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08. Taiga

ᴍɪɴʜᴀ ᴍãᴇ chegaria no dia seguinte. Ficaríamos dois dias em um hotel e depois partiríamos de avião.

Talvez seria mais fácil se eu fosse sozinha, mas Valquíria já havia comprado as passagens de qualquer forma e só precisou reagendar seu retorno. E não ficaríamos na casa de Ivaar, também por escolha dela.

Falando nele, como o aeroporto ficava a quarenta minutos do centro de Taiga e a cidade em si ficava a uma hora do chalé, meu avô preferiu que fôssemos no mesmo dia que tomei minha decisão. Ou seja, eu mal decidi me mudar, Ivaar já começou a me ajudar com as malas.

Sinceramente, a pior parte de tudo foi ver a reação dele. Meu avô parecia realmente desolado e tentava esconder com um semblante sério e murmurando coisas como "sim, você deve seguir seus sonhos". Mas não era por sonhos que eu estava fazendo aquilo, e sim por orgulho.

Depois de tudo que minha mãe e meu avô fizeram, não tinha como eu voltar atrás. Todo o esforço deles não contaria, seria apenas tempo perdido.

Me arrependi definitivamente da minha decisão quando cruzamos a placa de "Bem-vindo a Taiga" e vovô seguiu para a casa de um de seus amigos e antigo cliente da cidade. Ele havia ligado pouco depois de terminarmos as malas e conseguiu esse favor.

Taiga era uma cidade calma na maior parte do ano, mesmo sendo considerada a capital da Ilha Aurora Maior, mas era muito movimentada no inverno, atraindo turistas com suas estações de esqui e snowboard, com os lagos congelados e a chance de se ver a Aurora Boreal, mesmo ela não aparecendo já há um tempo.

Por isso, conseguir um hotel àquela altura não seria possível. Por isso existia lá suas vantagens em ter construído a maioria dos móveis da casa de alguém.

Ao pensar novamente no trabalho que estava dando, algo começou a pressionar meu peito de fora para dentro, a tensão se alastrava para meus ombros, era um verdadeiro peso. Durante a viagem, disse que ia dormir — tentar — e coloquei meus fones de ouvido, com a esperança de alguma música reverter momentaneamente aquela situação.

Eu ouvi o álbum novo inteiro de um das minhas canforas favoritas, Íris, e continuei com a inquietude. No entanto, para alimentar meu ego e dizer que eu não estava tão errada assim, dizia que minha vida em Fiori seria melhor.

Íris morava lá, quem sabe eu não a veria pelas ruas e conseguiria um autógrafo?

— Chegamos, Kai.

Vovô parou o carro em frente a uma casa com arbustos na frente. As ruas de Taiga estavam cobertas de neve, e pelo que havíamos ouvido pelo rádio no caminho, uma nevasca ocorreria dali uma semana. O inverno estava atingindo seu ápice.

Isso me fez ponderar: será que Snow e Flake poderiam ver seus pais novamente a partir de quando? Será que Snow havia acordado e estava bem? Haz estaria cuidando deles direito?

Haz estaria se cuidando direito?

Respirei fundo. Não interessava mais. Ele havia falado para eu ir embora, e já que a chance apareceu, aderi isso como um sinal. Tinha certeza que dali a alguns anos, eu poderia olhar para trás e concluir que aquela fora a escolha correta.

Talvez nem tanta certeza assim.

Ivaar me apresentou seu amigo, que deveria ter a mesma idade dele, e sua esposa. Minha noite se resumiu a jantar com eles e ouvir as histórias de seus netos. Vovô pareceu mais abatido ainda, o que fez o aperto no meu peito aumentar.

Não quis prolongar demais tudo aquilo e preferi me banhar e ir dormir. Os anfitriões foram muito atenciosos e arrumaram o quarto de hóspedes para nós, a cama para vovô e um colchão para mim.

Eu já estava embaixo das cobertas, somente de olhos fechados, quando Ivaar entrou no quarto. A julgar pelo cheiro de sabonete, ele já havia tomado banho. Meu avô se sentou na beirada da cama, mas mesmo assim eu senti seu olhar em mim.

— Kai, sei que pode me ouvir. — eu continuei de olhos fechados — Saiba que você não precisa se forçar a nada. Uma palavra sua e nós voltamos.

As palavras frias de Hazard foram sussurradas em minha mente mais uma vez e eu tive de me segurar para não abraçar o edredom que me cobria. Talvez era disso que eu precisasse, um abraço.

Abri os olhos de leve, aproveitando que estava de costas para meu avô. Se eu contasse, ele acreditaria em mim? Assim que tomei fôlego para dizer alguma coisa, o dono da casa o chamou.

Respirei fundo quando a porta do quarto se fechou e me vi sozinha. Passei algum tempo negociando com minha própria mente, afirmando que estava fazendo o certo, até que conseguir calar em parte os pensamentos, e adormeci.

No caminho para o aeroporto, onde buscaríamos Valquíria, pude perceber meu avô tenso, mais do que na ida para Taiga. Ele estava terrivelmente absorto, os olhos vidrados na estrada. Peguei-me perguntando há quantos anos eles não se viam.

Pelo visto, depois da morte da minha avó Bera, Ivaar e Val não mantiveram muito contato, um sabendo pouco sobre a vida do outro. Imaginei se eles ainda se ressentiam.

Bom, eu não poderia dizer que estava totalmente calma também.

Apesar de ter conversado basicamente todos os dias com minha mãe pelas últimas duas semanas, por ligação e por vídeo, não havia me acostumado com a ideia de vê-la pessoalmente. Por um lado, eu estava agradecendo esse nervosismo por me distrair.

Inclusive, depois da minha conversa comigo mesma na noite anterior, a ideia de morar com Val soou interessante. Talvez eu pudesse fazer algum curso que envolvesse animação ou até mesmo artes plásticas.

No entanto, eu não teria o sótão que vovô arrumou para mim. Nem as risadas dos gêmeos, nem a vista da floresta para me inspirar e muito menos aqueles olhos glaciais que tinham o tom mais bonito de azul que eu havia visto. Eu inclusive tinha deixado o quadro que fizera de Hazard para trás, na esperança de que ele o encontrasse algum dia.

Quem sabe assim ele desejaria que eu ainda estivesse lá?

Ivaar virou à esquerda, arrancando-me de minhas suposições, e nós passamos pelos portões que levavam ao estacionamento do aeroporto. Um formigamento se instalou em minhas mãos e senti borboletas baterem asa em meu estômago. Tudo estava se tornando mais real e a ficha de que encontraria com minha mãe caiu.

Descemos do carro, e no momento em que a porta foi aberta, uma rajada de vento me atingiu. Junto dela, algo molhado. Olhei para cima e meus olhos se depararam com pequenos flocos de neve que começavam a cair.

— Que estranho, não estava previsto neve para hoje. — Ivaar franziu o cenho, abrindo o porta-malas — Tomara que não aconteça atraso nos voos.

— Se a nevasca tiver se adiantado, acho que teremos um probleminha.

— A nevasca deveria ser daqui a seis dias, e o céu estava bem limpo hoje de manhã. — vovô comentou, puxando uma das malas — Isso é um celular tocando?

Pisquei algumas vezes e percebi que era o toque do meu. Era minha mãe.

— Acabei de chegar, pequena. Estarei esperando na lanchonete entre os portões 3 e 4.

— Acabamos de estacionar, estamos indo.

Encerrei a chamada e já comecei a evitar contato visual com meu avô enquanto o ajudava a tirar minhas malas do carro. Ivaar sabia me ler muito bem, ao que parecia, sendo o fato de ele ter percebido que eu não estava dormindo coisa nenhuma na noite anterior. E se ele insistisse mais um pouco, eu realmente mudaria de ideia.

Na realidade, eu acho que eu queria que alguém me fizesse mudar de ideia. Dissesse para eu ficar.

Inspirei profundamente e foquei somente em empurrar as malas para dentro do aeroporto. Fui seguindo as placas com meu avô atrás de mim, e logo avistei a tal lanchonete.

— Val! — gritei, reconhecendo-a pelo longo cabelo ruivo que caía por suas costas. Ela se virou e, ao me reconhecer, levantou da cadeira com um largo sorriso.

O que mais chamava atenção na minha mãe é que, aos 40 anos, ela tinha cara de 30, e isso se fazia mais visível ainda pessoalmente. Imagino que as pessoas ao nosso redor nos consideraram irmãs que não se viam há muito tempo, pois eu larguei as malas no meio do caminho e caí em seus braços.

— Oi, Kai. — ela sussurrou, abraçando-me — Como você está?

— Bem melhor agora — sorri, sentindo o ponto positivo em tudo aquilo e intensifiquei o aperto — Fez boa via..

Antes que eu pudesse terminar a pergunta, algo me chamou a atenção. Eu conseguia ver toda uma parte da pista de taxiamento dali, através das enormes vidraças, e, pelo visto, no período de caminhada até a lanchonete, a neve teve a ideia de querer começar a dominar a cidade.

Uma nevasca tinha começado. E no meio da neve que caía, eu vi uma raposa negra.

Meu coração parou somente para começar a bater acelerado, e eu dei um passo para trás, soltando Valquíria.

— Kai? Está tudo bem?

Eu não a ouvi. Na verdade, ouvi outra pessoa.

Kaira, por favor, a gente precisa conversar. A voz de Hazard saiu de dentro da minha cabeça, confundindo-me. Ele continuou falando: Kaira, eu tenho que te mostrar uma coisa.

Neguei com a cabeça, atordoada. Kai, ele falou de novo, agora com ênfase, obrigando-me a focar o olhar em suas geleiras.

Você precisa vir comigo, seu pai está te aguardando.

Senti como se meus olhos fossem saltar das órbitas. Tinha certeza de que havia empalidecido. Encarei Haz à procura de um sinal de engano, mas eu pude jurar que o vi assentir.

Eu não havia ouvido errado.

Voltei-me para minha mãe, que me encarava preocupada. Abracei-a, já com a decisão tomada.

— Desculpa, mãe. — sussurrei — Mas eu preciso resolver uma coisa primeiro.

Intensifiquei um pouco mais o aperto antes de soltá-la e dar um sorriso de desculpas, que também direcionei a Ivaar antes de correr de volta para a entrada.

Pela terceira vez, eu estava atendendo o chamado daquelas orbes glaciais. Dizem que quando acontece três vezes é destino, mas desde o primeiro momento eu soube que aquela raposa representaria o entrelaçar da minha vida com um mundo novo.

Mundo esse que eu ainda não sabia que era minha verdadeira sina.

Pessoal, foi esse o capítulo! O que vocês acharam? Imaginavam que o Glacier/Haz viria atrás da Kai? E o que é isso do pai dela que nossa raposa comentou? 

Eu confesso que estou muito empolgada para saber a reação de vocês sobre o que está por vir. E como eu já estava contando os títulos dos capítulos, não conseguirei esconder um pouco do spoiler, porque o próximo se chama "Ivaar e Valquíria".

Esse capítulo até seria um bônus no meio da história, mas ele tem informações importantes, então acabei transformando-o numa parte integral do plot. 

Bom, é isso. Até terça!

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