– Puta que pariu – newton balançou a cabeça como se não acreditasse – Essa mulher não poderia ter morrido dessa forma. – encarou o corpo nu em cima da maca de aço, no necrotério do Instituto Médico Legal – Não agora.

Percorreu o relatório do legista com os olhos a procura de algo errado.

– Acidente vascular cerebral? Ela não era muito nova pra isso? – perguntou ao médico, um homem jovem, com cerca de 30 anos, parado ao seu lado.

– Ela já tinha drenado um hematoma cerebral. AVE hemorrágico é uma complicação comum nesses casos. Não tinha nada suspeito no sangue e nem na autópsia. Não vejo porque duvidar do laudo.

– Claro – entregou os papéis para o homem de jaleco – Obrigado por fazer tudo tão rápido, sei que veio de madrugada pra adiantar as coisas. Tô te devendo uma.

O inspetor recebeu a notícia, por telefone, as 3 horas da manhã. A suspeita havia morrido e levado com ela a chance de esclarecer o caso INOP. Levou junto a chance do Maximiliano conseguir um acordo. Ele vai ficar arrasado.

Saiu do IML já com os raios da manhã de quinta feira ofuscando os seus olhos. Digitou o número do Comandante Dennis e se preparou para ouvir os gritos.

– Você tá brincando nessa porra.

– Nem um pouquinho chefinho. Morreu e foi de causa natural. Ninguém entrou ou saiu do quarto no turno dos rapazes.

– E agora? – perguntou com um pouco mais de calma.

– Agora, jogamos a culpa toda nessa mulher e fechamos o caso. Sem saber se ela está ligada a alguma organização.

– O Estado Islâmico vai acabar assumindo a autoria dessa merda.

– Eles sempre fazem isso – fez uma pausa – o bom é que poderemos retornar pro caso Azazis. Lana vai gostar.

– A Lana me enviou um comunicado agora cedo. Parece que o pai faleceu e ela voltou para os Estados Unidos. Você está sozinho de novo.

Newton desligou o telefone com uma sensação ruim no peito. Tá certo que não tinha tratado a agente da forma que ela merecia, mas nos últimos dias eles estavam se entendendo bem. Ela parecia quase uma amiga. Vou sentir falta daquela burrinha.