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Capítulo 17

Cris: Tem certeza de que está bem mesmo? Você me deixou preocupado ontem.

Téo: Está tudo bem, relaxa. Deve ter sido o calor. Mas são necessários mais do que míseros quarenta graus para fritar o meu cérebro, haha.

Cris: Téo... tem certeza que isso não teve nada a ver com o que o meu pai te disse?

Téo: Seu pai não falou nada de errado, eu juro. Só queria saber porque me aproximei de você.

Cris: Mesmo assim, sei que ele exagera às vezes... Me desculpe por isso, não era para ele ter te encurralado daquele jeito. Você ainda virá hoje para estudarmos juntos, certo?

Téo: Humm, podemos deixar para amanhã? Fiquei de fazer umas coisas para a minha tia hoje.

Cris: Contanto que você venha.

Téo: Mas é claro, ainda tenho que passar no vestibular. Não se preocupe, você não vai se ver livre de mim assim tão fácil.

Estamos na sala de aula e Cristiano está olhando para mim. Eu ainda não sei como encará-lo. Remexo desconfortável na carteira, disfarçando a olhada. Estou preocupado de Nicolas reparar nessa interação. Já estamos na quinta-feira e ainda não sei o que falar para ele amanhã. Devo estar parecendo um zumbi porque não consegui pregar o olho essa noite. E não exatamente porque estava passando mal.

Estou apaixonado por Cris. Isso se repetiu a noite toda na minha cabeça como um mantra amaldiçoado. A compreensão de meus próprios sentimentos ainda me assusta. É coisa demais para digerir.

Talvez eu devesse falar sobre isso com alguém. A única pessoa confiável que consigo pensar é em Emílio, ainda que ele possa me julgar pelo acordo com Nicolas. Mas Lavínia ainda não está falando comigo e Jonas agora vive na cola dela. Além do mais, Emílio foi o primeiro a me dizer como eu me sentia antes que eu mesmo tivesse consciência disso. Ele é o meu melhor amigo e sempre tem uma solução para tudo. Vai me ajudar. Tem que ajudar.

Passo o resto da aula esperando ansiosamente pelo intervalo.


***


— Tenho a impressão de que a cada dia que passa você fica mais esquisito — Emílio diz. Eu o puxei para um canto mais reservado do pátio, onde podemos ter mais privacidade. Tento não pensar em como devo estar parecendo um louco desvairado. — Ainda está com raiva de mim?

Emílio me lança um olhar cauteloso, como se temesse uma nova explosão sem sentido de minha parte.

— O que? Não! Não consigo ficar com raiva de você por muito tempo.

Isso é o bastante para ele abrir um meio sorriso hesitante.

— Fico feliz. Não gosto de ficar brigado com você. Se quiser, posso retirar o que disse...

— Não. Na verdade é sobre isso que queria conversar com você.

Ele arqueia uma sobrancelha.

— Ah, é?

Suspiro, criando coragem para colocar para fora o que preciso dizer.

— Talvez você esteja certo. Talvez eu esteja mesmo apaixonado por Cris.

Seu sorriso cresce, cheio de malícia.

— Talvez?

Reviro os olhos.

— Certo, estou apaixonado por Cris. Completamente apaixonado, está melhor assim?

Emílio me segura pelos ombros, todo animado de repente, como se tivesse acabado de ganhar o melhor presente de todos.

— Téo, isso é maravilhoso!

Solto um grunhido contrariado. Sua reação não faz o menor sentido.

— Não tem nada de maravilhoso nisso!

Ele abaixa os braços, perscrutando meu rosto em busca de resposta.

— Por que não? Vocês estão se dando bem juntos, não estão?

— Bom, talvez, mas... — deixo escapar um longo suspiro. — Emílio, eu nem sei se ele é gay.

— Existe uma coisa muito boa para saber isso, chama-se pergunta.

Eu o encaro em choque.

— O que? Não posso perguntar isso para ele! Tá de brincadeira?

— Qual o problema? Onde está aquele Téo ousado que não tem medo de correr atrás do que quer?

— Talvez ele não exista, está bem? Talvez ele seja apenas uma máscara para o verdadeiro Téo: patético e inseguro.

— O pior que pode acontecer é você receber uma negativa.

— Sim, ou ele querer me matar por perguntar isso.

— Você está exagerando.

— Não estou, não! Isso tudo é uma grande confusão — agarro meus cabelos, desesperado. — De qualquer forma ele vai me odiar quando tudo isso acabar, aí sim vai me matar de verdade.

— Ele não vai te matar, Téo.

— Bem, se ele não me matar, o pai dele com certeza vai.

— Mas por que está falando isso?

Olho para os meus próprios pés. Não conseguiria dizer a verdade se olhasse em seus olhos agora.

— Emílio, eu fiz uma coisa horrível.

Ele se inclina para trás, esperando. E eu começo a falar. Conto tudo, a proposta de Nicolas, o contrato assinado, minhas tentativas de enrolá-lo, as ameaças sofridas. Ao fim ele fica em silêncio. Arrisco uma olhada para cima e encontro seu rosto tentando digerir toda a história bizarra.

Não sei o que estava esperando. Que de alguma forma minha confissão trouxesse meus sentimentos por Emílio de volta e tudo voltasse a ser como antes, talvez. Por muito tempo minha paixão frustrada foi uma zona segura, um lugar onde eu podia me esconder. Porque eu sempre soube que nunca seria correspondido. Não era algo que me deixava exatamente feliz, mas eu estava bem com isso. Ninguém precisava saber do meu sofrimento secreto. Mas com Cristiano é diferente...

É como se eu estivesse à beira de um precipício, sem intenção alguma de recuar. Eu poderia saltar de olhos fechados e quebrar a cara e cada maldita parte do meu corpo lá embaixo, e ainda assim o faria. Eu nunca me senti assim com Emílio.

— Téo... por que não me disse isso antes? — ele finalmente diz. — Eu poderia tê-lo ajudado.

Eu não disse porque ele andava todo esquisito e distante, mas não vou dizer isso. Não importa mais.

— Por vergonha — acabo dizendo, o que também é verdade. — Medo de ser julgado, não sei.

— Téo — ele volta a segurar um dos meus ombros. Seus olhos são firmes e intensos. — Não importa o que você faça, eu sempre irei apoiá-lo. É para isso que os amigos servem.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu luto para não chorar, o que torna-se inútil quando Emílio me abraça com força. Eu afundo o rosto em seu peito, me sentindo um menininho que precisa de amparo.

— Eu tô muito ferrado...

— Talvez não... — Emílio se afasta para me encarar. — Tenho quase certeza de que esse contrato é ilegal. Você nem tem idade para assinar contratos.

Por um milésimo de segundo meu peito se enche de esperança. Como não pensei nisso antes? Mas...

— Isso não importa, Nicolas ainda pode usá-lo contra mim. Todo mundo iria saber.

— Mesmo assim, acho que você devia conversar com Cristiano, abrir o jogo para ele. Talvez vocês dois possam encontrar uma saída juntos.

A ideia me gela a espinha.

— Não. Não vou contar para ele. Não posso, de jeito nenhum. Só começamos a nos aproximar agora e se ele não me perdoar, eu não iria suportar fingir que nada aconteceu.

Estou balançando a cabeça como um desvairado. Emílio a segura com as duas mãos, mantendo-me no lugar.

— Téo, calma. Tudo bem, respira. Entendo sua preocupação, mas não faça o que Nicolas quer. Continue enrolando-o até estar seguro sobre Cristiano. Você também merece uma chance de ser feliz.

— Está falando isso por causa da sua namorada? Quem é ela afinal?

Eu não pretendia mudar de assunto tão bruscamente, mas se acabei de contar meu segredo mais sujo, ele também poderia fazer o mesmo, não?

Mas Emílio congela na hora, soltando o meu rosto e puxando o colarinho do uniforme da camiseta como se de repente não pudesse suportar o calor. Dá para ver que está tenso. Qual é a desse mistério todo?

— Téo, quanto a isso... eu quero te contar, eu juro, mas ainda não é o momento.

— Por que? Ela tem o rosto desfigurado? Eu juro que não tenho preconceito.

Isso arranca um riso nervoso dele.

— Só... não é tão simples quanto parece. Envolve algumas questões meio... delicadas, que ainda não me sinto confortável em dizer. Mas você vai ficar sabendo, eu prometo.

— Tá, se você diz...

— E não estamos aqui para falar sobre mim. Você precisa focar na sua situação com Cristiano agora.

Solto um longo suspiro, apoiando as costas na parede atrás de mim. Pelo menos agora consigo respirar.

— Eu não sei o que fazer... já li Com amor, Simon três vezes só essa semana por causa dele, e eu nem gosto de ler.

Emílio ri, mais relaxado. Também me sinto mais calmo apenas por desabafar com ele.

— Experimente um livro novo, então. Um milhão de finais felizes é muito bom. É sobre um cara que trabalha em um café com tema espacial e se apaixona à primeira vista por um cliente de barba ruiva. Ele tem o sonho de ser escritor e começa a desenvolver uma história sobre um pirata que se apaixona por outro de barba ruiva, inspirado em sua própria experiência com o cliente do café.

Eu o encaro, em choque. Sei que Emílio é um leitor frequente, mas isso...

— Emílio, desde quando você lê livros LGBTs?

Ele dá de ombros.

— Desde quando você tem preconceito com isso? Além do mais, eu valorizo a literatura nacional. Existem muitos escritores bons merecedores de reconhecimento em nosso país, sabia disso?

— Tudo bem, mas... fala sério, piratas gays?

— É melhor do que parece, confie em mim.


***


No fim das contas Emílio não me deu nenhum conselho concreto do que fazer, mas me sinto bem mais leve agora. É bom saber que se tudo der errado, ainda terei meu melhor amigo do meu lado.

Eu não tinha nada para fazer com a tia Fabrícia hoje, ela está ocupada demais com seu novo projeto de pintura para a salvação, o que é um alívio. Eu só precisava de um tempo sozinho para colocar minha cabeça no lugar. Porque não sei como encarar Cristiano agora. Nem sei se conseguiria sem deixar óbvio o quanto ele me afeta. Será que alguém é capaz de saber que estamos apaixonados apenas por observação? Emílio soube, mas ele me conhece desde o segundo ano. Ainda assim, preciso disfarçar melhor, para a minha própria segurança. E para a de Cris.

E eu ainda não sei se ele é gay.

Estou deitado na cama, ouvindo Lana Del Rey no volume máximo. Summertime Sadness. Born to Die. Lust for life. Músicas depressivas são ótimas em momentos críticos. E esse é o momento mais crítico da minha vida. Meu eterno companheiro, o E.T. de Stephen Spielberg, me olha de seu pôster com um sorriso enigmático, como se soubesse a resposta para todos os meus problemas. Atiro uma almofada nele, afundando o rosto no travesseiro.

Cristiano nunca me deu nenhuma dica sobre a sua sexualidade. Ele não deixa transparecer nada. Talvez não esteja interessado em ninguém. Repasso em minha mente todas as conversas que tivemos, cada palavra e cada gesto dele, mas não encontro nada. Ele é como uma esfinge, inabalável. Indecifrável. Nem mesmo seus livros dizem algo sobre ele. Cris gosta de Machado de Assis. Nada gay. Por outro lado, Emílio, um cara hétero, lê livros LGBTs. Talvez o gosto literário de uma pessoa não diga nada sobre sua sexualidade.

Então tudo o que me resta é imaginar. Fazer suposições. Se ele fosse mesmo gay, como seria?

'Cause we're the masters of our own fate

(Porque nós somos os donos do nosso próprio destino)

We're the captains of our own souls

(Somos os capitães de nossas almas)

So there's no need for us to hesitate

(Não há motivo para hesitarmos)

We're all alone, let's take control

(Estamos sozinhos, vamos tomar o controle)

And I was like

(E eu falava)

Está muito quente para uma noite de maio. Mas o clima anda tão confuso. Minha tia ainda não voltou. Consigo imaginar Cristiano na minha frente, seu corpo forte, os músculos rígidos, o queixo firme e quadrado. É quase como se estivesse aqui comigo. Seu cabelo respingando a água do orvalho da manhã. Ele acabou de correr. Está corado. Sorri para mim.

Seu rosto se aproxima do meu. Seus lábios tocam os meus. De repente, sinto uma pressão urgente dentro da bermuda. Deslizo uma mão para dentro para aliviá-la.

Take off, take off

(Tire, tire)

Take off all your clothes

(Tire todas as suas roupas)

Take off, take off

(Tire, tire)

Take off all your clothes

(Tire todas as suas roupas)

Take off, take off

(Tire, tire)

Take off all of your clothes

(Tire todas as suas roupas)

They say only the good die young

(Eles dizem que somente os bons morrem jovens)

That just ain't right

(Isso não está certo)

'Cause we're having too much fun

(Porque estamos nos divertindo tanto)

Too much fun tonight, yeah

(Nos divertindo tanto essa noite, sim)

Cristiano me beija, com vontade. Com paixão. Nossos corpos se movem juntos, na mesma sintonia, e consigo sentir cada parte dele em mim. Sua pele macia. Seu bíceps definido. Seu quadril pressionando o meu. Mas não é o suficiente. Não consigo obter o bastante. Eu preciso de mais.

Ah, Cris... Se você soubesse...

O que você faria?

Minha mão trabalha dentro da bermuda. Meu corpo inteiro se desmancha em sensações.

And a lust for life (and a lust for life)

(E uma paixão pela vida (e uma paixão pela vida))

And a lust for life (and a lust for life)

(E uma paixão pela vida (e uma paixão pela vida))

Keeps us alive (keeps us alive)

(Nos mantém vivos (nos mantém vivos))

Keeps us alive (keeps us alive)

(Nos mantém vivos (nos mantém vivos))

Estou perdido. Completamente perdido. Sei que estou. Eu preciso desse garoto. Preciso de Cris para continuar respirando.

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