Capítulo 1
Riam nunca havia ficado tão irritado em toda sua vida. Aquele desconhecido dos Leões Vermelhos, havia lhe pego de surpresa. E pela primeira vez, ele não estava fazendo nada demais. Somente seu papel de segurança e nada além disso.
Ele passou pelo parque onde crianças corriam e riam. Uma menina morena passou diante dele, antes que ele parasse diante de uma casa pequena com janelas e portas de vidro, paredes amarelas e um carpete azul em frente a porta principal. Apertou a campainha e esperou.
Sua mão estava coçando para usar aquele menino de saco de pancadas como o irmão dele havia feito. Mas preferiu respirar fundo e se acalmar. Talvez fosse mais fácil e menos chamativo fazer as coisas de outra forma. A forma que ele mais tinha prazer em utilizar.
De repente, sua mente foi desperta pelo som da porta se abrindo .
Do outro lado, estava um jovem, bem parecido com Noah. Ele olhou em direção ao ombro de Riam e o mafioso notou que ele não podia enxergar. Oque ele não pôde notar naquela noite escura.
"É você. O segurança que meu irmão atacou. O seu perfume é muito marcante." - disse o jovem conhecido como Ravi. "Sinto muito pela atitude dele." - disse levando o olhar para baixo. "Acho que veio aqui me tomar de refém, certo?"
Riam ficou surpreso com o que Levi havia percebido e como o havia reconhecido. Porém, o garoto havia sido criado em meio ao mundo da máfia e gangues, portanto, não seria um inocente qualquer.
"Entre. Não quero problemas. Vamos chamar atenção assim." - disse Ravi tranquilamente sem mostrar medo algum.
O segurança sorriu e entrou. Aquele garoto era esperto. Não parecia ser abalado por sua presença. Ele poderia ser um desafio. E ele amava desafios. Afinal, a maior conquista é aquela mais difícil e resistente.
Ao pisar no tapete da entrada e fechar a porta simples de madeira, o visitante notou como a casa era simples.
Todo o local era adaptado para Ravi, com pisos antiderrapantes, nenhum objeto no meio do caminho, e apoios para a locomoção.
As janelas estavam fechadas e ele finalmente notou que o mais jovem estava pondo o jaleco dobrado dentro da mochila.
"Eu sei que você tem que ficar de olho em mim. Mas eu preciso trabalhar, não posso sumir do nada."
Riam olhou para o relógio e notou que eram 8:00 horas da manhã. Ele não costumava sair de casa aquele horário. Essa mudança incomodava mas o dia não havia sido típico de qualquer maneira.
O jovem loiro olhou para ele com seus olhos azuis. Mesmo que não podesse ver e Riam sabendo que era sem intenção, ele desviou o olhar já que pessoas o encarando o deixava desconfortável.
"Oi, tudo bem? Você pareceu meio distante. Podemos ir? Desculpe, você não me disse seu nome."
Riam franziu o cenho. O menino estava preocupado com ele? Mesmo na posição onde estavam? Isso o fez dar um riso baixo. Incrivelmente a vontade de descontar no garoto o que seu irmão havia feito havia passado. Ele arrumou as luvas e respondeu bem direto:
"Estou bem, vamos."
E antes da porta ser fechada, respondeu seu nome rapidamente:
"Me chame de Riam."
A rua estava movimentada mas não muito barulhenta. O que agradava a ambos.
"Não é longe daqui. Apenas 10 minutos a pé. Infelizmente você vai ter que aguentar." - disse Ravi com um sorriso divertido.
Riam não sabia que aquilo era uma zombaria ou oque mas controlou sua irritação. E quando o outro arrastava sua bengala pelo chão para indicar onde devia pisar ou não. Uma pergunta de sua curiosidade sagaz veio a mente:
"Você não está com medo da minha presença aqui? Posso fazer você sabe o que a qualquer momento."
"Tenho certeza que não chegaremos a esse extremo. Afinal, meu irmão não estaria vivo se fosse assim. Precisam de nós para encontrar nosso pai e madastra."
"Bem, eu adimiro sua coragem."
O homem de cabelos negros logo se surpreendeu ao ver Ravi bater em um post perto da rua e cair no chão.
Ele se aproximou e perguntou se o outro estava bem, Ravi apenas sorriu e disse que se distraiu com na conversa. Estava acostumado com o caminho, não deveria ter batido ali.
Finalmente eles chegaram ao trabalho do menino.
Em poucos segundos, o cheiro forte invadiu as narinas de Riam e ele teve o desejo imediato de sair dali.
Como Ravi que também possuía os sentidos apurados podia trabalhar em um local com um cheiro tão intenso?
Ravi estranhou a parada súbita de Riam e tentou se aproximar pelo aroma do perfume fresco do outro.
Estendeu sua mão para toca-lo porém, a mesma foi afastada com um tapa pelo outro.
"Pode entrar. Vou ficar de olho em você."
"Mas..." - Ravi tentou argumentar.
"Eu disse para você entrar. Além de cego é surdo? Vai logo ou vou me irritar." - aumentou o tom de voz e sentiu uma pontada de arrependimento logo depois ao ver a expressão triste do outro.
Finalmente, ele estava sozinho e pôde se afastar daquela confusão de aromas novos. O cheiro foi passando e a calma veio.
As palavras que havia dito ao menino vieram como um ferrão em sua mente. Mas ele não podia ficar chateado. Porém, Riam não podia culpa-lo, não tinha como o outro saber quer era sensível a cheiros fortes.
"Droga."
Ele podia observar o menino trabalhando da janela do local. Uma fábrica de perfumes. Era óbvio que haveria vários aromas intensos ali, oque Riam esperava.
O tempo passou rápido oque Ravi achou bom. Talia sua amiga de laboratório perguntou quem era o cara bad boy com cara de sério era dele.
Ravi fez uma expressão confusa. O que diria a ela? Acabou falando que era um amigo do irmão que estava o ajudando em um projeto do trabalho do irmão.
"E como ele é? Achei bem... - corou ao dizer aquilo. - Falta de educação perguntar sua aparência."
Talia riu com sua voz aguda.
"Bem, brotinho." - respondeu ela o chamando pelo apelido carinhiso. "Cabelos escuros e bagunçados. Um nariz fino e uma expressão seria e distante. Olhos puxados e intensos. Uma camiseta branca , uma jaqueta de couro e calça jeans rasgada. Ele é bem gostoso na minha opinião."
Ravi sorriu com o comentário dela. Isso o fez ter a vontade de tocar o rosto de Riam para conhecer mais sua aparência. Mas duvidava que o outro deixasse. Além disso, ainda estava chateado com a situação de mais cedo.
Mas como sempre , vai aparecer algo para piorar a situação.
E foi oque aconteceu. Maia havia chegado no lugar. Ravi conhecia o perfume de rosas dela em qualquer lugar.
Ela trabalhava no laboratório de medicamentos onde o irmão adotivo dele e de Noah, também era funcionário . Como ambass emrpesas eram da mesma rede, a mulher sempre ia até ali semanalmente.
Eles conversaram nos últimos minutos de turno até que ao se despedir , Maia disse algo que o surpreendeu.
"Fico muito feliz com a transferência de Lohan. Ele merece mesmo trabalhar em uma empresa maior. Até mais, amores . Vejo vocês semana que vem."
Ao sair e se despedir , Ravi procurou Riam transtornado.
"Ei, me desculp..." - o mais alto tentou se desculpar porem, foi interrompido abertamente.
"Onde está meu irmão?"
"Como assim? Você sabe muito bem! Com o meu irmão mais velho."
"Não, Noah. Lohan, meu irmão adotivo.Onde ele está? Disseram que ele foi transferido. Mas duvido que ele aceitaria sair dali. Um lugar seguro contra a vagabunda da mãe dele."
Riam se surpreendeu com o uso do termo por aquele garoto fofinho. Mas a situação o chcoou ainda mais.
O que aconteceu com o terceiro irmão? Bem, ele nO estava com Lohan. Quem o tranferiria só poderia ser uma pessoa. Ao perceber isso..acabou rindo de nervoso não no melhor momento.
" O que foi? Por que está rindo? Sua família tem Lgo haver com isso, né?"
Ainda rindo, Riam indicou que deveriam falar em um lugar privado .
Então, entraram em um café ali perto, Sweet Bird, que pertencia a sua família. Ao se sentar, ele já havia se acalmado.
"Bem, você está certo. E infelizmente, seu irmãozinho está nas mãos do caçula da família. E ele não é dos mais carinhosos se posso dizer. Kai é o pior de nós. Não posso garantir nada do que vai acontecer."
Ao ver as lágrimas começando a aparecer no rosto de Ravi, mordeu os lábios.
"Merda." - pensou. Riam não sabia lidar com aquilo. Não sabia como confortar pessoas.
Suspirando longamente enquanto observava a expressão do menino. Pegou o celular e ligou, esperando que Kai atendesse.
Ravi o fitou com os olhos azuis ainda marejados como se implorasse por ajuda. Nunca que Riam interferiria nos negócios do irmão. Só havia um dia que havia aceitado a missão de olhar o Nightraven mais jovem e já estava quebrando as próprias regras.
Fazendo algo que raramente faria, encostou os dedos da mão livre na do mais jovem.
Ao ouvir a voz grave de Kai do outro lado, focou sua atenção no telefone:
" E aí pirralho? Como andam as coisas? Ouvi algumas fofocas por aqui. Você tem um novo convidado da sua casa?"
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