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Delírio

Sentiu um vento gelado no rosto e acordou assustado. Onde eu tô? Max olhou para os lados e não via nada além do seu próprio corpo. Parecia que estava sozinho numa sala negra sem portas e sem paredes. Fitou as próprias mãos assustado. Pareciam maiores. Ou menores talvez. Na verdade, nem pareciam com as dele. Permaneceu sentado pelo que pareceram horas. Não se sentia cansado ou entediado. Podia ficar na mesma posição por um século sem que aquilo sequer incomodasse. Resolveu caminhar em alguma direção aleatória e passou alguns meses sem encontrar qualquer sinal de vida. Chegou a mudar de rumo algumas vezes, mas sempre topava com o infinito a sua frente.

Uma certa vez, plantou bananeira e começou a contar para ver o quanto aguentava. Acabaram os números sem que lhe doessem os braços. Passava dias tocando o próprio rosto. Assustado com o que sentia. Cabelos e formatos estranhos. Parece que esse não é o meu corpo. Correu o máximo que pôde e sentia que estava a milhões de quilômetros por hora. O vento gelado chegava a rasgar o seu rosto, tal era a velocidade. Percebeu que era invulnerável. Nada que fizesse era capaz de lhe machucar. Saltou centenas de metros e caiu de cabeça no chão diversas vezes. Era até divertido, mas depois de alguns milhares de anos nada tinha mais graça. Deitou-se novamente e preferiu se limitar a esperar a eternidade lhe tocar.

— piora do hematoma cerebral? — Levantou-se imediatamente, olhando para todos os lados. Quem havia falado aquilo? Era uma voz masculina que nunca havia escutado. Não sabia de onde vinha, então resolveu correr em direções diversas. Gritou para o nada diversas vezes:

— Olaaaaaaaaaaaaaaaaaaaá ... Tem alguém aiiiiiiiiiiiiiiiiiiií

Gritou por quanto tempo achou que podia. A verdade era que poderia gritar pra sempre. Concluiu que se tratava de uma alucinação e se deitou novamente. Não havia mais nada a ser feito. Se aquilo era a morte, então ele deveria estar no inferno. Nada era pior do que ser expectador do vazio, que o lembrava, o tempo todo, o quanto a sua existência era insignificante.

Acho que é isso, pensou de olhos fechados e se entregou ao silêncio.

— Não acredito que você desistiu assim — uma voz bem próxima lhe tirou do transe após muito tempo. Max, agora sem muita animação, abriu os olhos, calmamente, para ver a sua companhia.

— Jesus? — sentou-se para enxergar melhor o amigo com seu coque samurai característico — É você?

— Você sabe quem eu sou. — afirmou ironicamente

— Você é o meu subconsciente?

— Ah muleque.

— Não pensei que o meu subconsciente tivesse a forma do meu colega de faculdade.

Jesus endureceu a expressão e meneou a cabeça em negativa:

— É só isso que eu sou? Seu colega de faculdade? — levantou-se num só gesto fantasmagórico. Max permaneceu sentado — Depois de tudo o que passamos juntos você me trata como se eu não tivesse importância — seu tom agora era de raiva — Te dei uma casa, meus livros e a minha amizade e você continua me tratando como se não fosse nada — virou-se, de repente, desferindo um chute forte com o peito do pé diretamente no rosto.

Max voou vários metros pra trás com a força do golpe. Ficou atordoado e sentiu dor pela primeira vez desde que chegara naquele lugar. Levantou a cabeça a procura do seu agressor, mas não encontrou nada. Não esperava o segundo golpe que veio de cima, afundando o seu crânio no chão.

— Eu tenho certeza de que você acha que age da maneira certa.

— Você tá maluco. Eu te trato como meu amigo. — respondeu ao tentar se levantar. Uma dor alucinante cortava a sua cabeça — Eu não sei o que você quer de mim. — Deu um salto-mortal pra trás ao perceber a aproximação de um terceiro golpe. — Não vou lutar com você.

Jesus sorriu. Parecia satisfeito com o que acabara de ouvir. Como um passe de mágica, seu rosto e corpo começaram a se desfigurar e se transformar. Max ficou perplexo com a cena. Mais ainda quando viu o seu pai, de calça jeans e sem camisa, exatamente como o tinha visto da última vez, quando brigaram e o jovem saiu de casa.

— E agora? Consegue lutar comigo? — Álvaro sorriu

— Você é doente. — a expressão era de perplexidade.

— Sou mesmo — meneou a cabeça em afirmação. — Sou alcoólatra. Viciado. Mas te criei sozinho depois que aquela puta te abandonou. Te dei comida e uma cama pra dormir.

— Nossa — deu uma risada irônica — você foi o pai do ano. — começou a bater palmas lentamente — E as surras que me dava? As prostitutas com quem me largava pra ir cheirar com seus amigos? — sentiu um aperto no peito. Uma vontade incontrolável de chorar. Fechou os olhos e fez força pra continuar firme — Eu te bati foi pouco. — gritou para o nada. Onde ele está?

— Aqui — ouviu a voz atrás da sua cabeça, pouco antes de sentir o golpe que atingiu a sua têmpora direita e o jogou ao chão. Antes que pudesse se levantar, viu o pé do seu pai se aproximando num chute direto que o cegou por alguns segundos. — Você quer me bater? Vai em frente. Eu não sou só esse pedaço de merda que você pode abandonar? Me bate. Acaba logo comigo. Me mata.

Uma pressão começou a lhe subir o pescoço até a garganta. Não conseguia mais segurar:

— Não — Gritou, aos prantos — Eu não quero que você morra. Eu quero o senhor como era antes da mamãe ir embora. — soluçou com o choro — Me desculpa. Me desculpaaaaaa. — Soltou um grito preso de sofrimento. No fundo, tudo o que queria era que seu pai voltasse a ser quem costumava ser. Apesar das brigas, das surras e do comportamento autodestrutivo de Álvaro, Max sentia que era o único capaz de resgatar o seu pai dessa lama. Em vez de tentar, fugiu para longe pra não ter que lidar com isso.

— Sensacional — A sua própria voz falou bem perto de seu ouvido. Levantou a cabeça para ver o seu próprio corpo agachado ao seu lado. Num reflexo, protegeu o rosto do próximo golpe, que não aconteceu.

— Não vai me bater? — perguntou para a sua cópia.

— Claro que não — meneou a cabeça em negação. Retirou um lenço do seu terno preto e começou a limpar a face ensanguentada do Max original — Eu nunca te machucaria. Eu te amo. — sorriu sinceramente.

O jovem se entregou aos cuidados e carinhos dele mesmo. Era onde podia descansar. Ele era tudo o que mais precisava. O que mais queria. Era o único que se importava com o seu bem-estar. Fechou os olhos e se deixou levar na onda de conforto. Pensou em tudo o que conquistou. Todas as dificuldades que o fez chegar até ali. Fez tudo sozinho. Sem ajuda de ninguém. Usou algumas pessoas, mas não conseguiria se não fosse tão maravilhoso. A réplica acariciava sua cabeça produzindo uma sensação que jamais tivera. Era bom. Era muito bom. Mas é só isso?

— oi? — a cópia perguntou — você disse alguma coisa?

— É só isso que você tem pra me oferecer? — sentou-se novamente com ar de contestação — Eu não quero só uma sensação boa. Quero brigar e sentir dor se for preciso.

— Você não quer brigar — o Max de terno se aproximou, sorrindo — Não precisa mais de ninguém. Não tem que se preocupar com mais ninguém. Eu cuido de você.

O jovem se afastou de sua cópia num movimento impossível, como se fosse puxado por cordas, como num filme chinês de kung fu.

— sai daqui — levantou a mão direita — Eu não quero mais você. Eu não preciso mais de você controlando tudo.

O outro Max correu em sua direção. Sua face era de incompreensão. Quanto mais ele se aproximava mais Max se enfurecia. Quanto mais a cópia avançava, mais sentia que estava avançando também. Não sabia mais quem era. Enxergava pelas duas visões Sem saber bem que corpo estava controlando, Max fechou os olhos e preparou um soco. Era um soco contra o seu maior inimigo. Era uma luta que estava prometida ha muito tempo.

A luz o cegou por alguns segundos. Olhou para o lado e viu a silhueta de uma mulher bem próxima da cama que estava deitado. Recuperou a visão rapidamente a tempo de ver que ela injetava algo em seu soro.

— Ei. Eu te conheço.

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