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Capítulo 18

Então é isso, aqui estou eu. Tenho quase certeza de que consigo me controlar. Eu treinei para isso quase a noite toda. Depois que... bem. Depois do meu devaneio. Eu ficarei bem. Tudo ficará bem. Se eu repetir isso mais mil vezes, será verdade.

Mas Cristiano abre a porta do quarto e cada poro do meu corpo é invadido por seu cheiro estonteante de grama e menta. Sinto minhas pernas vacilarem. Droga. Devia ser proibido alguém ter um cheiro tão bom assim.

Ele sorri quando me vê e preciso prender a respiração para não suspirar alto.

— Então você veio.

Rezo para que minha voz não me traia.

— É claro que vim. Como eu disse, você não se verá livre de mim tão fácil.

O que arranca uma risada gostosa dele. Meu coração parece querer sair pela boca.

— Entra aí.

Eu entro. E é como entrar aqui pela primeira vez. Reparo nos móveis, no tapete, na cortina branca balançando suavemente com a brisa da tarde. A cama está caprichosamente arrumada com uma colcha em azul marinho, várias almofadas dispostas sobre a cabeceira, os tons de azul combinando entre si. Engulo em seco.

Por um louco segundo, me imagino dizendo: "Ei, Cris, sabe o que é engraçado? Eu me masturbei ontem à noite pensando em você". Ele bateria em mim? Me mandaria embora?

— Você desistiu mesmo do escritório do seu pai? — acabo dizendo, virando-me para encará-lo. Lembro de seu desconforto na primeira vez em que viemos para cá.

Cris dá de ombros, dirigindo-se à escrivaninha.

— Acho que aqui podemos ficar mais à vontade. Minhas coisas estão todas aqui e não preciso levar tudo lá para baixo. Além disso, meu pai não o incomodará enquanto estiver longe de seu território.

Abro um sorriso amarelo. Ele me indica a cadeira ao seu lado. Eu me sento e logo já estamos concentrados no estudo. Cada segundo dura uma eternidade enquanto tento resolver meus problemas de álgebra, forçando-me a ignorar o fato de Cristiano estar bem ao meu lado, ao alcance dos meus dedos.

Meia hora depois ele se estica na cadeira, espreguiçando como um gato ao sol, o que leva todo o meu esforço anterior para o buraco. Solto minha lapiseira, incapaz de resolver mais um único problema.

— Você fica tão diferente longe da escola. Parece outra pessoa.

Cris ergue os olhos do caderno, franzindo a testa. Ele não gosta de ser interrompido enquanto está concentrado, mas não posso evitar.

— Diferente como? — pergunta ele, na defensiva, e sei que estou adentrando um terreno perigoso.

Escolho as próximas palavras com cuidado.

— Não sei, acho que mais... relaxado?

Ele me perscruta com os olhos, e por um momento acho que pode se zangar como da última vez. Mas então solta um suspiro, voltando a ceder, o que me tranquiliza.

— Não me sinto à vontade no meio de todas aquelas pessoas. É como estar sozinho em um mar de tubarões famintos. Você nunca sabe de onde o ataque pode vir.

Sinto uma pontada de tristeza quando ele faz sua confissão. Muitas vezes eu me senti da mesma forma, mas pelo menos sempre tive meus amigos comigo, então nunca me senti totalmente sozinho de fato.

— Você não está mais sozinho. Pode contar comigo.

Ele balança a cabeça, como se confiar em mim ou em qualquer outra pessoa fosse uma ideia estranha. Sua mão direita repousa por cima do caderno e tudo o que eu mais queria era segurá-la entre as minhas, mas temo que meu gesto possa ser mal compreendido.

— É que... não é tão simples assim confiar em alguém. Acho que algumas coisas... simplesmente não podem ser superadas. Então é mais fácil manter as pessoas afastadas. É... mais seguro.

Penso nisso por um momento. Cristiano sempre pelos cantos, afastado de todos na escola, sua postura fechada e agressiva com quem se atreve a invadir seu espaço pessoal. Ele fala como se tivesse passado por um grande trauma no passado. Tudo começa a fazer sentido.

— Está dizendo isso por causa daquela pessoa que seu pai mencionou? A que te enganou no passado?

O olhar dele endurece sobre o meu.

— Ele te contou sobre isso? Ele não devia, é um segredo de família. Nem Bianca sabe.

— Calma, não é como você está pensando. Ele não entrou em detalhes, só deu a entender que houve alguém no passado que te fez sofrer. Ele só estava preocupado com você.

Cris respira fundo, cerrando o maxilar. Eu queria poder confortá-lo, mas não sei como.

— Mesmo assim ele não devia. Ele sabe bem que Bianca é quem corre o maior risco.

— Cris... todos corremos o risco de encontrar pessoas mau caráter em nossos caminhos, mas isso não significa que devemos nos fechar para todas as outras com boas intenções que possam aparecer. Nem todo mundo que se aproxima de você vai tentar te machucar. Talvez você e o seu pai devessem apenas deixá-la livre para cometer os próprios erros. Talvez você devesse se dar uma nova chance.

Me sinto um lixo por dizer isso. Estou aqui exatamente para machucá-lo. Que tipo de pessoa eu sou?

— Você não entenderia — lamenta ele, balançando a cabeça.

— Eu poderia tentar entender se você me explicasse.

Quando ele me encara de novo, há uma tortutra suplicante em seus olhos que eu mal posso suportar. Queria que houvesse um jeito de arrancar todo esse sofrimento dele, seja ele qual for.

— Não posso...

Tento não me frustrar com isso. Cris precisa de apoio agora, não de alguém para pressioná-lo.

— Tudo bem. Não precisa falar se não se sentir seguro para isso. Mas saiba que o que eu disse antes é verdade, que você pode contar comigo para o que for. Você pode contar qualquer coisa para mim, quando quiser. Eu sei guardar segredo. E não vou te julgar por nada. Às vezes é bom desabafar com alguém. Dividir o sofrimento o torna menor.

Cris continua me encarando, mas algo em seu olhar se transforma. Ele tem um brilho suave de compreensão, meio admirado e triste.

— Você é meio surpreendente, sabe.

Algo se revira em meu estômago.

— Eu sou?

— É, sim. Continua voltando mesmo depois de todas as grosserias que eu te disse no começo do ano. Não se deixou impressionar pelo meu pai. Você tinha todos os motivos do mundo para me querer longe, mas ainda assim está aqui.

Dou um sorrisinho, tentando camuflar o quanto suas palavras me afetam.

— É, bom. Nós começamos com o pé esquerdo, mas como disse uma vez, eu não tenho medo de cara feia. E, Cris, você pode tentar me afastar mil vezes que eu continuarei voltando. Sobretudo agora que sei a verdade sobre você.

Ele arqueia uma sobrancelha.

— Qual é a verdade sobre mim?

— A de que você não é o ogro sem alma que todos pensam ser.

Ele ri com vontade, e eu o acompanhado, inebriado com o clima leve que se instalou de repente. Vê-lo rindo tão a vontade me enche de esperança e me faz querer guardar sua imagem para sempre.

— Só não conte a ninguém. Não quero estragar o meu disfarce.

— Eu nem sonharia com isso. Você será o meu segredo, irei guardá-lo só para mim.

Cris fica sério de repente e eu percebo que, mais uma vez, estraguei tudo. "Irei guardá-lo só para mim", sério, Téo? Sou um idiota completo!

— É melhor voltarmos para os exercícios. Temos que terminá-los ainda hoje.

— Sim, claro.

E nós realmente voltamos. Mas eu o olho de esguelha a cada cinco minutos. Ele mantém um sorriso suave nos lábios que faz meu coração acelerar. Não consigo fazer meu corpo entender que isso não significa nada.


***


No fim, não foi tão difícil enviar o tal relatório para Nicolas. Escolhi relatar apenas os fatos que julguei inofensivos sobre Cristiano, como a descoberta de sua coleção de CDs de rock, sua paixão pelos livros e sua mania quase obsessiva de não comer nada enquanto não acaba de estudar. Nicolas não ficou exatamente satisfeito, e me mandou um "quero mais empenho na semana que vem!" meio irritado, mas tudo bem. Acho que consigo manter isso pelo menos nas próximas três semanas. Pensarei em algo até lá.

Com a chegada de junho, vem também a perspectiva de uma das festas mais tradicionais e aguardadas do ano: a festa junina. No colégio Pádua, a tradição é honrada também como forma de angariar fundos para a formatura dos alunos do último ano. Então não é uma surpresa quando os corredores começam a se encher de sacos de milho, palha e bandeirinhas coloridas. Todos estão ansiosos para dar sua contribuição, seja na confecção de convites, na escolha da playlist e organização da quadrilha, montagem das barraquinhas ou incremento da decoração. Um menino do primeiro ano chega com vinte espantalhos que o pai — um fazendeiro conhecido na cidade — concordou em doar. Nossa diretora agradece e promete que a decoração deste ano será um estouro.

Eu sempre achei que existisse algo de mágico nessa época do ano, quase como o natal. As pessoas parecem mais leves e animadas, mais propensas a ajudarem uns aos outros. Nesse clima descontraído, é muito fácil esquecer antigos ressentimentos, então quando Lavínia vem até mim no pátio em certa manhã, eu a recebo de braços abertos.

— Lavínia, minha best! — explodo contente, passando os braços ao redor dos seus ombros e a puxando em direção a um dos espantalhos espalhados ali por perto. — Olha só, o nome desse aqui é Januário. Ele me confessou agora a pouco que se encantou por uma menina de rosto angelical e jeito de boneca. Acho que é você.

Ela balança a cabeça e começa a rir, entrando na brincadeira.

— Téo, você já está bêbado a essa hora da manhã? Não acha que está um pouco cedo para traficar quentão para dentro da escola?

Faço o meu melhor para improvisar uma cara séria.

— Nunca é cedo demais para o São João. Viva São João!

Lavínia e eu explodimos em risadas, e é tão bom poder voltar a sentir seu cheiro de shampoo de coco que por um momento acho que tudo vai ficar bem. Não precisamos tocar no assunto da nossa última briga, podemos simplesmente arquivá-la junto ao tópico das coisas esquecidas, como fizemos com a questão "Coral".

Mas Lavínia congela de repente e me afasta com as mãos para me encarar nos olhos. Sua expressão voltou a ficar séria.

— Téo, eu quero te pedir desculpas por ter agido como uma babaca idiota com você nos últimos dias.

— Está tudo bem, Lavínia — digo para tranquilizá-la. — Eu já nem lembro mais disso.

— É que eu... — ela abaixa os olhos para os próprios pés, como se estivesse envergonhada do que vai dizer a seguir. — Eu fico pensando que você pode se cansar das minhas paranoias a qualquer momento e eu... não sei se suportaria não poder contar mais com a sua amizade.

— Lavínia, isso nunca vai acontecer. Quantas coisas passamos juntos? E ainda estamos aqui. Não precisa ficar com medo de perder a minha amizade, porque você será sempre a número um no meu coração, e você sabe disso. Eu te amo, sua cabecinha teimosa.

Minhas palavras arrancam um sorriso nela. Seus olhos estão marejados de lágrimas antes mesmo que eu a abrace. Ficamos assim por um tempo, apenas apreciando o milagre precioso da nossa amizade, até que Lavínia dá uma tossidinha e se afasta para esfregar o rosto com as mãos.

— Não vamos dar vexame ainda.

— Não, deixaremos o vexame para o São João.

Ela volta a rir. Já está recomposta, como se nunca tivéssemos nos afastado antes.

— Então, você está gostando desse cara?

Faço uma careta para ela.

— Você andou conversando com Emílio?

Eu devia saber que Emílio diria algo para justificar meu afastamento, mas essa não é uma conversa que estou pronto para ter com ela.

Lavínia dá de ombros, arqueando uma sobrancelha de modo sugestivo enquanto aguarda uma resposta.

— É, bem... — troco o peso do corpo de um pé para o outro. — É uma história complicada...

Felizmente, nesse momento somos interrompidos pelo aparecimento de Jonas. Ele abraça Lavínia pela cintura e me cumprimenta com um soquinho amistoso.

— E aí, cara?

Demoro um segundo para perceber o significado daquilo. O braço de Jonas... Lavínia assente com um sorriso nos lábios. Há um brilho conspiratório em seus olhos.

— Espera, vocês dois...

Lavínia entrelaça os dedos com os de Jonas. Ele leva as mãos entrelaçadas até os lábios, depositando um beijo carinhoso nelas.

— Isso mesmo, estamos juntos agora.

— Tipo um casal? — tenho noção de que minha voz talvez esteja um pouco estridente demais, mas não dou a mínima para isso.

— Tipo namorados.

Eles trocam um olhar de cumplicidade, sorrindo um para o outro, e eu acho que vou explodir de felicidade. Começo a dançar em torno deles, sob os protestos nada convincentes de Lavínia e as gargalhadas despreocupadas de Jonas.

— Não acredito! Gente, algo me diz que essa será a melhor festa junina dos últimos tempos!

Oi meus amores, como estão?

O que acharam do capítulo de hoje?

Será que o coração de Cristiano está amolecendo? E o que será que vai acontecer nessa festa junina?

Não percam o próximo capítulo, ele estará cheio de emoções.

Se gostou, deixe seu voto e seu comentário.

Beijos e até a próxima ;)

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