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Capítulo 29

Então me olhe nos olhos

Diga-me o que você vê

Paraíso perfeito, se desfazendo

Eu queria poder escapar

Eu não quero fingir

Eu queria poder apagar

Fazer seu coração acreditar

Imagine Dragons - Bad Liar



— Explicar o que? Que você se fez de hétero esse tempo todo?

De punhos cerrados e sangue fervendo, encaro Emílio com a raiva estampada na face. Ele mal ousa se mexer. O clima está abafado, tudo parece suspenso no ar.

Sei que não devia estar raiva do meu melhor amigo apenas por pegá-lo beijando outro garoto, mas é exatamente como me sinto. Um sentimento cego me toma e tudo o que vejo à minha frente é a traição de Emílio. Por quê?

Diego está encolhido junto à parede. Ele troca um olhar preocupado com Emílio, que assente, então vai embora, nos deixando a sós para a conversa difícil. Emílio engole em seco antes de começar.

— Eu não me fiz de hétero, eu sou bi na verdade, eu... descobri há um tempo atrás, mas isso não significa...

Não estou interessado em desculpas esfarrapadas.

— Há quanto tempo?

— Téo...

— Há quanto tempo você sabe?

— Pouco mais de dois anos.

Sinto o sangue subir para a cabeça.

— Está me dizendo que se descobriu bissexual há mais de dois anos e nunca me disse nada?

— Eu sabia como você se sentia sobre mim, não queria te dar falsas esperanças. Eu tinha medo de estragar a nossa amizade.

— Então esse tempo todo você sabia... e esse tempo todo você era bi... você tem alguma ideia do quanto eu sofri pensando que o que eu sentia era errado? Que jamais seria correspondido? E esse tempo todo você era bi...

— Téo, por favor... foi um processo difícil de aceitação. Eu nunca quis te machucar, estava esperando pelo momento certo para contar. Eu fiquei tão feliz quando soube que você tinha se apaixonado por Cristiano.

— Por que você se sentiu menos culpado?

— Não, porque eu queria que você fosse feliz! Que droga, Téo...

Balanço a cabeça em negação.

— Você não confiou em mim. Eu podia ter te ajudado nesse processo de aceitação. Eu, seu melhor amigo gay. E você não confiou em mim.

— As coisas não são como você pensa, eu ia te contar. Eu te disse aquele dia que queria te contar, só estava esperando o momento certo...

— Só me diga uma coisa: era com ele que você estava naquele dia do carnaval?

Emílio não diz nada, o que é uma confirmação. Puxo o ar pesadamente, mas é como se meus pulmões se enchessem de areia.

— Vocês estão ficando desde o carnaval?

— Por favor, me deixe explicar. Ainda somos amigos.

— Não, Emílio. Depois de hoje, eu não tenho mais amigos.

Mordo o lábio, lutando para segurar uma nova enxurrada de lágrimas prestes a cair. Emílio fica me olhando com expressão perplexa, balançando a cabeça enquanto tenta digerir o que eu disse. Finalmente, ele abaixa os ombros em derrota.

— Se é o que pensa...

Não consigo mais olhar para a cara dele. Depois de ouvir toda a história de Cris, a última coisa de que precisava essa noite era brigar com Emílio. Depois de tudo o que passamos...

De coração arrasado, dou as costas para o meu ex-melhor amigo e quase corro até o portão enquanto as lágrimas finalmente caem. Ele não tenta me impedir. Tudo o que quero é ir para casa e me afundar na cama para sempre.

No entanto, alguém me alcança na calçada.

— Ei, Téo! Estava te esperando.

Levo um susto ao ter o ombro apertado, mas é só Jonas. Ele repara na minha expressão, assumindo um ar preocupado.

— O que houve? Aconteceu alguma coisa entre você e Emílio?

— Eu não quero falar sobre isso.

— A gente estava te esperando para irmos embora juntos.

— Eu vi bem como Emílio estava me esperando.

Acho que Jonas repara no tom ácido da minha voz. Eu continuo andando e ele me segue a uma distância curta, sem dizer nada.

— A propósito, onde é que você estava esse tempo todo?

— Hum.

Reviro os olhos. É tão óbvio que ele nem precisa responder.

— Você e Bianca estão ficando?

— Não conte para Cristiano.

— Uma hora ele vai ter que saber.

— Sim... olha, eu sei que você queria que eu ficasse com a Lavínia, mas nunca teria dado certo entre nós.

Solto um longo suspiro.

— Isso não é mais da minha conta. Lavínia e eu nem estamos nos falando.

— Eu sinto muito por isso. Não sei o que aconteceu com Emílio, mas ele e Lavínia se importam muito com você.

Um vazio opressor invade meu peito ao ouvir o nome dos dois. Pela primeira vez, estou brigado com os dois melhores amigos que já tive na vida. Nunca me senti tão sozinho.

A rua está deserta a essa hora e, apesar da noite estrelada e do tempo abafado, o frio penetra minhas veias. Não quero que Jonas me veja assim. Não quero ter que falar sobre isso com alguém.

— Sério, Jonas, não precisa me acompanhar até em casa. Não preciso de um guarda-costas.

— Mesmo assim eu vou te acompanhar. Você não tem escolha.

Eu queria ficar bravo. Queria gritar com ele, mandá-lo embora, talvez até esmurrá-lo. Seria bom colocar a raiva para fora, mas nunca me senti tão fraco na vida. E sei que Jonas só está tentando ajudar. Afinal ele é um bom amigo, do tipo que eu jamais poderei ser.

De algum jeito, meus pés continuam andando, passo por passo, os braços cruzados na frente do corpo. Não sei como ainda não desmoronei.

— Faça como quiser — digo com a voz embargada. — Só não diga mais uma palavra.

De alguma forma, sua presença taciturna aumenta a minha solidão. Continuo caminhando o mais rápido que minhas pernas podem, o rosto sempre voltado para frente. Não iria suportar que Jonas visse o quanto estou destruído.


***


Os dias seguintes se arrastam. Passo a maior parte do tempo em um estado lamentável, mal percebendo o que acontece ao meu redor. Começo a ter pesadelos com tribunais e cruzes de igreja. Nos sonhos, estou sempre em uma roda de julgadores e sou menor que todos eles. Dedos apontam em minha direção e Nicolas e Heitor estão sempre rindo, comandando minha tortura pessoal. Minha assinatura gigantesca aparece em um telão, confirmando minha culpa. Tia Fabrícia diz que minha alma arderá no fogo do inferno, enquanto o Dr. Joaquim me lança olhares severos e me acusa de trair sua confiança. O escapulário de Cris queima a pele ao redor do meu pescoço como veneno, deixando uma cicatriz permanente que nunca para de doer. Estou sempre sozinho, chamando por meus amigos, mas eles ficam de costas e meus dedos nunca conseguem alcançá-los.

Mas o pior de tudo são as expressões de decepção nos rostos de Cris e do meu avô. E meu sangue. Meu sangue, por toda a parte.

Acordo ofegante e banhado em suor. Depois não consigo pregar os olhos até de manhã. Isso se repete toda noite.

Faço a prova do ENEM parecendo um zumbi, meus sonhos de entrar em uma boa universidade agora não passando de uma ilusão distante. Joguei fora todo o tempo que passei estudando com Cris. Mais uma vez, estraguei tudo.

Não consigo fingir que está tudo bem. Cris se preocupa, mas eu sempre me esquivo de suas perguntas incômodas, atribuindo meu estado aos desentendimentos com Lavínia e Emílio. Não posso mais olhá-lo nos olhos. A culpa me consome por inteiro. Começo a criar desculpas bobas para evitá-lo.

Jonas tenta me animar de todas as formas possíveis mas, sem Emílio, meu ex-melhor amigo e conselheiro oficial, nada parece fazer sentido. Ele fala com Lavínia e tenta me convencer a uma reaproximação, mas não tenho ânimo para isso também. Encaro a tela quebrada do meu celular por horas e ignoro todas as mensagens que recebo. Vejo seus rostos tristes repletos de pena quando passo por eles no corredor, o que me destrói por dentro.

Assim, vejo com grande apatia chegar a noite do fatídico baile de formatura.

Oi amores, como vão?

Desculpem pelo atraso no capítulo, essa semana foi enrolada para mim.

O drama de Téo estará próximo do fim? E o que será que vai acontecer nesse baile de formatura, hein?

Não percam o próximo capítulo!

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Beijos e até a próxima ;)

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