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Capítulo 13

Então, vai ser para sempre
Ou vai acabar em chamas?
Você pode me dizer quando terminar
Se os momentos bons superaram a dor
Tenho uma longa lista de ex-namorados
Eles te dirão que sou maluca
Porque você sabe que eu adoro os jogadores
E você ama o jogo

Blank Space - Taylor Swift



Depois da minha descoberta, percebo Cris mais relaxado nas nossas sessões de estudo. Os CDs agora ocupam um lugar de destaque em sua estante, o que me faz pensar que estavam escondidos antes apenas para que eu não visse. Ele leva a sua imagem muito a sério para quem se esforça em manter distância do resto do mundo.

A verdade é que, agora que já o conheço um pouco, ele não é tão insuportável quanto eu pensei que fosse. Ainda é irritante às vezes e não perde a oportunidade de cortar minhas tentativas de ser engraçado, mas nem se compara ao ogro do começo do ano. Ele nunca fala comigo quando estamos na escola, não sei se para continuar mantendo as aparências ou porque tem vergonha de ser visto em público comigo. Eu não ligo. Sua postura distante é perfeita para que Nicolas não saiba como andam as coisas entre nós e eu posso enrolá-lo um pouco mais, levando a história em banho-maria. Porque agora que o conheço um pouco mais, não estou tão animado assim para vê-lo humilhado diante do colégio inteiro.

No entanto, pelo visto minhas idas à casa de Cris não passaram despercebidas pelos meus amigos. Em uma manhã, durante o intervalo, chego para me sentar a nossa mesa habitual, mas percebo um clima estranho entre Lavínia e Emílio. Encaro Jonas em busca de apoio, mas ele dá de ombros.

— Ficamos sabendo que suas notas melhoraram muito, Téo — diz Lavínia, em um tom frio e acusatório que não combina com ela. — Meus parabéns.

Não sei de onde está vindo todo esse sarcasmo, então decido ignorá-lo.

— Obrigado. Eu disse que me esforçaria mais esse ano, não disse?

— Sim, disse. Só não disse que trairia os amigos para isso!

Ela atira um guardanapo que não usou sobre a mesa e faz uma saída dramática, me deixando sem reação por um momento. 

Jonas suspira ao meu lado, também se levantando.

— Não se preocupe, eu cuido disso.

Não fosse por aquela atitude sem sentido, eu estaria comemorando o fato de Jonas ter ido atrás dela.

— O que deu em Lavínia? — pergunto para Emílio, temendo que ele tenha uma reação parecida.

Mas, para o meu alívio, ele parece só meio cansado.

— Bom, nós acabamos de saber que você está tendo aulas particulares com aquele cara esquisitão, o Cristiano Batista. Acho que Lavínia pensa que está sendo trocada de novo.

— Não estou tendo aulas particulares com ele! Estamos só estudando juntos, não é como se fôssemos amigos nem nada. Emílio, ele mal fala comigo!

— Sei, eu acredito. Mas você sabe como Lavínia é… ela é muito apegada a você, e você anda muito distante ultimamente. Então ela teme que arranje outro melhor amigo (ou amiga) e a deixe de escanteio. Tipo uma Coral 2.0.

Estou tão chocado que nem sei o que dizer. Coral era uma garota da nossa sala, super gente boa, que começou a se aproximar de nós no primeiro ano. Ela era órfã assim como eu, e vivia com uma tia assim como eu. Ela tinha um cabelo ondulado todo bagunçado que eu amava, mas ela detestava. Lavínia tinha muito ciúmes da nossa relação e começou a se afastar da gente sem o menor motivo. Coral sempre fez questão de ser simpática com ela e tentou a todo custo fazer amizade, mas na cabeça de Lavínia ela só estava tentando roubar seu melhor amigo. Foi nessa época que ela começou a se aproximar de Vicente, só para me irritar. A questão é que Coral sumiu no nosso segundo ano (literalmente sumiu, nem a tia e nem as primas nunca disseram o que houve com ela, embora eu tenha uma suspeita de que tenha sido mandada contra a vontade para um internato em Minas Gerais após ela ameaçar a fugir para Santos para investigar sobre o pai — por algum motivo, sua tia não suportava a ideia de Coral indo para o litoral). E, com Coral fora, Lavínia e eu voltamos a ser o que éramos antes. Nós nunca chegamos a de fato conversar sobre tudo o que aconteceu, só voltamos a nos falar como se nunca tivéssemos nos afastado.

— Como ela pode pensar que eu a trocaria por qualquer outra pessoa? Coral era minha amiga também, mas foi Lavínia quem se afastou. Não acredito que ela esteja fazendo isso de novo… 

Ainda sinto uma pontada no peito toda vez que menciono Coral. Eu nunca cheguei a investigar apropriadamente o seu sumiço. Será que isso faz de mim um péssimo amigo?

— Talvez ela só precise de um tempo. Deixe que Jonas converse com ela.

Isso me anima um pouco.

— Os dois andam bem próximos, não?

— Sim, eles se dão bem juntos — ele diz, fazendo um gesto de pouca importância com as mãos. Então prega os olhos em mim. — Mas em uma coisa ela tem razão: você anda mesmo estranho ultimamente.

Eu dou de ombros. Emílio é o mestre em andar estranho ultimamente.

— Primeiro você aparece para jogar de zagueiro no treino do time, e quase vai direto para o hospital. Depois descobrimos por terceiros que você está estudando com Cristiano Batista, o cara que você odiava até um mês atrás. O que está acontecendo, Téo?

— Eu estava só experimentando algo novo. E eu ainda o odeio, mas não posso negar que Cristiano é a pessoa mais disciplinada nos estudos que conheço. Mais até que você. E eu disse que precisava melhorar minhas notas urgentemente, e… pode parecer uma loucura, mas o que estamos fazendo juntos… está dando certo.

Assim que acabo de dizer isso, Cris em pessoa atravessa o pátio. Ele olha para os lados, claramente procurando por Bianca. Não olha para mim por um segundo sequer, o que me faz soltar um suspiro involuntário.

Emílio me olha com uma cara estranha, meio espantado, como se uma ideia estranhamente absurda acabasse de se formar em sua mente.

— O que foi?

Ele dá um gole em seu suco de laranja, tentando disfarçar o embaraço. Um veio laranja escapa pelo queixo e ele limpa com as costas da mão.

— Nada, só… estava pensando no nosso jogo de hoje à noite — ele diz, claramente desviando do assunto. — Você vai, né? Se vencermos, já estaremos nas oitavas de final.

Eu sorrio para ele, porque não posso evitar. Emílio fala do futebol com tanta paixão que é quase como se eu também fosse parte dele.

— Não perco isso por nada.

***

Mas eu não consigo prestar tanta atenção em Emílio como geralmente faço. Lavínia não veio comigo e eu acabo me sentando sozinho nas arquibancadas. Começo olhando para Emílio e grito para incentivá-lo, mas logo meus olhos me traem… 

Cristiano está com seu uniforme preto de goleiro junto à trave, e reparo o quanto lhe cai bem. Ele faz defesas incríveis, se estica e se arremessa, agarrando a bola com propriedade sempre que ela ameaça entrar. Será que existe algo em que ele não seja bom?

Ao término do jogo, desço para o campo a fim de cumprimentar Emílio e Jonas por terem vencido a partida e Emílio me lança aquele mesmo olhar estranho da manhã.

***

Chego em casa confuso e cansado. Pretendo subir direto para o quarto, quando tia Fabrícia me chama da cozinha. Sou obrigado a virar ao pé da escada, a tempo de vê-la separando uma papelada sobre a mesa, que a princípio penso serem as provas do bimestre. Mas assim que chego perto o suficiente, percebo que são convites para algum evento do seu grupo da igreja.

— Onde você esteve até agora? — inquire ela, sem levantar os olhos dos convites.

— No jogo da Intercolegial.

— Então para esse tipo de frivolidades você tem tempo, mas para me acompanhar ao grupo de orações, não.

Tia Fabrícia molha a ponta dos dedos com a saliva e os passa na dobra de um dos convites, rasgando-o como se ele fosse uma ofensa pessoal.

— Era a última partida da primeira fase, eu tinha que ir para apoiar o time.

Ela me lança um olhar afiado, como sempre faz quando algo a desagrada.

— Sei… eu tenho percebido que você não para mais em casa.

— Porque estou estudando com um colega para o vestibular, eu te disse isso.

— Um colega que você não diz o nome, nem onde mora, nem quem são seus pais, nada.

Não digo e nem vou dizer. Não quero a tia Fabrícia cercando Cristiano como um urubu atrás de carne. 

— O importante é que minhas notas estão indo bem. A senhora viu o meu boletim.

— Você pode me enganar, Teobaldo. Mas não pode enganar os olhos de Deus.

Ela me chama pelo nome inteiro só para me irritar, porque sabe que eu odeio.

— Não estou enganando ninguém!

— Se não está, não será um problema ir para o acampamento de férias que a paróquia está organizando. Uma semana de retiro para orar, arrepender-se dos pecados e se aproximar de Deus.

Sinto o sangue subir para a cabeça.

— A senhora sabe muito bem que não posso ir. Estamos em ano de vestibular e eu preciso estudar. O colégio está preparando uma programação especial para reforçarmos as matérias durante as férias.

— Pense bem, Téo — ela insiste, passando as unhas pintadas de cor-de-rosa na dobra de um dos envelopes. — O que é uma semana de estudos diante da chance de elevar o espírito aos céus? Fazer penitência, pedir perdão e alcançar a graça divina?

Nesse ponto, já perdi a pouca paciência que vinha tentando manter com ela. Bato a mão sobre a mesa com força, fazendo voar vários convites pelos ares. Isso a faz me olhar de verdade pela primeira vez desde que entrei na cozinha.

— Tia, eu não vou! Não importa o que a senhora diga, eu não vou!

Seus olhos se estreitam para mim e os lábios se comprimem em uma linha fina.

— Talvez eu devesse conversar com o seu avô a respeito da sua péssima conduta.

— Não seja por isso! Posso conversar com ele eu mesmo, se a senhora preferir.

Não fico para ouvir a resposta. Subo as escadas, pulando os degraus de dois em dois, e quando me tranco no quarto, batendo a porta a ponto de estremecer as dobradiças, não estou apenas cansado, mas também fervendo de raiva.

Coloco uma música alta para abafar os possíveis gritos da minha tia. O E.T. aponta para mim da parede, penalizado, e eu me atiro no colchão, pensando em mandar uma mensagem para Emílio para desabafar. Ele tem o dom de me acalmar e de sempre me fazer ver o lado bom das coisas, o que é exatamente do que preciso agora.

Porém, quando pego o celular, me surpreendo com uma mensagem de Cristiano. Nós trocamos nossos números assim que começamos a estudar juntos, para alguma eventualidade, mas ele nunca tinha trocado uma mensagem comigo antes.

Eu me sento de pernas cruzadas, abrindo a mensagem mais por curiosidade do que qualquer outra coisa:

Cris: O que achou do jogo de hoje? Eu te vi sentado na arquibancada, e a propósito me pareceu bem solitário. Eu pensei que você fosse do tipo popular, ou me enganei?

Meu coração começa a acelerar, porque não sei o real objetivo da mensagem. Demoro dois minutos para formular uma resposta.

Téo: Pensei que goleiros não tirassem os olhos da bola, mas parece que você reparou bem em mim, não? Quanto a sua suposição, não me importo em assistir um jogo de futebol sozinho de vez em quando, embora eu goste muito da companhia dos meus amigos. A popularidade é superestimada. O que quer que eu diga sobre o jogo? Vocês jogaram bem e mereceram ganhar (não espere que eu elogie sua atuação como goleiro).

Fico encarando a tela enquanto ele digita. Demora meio minuto.

Cris: Fique tranquilo, eu jamais esperaria por um elogio seu. Na verdade não reparei, eu te vi só de relance. Não tenho culpa por você ser tão transparente… mas falando sério, me desculpe se estiver incomodando. Você deve estar com os seus amigos, né? Eu sempre fico meio melancólico em dia de jogo e não pensei muito quando mandei a primeira mensagem.

Téo: Vou fingir que acredito que não reparou em mim… Não está incomodando, não precisa se desculpar. Melancólico porque?

Ele demora mais dessa vez. Fica um tempo digitando, depois apaga, depois volta a digitar.

Cris: Eu não gosto de falar sobre isso, mas é por causa da minha mãe. Faz dez anos que ela morreu e eu ainda sinto sua falta. Ela era minha maior incentivadora. Pronto, agora pode me xingar por estragar a sua noite.

Isso me pega de surpresa. Não esperava que ele tocasse em um assunto tão íntimo, embora eu estivesse curioso a respeito de sua mãe desde o começo. Escolho as próximas palavras com cuidado, tentando mostrar um pouco de sensibilidade.

Téo: Para com isso, é bom desabafar um pouco. Você guarda muito as coisas pra si, isso não é bom. Uma hora pode acabar explodindo. Eu sinto muito pela sua mãe, de verdade. Se quiser me contar como foi, estarei aqui para ouvi-lo. A minha também morreu, mas eu era muito pequeno para me lembrar de alguma coisa. As mães deveriam ser eternas, não acha?

Cris: Definitivamente! Sinto muito pela sua também, elas fazem muita falta… não há muito o que falar, descobrimos que minha mãe estava com câncer no fígado em estágio já bem avançado. Ela vinha sentindo pontadas no ventre, mas não deu muita importância. Em dois meses nos deixou, não houve muito o que ser feito. Foi um golpe muito duro para a nossa família… como a sua morreu?

Engulo em seco. Ainda não me sinto confortável em dizer que minha mãe era dependente química e morreu de overdose, e sempre fico constrangido quando alguém me pergunta sobre isso.

Téo: Eu só sei o que o meu avô me disse. Ela era do tipo rebelde, começou a andar com más companhias, o que não resultou em algo bom…

Ele começa a digitar algo, mas eu mando um “Cris?” antes que responda, então ele digita outra coisa:

Cris: O que?

Téo: Você acredita em Deus?

Prendo a respiração, esperando que ele não me pergunte mais sobre a minha mãe.

Cris: Não acredito nem desacredito, sou agnóstico. Por que a pergunta?

Meu coração está disparado quando digito as próximas palavras, e elas saem como uma cascata desgovernada.

Téo: Porque eu acredito! Minha tia acha que minha mãe morreu porque foi castigada por Deus por ter uma péssima conduta, e diz que vou para o inferno por ser gay. Eu geralmente ignoro as coisas que ela fala e digo pra mim mesmo que isso é tudo um monte de besteiras, mas no fundo tenho medo de que ela esteja certa. Às vezes fico imaginando Ele me vendo lá de cima, aborrecido com a minha recusa em atender seu chamado e me preparando um castigo merecido. Isso faz algum sentido para você?

Cris: Téo, presta atenção. A minha mãe e a sua mãe morreram porque tinham que morrer. Qualquer pessoa pode ficar doente ou sofrer um acidente de repente, e isso não tem nada a ver com Deus. Mas acho que se existe mesmo algum Deus, então ele foi o seu criador e te fez assim, do jeito que você é. E se ele te fez assim, é porque tinha algum propósito na sua criação. Por que Ele castigaria uma obra sua?

Respiro fundo, lendo a mensagem vezes seguidas até absorver suas palavras. Depois que consigo me acalmar, percebo que já está muito tarde. Nenhum vestibulando pode se dar ao luxo de sacrificar uma boa noite de sono, essa é uma das regras de Cris.

Téo: Acho que você tem razão, obrigado por isso. Vou dormir agora, a gente se fala amanhã.

Cris: Tudo bem, boa noite então. E se cuida.

Estou sorrindo para a tela antes de perceber.

Téo: Você também. Boa noite.

Vou dormir muito mais leve do que pensei que conseguiria nessa noite. Só horas depois, quando acordo de madrugada, me dou conta de que não falei com Emílio.

Que tal o capítulo de hoje? Parece que Cristiano e Téo estão cada vez mais próximos, onde será que isso tudo vai dar?

Ficaram curiosos sobre a amiga desaparecida do Téo? Coral, guardem bem esse nome, vocês ainda vão ouvir falar muito nela...

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Beijos e até a próxima ;)

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