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12. Família

ɢʟᴀᴄɪᴇʀ

ᴇᴜ ᴘᴏᴅɪᴀ sᴇɴᴛɪʀ.

Cada uma das almas nas Luzes, eu sentia suas energias, via lampejos de suas auras nos cantos mais profundos da minha consciência. Eu podia sentir sua paz. A minha paz.

Eu não era mais Hazard, eu retomei a identidade de Glacier como nunca antes, em uma versão que nem eu mesmo esperava.

Inspirei fundo de olhos fechados e senti o frio adentrar minhas narinas, como se eu estivesse respirando pela primeira vez. Os poderes restaurados se revigoraram e circundaram mais rápido por mim.

Abri os olhos e deixei que o teletransporte funcionasse, levando-me ao lugar que mais queria estar: ao lado de meus irmãos. Quando eu cheguei até eles, a alguns metros de distância, pude ver os ombros de Snow sacudindo e Flake a abraçando, ao mesmo tempo que também parecia soluçar.

Dando um passo de cada vez, cheguei perto e me ajoelhei na neve ao lado deles, puxando-os para um abraço. A princípio, eles se assustaram, mas ao verem de quem se tratavam, nós três fomos feitos de lágrimas.

— Raspadinha! — Flake chorava, murmurando meu apelido que ele inventara quando era mais novo, porque parecia rimar com "raposinha". Costumava me irritar, mas agora era como música para os ouvidos.

— Minha lenda favorita é meu irmão e eu não lembrava! — Snow disse em algum momento, afundando mais ainda o rostinho no meu casaco.

Eu apenas os envolvia e dizia que tudo estava bem, de que tinha sido resolvido, enquanto absorvia a presença dos dois. No entanto, faltava algo ali.

Senti uma saudade muito grande, enforcando-me de dentro para fora, e inúmeras perguntas afloraram. E se a maldição tivesse sido solucionada de forma incompleta? E se tivesse mais do que Primavera havia falado? Essas dúvidas acabaram quando senti duas mãos, uma de cada lado nas minhas costas, apoiarem-se em mim.

Olhei para os lados e vi primeiro um homem, com cabelos praticamente brancos e olhos tão azuis quanto os meus. Já do outro, uma mulher com olhos amendoados e escuros, pele levemente bronzeada.

Os espíritos do céu e do inverno, mais conhecidos como Sora e Winter. Para mim e os gêmeos, papai e mamãe.

Um primeiro soluço escapou por entre meus lábios e eles me abraçaram forte, envolvendo também meus irmãos. Ficamos naquele abraço familiar sem dizer uma palavra, apenas nos dando conta de quanto tempo não vivíamos algo assim.

Em algum momento, minha mãe segurou meu rosto em suas mãos, distribuindo beijos pelas minhas bochechas e testa, ela até chegou a esmagar meu nariz. Já não me importava mais nada a não ser a sensação de meus pais me consolando igual uma criança, sendo abraçado e tendo os cabelos afagados.

Depois de mais abraços e sorrisos, decidimos sair do meio do nada e fomos para o chalé que eu e os gêmeos habitávamos na floresta. Papai estava sentado ao meu lado, com Snow em sua perna direita e Flake na esquerda. Mamãe estava preparando seu chá especial, uma das manias de sua antiga vida humana que ela não abriu mão.

Aquela era uma das únicas coisas que eu sabia de sua existência antes de ser o espírito do inverno. Ela diz que não se lembra de certas coisas, mas sempre comentou que o processo de transformação de humana para espírito foi muito marcante. Envolvia sua alma se desprender do corpo e se conectar com o Universo. Com certeza não parecia pacífico.

— Filho, nos conte, como você conseguiu reverter a maldição? — meu pai disse e fui trazido de volta à realidade e sorri. Ser chamado daquela forma novamente estava colocando uma grande expressão de satisfação no meu rosto. E eu não estava afim de contê-la.

— Na verdade, eu não fiz tudo isso sozinho.

— Esperem! — minha mãe gritou da cozinha — Eu quero ouvir a história também!

— Vamos, Winter! Vai perder o show! — contive um riso. O espírito do céu estava mais irritante do que eu me recordava.

— Seja rápida como o vento, mamãe! — Flake gritou e Snow soltou uma gargalhada contagiante, que fez todos rirem.

Nossa mãe logo apareceu com uma bandeja com cinco xícaras de chá e estalou a língua, contendo um sorriso. Ela colocou a bandeja em cima da mesa de centro e papai ajudou a distribuir a cota de cada um.

— Agora sim. — o espírito da neve se sentou do meu outro lado no sofá, eu ficando no meio de todos — Conte-nos, filho, como tudo se resolveu?

Beberiquei um pouco do chá, organizando os pensamentos. Contei tudo, desde o momento da chegada da alma de Ruan Heather à Aurora Boreal até aquele dia. Quando comentei o verdadeiro significado do enigma da maldição, meus pais bufaram.

— Primavera sempre gostou de mistérios, mas dessa vez ela se superou! Era algo impossível de perceber se não tivesse passado pelo mesmo.

— Não mesmo. — eu disse — Kai foi genial percebendo a tempo.

Sorri meio bobo, e meu pai estreitou os olhos, desconfiando, tanto que ele quem fez a próxima pergunta:

— E o que mais essa moça fez?

A parte mais delicada vem aí, quando falei em sequência do desespero de Kaira, que acabou tentando dar uma de príncipe Philipe e me acordar como a Bela Adormecida.

E, parando para pensar, o nome de princesa ainda era "Aurora". Senti o constrangimento me corroendo aos poucos.

Quando cheguei nessa parte, Flake soltou um gritinho animado e Snow riu igual uma desembestada. Meus pais se entreolharam, trocando palavras mudas, num daqueles tipos de conversa que só eles entenderiam.

— Vocês se beijaram mesmo?! — Flake perguntou e eu suspirei. Ele era um romântico incorrigível.

— Foi mais ou menos assim? — Snow disse, fazendo um biquinho exagerado e dando um som estalado de beijo.

No passado, aquilo me irritaria. Porém, demonstrando a mudança, eu peguei Snow dos braços do nosso pai rapidamente, assustando-a.

— Não, mas como que você acha que foi? — comecei a fazer cócegas nela, enquanto dava um beijo no topo de sua cabeça. Ela riu e gritou ao mesmo tempo — Assim? — intensifiquei as cosquinhas — Ou assim? — dei um beijo em sua testa, quase levando um soco não intencional, já que me irmã se contorcia para tentar se safar.

Os risos de todos ecoaram pela sala e logo parei de pertubar Snow. Ela passou para o colo da nossa mãe, aconchegando-se melhor.

— Você gostou? — Flake indagou quando os ânimos se acalmaram. Ele sabia que eu não conseguiria evitar uma pergunta tão direta.

Mordi o lábio inferior e assenti. Minhas bochechas esquentaram e eu desviei um pouco a atenção dos olhos brilhantes do meu irmão antes que ele começasse o interrogatório. Mesmo assim não pude deixar de notar quando meus pais trocaram mais palavras mudas por olhar.

— Vamos preparar mais chá, crianças. — meu pai disse, se levantando com Flake no colo e se adiantando para segurar Snow.

— Por que a mamãe que não faz? Ela sabe melhor que você. — Snow disse e o espírito do céu franziu o cenho, ligeiramente ofendido.

— Agora sim que eu vou provar para vocês que eu sei fazer um ótimo chá!

Assim, eles sumiram cozinha adentro. Entendendo que o assunto era só entre eu e minha mãe, virei-me para encará-la.

Ela me fitava de uma forna doce e tão amorosa, que eu soube que ficaria guardada para sempre em minha memória. Com os olhos escuros brilhando, ela passou a mão no meu cabelo.

— Sabe, filho, lembrando-me de tudo agora, eu um dia sonhei em debater isso com você, sobre como os espíritos interagem com os humanos. Humanos são criaturas incríveis, não acha?

Mamãe deu um sorriso convencido e ri de leve. Ela conhecia bem a natureza dos dois lados, diferente do resto da nossa família.

— Mas você não quer falar só de um humano ser capaz de nos ver, não é? — ela negou com a cabeça e me fitou.

— O que você sente por essa garota, Glacier?

Respirei fundo, raciocinando. Não pude conter um sorriso quando me lembrei de Kaira e os momentos que compartilhamos, as conversas que foram fortalecendo nossa convivência, os momentos.

— É difícil de expressar, na realidade, a ficha caiu de verdade quando eu cometi a burrada de mandá-la embora. Tentando explicar melhor, sabe aqueles filmes que você nos fez assistir? Como era o nome do gênero, comédia..

— Os de comédia romântica?

— Exato. Eu me sinto como nesses filmes, tendo um pouco de todo aquele drama quando penso que me encontrarei com Kai,  mas quando ela de fato está por perto, sobra só paz. É como se o mundo sumisse e só sobrassem nós, a neve, os pinheiros e o céu.

Admitir aquilo em voz alta me fez expressar confusão.  De certo modo, eu nunca havia organizado as ideias em palavras claras, mas depois de o fazer, tinha total sentido. Era aquilo que eu sentia.

— Eu esqueço que sou um espírito e ela, uma humana. Com Kaira existe só o presente.

Finalmente voltei a encarar minha mãe e pude perceber que ela sorria, assentindo de leve. No entanto, seus olhos escondiam receio.

— Por que as perguntas?

— Filho... — de repente, ela ergueu o rosto, sobressaltando-me — Você sabe que provavelmente ela irá partir antes de você, não é?

Senti minhas sobrancelhas se juntarem e confusão me dominar de novo, mas agora porque as palavras da minha mãe pareciam estranhas. Depois de alguns segundos, consegui entender onde ela quis chegar.

— Pelo Universo, mamãe. — eu ri — Isso já cruzou minha cabeça uma vez ou outra, mas eu não gosto de refletir muito em cima disso. Sabe, hoje nós combinamos de conversar a respeito de tudo, e se ela concordar, eu só quero viver um dia de cada vez ao lado dela.

— Glacier, mas e se...

Eu coloquei uma mão no ombro da minha mãe. Eu entendia, ela não queria que sofrêssemos, mas estava antecipando demais as coisas.

— Uma coisa de cada vez, mamãe. Eu prefiro lidar com o agora a me preocupar com o amanhã, de verdade. Além disso, o Universo sabe o que faz, qualquer coisa que acontecer com um de nós dois, vamos saber que era para o melhor.

Winter assentiu e suspirou, aparentando estar mais aliviada, o que deu espaço para sua curiosidade aflorar. Do nada, minha mãe me deu uma leve cotovelada.

— Mas combinaram de conversar? Que horas?

— Às 20:30.

Os olhos da minha mãe foram direto para um dos relógios na parede. Tínhamos uma coleção deles.

— Já são quase cinco horas. A Bela Adormecida não deveria começar a se arrumar para encontrar seu príncipe? Ou ao menos tirar um cochilo antes para não cair de sono em cima dele?

Incrédulo, eu devolvi a cotovelada de antes.

— Mãe!

— Sim, Aurora?

Bufei.

— Você e o pai não deveriam estar espalhando nevascas pelo mundo?

— O Universo nos deu folga, princesa Aurora.

— Eu desisto.

Declarei, levantando-me e indo até a cozinha, deixando o espírito do inverno às gargalhadas. Ao entrar, deparei-me com meu pai sentado em uma das cadeiras, com os gêmeos em seus braços, todos dormindo.

A chaleira, novamente cheia de um novo chá, estava em cima da mesa. Peguei outra xícara e provei, sentando-me diante deles, observando como estava grato por ter minha família de volta.

Poucos minutos depois minha mãe se sentou ao meu lado na mesa e eu apoiei a cabeça no ombro dela, e um silêncio calmante nos inundou. Mesmo assim, eu sentia que quanto mais os ponteiros do relógio deslizavam pela extensão dos números, mais surgia uma vontade de encontrar Kai.

Quando finalmente deu a hora, eu não esperei nem mais um segundo para passar pela porta. Parte pela conversa que teria, e o restante porque havia chegado a hora do céu se iluminar.

E esse foi o capítulo de hoje! O que vocês acharam? Gostaram dessa família? Os nomes de todos acabam sendo coisas bem literais, inclusive o do Sora que, a título de curiosidade, significa "céu" em japonês. Por mais óbvios que os nomes parecem, como chamar um peixe de estimação de "Fish", foi meio impossível resistir à vontade de nomeá-los assim XD

Bom, eu espero que tenham gostado dessa reunião familiar com nossa linda princesa Aurora! O próximo capítulo tem o título de "Ressignificar", e me assusta pois ele será o capítulo 13, estamos na reta final ;-;

Até terça! :3

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