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5 - O simples soar de felicidade

Após voltar da missa dominical, a família Fontana começou os preparativos para o almoço. Não seria uma refeição corriqueira, como em qualquer outro dia da semana. A importância dela se dava não só pelo número em vermelho no calendário, mas também pela ocasião. Dentre os sete dias, este era, para eles, o reservado para algo especial na mesa, e não somente no almoço. Alguma sobremesa pouco vista, algum prato complexo que exigisse a colaboração de todos, algum feriado religioso, alguma comemoração, algum convidado importante... Tudo de especial que foi celebrado sob a mesa no meio familiar aconteceu no domingo, e naquele primeiro fim de semana na casa nova não podia ser diferente.

Os parentes próximos de Paola, que moravam todos em São Paulo, foram convidados. Os de Giovanni também o foram, mas para um domingo mais distante, já que o planejamento do evento aconteceu quase em cima da hora, o que não ajudava na viagem desde a Itália. 

A mulher estava muito feliz em poder rever as pessoas com as quais cresceu e conviveu até a vida de casada, e obviamente o orgulho que sentiriam a alegrava. O marido também alegrava-se com a vinda dos que tão bem o acolheram em baixo da asa da esposa, fazendo dele praticamente um filho. E o sentimento inflado não era disfarçado quando ele pensava que não teria de encarar tão cedo o rosto do verdadeiro pai.

Amélia adorava esse clima de preparação, o que fez do domingo seu dia favorito. Os pais estavam felizes, cada um preparando de seu modo o almoço que prometia ser numa escala maior do que a filha imaginava inicialmente. Pensava que viriam somente alguns parentes maternos, mas depois de ver o empenho conjunto deles e a louça que rapidamente se acumulava na pia, mudou de ideia. Enquanto o pai, em aspecto disposto, salgava a carne do churrasco e a mãe cantarolante batia numa travessa do que seria a salada de maionese, a mais nova lavava o resultado parcial dos preparativos.

— Será que virá muita gente? — Amélia perguntava, recarregando a esponja com detergente.

— Não sei se muita, mas umas oito pessoas eu garanto. Eu me empolguei e convidei alguns amigos também — Paola pausava a cantoria e respondia com ofego alegre.

Amélia pensava como seriam os amigos da mãe. Os outros parentes já conhecia. Lembrava dos presentes que ganhara de aniversário, Natal, Ano Novo, Pascoa e qualquer outra data que fizessem o avô Armando e a avó Lúcia a encontrarem. A boneca ganhada no aniversário de sete anos estava com ela ainda, e sua aparência era de nova, de tão bem cuidada. 

As tias gêmeas, Ana e Alice, tinham uma presença estranha. Eram idênticas fisiologicamente, mas também no modo de se vestirem e aparentemente possuíam a mesma personalidade. O que uma falava, a outra acenava positivamente com a cabeça, como se já soubesse o que seria dito e concordasse imediatamente. Apesar de soarem sempre alegres e simpáticas, causavam uma aura sombria no ambiente, uma sensação que Amélia não conseguia explicar e que compartilhava com o pai e escondia da mãe. Afinal, Paola amava demais aquelas duas, por mais caricatas que parecessem.

O tio Lucas era o mais divertido da turma, quando se reuniam. A aparência mais jovial que a da irmã um ano mais velha aliviava a sensação trazida pelas gêmeas. Ele cantava, tocava instrumentos, propunha jogos... A menina lembrava das músicas natalinas cantadas em italiano, o que unia todos em alegria, inclusive o pai e filho de tal país. O tio fazia isso de propósito, num início de ironia e brincadeira com o idioma do concunhado, mas que terminava em diversão mútua. Todos ali falavam, pelo menos, regularmente bem a língua, seguindo a lógica do avô Filipo."Il più semplice e il più bello", elogiava ele de maneira romântica a própria língua, unindo sua beleza com a simplicidade que era para o brasileiro aprendê-la.

— E per le strade bianche, suonando jingle bell, ognuno ascolterà con gran felicità... — Amélia gargalhava ao cantarolar o trecho da conhecida canção, imaginando a algazarra que a brincadeira provocava, enquanto a água invernal percorria suas mãos e enxaguava o prato.

*

Após algumas horas de preparação, a mesa estava completamente coloria e recheada de comida. Tinha salada, milho cozido, farofa, purê de batata... Os aromas disputavam qual seria o mais forte do lado de dentro. Lá fora, em baixo do dia ensolarado e acima da grama verde, já estava quase tudo pronto para receber os convidados. A churrasqueira era aquecida e os isopores recebiam as pedras de gelo que cobriam as bebidas. Duas pequenas mesas redondas de plástico eram completadas por cadeiras de mesmo material, algo que Paola não gostou nem um pouco. Ela não era de reclamar, mas esquecia-se de sua característica quando queria agradar os parentes.

— Giovani! Não tinha algo melhor na loja do que cadeiras e mesas de plástico?

— E qual o problema?

— Quero o que há de melhor para meus parentes! Esse é o problema!

O marido, em expressão compreensiva, aproximou-se dela e a afagou nos ombros.

— Querida, eu entendo seu estresse, mas é bobeira. Você sabe muito bem que eles não ligam pra isso.

O cumprimento era completo com um rápido abraço, com a expressão emburrada da esposa neutralizando-se, pois sabia que aquela última frase estava correta. 

Amélia observava a cena, enquanto cobria as mesas com toalhas e jarras de flores. Não tirava a razão da mãe por ficar chateada. Mesas e cadeiras de plástico? O pai poderia comprar algo melhor. Mas também era coisa pouca pra se fazer tempestade. O dia estava lindo, e algo tão trivial não deveria escurecer o clima e murchar as pétalas claras das rosas que ela ajeitava com carinho no centro do que voltara a ser objeto de assunto.

Eles se abraçaram e encerraram qualquer chance de discussão, mas Amélia ainda pensava sobre o suposto problema, e não queria o mínimo problema para algum tipo de insatisfação. Propôs que todos se servissem somente com as proteínas no quintal e aproveitassem os acentos de dentro. A simplicidade desse plano pareceu surpreendente para os pais, que formavam um trio em outro abraço, mostrando que o problema, mesmo mínimo, não tinha sido resolvido com o apelo do marido ao lado prosaico da família da esposa.

Amélia retornou as rosas brancas ao quarto, na plataforma grudada na parede e acima do espelho. Ao voltar o olhar para a horizontal após uma última ajeitada nas flores, não deixou de lembrar-se que deveria se arrumar, e pensou em algum penteado rápido para executar nos fios castanhos curtos que quase batiam no ombro. Decidira deixar o cabelo solto, sem franja, mostrando completamente as sobrancelhas grossas, que era um traço que vinha da família materna. Depois de colocar um vestido verde claro longo estampado com margaridas, um cinto branco pouco acima da cintura, passar uma maquiagem leve, considerou-se pronta para o almoço. 

Giovani não estava muito diferendo do usual, com sua camisa cinza de botões e calça social preta. O que tinha de diferente na fisionomia era cabelo negro escorrido inteiro para trás com gel e a barbicha mais fina, o que dava destaque ao rosto brusco e amplo, com olhos focados e penetrantes. Soava como Antonio Banderas na sua melhor fase.

Quando Amélia olhou para a mãe, imaginou ver personificada em sua frente a esposa de um espião... ou do Zorro, de tão elegante que estava. Usava um longo vestido azul-claro, que ia até altura dos ombros. O rosto fino e delicado dela ganhava um brilho quando se notava os brincos, aquelas duas bolinhas de pérolas.

E assim os três ficaram a esperar parentes e amigos. Com a casa preparada, comida boa e uma grande expectativa de que aquela seria o primeiro dos grandes domingos no novo lar, o qual Amélia nunca iria esquecer.

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