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Capítulo 5

E quando eu senti como se eu fosse um cardigã velho
Debaixo da cama de alguém
Você me vestiu e disse que eu era seu favorito 

Cardigan - Taylor Swift


O problema da proposta é que não consigo parar de pensar nela. Em uma coisa Nicolas tem razão: essa bolsa mudaria o meu futuro para sempre. Não era para ser uma decisão difícil. Eu nem deveria estar cogitando a possibilidade de aceitá-la. Sempre fui um defensor ferrenho dos direitos LGBTs e por mais que odeie Cristiano, não tenho o direito de arrancá-lo do armário da forma humilhante como Nicolas quer. Eu nem acho que Cristiano seja gay para começo de conversa. Ele está mais para um hétero arrogante e cheio de si do que qualquer outra coisa. O problema é que ele não acha que alguém esteja a sua altura no nosso colégio.

— Alô? Terra chamando Téo Barone — Lavínia estala os dedos diante de mim, me fazendo piscar, assustado. — Você não ouviu uma palavra do que eu disse, né?

— Desculpa, Lavínia. Acho que me distraí um pouco.

— Se distraiu é um puta eufemismo. Você está no mundo da lua.

Passo uma mão pelo rosto, olhando ao redor na tentativa de afastar aqueles pensamentos obsessivos nada saudáveis. Estamos sentados em um banco no alto das arquibancadas, o calor da tarde de verão castigando cada célula de nossos corpos. Diferente daquele dia do meu encontro com Nicolas, a quadra hoje está lotada, é claro. Todos querem assistir aos testes para o time oficial que disputará o torneio Intercolegial desse ano. Futebol é coisa séria no colégio Pádua.

Lavínia e eu estamos aqui com o objetivo oficial de apoiar Emílio e Jonas, que tentam uma vaga de lateral direito e esquerdo, respectivamente. Embora esses testes tenham um interesse um pouco menos altruísta para nós. O que fica bem evidente quando um suado e avantajado aspirante do segundo ano passa por nós, arrancando a camiseta para se refrescar.

— Vai ser gostoso assim lá em casa — digo, incapaz de segurar a língua.

— Você não presta, Téo — Lavínia ri, balançando a cabeça, mas vejo que está corada.

— O que? Você pensou a mesma coisa.

— Não vou negar nem afirmar, apenas que alguns de nós tem discrição o suficiente para não dizer em voz alta.

— O que é mais que uma confirmação, sua safada.

Nós dois rimos e por um momento me esqueço dos meus problemas. Eu devia fazer isso mais vezes, apenas relaxar com a minha melhor amiga enquanto ficamos de bobeira falando besteira.

Mas apesar de minhas brincadeiras ousadas, a verdade é que ainda sou bem inexperiente quando se trata de garotos. Viver em uma cidade pequena, com poucas opções de lazer e uma tia religiosa tirana não ajuda muito nesse quesito. Só beijei dois garotos a minha vida toda, um em uma balada que fui com meus primos em Uberaba e que eu nunca mais vi. O outro é aqui do colégio, mas depois que ficamos ele passou a agir como se nada tivesse acontecido e nunca mais nos falamos. E é isso. Esse é o resumo da minha incrível e nada emocionante vida amorosa.

Estou prestes a fazer uma piada sobre isso quando vejo Cristiano entrar na quadra. Ele está com um uniforme preto e uma luva de goleiro em uma das mãos. Aproxima-se da trave, verificando a curvatura da base. Um urubu futebolístico.

— Não sabia que Cristiano era goleiro — digo sem pensar.

— Não sabia que se interessava pela posição dele no time.

— Eu não me interesso! — me viro para ela com uma expressão indignada, mas então percebo que não posso dizer o real motivo do meu interesse repentino. Ninguém além de Jonas sabe sobre a proposta de Nicolas. Decido mudar de assunto. — Aliás, o que você estava dizendo antes?

Lavínia arqueia uma sobrancelha, pouco convencida, mas resolve deixar para lá.

— Quer dizer enquanto você estava no mundo da lua? Eu perguntei se você não ia no vestiário falar com o Emílio e o Jonas antes dos testes.

Sinto algo se revirar em meu estômago. Não converso com Emílio desde que ele se irritou comigo e deixou nossa mesa intempestivamente.

— Você acha que devo ir?

— É uma ótima oportunidade para acabar com esse clima estranho entre vocês.

— O clima estranho começou por causa dele. Emílio ainda me deve um pedido de desculpas.

— Ele só estava estressado. Você não pode só deixar isso para lá, Téo? Por favor?

Olho para ela irritado, mas não consigo ficar assim por muito tempo. Sei que Lavínia só não quer ter que escolher entre um amigo e outro, e não posso culpá-la por isso. Reviro os olhos por fim.

— Está bem, eu vou tentar. Mas por você.

Assim que deixo Lavínia na arquibancada, me arrependo na mesma hora. Vicente está perambulando pela borda da quadra e me olha com seu rosto raquítico de forma culpada. Pelo que sei, os únicos esportes que ele curte são praticados sentado, na frente de um computador ou console de game. O que me faz pensar que Lavínia me dispensou para ter a chance de conversar com ele sozinha.

Mas já estou na metade do caminho, então apenas fecho a cara e sigo meu caminho. Estou tentando não entrar em discussões desnecessárias ultimamente.

O vestiário tem aquele cheiro forte de suor e hormônios masculinos e recebo alguns olhares hostis quando passo pela porta. É intimidante entrar aqui, como se eu estivesse cometendo algum crime contra a honra hétero máscula predominante.

Encolho os ombros inconscientemente e estou prestes a sair, quando Jonas me vê e acena contente para que me aproxime. Respiro aliviado e corro para o banco em que ele está sentado, calçando sua chuteira. Emílio está ao seu lado, mas evita o meu olhar, de cabeça baixa o tempo todo.

— E aí, Téo? Gostando dos testes?

— Futebol não é muito a minha praia, mas vocês estão indo muito bem — forço um sorriso para ele, mas é difícil não transparecer minha frustração com Emílio. — Bom, eu só passei aqui pra desejar boa sorte mesmo. Para vocês dois...

Vejo Emílio se remexer, desconfortável, então Jonas me lança um olhar significativo antes de se levantar.

— Eu tenho que ir, já está na minha hora — Jonas diz, apertando uma mão em meu ombro e me deixando sozinho com Emílio no banco.

E não sei o que pensar. Não sei mais o que dizer para consertar as coisas. Não sei nem se ele quer que algo seja consertado.

No entanto, Emílio se levanta de repente, me olhando com aqueles olhos negros cheios de culpa. Por um momento me esqueço de como respirar.

— Téo, sei que agi como um idiota com você...

— Tá tudo bem, Emílio — eu digo, mesmo que não seja verdade. — Esquece isso.

— Não, escuta. Eu ando muito estressado ultimamente, mas não podia ter descontado em você. Nunca quis dizer que se intromete demais na minha vida, eu falei aquilo sem pensar. Sinto muito.

— Tudo bem, não vou mais te pressionar sobre isso... mas saiba que estarei aqui por você sempre que quiser desabafar. É para isso que servem os amigos.

Ele encolhe os ombros, olhando para os pés.

— Talvez eu não mereça a sua amizade.

Dou um soquinho amistoso em seu peito.

— Ei, para com isso! É claro que merece. Você é o cara que me defendeu daqueles trogloditas no nono ano. Sem você aquilo teria sido um massacre. Você merece tudo e mais um pouco, Emílio.

Emílio abre um sorriso, ainda tímido, mas é o suficiente para encher meu peito de esperança. De repente ele me abraça e fico sem reação, congelado entre os braços bem definidos.

— Obrigado, Téo! De verdade.

Quando consigo controlar minimamente meu coração, dou uns tapinhas no ombro dele. Sinto-me como uma fagulha em um paiol dentro de seu abraço.

— Não precisa agradecer — digo próximo de seu ouvido, a voz embargada pela emoção. — Só entra em campo e faz o que você faz de melhor: vai lá e arrasa.

Porém, antes que Emílio tenha a chance de esboçar qualquer reação, ouvimos o som pesado de algo sendo atirado aos nossos pés. Emílio me solta e posso ver a figura sinistra que acaba de adentrar o vestiário.

Cristiano marcha até nós, o rosto corado e ofegante. Seus cabelos estão uma bagunça preguenta de suor e ele nos encara com uma fúria selvagem.

— O que pensam que estão fazendo? Aqui não é lugar para esse tipo de coisa, se querem se agarrar façam isso lá fora.

— Cara, isso é desnecessário — Emílio se apressa em dizer, assumindo minha frente de forma protetora. — Téo só estava me desejando boa sorte.

Mas apesar de sua frágil tentativa pacificadora, eu perco a cabeça. Empurro Emílio para o lado e encaro Cristiano de frente, como se ele não fosse dez centímetros mais alto que eu e pudéssemos nos enfrentar de igual para igual.

— Deixa, Emílio. Não vale a pena discutir com esse aí, os únicos argumentos que ele entende são os da prepotência e da arrogância.

Ele cerra os punhos, ainda com as luvas de goleiro. Escuto um grunhido sair de sua garganta, mas continuo encarando-o sem medo.

— E o que está fazendo aqui para começo de conversa? O vestiário é apenas para quem vai fazer os testes.

— Não seja por isso! Pode ficar com o seu santuário de testosterona, ele é todo seu. A gente se fala depois, Emílio.

Reunindo toda a minha dignidade, ergo a cabeça e passo por ele de nariz empinado. Enquanto saio do vestiário, sinto os olhares sobre mim, me avaliando, me julgando, mas tento não pensar sobre isso. Minha cabeça ainda está fervendo de raiva e é praticamente impossível ver algo à minha frente.

Só percebo que alguém me seguiu quando sinto um puxão em meu braço.

— Téo, espera!

O puxão não é muito forte, mas mesmo assim já me viro com quatro pedras na mão:

— O que foi agora?

Nicolas sorri pra mim com aquela mesma expressão presunçosa que eu odeio e tenho que me segurar para não socá-lo ali mesmo.

— Eu vi a sua discussão com Cristiano.

Minha expressão se fecha ainda mais, se é que é possível.

— Achei que testes de futebol não estivessem a sua altura.

Ele balança a cabeça em tom divertido. Não parece se incomodar nem um pouco com o meu sarcasmo azedo.

— Não é por isso que estou aqui. Sabe que pode acabar com a arrogância de Cristiano quando quiser, não sabe?

— Já disse que não estou interessado.

— Bem, você vai mudar de ideia. E quando isso acontecer, não hesite em me procurar.

— Vai se ferrar, Nicolas!

Volto para as arquibancadas sem esperar por uma resposta, mas posso ver à distância que ele continua rindo, muito seguro de si e de seu plano sórdido.

Sento-me rígido ao lado de Lavínia, sem saber se sinto mais raiva de Cristiano ou de Nicolas. Lavínia percebe meu olhar e permanece em silêncio. Não consigo me concentrar nos testes, nem quando Emílio ganha a posição de lateral esquerdo. Minha comemoração é mecânica e fria.

Olá pessoas, como vão?

O que acharam do capítulo de hoje? Será que Téo se manterá firme em sua recusa a Nicolas, ou a irritação que sente por Cristiano o fará mudar de ideia?

Descobriremos no próximo capítulo...

Antes de ir, não se esqueça de deixar seu voto e seu comentário.

Beijos e até a próxima ;*

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