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Capítulo 16

Mais um hein nenes ❤ 3/4... Boa leitura ❤

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Lucy narrando

Depois que o FA me levou pra dentro do bar, fiquei com meu coração saindo pela boca. Eu não entendia o que tava acontecendo, e tava muito assustada.

--- Fiquem aí, tia fecha as portas e tu Rúbia, qualquer merda tu atira entendeu? --- Entregou uma arma a Rúbia

--- Tá --- Ela falou nervosa

--- Sem tremer porra, quando tu tá sentando no pau do GA tu não treme, então atira pra matar --- Ele gritou e saiu do bar logo em seguida.

Ela tava lá tremendo de nervoso, e eu senti uma raiva quando o FA falou aquilo.

💭Ninguém perguntou se ela senta ou não no pau dele💭

Dona Germana fechou o bar e ficou todo mundo encolhido ali, só escutavamos os barulhos de tiros.

Tava todo mundo tenso, a gente nem falava nada, até a Marcella quebrar o silêncio.

--- Isso é tão tedioso --- Revirou os olhos

--- Cala a boca Marcella --- Tia Branca falou nervosa

--- Mas mãe, é tedioso --- Jogou a cabeça pra trás

--- Você tá bem? --- Perguntei e Jhessyka que tava toda cabisbaixa

--- Mais ou menos, tou preocupada com meu primo e meu irmão --- Falou baixo

--- Quer um abraço? --- Perguntei pra tranquiliza-la

Ela assentiu. Me aproximei dela e a abracei. Ela começou a chorar baixinho e eu não entendi bem o porquê, mas comecei a acariciar seus cabelos.

Lucca se aproximou de nós duas e se agachou.

--- Vai ficar tudo bem --- Tentou tocar nela mas ela levantou

--- Não me toca --- Ela gritou

--- Calma Jhessyka --- Dona Branca pediu apreensiva

--- Eu não ia te fazer mal --- O Lucca recuou

--- Você ia me tocar, eu só não quero isso --- Saiu correndo pra cozinha.

Do lado de fora escutavamos os tiros, cada vez mais perto. Ignorei aquele tiroteio e fui atrás da Jhessyka na cozinha. Ela tava lá toda encolhida sentada em uma mesa que tinha ali.

--- Tá tudo bem? --- me sentei ao seu lado

--- Eu não queria ser rude com o seu irmão --- Ela falou baixo

--- Tudo bem, ele tá acostumado com as pessoas dando coice nele --- Sorri e ela abaixou a cabeça --- Você quer conversar sobre aquele medo do Lucca te tocar? Eu notei que você só fica a vontade com seu irmão ou com o seu primo --- Ela suspirou e levantou o olhar

--- Ou com o menor --- sorriu largo

--- huuuum, você é afim dele? --- fiz cócegas nela que riu.

--- Pa-para --- falou ofegante --- Não sua louca, o menor é como um irmão pra mim, um mais tolerável que o Gui... --- Ela parou e me olhou assustada

--- Guilherme, eu sei --- sorri e ela franziu a testa

--- Ele nunca diz o nome a ninguem --- Estranhou e eu dei de ombros

--- O brucutu é estranho --- Ela riu

--- Esse apelido é novo --- Eu sorri sem jeito e ela suspirou --- Você me promete não contar isso a ninguém e não ficar com pena de mim? Já basta a favela toda me olhando com pena... --- A interrompi

--- Relaxa loirinha, eu não falo nada --- Ela abaixou a cabeça.

Jhessyka me contou sobre o estupro e sobre o seu trauma. Ela disse que sempre que um homem que não tem sua confiança a toca, ela lembra das mãos do filho da puta, e o que mais lhe doi é que a mandante de tudo foi a sua mãe, a mulher que a trouxe ao mundo.

--- Olha, eu não sei nem o que falar --- Eu tava impressionada com a sua história

--- Não fala nada por favor --- Peguei em sua mão

--- Eu não vou --- Ela deixou uma lágrima solitária cair por seu rosto e eu enxuguei

--- Eu só quero a ajuda de vocês pra superar Lucy, eu não quero mais sofrer por isso, não mais --- A puxei pra um abraço e beijei o topo de sua cabeça

--- Pode contar comigo pra tudo baixinha

--- Já tão me trocando? --- Marcella entrou na cozinha toda puta ao ver nosso abraço

--- Vem pra cá com a gente Marcella --- Jhessyka a chamou e ela sorriu

--- Piranha, respeita ela, o nome certo é piranha --- Marcella piscou e nos abraçou

Ficamos ali as três, até que fomos interrompidos pelo Lucca.

--- Licença, a invasão acabou --- Ele falou todo sem jeito e a Jhessyka nos soltou

Eles ficaram se olhando até que eu cutuquei a Marcella pra sairmos. A curiosa fingiu que nem viu, aposto que tava se comendo de curiosidade pra saber o que ia acontecer.

--- Vamo Marcella --- Puxei seu cabelo

--- Vai tomar no cú, não toca no meu cabelo --- Berrou

--- Vamos logo --- Sai lhe arrastando pra o lado de fora da cozinha.

--- Aí que saco, eu queria ver --- Bufou

--- Para de ser curiosa --- Lhe soltei.

Fomos pra onde o pessoal tava e vi o menor ali.

--- Aí meu Deus, ainda bem que cê tá bem --- o abracei

--- Se acostuma Barbie, morro não é brincadeira não --- Eu tava a ponto de lhe bater quando escutamos a voz grossa do GA.

--- Opa, vejo que já tá tudo bem por aqui né? --- Falou debochado.

Eu e o Menor nos soltamos e eu encarei Guilherme com os olhos arregalados.

Não sei porque, mas senti um alívio por ele está bem, e está ali na minha frente. Mesmo que ele tivesse me fuzilando com o olhar.

💭Estranho, eu devia tá torcendo pra ele morrer 💭

Uma vontade de o abraçar tomou conta de mim. E eu tomei coragem, e fui.

Ele não esperava, nem eu mesmo esperava ter coragem de ir lhe abraçar. Ele demorou a retribuir o abraço, mas quando retribuiu eu fechei meus olhos ao sentir o seu corpo junto ao meu.

--- Licença queridinha --- A voz de gazela da Rúbia nos interrompeu

Me soltei do GA que tava me encarando sem expressão nenhuma.

--- Amor, fiquei preocupada com você --- Ela o abraçou também e eu me afastei dos dois.

Ele nem retribuiu o abraço dela, apenas ficou parado ali me encarando enquanto ela o enchia de beijos.

--- Tá, já chega de grude --- Se soltou dela e eu fui até dona Germana que tava respirando aliviada

--- Tudo nosso, nada deles --- FA entrou no bar todo animado

--- Rezei tanto pra minha Santa trazer esses meninos em paz --- Dona Germana falou aliviada e correu pra os abraçar.

Lucca saiu da cozinha com Jhessyka, os dois tavam mais desconfiados que qualquer coisa.

💭😏💭

Fiquei lá abraçada a tia Branca que ficava fuzilando a Marcella quando ela foi abraçar o FA.

--- Menor, camba pra casa da Soraia e avisa a ela da morte da mãe --- Menor assentiu e saiu do bar.

Depois que todo mundo acalmou os nervos, dona Germana decidiu fechar o bar. O pessoal da saúde não ia mais conseguir subir o morro mesmo pra comprar as marmitas. A gente congelou as comidas que sobraram pra não estragar, e fomos embora.

--- Cadê o moleque hein? --- Marcella perguntou pelo Lucca

--- E eu sei lá, espero que não esteja na boca --- Falei séria

--- Tava cheio de papinho com a Jhessyka, digo é nada se o GA souber --- Deitou a cabeça no meu colo

--- Deixa eles, ela precisa superar o trauma dela... Quem sabe aquele inútil ajude em alguma coisa --- Sorri e ela também

--- Bela mãe tu tá sendo --- revirei os olhos

--- Que horas são tia? --- Perguntei a tia Branca que tava olhando alguma coisa no celular

--- 16:00 porquê? --- Levantei do sofá num pulo e quase derrubou a Marcella no chão

--- Vou sair com o Fael pow, me empresta uma roupa tua --- Marcella sentou no sofá corretamente e me encarou

--- Tu e o Fael? Inventa não coisinha --- Falou séria

--- Vai mano, só vou pelo cinema e pra comer mesmo --- Ela riu e balançou a cabeça.

Fui pra o banheiro e tomei um banho caprichado. Quando terminei, sequei meu cabelo e fiz uma pracha, mas depois enrolei um pouco as pontas.

Vesti o vestido que a Marcella deixou em cima da sua cama, e fiz um reboco caprichado na cara, nada muito exagerado, né MORES?

Passei meu perfume e coloquei minha correntinha com meu nome. Calcei meu tênis, porque não sou obrigada a descer e subir esse morro de novo de salto né.

Sai do quarto com minha bolsa, e o celular na mão.

--- Meu amigo, tá uma gostosa mesmo --- Tia Branca me elogiou e eu sorri

--- Valeu tia --- Pisquei pra ela

--- Eita que o Fael hoje não fica na mão né --- Marcella falou maliciosa e eu revirei meus olhos

--- Se depender de mim, ele vai ficar na punheta sim --- Ela riu e o Lucca ia entrando na casa de tia Branca

--- Vai pra onde toda arrumada assim? --- Perguntou me olhando de cima a baixo

--- Cinema com o Fael --- Ele fez uma cara de cú

--- Cinema com o pé no saco --- Marcella gargalhou de forma exagerada.

--- Para com isso, parece uma cabrita emgasgada --- Tia Branca bateu em seu braço e eu ri

--- Vocês deviam parar de se meter na minha vida, e também de implicar com o Fael, quando a gente namorava ele levava os dois pra comer e vocês não reclamavam --- Falei séria com os braços cruzados

--- O que ele fazia pra gente não esconde ele ser um pé no saco --- Lucca falou com tédio e Marcella fez toque com ele

--- Vocês dois me cansam --- revirei os olhos

Peguei meu celular e tentei falar com o Fael, tomara que aquele bobão esteja vindo que eu já tou ficando com fome.

Whatsapp on

Lucy 🌝: Tá aonde palhaço?

Fael 😛: Vou atrasar só um pouquinho, vim comprar uma coisa aqui no centro

Lucy 🌝: Ahhh mano, tu parece que é doente mental né, or

Fael😛: Desculpa, mas não vai demorar mioto

Lucy 🌝: Tá palhaço, quando chegar no pé do morro tu me manda uma mensagem 😒

Sai da conversa com ele e logo recebi uma mensagem do brucutu.

Brucutu 😑: Tá aonde?

Lucy 🌝: Oi pra você também 😉

Brucutu 😑: Não enche linguiça e responde logo 🙄

Lucy 🌝: Na casa da Marcella, porque?

Brucutu 😑: Nada, só queria saber se tinha me obedecido

Lucy 🌝: Vai tomar no cú seu brucutu, tu não é meu pai pra mandar em mim e eu ter que obedecer não, saiba que eu vou sair sim, tou só esperando o Fael chegar aqui.

Ele visualizou e não respondeu nada.

💭Mas quem esse brucutu pensa que é? Meu dono? Ele acha que eu sou a cachorrinha dele? Se pensa ele tá muito enganado 💭

Demorou alguns segundos e ele mandou uma mensagem.

Brucutu 😑: Vamo ver 👍

Whatsapp off

Sai do whatsapp sem responder nada a ele.

--- Tá com essa cara porque? --- Marcella me tirou dos pensamentos de como matar aquele imbecil.

--- Olha --- entreguei meu celular a ela com a conversa com o GA

Ela ficou olhando pra tela do celular e depois me encarou

--- Então era pra isso que o FA queria teu número? --- Perguntou toda puta

--- Não mano, isso não vem ao caso. O problema é esse brucutu pensando que manda em mim --- Falei irritada

--- Alguém pode me explicar quem é brucutu e quem acha que manda no resto de aborto? --- Lucca perguntou desconfiado.

Olhei pra ele com uma vontade louca de quebrar aquele Narizinho dele.

💭Filho da minha mãe, tudo culpa desse moleque eu tá pagando essa cruz💭

Quando já ia acertar um bicudo nas pernas dele, meu celular apitou com uma mensagem do Fael.

Cheguei no pé do morro, desce que tou te esperando

--- Tu se safou de uma --- Apontei o dedo pra o palhaço do meu irmão

--- Todo mundo agora quer me bater, o que eu tenho a ver agora? --- Perguntou confuso

--- Não tenho tempo de explicar agora, tu conta --- Falei com a Marcella e me levantei do sofá, guardando meu celular na bolsa --- Quando eu chegar, eu vou te bater --- Apontei pra ele e coloquei a bolsa no ombro

--- O amor de irmãos é uma coisa linda né, ainda bem que eu só tive a sanguessuga mesmo --- Tia Branca falou aliviada e eu sorri.

Sai da casa delas e fui descendo o morro. Graças a Deus a casa da Marcella não era muito longe da saída da favela, já que era na parte de baixo do morro.

💭Eu podia tá de carro? Podia, mas essas ruas são estreitas demais💭

Tava quase chegando na barreira quando um carro parou ao meu lado.

Fiz a plena né, minha mãe disse pra não dar confiança a essas coisas, e principalmente que eu não tava na minha área. Continuei andando e o carro me seguindo. Tava quase parando e gritando com a pessoa, quando abaixaram o vidro.

Parei e olhei, mas o pique pra correr já tava a mil. Mas meu coração parou ao ver quem era.

💭Tinha que ser né 💭

--- Lucy entra no carro --- GA exigiu.

--- Eu não, porque? --- Perguntei com a mão na cintura

--- Entra porra --- Gritou

--- Tu não manda em mim --- Falei séria e tirei minha mão da cintura --- Vai mandar na sua namoradinha lá e me deixa em paz garoto --- Comecei a andar em direção a barreira novamente.

Escutei a porta do carro bater forte e os passos dele se aproximando de mim.

--- Tu só aprende na porrada né Caralho, mas hoje eu não vou te dar uma surra assim não, vou te dar outra --- Gritou segurando meu braço

--- Me solta GA --- Gritei

--- Não --- Falou firme.

Em um movimento rápido ele me jogou em suas costas, como se eu fosse um saco de batatas. E começou a andar em direção ao carro.

--- Me solta seu brucutu, eu tenho um encontro --- Bati em suas costas

--- Teu encontro é comigo --- Bateu na minha bunda e abriu a porta do passageiro.

Ele me colocou sentada e colocou o cinto em mim. Cruzei meus braços e fiz um bico enorme.

--- Tenta nenhuma gracinha não, pra eu não perder a paciência e meter bala na fuça daquele otário, tu já me viu sem Paciência e não vai querer ver de novo né? --- Revirei os olhos e ele fechou a porta do carro.

O brucutu fez a volta e abriu a porta do motorista, sentando no seu lugar. Ele deu partida no carro e começou a descer o morro, enquanto eu tava com minha cara totalmente fechada.

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Oi amores 😘 Parece que a Lucynha vai ser punida por desobeder o GA hein... 😏

Votem e Comentem o que estão achando da história ❤

Aguardem os próximos capítulos ❤

Kisses 😘😘

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