas.

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