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● TRÊS ||RUAN

Contém gatilhos!

Para quem leu antes. Peço desculpas, estava com tanto sono que apenas postei.

Após apertar a campainha, dou um passo atrás segurando o pacote laminado contra o peito como um escudo. O gesto evidenciando ainda nais meu estado de nervos. Passo a língua por meus lábios de repente secos.

Do interior da casa posso ouvir a música alta e penso se não deveria tentar a campainha mais uma vez se não escutaram da primeira. Meia hora atrasado, me recrimino tentando acalmar as batidas irregulares do meu coração.

Eu não iria vir. Pensei quase a noite de ontem inteira sobre ir ou não. Mas na manhã seguinte, em um impulso disse para minha mãe que iria. Ela faltou dançar no meio da cozinha e depois de tomarmos café, ela me arrastou para o centro de nossa pequena cidade, onde fica um pequeno centro comercial, e me ajudou a escolher um presente para uma garota com quem nunca falei direito e que não sabia seus gostos. Optei por lhe dar um livro e se ela não gostar, não posso fazer nada por ela.

Meus pensamentos são abruptamente cortados, quando a própria aniversariante abre a porta para mim. O vestido azul de alças finas, que é apertado na cintura estreita, faz um conjunto despojado com seu All Star branco. Os dreads estão presos no alta da cabeça. Ela sorri largamente para mim e juro que tento retribuir o gesto. Mas sai mais como uma careta.
Deus, sou péssimo nessa coisa de socializar.

Tomo um susto, quando nem ao menos me cumprimenta. Indo direto para o embrulho em minhas mãos. Ela dá pulinhos no lugar, os olhos brilhando de empolgação. E a ansiedade que sentia, diminui um pouco. Acho que acertei no presente.

- Finalmente alguém que me entenda! - A observo sem entender. - Você foi o único que acertou ao me dar um presente.

Tento não estufar meu peito em sinal de orgulho. Ainda não sei em que terreno estou pisando. Por isso me contenho.

- Hum...E seus pais?

- Eles não contam! Ganhei um box com meus livros favoritos. Veio com brindes e tudo.

Interiormente fiquei empolgado e curioso para ver e tocar os brindes que falou. Mas me contive.

- Fantasia?

- Sim. Gosta?

- Eu gosto! - digo me sentindo de repente tímido.

Eu vou além de gostar de livros de fantasia. Eu desenho meus personagens favoritos, mantenho uma página onde troco experiências com outros leitores sobre eles e disponibilizo eles em uma plataforma que qualquer um tem acesso, podendo vê- los.

- Você é dos meus! - Me pega de surpresa ao me abraçar. Seu perfume não é forte, flutuando de forma suave ao seu redor.
Pigarreio ao me afastar. Ela ao contrário de mim não parece nem um pouco desconfortável.

- Vem, vou te apresentar meus pais e ai poderemos ir para o quintal. Que é onde toda a ação está acontecendo.

Engulo em seco, tentando não me virar em meus pés e sair correndo.
Seus pais demonstraram ser pessoas muito simpáticas e bem liberais. Me perguntaram quantos anos tinha e quando disse dezoito recém completos, perguntaram se eu queria cerveja. Neguei imediatamente lutando para não estremecer diante deles.

A única vez que bebi, as coisas saíram do controle.

No quintal, vi que tanto os familiares de Marissa tanto os alunos que estudaram com a gente, se faziam presentes. Me segurei para não olhar ao redor freneticamente em busca dele.

Não o vi desde que entrei e esse fato estava me deixando nervoso.

A festa de aniversário é da garota ao meu lado mas não escondo que meu único interesse em estar aqui, é ver meu vizinho. O garoto que entrou em meu coração de uma forma que nem o vi chegar. Só chegou e dominou tudo.

- Ei, para você é refrigerante! - Grita para um garoto atraindo a atenção de algumas pessoas. Quase me encolho.

- Um golinho só Mari! - faz manha mas parece não adiantar muito com ela que nega rapidamente.

Na certa é menor de idade ainda. Acho que por isso os pais da aniversariante vez ou outra estão passeando ao redor.

- Não e se insistir chamo meu pai!

O rapaz que insistia em beber cerveja, faz careta recuando um passo e descartando a bebida oferecida por Caio, o babaca que estudava com a gente. E não julgo o rapaz por sentir medo. Quase recuei um passo também quando conheci minutos atrás o homem que deve ter 1,90 de altura e puro músculo, não parecendo ter a idade que tem.

- Você quer se sentar? Vou pegar um "refri" para você! Quer coca ou fanta?

- Qualquer coisa está bom! - dou de ombros. Ela ri baixinho e nega.

- Na minha casa nunca oferecemos qualquer coisa!

Sai me deixando ali. Caio olha para mim e ri de algo que seu amigo diz em seu ouvido. Desvio meu olhar do dele. Nunca fiz nada para ele, mas cada vez que estamos em um mesmo ambiente, parece sempre ter algo de engraçado para rir de mim.

- Aqui! - pego a latinha e abro, me permitindo beber um longo gole.

- Sede? - ri.

- Um pouquinho!

- Meu Deus Mari, a fila para seu banheiro está enorme! Chamou a escola toda foi?

Ao ouvir sua voz. O refrigerante faz um caminho inverso, fazendo- me engasgar. Que vergonha. De repente mãos pequenas mas pesadas batem em minhas costas, na tentativa de me ajudar.

Lágrimas se acumulam em meus olhos.
Porcaria!

- Está melhor?

Aceno enquanto esfrego meu peito, que queima.

Olho ao redor e percebo que não estamos mais no meio do quintal e que Mari não está em lugar nenhum perto de nós. Como nos movemos sem que eu ao menos percebesse?

- Vou melhorar! - Minha voz soa esganiçada. Pigarreio.

Ele me oferece sua garrafa d'água. Nego suavemente.

- Quer se sentar? - olhos castanhos que tanto esbocei em meus cadernos, me olham com ternura. E agora que posso vê - los de perto, percebo que há pintas douradas imersas neles.

- Estou bem em pé.

- Tem certeza? - um pequeno sorriso arrisca surgir no canto dos meus lábios pela sua preocupação.

Ele só está sendo educado. Penso.

- Absoluta.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Apenas observando o ritmo da festa. Nossos colegas de turma dançando ou se beijando. Pelo canto do meu olho, vejo - o trocar o peso de seu corpo de uma perna para a outra. Decido puxar assunto.

- Você e Marissa sempre foram amigos? -
Ele sorri. Um sorriso completo e quase nostálgico. Nesse instante queria meu caderno aqui, só para pintar as linhas fascinantes do seu sorriso.

- Aquela maluca é minha metade. - dá uma risadinha. - Somos amigos desde o jardim de infância. Ela roubou meu lanche e eu roubei o dela. - Me viro completamente para ter uma visão inteira dele. Suas sobrancelhas castanhos se erguem e em seguida se juntam. Parece pensar. - Ou fui eu quem roubei ela primeiro?

Enfio as mãos em meus bolsos, assim me impeço de tocar seus cachos revoltos.

- Não me lembro. - ri baixinho. - E você?

- Eu?

- Sim. Tinha amigos onde morava?

Flávio me vem a mente mas o afasto. Um amigo de verdade, não faz aquilo que fez comigo. Me expôs, me humilhou com seu preconceito nojento. Mamãe ficou tão triste na época. Ela o tinha como um filho. E depois do que aconteceu, foi como perde - lo. Tinha quinze anos na época, meu pai quase processou a escola e os pais dele. Mas conseguiram resolver tudo sem que precisássemos chegar aos tribunais.
No entanto, nunca mais fui capaz de fazer amigos.

- Ei, para onde foi?

- Lugar algum. - Dou de ombros. Minhas mãos fechadas em punhos.

- Foi tão ruim assim?

- Vamos apenas dizer que quando vim morar aqui, não tinha interesse em fazer amigos.

- Você mostrou isso o ano todo. - entoa simplesmente. - Mas sabe, eu queria muito ser seu amigo. Mas...- se cala olhando para seus sapatos.

Sua sentença me desmonta de alguma forma. Me dando a resposta que nem ao menos esbocei em palavras.

Ele só quer ser meu amigo.

Não vou mentir dizendo que não doeu.
Meus sentimentos por eles vão além da amizade.

Engulo em seco.

Engatamos em uma conversa sobre os cursos que vamos fazer. Assim como eu, irá fazer faculdade em outra cidade. Nossa cidade pode estar se desenvolvendo a olhos nus mas ainda não temos um polo universitário que atenda a demanda da população jovem. Então quando deixamos o ensino médio, escolhemos cursar nosso curso de preferência em outra cidade, fazer um curso técnico aqui mesmo ou não fazer nenhum dos dois.

Foi bonito ver o quanto está animado para começar a estudar História. Matéria na qual sempre se destacou na escola, pelo que me lembro.

- E você, vai fazer o que?

- Direito! - No pequeno palco improvisado no centro do quintal, algumas meninas tentam acompanhar o karaokê. Os tons desafinados fazem os outros riem. É bem engraçado.

- Jurava que faria algo relacionado a Artes. - Volto meu olhar para ele, que agora tem os olhos arregalados.

- Como?

- Digo...- Pigarreia. - Eu não estava te espiando.

- O que?

- Huguinho do meu coração. - Sua amiga surge do nada. Nos assustando. - Preciso que pegue algo no meu quarto.

- Pegar o que? - Não ouço o que é, pois tudo é sussurrado e me sinto excluído do pequeno diálogo.

- Eu já volto Ruan! - Desaparece casa a dentro.

Fico em silêncio.

- Então? Já se declarou? - Minha cabeça se vira tão rápido na sua direção que meu pescoço estala.

- Hum...- Sinto meu coração bater em minhas costelas.

- Olha, não precisa ficar nervoso. - Pede calmamente. - São só cinco palavras. Não deve doer.

Pisco algumas vezes. Essa garota existe?
Hugo quer somente minha amizade e em breve vamos embora para estudar. Não tem futuro algum para nós. De repente minha boca fica amarga.

- Onde fica o banheiro?

- Usa o meu. Está mais limpo. - me lança um sorriso. - Suba aa escadas, siga pelo corredor. Fica fim dele.

Segui suas instruções e logo entrava pela porta. Respiro fundo quando acendo as luzes e quase tenho um ataque cardíaco quando vejo que não é um banheiro e sim um quarto. Me viro pronto para sair daqui, quando ouço a tranca ser fechada.

De repente me vejo naquele quarto e com quinze anos. Mãos em mim, flashes e eu pelado.

- Ei, me deixa sair! - Bato na porta desesperado.

- Quem está ai? - Hugo sai de dentro de outro cômodo. Me colo na porta como se ela pudesse me proteger. Me encolhendo em mim mesmo.

Meu estômago se revira ao pensar na mera possibilidade dele estar brincando comigo, como fizeram anos antes. Seria muito injusto. Logo ele, de quem gosto tanto.

- Ruan?- Parece surpreso mas não sei se acredito.

- Fica longe de mim! - Cuspo as palavras sentindo suor se acumular em meu rosto e costas.

- O que? - Se abraça. - O que está fazendo aqui Ruan? Esse é o quarto da Marissa.

- Ela me disse que era o banheiro.- Olho ao redor. - Onde estão?

- Onde estão o que?

- As câmeras.- Arfo sentindo meu coração quase pulando do meu peito. Quando compreensão se faz clara em seu rosto, recua um passo.

- Você acha que eu...

- Não sei! - rosno. - Não te conheço!

Engole em seco.

É uma verdade. Não o conheço de verdade. Apenas sei do que meu coração pintou dele. Um garoto alegre, simpático e companheiro de sua amiga. Apenas isso.

- Entendo. - apalpa os bolsos de sua calça jeans. - Não tenho nenhum celular comigo. Ficou em casa. E se quiser podemos procurar as câmeras no quarto.

O observo tentando ver se ele fala sério ou se está sendo irônico. Não encontro nada em seu rosto nada a não ser simpatia. Tapo meu rosto tomando um pouco mais de fôlego e tento não pensar no papel de palhaço que fiz minutos atrás.

Solto o ar devagar e me aproximo dele lentamente.

E como propôs, passamos os dez minutos seguintes a procura de algum dispositivo de gravação. Não encontramos nada. Procuramos por um modo de sair do quarto e não conseguimos nada. Não teria como a gente tentar sair pela janela pois estamos no segundo andar e a porta foi trancada.

Por minutos nos sentamos no chão perto da cama. Nossos ombros quase se tocando, separados por centímetros apenas.

- Está mais calmo? - indaga baixinho. Torço meus dedos em meu colo.

- Eu só quero ir embora.

Droga! Minha voz parece de uma criança perdida. Assim como ele disse minutos atrás, deixei meu celular em casa pois não costumo sair com ele.

De alguma forma minhas palavras parecem feri - lo profundamente. Os olhos castanhos não estão mais vividos e sim tristes.

- É tão ruim assim minha companhia?


Cheguei Frozen's. Espero que gostem.

11/06/21

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