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4 - A mente que finca tradição

Giovani surgiu cantarolando O Barbeiro de Sevilha pela porta da entrada, o que fez Amélia, sentada no sofá, lendo um livro, erguer os olhos de curiosidade e o sorriso pela cena engraçada.

— Tam tam tam tam rã... —  A voz desafinada não atrapalhava a perfeita combinação que existia com a dancinha, e Amélia percebia a gravata remexer para os lados enquanto olhava para suas costas indo até a cozinha.

E sua curiosidade a fez largar o livro de crônicas de Fernando Sabino e segui-lo. Não era o fato do pai voltar cedo do trabalho que a causara um ponto de interrogação na cabeça. Sabia que era a hora de intervalo dele, e que trabalhava bem perto da casa. Só queria saber o motivo de tanta felicidade.

Era quase a hora do almoço, e Paola já dispunha as travessas sobre a mesa, tendo em suas mãos três pratos. Amélia chegou já no meio do assunto, ajudando instintivamente a mãe.

— Aqui em São Paulo o salário será o dobro! — a conversa tinha seu núcleo logo dito por ele.

— Mas como soube só agora?

— Pelo RH, quando estavam atualizando os documentos — Giovani continuava sorridente, colocando um alegre sotaque italiano na fala. — O financiamento da casa será pago bem mais rápido!

Amélia arrumava os talheres prateados ao lado das louças de porcelana, não se metendo no assunto, mas deixando seus ouvidos agradarem-na com a felicidade do pai. Foi uma pena a alegria nela não ter durado muito, pois sua audição começou a pesar quando números e finança persistiam em ecoar pela cozinha. Ela foi salva pelo gongo de ter que segurar um bocejo, pois a explanação de Paola sobre o que teriam para o almoço tornou para o pai o trabalho desinteressante, por ora. 

E não só a fala dela, como a leveza do arroz branquinho, o cheiro do feijão bem temperado, o amarelo brilhante da farofa de milho despejada no prato... A refeição simples fizera parte da maior parte dos dias na casinha do interior, e essa era uma das mudanças no almoço que Amélia não admitiria sequer supor. Os três rodeando a mesa cuja forma ajudava, com travessas de arroz, feijão, farofa, salada de tomate e alface e alguma mistura variada. A mesa agora era retangular, mas isso não tinha força pra derrubar o significado da refeição em família.

— Eu gostava da nossa antiga mesa... Podiam ter trazido — Amélia dizia, olhando para os dois, a mãe e o pai ao seu lado esquerdo.

— Pense no lado bom nisso, querida. Você pode trazer amigos para almoçarem conosco, assim como podemos receber parentes... E uma pessoinha para todos os dias... ou duas... — Paola encarava a barriga que crescia tanto quanto sua ansiedade em saber o que sairia daquela luz. 

O rosto do pai mudou para pensativo no esguelho que deu à esposa. O olhar sombrio era comum quando parentes eram citados, mas felizmente era algo que sempre morria em seu pensamento e não incomodava ninguém externamente.

— E sobre a escola? Tudo certo para começar segunda? — ele puxou assunto, suprimindo mais ainda a mente infeliz de um tópico sensível.

— Sim! Por falar nisso, eu até esqueci de comprar novos materiais para você, querida! — a mãe suprimia os pensamentos felizes e voltava à conversa.

Amélia lembrara algo que tinha a ver com o assunto inicial do intervalo do pai. Mesmo que eles nunca fossem miseráveis, ela não se dava ao luxo de esbanjar, e economizava em tudo que podia, seguindo outra máxima da família. Seus materiais escolares ainda estavam com cara de que durariam até o final do ano.

— Não preciso. A senhora sabe que economizo ao máximo. Vamos nos entregar à gastança agora? Não acho certo. — Ela soou persuasiva e segura enquanto pegava algumas rodelas de tomate. Sua posição, na frente de um lado curto da mesa, a fez parecer algum chefe de uma empresa importante tomando uma decisão numa reunião.

O casal entreolhou-se e ambos balançaram a cabeça, satisfeitos com a atitude da filha, mas não surpresos. A fala decidida da chefe Amélia, mesmo que um tanto exagerada, virou ordem.

— Por falar em materiais, esqueci de organizar e etiquetar tudo pra creche. Não quero precisar de material pra fazer uma atividade e ficar procurando numa pilha de bagunça.

Amélia sorria ao lembrar que a mãe começaria também na segunda no seu trabalho. Sempre se alegrava quando a via entusiasmada. Cuidar de crianças era um dom dela, e Paola gostava tanto da profissão que se angustiava sempre que precisava se despedir das crianças de uma turma para pegar uma nova no ano seguinte.

—  Vai começar de auxiliar mesmo e no ano que vem vai virar efetiva ou mudaram?

— Auxiliar, pelo jeito. Mas é bom assim, já que... — E a conversa sobre trabalho voltou a tirar o sal da refeição. 

Sendo quadrada ou redonda, a mesa não se esquecia da boa e velha morosidade da conversa de tal cunho. Amélia sempre tentava emergir pensamentos positivos nessas situações, e dessa vez ela teve a vida facilitada, já que o assunto não envolvia números.

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