Twenty One
Lúcifer estalou a língua enquanto pensava, ele nunca teve uma boa relação com os filhos bastardos de sua esposa, doía imensamente saber que foi traído por Lilith já que nunca a obrigou a ficar consigo, se ela queria ser livre e ficar com quem bem entendesse então por que concordou em casar com ele?
Bem, isso não importava no momento e sim a ajuda que Haruchiyo solicitou. Ele geralmente não se importava em checar o que os filhos estavam fazendo, afinal eles já eram bem grandinhos para saber lidar com suas próprias coisas, porém ninguém machucava um de seus filhos debaixo de seu nariz e saia impune!
Já fazia um longo tempo desde que frequentou partes mais movimentadas do inferno, mas agora era hora e ele não iria ficar parado enquanto Haruchiyo e Charlie precisavam de si!
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Haruchiyo soltou um longo suspiro ao adentrar seu quarto, estar entre humanos era tão sufocante! Por sorte as coisas estavam bem paradas em ToMan e ele podia tomar um tempo para ir até o inferno recarregar.
– Finalmente retornou, Alteza - A voz de Vaggie o fez resmungar antes de encarar o demônio em sua cama.
– O que faz no meu quarto?
A mulher deu de ombros.
– Não sei quais motivos tem para me manter por perto, mas seus irmãos parecem ter uma ideia sobre...
– Não cabe a você querer saber o que tem por trás das ações de alguém da nobreza - O príncipe rosnou - Apenas seja grata por eu nunca a ter exterminado e deixe logo meu quarto, preciso descansar!
– Tem algo haver com ela não tem? A humana, algo nela o faz ser mais piedoso e me permitir existir apesar de saber quem realmente sou - A mulher se ergueu o encarando nos olhos - Agora o quê?
– Não torre minha paciência! - Sanzu rosnou.
– Eu sabia! - Vaggie sorriu - O que ela tem de tão especial? Por que Adão a levou?
– Adão? - Isso fez Sanzu congelar antes de a encarar - Do que caralhos está falando?
– É ele quem está por trás do desaparecimento das almas, ele sequestrou Akashi.
Haruchiyo zombou.
– Adão não poderia fazer isso com ela, não tem tanto poder assim.
– E por que não? Ele tem realmente muito poder como o primeiro humano...
– Ele teria que ter bolas o bastante para enfrentar meu pai e nós dois sabemos que não tem.
– E confirma isso baseado em que?
– É sua última chance, anjinho, saia do meu quarto!
Finalmente a dona dos cabelos brancos ergueu as mãos em rendição antes de sair, um sorriso vitorioso em seu rosto, afinal havia conseguido as respostas que buscava.
Anjinho... Haruchiyo não estava errado em seu adjetivo, Vaggie era um anjo, séculos atrás ela havia participado de um extermínio, porém, quando não teve forças para matar uma criança foi simplesmente descartada e quase morta, porém fora salva.
Ela não lembrava bem quem havia a salvado, um século inteiro de sua memória estava completamente em braco, tudo o que sabia era que um dia simplesmente passou a servir diretamente ao único herdeiro de Lúcifer, porém tudo isso sempre pareceu muito estranho.
Haruchiyo não era o único filho de Lúcifer e ela tinha certeza disso, porém o resto do mundo só parecia saber sobre Haruchiyo e Vaggie não sabia dizer quem mais existia, ainda sim ela sempre teve suas dúvidas.
Haruchiyo também sempre a tratou melhor do que tratava qualquer outro servo que tivesse, além de sempre mantê-la longe de Valentino.
Mas... essa pessoa que Vaggie se lembrava vagamente, era realmente uma humana? Kawaragi Senju... sua alma era tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha para si...
A única humana que Haruchiyo cuidava, seria realmente ela?
Passos no corredor a distraíram e a mulher parou sua caminhada, seus olhos arregalados ao ver o homem que nunca chegou a conhecer pessoalmente, o demônio de cartola e uma coroa por cima que sorria extremamente carismático enquanto caminhava pelo palácio como se fosse o dono de tudo ali, e realmente o era.
– M-Majestade - Imediatamente Vaggie se curvou para o Rei Demônio.
– Onde meu filho está? - Lúcifer não perdeu tempo.
– E-em seu quarto, Majestade, ele não está de bom humor.
– E minha filha?
– Perdão? - Vaggie ergueu a cabeça, filha? Em todos seus séculos no inferno não havia ouvido falar de uma filha!
– Olha só o que temos aqui - A fala debochada interrompeu a conversa e Lúcifer se virou com uma careta no rosto para encontrar Takeomi - O Rei enfim desceu de seu pedestal?
– Takeomi, onde estão meus filhos?
– Filhos? - O filho mais velho riu - Então decidiu reconhecer? Que fofo de sua parte...
– Não sei que tipo de jogo está jogando, mas não estou com paciência para isso, onde estão meus filhos?!
O de cicatriz zombou.
– Haru está no quarto dele, os outros devem estar na Terra.
– Não quero saber dos outros, quero saber de Charlie, onde ela está?!
– Quem?
Lúcifer se cansou, nem um pouco a fim de lidar com os filhos bastardos, antes de decidir explorar o castelo em busca de seus filhos legítimos, começaria por aquele que lhe contaram onde está.
Caminhou até o quarto que se lembrava pertencer ao filho e bateu na porta antes de abrir com um sorriso.
Haru era realmente parecido com sua esposa, os cabelos loiros quase brancos e os olhos azuis vibrantes faziam Lúcifer sorrir de orgulho pela beleza do filho
– Eh? - Haruchiyo parou o que fazia para encarar o pai - Otou-san?
– Hey, Haru - O Rei do Inferno suspirou com saudade enquanto entrava efetivamente no quarto e encostou a porta, nem mesmo tinha noção da falta que sentia dos filhos até enfim os reencontrar - Como andam as coisas?
– O que você quer? - O mais novo entrou na defensiva enquanto o encarava de cima abaixo.
– Pensei que tivesse pedido ajuda!
– Ajuda... vai se fuder! Se realmente quisesse nos ajudar teria aparecido séculos atrás!
– Seu irmão buscou por mim, disse que queria ajuda!
O Sanzu franziu o cenho irritado, pau no cu deles! Não precisava de Lúcifer e não importava o que Takeomi achava ele nunca concordaria com isso!
– Se realmente quisesse nos ajudar, teria os impedido de chegar até Charlie.
O príncipe demônio saiu do quarto irritado deixando Lúcifer para trás.
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