Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Força Tarefa

 A praça dos ex-combatentes era um marco histórico do centro do rio de janeiro. Foi construída ao final dos anos 40, em memória dos jovens que perderam as suas vidas na segunda guerra mundial. Era basicamente um círculo de concreto, com diâmetro de 30 metros, que servia como uma espécie de rotatória onde se encontravam quatro grandes ruas. Em seu centro, descansava um tanque M4 Sherman desativado, doado pelos Estados Unidos após a vitória brasileira na batalha de Monte Pascoal. Apesar da importância histórica, a relíquia era frequentemente vandalizada e, neste momento, se encontrava totalmente pichada. Sentado em um banco de cimento, em frente a uma placa de bronze, completamente pintada com dizeres incompreensíveis em spray, Newton conferia os dados reunidos em seu tablet para que pudesse passar para a equipe tática na reunião que ocorreria em menos de 5 minutos.

A polícia federal isolou a área e montou um acampamento de campanha as 5 horas da manhã. 2 tendas brancas de 3 metros de altura quebravam a paisagem bucólica de uma das regiões mais feias da cidade. Já eram quase 10 horas, quando Dênnis, o comandante do quartel da polícia federal, se aproximou sem que o Tenente o visse:

— Newton — agarrou o ombro do investigador.

— ai meu deus — gritou agudamente e deu um pulo com o susto que tomou — o senhor quer me matar?

— Para de palhaçada — resmungou de volta — quero que me dê a porra do relatório.

Newton revirou os olhos e começou a menear a cabeça negativamente:

— O senhor sabe tanto quanto eu. Os peritos analisaram o vídeo e parece que não tem montagens. As 22:35 de ontem essa paciente de 15 anos, Kassia Mendes, conversava com a mãe, Ivanir Mendes, pelo skype, quando alguém entrou em sua enfermaria e atacou todos a dentadas. Em menos de 30 minutos o vídeo estava na internet e já conta com mais de 15 mil visualizações. Retiramos do youtube, mas provavelmente deve estar circulando por algum outro meio.

— Meu Deus. — Denis franziu a testa — Foi a mãe que publicou a porra do vídeo?

— Ela disse que postou em um grupo de amigos íntimos e entregou o arquivo para a polícia estadual, no momento em que fez o boletim de ocorrência.

— Caralho — meneou a cabeça negativamente — não duvido nada que aqueles putos tenham divulgado.

— e isso ainda não é a coisa mais intrigante. — completou Newton— Parece que o hospital tem algum sistema automático de quarentena e se auto-isolou as 22:45. Todas as portas e janelas estão bloqueadas com barreiras grossas de metal. Telefones e internet estão fora de serviço. O sinal de celular não funciona nem aqui fora. Não temos nenhuma informação sobre o que está acontecendo lá dentro. A Tonra Corp nos comunicou que o analista de segurança que acionou a quarentena, não está respondendo, e que este processo só pode ser revertido de dentro. Disseram que enviariam um representante de São Paulo. Estou esperando alguém que explique essa loucura toda.

Permaneceram em silêncio enquanto observavam as movimentações em torno da praça: Os policiais estaduais guardando as barricadas que bloqueavam as ruas e auxiliando o trafego, uma equipe montando uma espécie de tenda quadrada ligada a entrada do hospital, algo que o doutor Carlos fez questão, além dos funcionários do comércio local terminando de fechar, compulsoriamente, os estabelecimentos próximos, sob vigilância de agentes da polícia federal.

Foi Dennis quem falou primeiro:

— Porque o prédio tem essa segurança reforçada? — indagou franzindo a testa. — Uma porra de uma quarentena não exige essa parafernália toda.

— Vizinhança perigosa — abriu os braços para que o chefe constatasse o óbvio: Construções irregulares com aspecto decrépito tinham dizeres e símbolos de facções criminosas conhecidas. — Esse hospital está no meio de tudo o que há de mais horroroso nesta cidade. A Tonra Corp. alegou que as frequentes tentativas de assalto fizeram com que eles investissem nesses aparatos. O processo de quarentena só utiliza o aparato que foi feito, teoricamente, para a segurança.

— Eu não os culpo. — afirmou seriamente, ainda observando os muros pichados em volta do hospital.

—Nem eu.

Os dois caminharam em silêncio para a tenda onde aconteceria a reunião.

Pereira permaneceu quieto, sentado em sua cadeira, enquanto observava um homem novo, loiro de olhos azuis, cochichando ao ouvido de uma senhora, de uns 60 anos, de cabelos vermelhos e raízes desbotadas. Pareciam combinar alguma coisa. O homem alto, de olhos cor de mel, não via a hora de sair logo dali. Havia sofrido uma dura derrota na madrugada anterior e ainda não tinha dormido desde então. Era difícil ser comandante da Tropa de Elite da Polícia Militar, pois sempre era chamado pra resolver algum problema. Do seu lado esquerdo, havia um homem atarracado, cabelos enrolados curtos e falhados no topo, talvez pintados de um preto que não combinava em nada com a sua aparência. Usava jaleco branco encardido, aparentemente sem camisa por baixo. Trocava papéis e conversava em tom despreocupado com um homem, sentado elegantemente ao seu lado, que parecia o seu inverso: Jaleco branco de doer os olhos, fechado, deixando aparecer a gravata preta em uma blusa, provavelmente cara. Cabelos brancos e cheios, perfeitamente bagunçados, além de olhos azuis claríssimos, perfeitamente harmonizados com o seu rosto fino, por trás de um par de óculos dourados. Nas cadeiras da ponta oposta, completando um semicírculo, podia-se ver duas figuras conhecidas do policial, o Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Costa, ou Rubinho do Posto, como era conhecido por seus eleitores. Não entendia absolutamente nada sobre segurança, mas foi agraciado com o cargo a fim de liberar a sua vaga de deputado estadual para o seu suplente, que era amigo íntimo do Governador eleito. O homem roliço ria enquanto assistia algo no smartfone de André, um jovem negro e musculoso, integrante de milícias da zona Oeste e, agora, assessor do secretário de segurança.

Dois homens entraram juntos pela porta da tenda de campanha que foi montada em frente ao INOP. Parecia um escritório, amplo e com ar-condicionado, compartimentos separados por divisórias e aquela sala de reuniões legal, com projetor, telas de LCD e móveis. O homem mais velho, de roupa preta com emblema da polícia Federal, permaneceu no canto enquanto o mais jovem, branco e magro, com terno cinza escuro e uma gravata borboleta roxa, conectava o tablet a um cabo que transmitia uma apresentação para a tela grande em frente a todos.

— Bom dia — falou com sua melhor voz — Eu sou o tenente Newton, investigador chefe da divisão antiterrorismo da Polícia Federal. — se virou para o seu comandante — este é o comandante Denis. Chefe do quartel do Rio de Janeiro. Espero que tenham estômago forte, pois o vídeo que mostrarei é um pouco indigesto. — sorriu sem graça, contemplando o silêncio da pequena plateia. — vamos lá — deu play e tela ficou preta antes de começarem as imagens.

Na tela, dava pra ver uma adolescente, com uns 15 anos de idade, careca e com expressão pálida. No plano de fundo, havia uma parede branca com diversos tubos e fios. Estava sentada numa cama de hospital, e conversava com sua mãe:

— A enfermeira colocou um soro fisiológico pra correr, mas eu fechei assim que ela saiu. Doutor Olívio disse que eu fiz bem.

— Ai minha filha — respondeu a mãe — se eu não tivesse que trabalhar hoje, estaria aí contigo. Vou reclamar com a direção. As enfermeiras não podem fazer as coisas por conta própria. E além disso?

— Nada demais — arregalou os dois olhos como se lembrasse de algo — Doutor Olívio quase caiu aqui no quarto. Chegou a machucar a mão na quina do criado-mudo. Foi muito engraçado. Ele gordão e com uma caixa de pizza na mão. Xingou muitoooooo — gargalhou nas últimas palavras, tornando-as quase indecifráveis. A mãe também gargalhou por alguns segundos.

— Mas ele está bem? — perguntou tentando se manter séria.

— Sim sim — respondeu mais calma — Lavou com o soro que tirou de mim, acredita? Ele é nojento demais.

Uma voz quebrou a conversa das duas:

— Dona Tirza, vamos mudar de posição?

A garota toca a tela e muda para a câmera principal, apontando-a para a enfermeira negra, de cabelos presos em um coque firme, que acabava de entrar:

— Manda um oi pra mamãe, Carla. — a menina aumenta o zoom para mostrar a enfermeira melhor.

— oi dona Juraci — acenou com a mão direita enquanto descobria a paciente do leito 3.

A partir daí as coisas acontecem bem rápido: A mulher gorda que estava deitada no leito 2 se levanta e morde o antebraço da enfermeira, que grita e desfere tapas na cabeça de sua agressora, que balança a cabeça tal como um cão raivoso. A doente do leito 3 agarra a cabeça de Carla e arranca um pedaço de seu pescoço em uma única mordida. Sangue esguicha na parede branca. A menina, acamada e sem forças, tenta se locomover para o banheiro mas cai no chão. A câmera continua ligada, mostrando fixamente o teto e parte da cama. A menina grita por socorro. Também é possível ouvir a sua mãe gritando do outro lado.

De repente, em meio a gritos mais desesperados, duas silhuetas aparecem, perfeitamente captadas pelas câmeras. Os rostos das pacientes, antes acamadas e debilitadas expressavam ódio. Os olhos, com conjuntivas vermelhas e sangrando, tal como um choro macabro, encaravam a menina ao lado da câmera, como se regozijassem do desespero.

A tela se apaga.

— Acreditamos que esse tenha sido o momento em que o prédio entrou em quarentena e o wifi parou — Newton afirmou antes de desligar o projetor.

Um incômodo silêncio preenchia a sala de reuniões. Era perceptível que alguns ouvintes não haviam visto o vídeo, como o Capitão Pereira e o Secretário Rubens, que permanecerem boquiabertos em uma expressão de espanto.

— Tenente Newton — O homem atarracado, de jaleco amarelado, brandia a mão direita, como um aluno inteligente da escola — Já sabemos se o vídeo é verídico?

— Sim Sim — respondeu rapidamente — a equipe técnica confirmou a veracidade. Queremos saber, no entanto, com o que estamos lidando. É uma doença, uma droga, um atentado ou uma brincadeira de muitíssimo — essa última palavra saiu bem aguda — mal gosto? — o olhar de Newton percorria os rostos sérios em busca de uma resposta útil. Nada.

— Me parecem Zâmbis — uma voz feminina e com sotaque carregado, americano ou inglês, quebra a monotonia e chama a atenção para a mulher, menina, de pele morena com pequenas sardas, cabelos lisos e nariz arrebitado. — ou vampairos.

— Pelo amor de Deus — levou a mão direita ao rosto, esfregando os olhos — esse papinho de novo não. — lembrou da madrugada anterior, em que escutou essa mesma conversa daquela agente enxerida da Interpol, Lana, enviada, contra a sua vontade, para o caso AZAZIS.

— Só estou dizendo que é melhor considerar um ameaça do que ser surpreendido por ela. Não deixaria aqueles coisas me morder.

Um burburinho tomou conta da sala, conversas paralelas começaram a surgir, e Newton olhava com expressão de raiva para a garota, de uns 25 anos, no máximo.

— Silêncio nessa porra — Gritou o comandante Dennis com sua voz rouca — A agente Lana pediu para acompanhar o caso e eu, de boa fé, permiti. — lançou um sorriso para a linda jovem — espero que não haja problemas — olhou para Newton com uma carranca séria.

— Claro que não chefinho — ajeitou a posição da gravata borboleta — É claro que muita gente inocente — apontou para a agente que permanecia parada junto a porta — fez um link direto com uma criatura mitológica, devido ao impacto causado pelas imagens, mas estamos aqui para salvar pessoas de verdade de perigos reais. Então se os senhores tiverem uma ideia melhor, o plano seria de entrar no prédio de maneira segura, e para isso contamos com a perícia do nosso especialista em Biossegurança, Doutor Carlos Bossa, da Fundação Oswaldo Cruz — apontou para o homem atarracado que sorriu timidamente — e também do nosso diretor médico da Polícia Federal, Tenente Israel Medina, — o médico, devidamente trajado e bem-posto, acenou para os outros membros daquela força tarefa — O plano é, basicamente, identificar a ameaça, neutralizar, da maneira que for necessária, e resgatar os sobreviventes. Alguém tem algo a acrescentar?

O silêncio permaneceu.

— Ótimo — completou — O capitão Pereira foi chamado aqui devido ao seu treinamento em Abordagem em ameaças Bioterroristas. Foi gentilmente cedido pelo BOPE para comandar a incursão. Alguma dúvida capitão?

— Meus homens sempre estão preparados. Apesar dos engraçadinhos que nos atrapalham constantemente — Newton corou as bochechas de vergonha — Preciso das plantas do hospital e da relação de funcionários e pacientes, pra começar a traçar a estratégia de entrada. Usaremos o armamento não letal, conforme o acordado com o Comandante, mas também estaremos com armas de fogo de baixo calibre, caso sejam necessárias — respondeu em tom sério. — E depois eu acerto as minhas contas contigo.

— Tá bom ... tá bom — concordou desanimadamente com as mãos para o alto, numa espécie de defesa — Acho que o Doutor Jonatan, representante da Tonra Corp, pode ajudar nesse requisito, né? — Newton apontou para o homem loiro de alhos azuis, vestido de terno preto de bom corte, provavelmente italiano — deduziu o inspetor —sentado na cadeira do canto.

— Claro Claro — confirmou com a cabeça, olhando pra pereira e depois para o inspetor — Mas eu gostaria de falar em particular com o senhor, se fosse possível.

O homem atarracado levantou a mão mais uma vez, brandindo em desespero, e falou antes que Newton pudesse responder:

— Gostaríamos de uma relação das linhas de pesquisas realizadas nos laboratórios do nono andar. Eu e o Medina precisamos listar os possíveis acidentes que possam ter ocorrido.

O homem de terno caro se levantou e caminhou em direção ao inspetor com expressão assustada.

— Precisamos conversar agora.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro