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5. PREDADORA

Dor. Uma dor excruciante, como nunca pensei, nem dava para comparar com nenhuma de minhas experiências humanas.

Durante dias que pareceram intermináveis, era só isso que eu sentia, presa em um limbo escuro, paralisada, muda, sentindo apenas o fogo queimando cada membro, cada vaso sanguíneo, cada terminação nervosa.

Eu sentia vontade de gritar, implorar que alguém acabasse com essa dor, porém não conseguia forçar sequer um som pela minha boca, nem mesmo sentia meu rosto, era a mais cruel forma de tortura que se poderia imaginar.

Sabia o que estava acontecendo. Tanto Edward quanto Carlisle me contaram semanas antes como era a transformação. Uma parte de mim queria isso, queria se encaixar em algum lugar, ser mais que uma humana frágil, quebrável, uma presa de seres mais poderosos que me torturaram apenas para sentirem prazer antes de me drenar.

Contudo, havia o lado racional que me dizia que eu nunca mais veria meus pais, meus amigos, pessoas que eu amava. Nos raros momentos em que conseguia pensar em algo além da dor, lembrei do sorriso da minha mãe, de como meu pai ficava vermelho quando tinha que falar o que sentia, pensei no Jacob, o único amigo humano com quem eu me sentia à vontade para ser eu mesma...

E tinha a Ângela. Não nos conhecíamos há muito tempo, no entanto, ela se mostrou uma amiga incrível. Era compreensiva, sincera, inteligente e conversar com ela era muito agradável. Fazíamos a maioria dos trabalhos em dupla juntas, eu gostava dela. Engraçado que Edward dizia que a mente dela era a única que ele podia passar horas bisbilhotando sem ter vontade de arrancar a própria cabeça.

“É complexa, mas tão calmante. Não escuto os pensamentos dela, só visualizo o que pensa. É como se seus pensamentos fossem mudos e ela só olhasse para tudo de uma forma diferente”, ele descreveu uma vez, quando perguntei.

Acho que eu sentiria mais falta de como essa amizade poderia se tornar do que de como realmente foi. Talvez se eu tivesse mais tempo ou se escolhesse quando aconteceria a transformação... Se eu ao menos pudesse me despedir da minha mãe, do Charlie, do Jacob e da Ângela... Eles nunca saberiam, mas eu teria me despedido.

Não sei quanto tempo passou até que algo começou a mudar. A dor ficou mais intensa, ao mesmo tempo em que o fogo sumiu das minhas extremidades e eu comecei a ouvir vozes.

— Está quase completo, ela vai acordar a qualquer momento, Edward. — A voz de Alice veio de algum lugar da casa em um sussurro.

Senti uma pressão nos dedos da mão esquerda e tentei raciocinar sobre o que seria, contudo, o fogo que começou a sumir dos meus braços, pernas e cabeça aumentou impossivelmente no meu tronco. Precisei de todo autocontrole que tinha para me manter parada e não gritar nem me contorcer em agonia.

— Bella, se estiver me ouvindo, eu sinto muito. Queria não ter chegado tarde demais... Eu deveria te proteger... Deveria...

— Ed, não é hora para isso, irmão. — Ouvi uma voz grave que abalou meu autocontrole. — Bella... Isso logo vai passar, o fogo vai apagar, aguenta só mais um pouquinho. Meu irmão precisa que você acorde e toda a família está ansiosa para conhecer a nova você. Só mais um pouco, você vai ver.

Quando ele terminou de falar, as labaredas se acumularam no meu tórax como uma explosão que me fez arquear as costas. Estava deitada sobre uma superfície macia com cheiro de couro e tecidos novos e senti a pressão em meus dedos aumentar da mesma forma que o calor em meu peito.

Meu coração acelerou em um ritmo desesperado e eu ouvi as batidas, que se tornaram descompassadas, até que ficaram espaçadas e lentas, e uma última batida soou antes do silêncio sepulcral tomar conta do ambiente. Não havia um único som de respiração. Parecia que o ar estava suspenso.

Então abri os olhos e encarei o teto branco, onde cores que nunca antes distingui bailavam no reflexo da luz que vinha das lâmpadas fluorescentes. Eu podia ver e ouvir a eletricidade passando entre os polos metálicos, podia ver a poeira no ar, ouvir os zumbidos de um inseto se alimentando do néctar de flores frescas em um vaso na sala.

Puxei uma respiração profunda e me dei conta de que não precisava respirar, porém gostava, era uma sensação agradável. Ouvi um suspiro ao meu lado e só então notei que Edward segurava meus dedos, essa era a pressão que havia sentido antes, mas estava diferente, seus dedos estavam... quentes?

Percebendo minha confusão, ele acariciou meu rosto e a sensação foi como se nunca tivesse feito isso antes, pois eu estava muito mais sensível.

— Temos a mesma temperatura — ele falou, e pela primeira vez eu o ouvi de verdade. Sua voz era linda e ele tinha cheiro de lilases e... sol? Talvez, era um cheiro que dava a sensação de calor no olfato. — Pensei que ouviria seus pensamentos agora que somos semelhantes, mas aqui estou eu, frustrado novamente.

Isso me despertou das minhas distrações e eu me levantei. Não pensei em como fazer isso, mas em um momento estava deitada e no outro estava do outro lado da sala, esbarrando numa cadeira que foi parar na janela, de pernas para o ar.

— Ops! Isso foi estranho — declarei, me distraindo com o som da minha própria voz, cujo timbre parecia com sininhos suaves.

Uma risada gutural chamou minha atenção para a porta, onde vi o vampiro cheio de músculos, com os olhos dourados e um sorrisinho no canto dos lábios carnudos. Estremeci de leve ao observar Emmett em um suéter preto e calças jeans escuras que mostravam o contorno das pernas musculosas e compridas.

Minha avaliação durou apenas uma fração de segundo, então desviei o olhar para Edward, que permanecia sentado na banqueta perto do sofá. Dizer que ele era espetacularmente lindo seria me repetir, entretanto, eu repetiria para quem quisesse ouvir: Edward Cullen é um gostoso. Melhor ainda pela minha visão de vampira.

Mal pensei na ação e já estava com a cabeça dele acomodada nos meus seios, abraçando-o pelos ombros e acariciando seu cabelo cor de bronze.

— Hum... Bella... Você vai esmagar minha cabeça.

— Oh! Desculpa. — Afrouxei meu aperto e olhei para baixo, onde seus olhos me fitavam com seriedade. Aproximei os lábios dos dele para beijá-lo, porém ele desviou do beijo e se levantou. — O que houve, Edward?

— Sou eu que tenho que me desculpar com você. Aliás, se você nunca mais quiser me ver, eu vou entender.

— E por que eu não iria querer te ver? — indaguei, confusa.

— Por minha culpa você não vai mais ver teus pais e ninguém que você ama...

— Por tua culpa? Me diz uma coisa: foi você que me caçou em dois estados, me torturou por causa de um jogo doentio, me mordeu e pretendia sugar todo o meu sangue?

Ele franziu a testa e me encarou.

— Bem... Não. Pelo menos não desejei fazer esse último recentemente.

Eu revirei os olhos.

— Então para de falar merda e de se culpar por todo o mal que acontece no mundo. Foi o James que me caçou, a Victória me sequestrou e me jogou contra os espelhos antes do cretino do parceiro dela quebrar minha cabeça, minhas costelas e minha perna só pra me ouvir gritar enquanto contava a história de como Alice foi a única presa que conseguiu escapar dele por ter sido transformada. Ele ria da minha dor enquanto dizia que eu iria compensar pela garota cujo sangue ele desejou mais que tudo e nunca pôde ter. Nada disso foi culpa tua, Edward.

— Mas a tua alma...

— Ela está ótima, obrigada.

Eu o abracei de novo e beijei seus lábios para que parasse de falar. De repente, percebi que minha garganta estava seca como um deserto, parecia que aquele fogo queimava nela de novo. Levei a mão até o pescoço, tentando aliviar a dor que crescia.

— Mas que inferno de dor maldita é essa?

Ouvi uma gargalhada fina vinda de outro cômodo.

— Delicada como sempre, Bella... — Alice apareceu na minha frente em um segundo e me abraçou. — Você está com sede, precisa caçar. Mas antes, tem que se ver no espelho.

— Filha, deixa a Bella em paz. Ela pode se ver depois, agora está com sede — reclamou Esme, aparecendo na porta ao lado de Carlisle, que completou:

— Prioridades, filha. Cuide da sua sede.

— Eu ajudo com isso. Vamos, amor — chamou Edward, me estendendo a mão.

Fomos para a janela, de onde Edward tirou a cadeira pendurada que eu joguei lá sem querer, e só então percebi que estava mais alta do que o normal. Olhei para os meus pés e soltei um palavrão quando vi um par de stilettos com salto-agulha. Aliás, eu estava com um vestido azul-escuro mais adequado para uma visita formal ao Sr. Presidente do que para uma caçada.

— Quem diabos teve a genial ideia de calçar essas coisas em mim?

Emmett gargalhou alto enquanto Alice fazia uma careta e Jasper ria em algum lugar da mansão.

— Como assim? Você acha que alguém aqui teria mais bom gosto do que eu? — a baixinha rosnou, horrorizada.

— Alice, podemos ser irmãs pela eternidade agora, e eu te amo como minha irmã, porém me recuso a ser tratada como uma barbie anormalmente grande por você.

Tirei os sapatos, rindo do bufo de raiva que ela deu, e saltei do terceiro andar para o chão atrás de Edward. A queda foi leve, sem o impacto que minha mente ainda não desligada da vida humana esperava. Comecei a correr, mal tocando o chão com meus pés descalços. Quando chegamos ao rio próximo, foi instintivo, simplesmente dei impulso nas pernas e saltei, indo pousar na copa de uma árvore do outro lado.

Edward passou por mim e eu o segui. Agora entendia por que ele gostava tanto de fazer isso. Era libertador correr por qualquer lugar sem se preocupar em ferir os pés e sentir os galhos das árvores chicoteando a pele sem causar danos. Sentir o vento no rosto era incrível e, quanto mais rápido, melhor.

Enquanto eu corria, podia ver tudo. Cada folha, flor, fruto, inseto e os pequenos mamíferos que se escondiam em suas tocas durante a nossa passagem. Ouvia os sons da natureza, muitos silenciados quando passávamos, afinal, éramos predadores.

Já tínhamos percorrido uma extensa área quando Edward me fez parar, dizendo que já estávamos na fronteira do Canadá. Ele me orientou a fechar os olhos e ouvir tudo ao meu redor. Eu sabia o que deveria encontrar, então me concentrei, ignorando todos os sons que não me dariam sangue para aplacar minha sede.

Deixei o vento passar por mim, trazendo os cheiros diversos da floresta. De repente, um cheiro picante invadiu minhas narinas, intensificando a queimação na minha garganta. Disparei em direção ao cheiro, deixando meus instintos guiarem. Era um grupo de cervos enormes.

Me preparei para atacar quando o vento mudou de direção e trouxe um cheiro doce, absolutamente delicioso, que fez minha boca encher de veneno. Sem pensar nisso, corri para o lugar de onde vinha o cheiro, sentindo que era perseguida. Minha razão dizia para prosseguir, era só o Edward me acompanhando silenciosamente, porém, meu instinto de autopreservação me fez rosnar em aviso.

Subi uma montanha antes de não suportar a presença de outro predador e me virar, rosnando furiosamente para ele, com os dentes expostos. Edward ergueu as mãos em rendição, cauteloso.

— Bella, sou eu. Precisa mudar de direção.

Ele mal terminou de falar quando o vento mudou outra vez, clareando minha mente. Aquele cheiro que atiçava minha sede era incrível, tão delicioso que só podia ser o cheiro de sangue humano. Virei para o leste, fugindo desse cheiro, pensando que se não saísse dali logo, haveria mais um desaparecido no mundo, talvez com uma família esperando sua volta...

Não. Eu não queria ser um monstro. Jamais quis.

A vida que me atraiu quando humana foi a da família que me acolheu como um dos seus, mesmo quando ainda era só uma humana fraca. Mesmo quando todos eles sentiam meu cheiro e sofriam a dor infernal que eu estava sofrendo naquele momento. Eles não machucavam pessoas. Eu também não iria.

O vento trouxe outro cheiro, mais potente que o dos cervos. Picante também, porém mais atrativo. Minha mente registrou o sussurro de Edward e eu entendi a diferença. Carnívoros. O sangue dos carnívoros era mais instigante ao nosso olfato.

Chegamos a uma clareira, onde um enorme urso grizzly acabava de se alimentar. Saltei para onde ele estava, agarrada em seu pescoço, enfrentando sua fúria. As garras afiadas mal fizeram cócegas na minha pele e as presas cheias de sangue pareciam de gelatina ao me morder no ombro.

Eu apenas virei a cabeça e cravei os dentes no pescoço peludo. Foi tão fácil quanto morder manteiga. O gosto não era bom, mas pelo menos diminuiu a ardência desagradável na garganta. Antes que percebesse, já estava largando a carcaça vazia no chão. Aquele urso tinha muito sangue, porém eu queria mais, ainda estava com sede.

— Será que tem outro desse por aqui?

— Talvez. É época de reprodução, eles estão procurando acasalamento.

Olhei a redor com o cenho franzido.

— Onde estamos? Não lembro de ter ursos assim nos Estados Unidos.

— Estamos a meio caminho do norte do Canadá. Você atravessou a fronteira quando sentiu aquele outro cheiro e nós chegamos até aqui, mas os ursos dessa espécie costumam ser encontrados no norte, perto do Oceano Ártico.

Senti minha garganta arder de novo.

— Preciso de mais — reclamei, colocando a mão na garganta.

— Vem, talvez encontremos outros pardos por aqui. Ao nosso oeste tem ursos negros também.

— Qual é melhor?

— Os pardos são maiores e mais agressivos que os negros. Também são os favoritos do Emmett.

— E qual o teu favorito?

Ele fez uma careta.

— Leão da montanha, mas não vamos encontrar um por aqui. Você quer caçar no caminho de volta ou prefere correr até o norte para achar outro grizzly?

Pensei por um momento. Era bom caçar, entretanto, havia outro sentimento tomando conta de mim. Quando Edward falou sobre Emmett, eu quis vê-lo. Queria ver toda a família e saber como seria daqui para frente. Não poderíamos ficar em Forks, precisávamos partir.

Suspirei tristemente. Eu só queria ver meu pai e minha mãe uma última vez antes de partir para uma nova vida.

— Quero tentar encontrar alguns pardos por aqui. Se não conseguir, vamos voltar e caçar aqueles cervos.

Edward assentiu em silêncio. Apesar de não poder escutar meus pensamentos, ele me conhecia bem o suficiente para entender o que eu estava sentindo.

Para nossa sorte, encontramos um casal de ursos pardos e Edward foi gentil por me deixar provar um leão da montanha, mesmo que ele o quisesse muito. Até que foi bom, mas secou muito rápido e não teve a mesma emoção de quando fui agarrada pelo urso de quase três metros e corpo poderoso, do qual me alimentei até que ele desabasse no chão e continuei bebendo, empoleirada nele.

Talvez essa emoção viesse do fato de que eu era apenas uma garota com 1,60m de altura e pesando cinquenta quilos contra uma fera com duas vezes a minha altura e quatro vezes a largura do meu corpo.

Definitivamente, o urso pardo era minha presa favorita.

Olá! É um prazer mostrar mais um capítulo pra vocês. Espero que estejam gostando.

Falem pra mim o que acharam do capítulo, isso é importante para o rumo da história.

Pintem essa estrela e deixem comentários, pois eu adoro ler e responder.

Beijos no coração ❤️

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