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Capítulo 7

Passaram-se alguns meses e Fernando ainda não demonstrava nenhum avanço, nem com a fisioterapia ou os exercícios de musculação.

Ele se mantinha irredutível, afirmando categoricamente que não conseguia levantar-se da cadeira sozinho e muito menos dar qualquer passo fora dela, embora Lucero seguisse empenhada para que seu insuportável patrão voltasse a andar e que todos na fazenda tivessem um pouco de paz.

Após mais uma manhã exaustiva de exercícios, ela saiu da sala de ginástica montada especialmente para isso e foi até o escritório conversar com dona Margarita e com Alba.

— Não posso acreditar que não tenhamos qualquer sinal de avanço com a fisioterapia ou com os outros exercícios. Eu percebo que com o alongamento, as fibras musculares já não estão tão encurtadas, os músculos estão sendo fortalecidos diariamente, com o trabalho do Diego, as últimas radiografias mostram que não há nada comprometedor na estrutura óssea da coluna ou das pernas e mesmo assim, o Fernando insiste em dizer que não consegue levantar-se, andar, então, nem pensar, ele se nega a tentar. Sinceramente, eu não sei o que acontece. Não quero que vocês pensem que não estou me empenhando, eu estou fazendo todo o possível, estou pesquisando tratamentos mais modernos, conversando constantemente com o Santiago e alguns colegas dessa área e não há uma explicação plausível para o caso dele.

Mariana caminhou até onde a amiga estava sentada e colocou suas mãos nos ombros dela, passando-lhe confiança.

— Lu, nós sabemos que você se esforça ao máximo para que o Fer...nando se recupere, mas, ele é turrão, teimoso, eu escuto o quanto ele reclama do tratamento e tem coisas que dependem só dele.

Dona Margarita assentiu.

— É verdade querida, sabemos do seu empenho e cuidado com ele. Simplesmente o Fernando se pune pelo acidente dia a dia, se recusando a andar, eu só lhe peço de coração que não desista dele. Ajude-o Lu, ele precisa muito de você, ainda que não admita.

Lucero balançou a cabeça, em concordância com a mãe de Fernando.

— Exatamente dona Margarita, seu filho segue se punindo pelo que aconteceu e se nega terminantemente a sequer tentar melhorar sua condição. Penso que um acompanhamento psicológico poderia ajudar muito no caso dele.

Nesse momento Fernando que vinha chegando ao escritório, disparou, com seu eterno mau humor.

— Parece que nessa casa agora, virou moda vocês falarem mal de mim pelas costas. Que coisa ridícula!

Em seguida, ele se dirigiu a Lu, fulminando-a com o olhar e apertando os braços da cadeira com tanta força, que os nós dos dedos chegaram a ficar brancos.

— Primeiro querida, você é uma péssima fisioterapeuta, o preparador físico que você contratou é um incompetente e eu não quero saber de psicólogo, coisa nenhuma, minha cabeça é perfeitamente normal e não vou conversar com nenhum médico de doidos. Não queira lindinha, me culpar pela sua incapacidade de me tirar dessa cadeira de rodas, estou me esforçando sim e muito. — Disse ele irônico.

Dona Margarita mais uma vez ficou indignada com o comportamento grosseiro do filho.

— FERNANDO COLUNGA OLIVARES, MAIS RESPEITO COM A LUCERO QUE ESTÁ SENDO UMA EXCELENTE PROFISSIONAL NO ATENDIMENTO A VOCÊ!!! Eu já avisei várias vezes que não quero maus tratos e falta de educação com a Lu, mocinho.

Fernando riu debochado.

— Como queira mãezinha, continue gastando o seu dinheiro com esse tratamento inútil.

Lucero, que estava se segurando para não chorar, pediu licença e saiu do escritório apressadamente, com a cabeça baixa.

Mariana percebeu que sua amiga ficou muito abalada com as palavras ácidas do irmão.

— Eu vou atrás dela mamãe. Parece que a Lu ficou bem chateada com essa conversa. — Dizendo isso, seguiu Lucero.

Dona Margarita olhou muito séria para Fernando balançando a cabeça negativamente e cruzando os braços, inconformada com as atitudes dele mais uma vez.

— Você foi grosseiro com a Lucero de novo. Parece que faz de propósito, para magoá-la. Por que você insiste em fazer isso, meu filho? Ela está aqui para ajudar, é tão esforçada, outra no lugar dela já teria ido embora sem olhar para traz e quem sairia perdendo seria você, Fernando, que faz de tudo para desmerecê-la e machucá-la com suas palavras tão rudes.

Fernando deu de ombros e continuou com sua atitude irônica e debochada.

— Ela está aqui porque quer e está recebendo para me atender. Se não está satisfeita ou está magoadinha como a senhora diz, é só ir embora. Simples assim.

Dona Margarita ainda tentou argumentar com Fernando.

— Nisso você tem razão a Lu está aqui porque quer, mas ela precisa trabalhar, pois boa do que recebe, vai para pagar as dívidas que contraiu na capital, para custear a faculdade e a sua Especialização.

Fernando retrucou, fingindo não demonstrar qualquer preocupação.

— O problema é dela, eu não tenho nada a ver com isso. — Falou afastando-se.

Sua mãe ficou extremamente irritada com o tom usado por ele.

— Você é extremamente desagradável quando quer, age como uma fera que precisa ser domada, mas um dia, se Deus quiser, Fernando, vai aparecer alguém que possa amansar esse seu gênio difícil. Eu quero muito vê-lo apaixonado de novo, como você era pela...

Antes que ela terminasse a frase, foi interrompida pelo filho, aos gritos.

— NÃO OUSE FALAR SOBRE ELA OU SOBRE O MEU FILHO MAMÃE, QUE EU NÃO RESPONDO POR MIM! EU NUNCA MAIS QUERO ME APAIXONAR, NÃO QUERO, A SENHORA ME OUVIU? EU ESTOU MUITO BEM ASSIM E ASSIM PRETENDO FICAR.

Ante a mais um ataque de fúria de Fernando, dona Margarita resolveu amenizar o tom da conversa.

— A vida é sua, faça o que quiser com ela, só peço que se dê a chance de ser feliz outra vez, meu amor. Filho, dói demais vê-lo preso a essa cadeira e ser tão duro consigo mesmo, tão amargurado.

 A medida que foi falando, tentou aproximar-se para acariciar seu rosto, mas ele empurrou a cadeira com força para trás e girou, afastando-se rapidamente.

Enquanto manejava a cadeira Fernando sussurrou, como se estivesse perdido em seus pensamentos.

"Como se fosse fácil esquecer o que aconteceu naquele maldito dia. Tudo que eu quero é virar essa página. Se algum dia eu encontrar alguém que me ajude realmente a curar toda essa dor que sinto e a me tornar uma pessoa melhor, então poderei me apaixonar novamente e seguir a minha vida".

Dona Margarita que conseguiu ouvir algumas palavras, pensou.

"Vou aguardar ansiosa por esse momento meu menino lindo".

Sentada em um banco no jardim, Lucero deixou que as lágrimas caissem, uma após a outra. As palavras de Fernando a feriram muito.

Mariana quando a viu daquele jeito, sentiu-se mal por não poder fazer nada pela amiga e se aproximou para abraçá-la.

— Lu, não dê tanta importância para o que o Fernando diz. Ele ainda guarda muita dor no coração por causa do acidente e fala sem pensar. Eu o vejo tão machucado com toda essa história que, sem perceber, machuca os outros também. Olha o que ele fala para mim, para a mamãe, para os nossos funcionários. Parece querer que todos sofram como ele. O meu irmão nunca se recuperou da perda da minha cunhada e do filhinho deles. Aquele menino era tudo para ele. O Fernando era um super pai e acredito que ele era um bom marido, embora depois que a Roberta tenha aparecido na vida dele, o Fer se tornou mais sério, afastou-se um pouco de nós, mas eu imagino que era feliz com eles.

Lucero ao ouvir aquelas palavras, chorou ainda mais, pensando.

"Então foi isso o que aconteceu...No tempo em que eu estive afastada, o Fernando conheceu alguém, casou-se e formou uma família. O acidente os tirou dele, por esse motivo é que ele se culpa tanto e sofre com a perda e com as lembranças da esposa e do filho".

Diante dessa descoberta, Lu sentiu seu coração partir-se em milhares de pedacinhos e resolveu se abrir com a amiga, pois sentia necessidade de desabafar seus reais sentimentos por Fernando com mais alguém.

— Mari, eu preciso confessar uma coisa, que até hoje, era só o Santiago quem sabia, mas quero dividir isso com você também, pela nossa amizade. Eu sempre fui apaixonada pelo seu irmão, desde novinha, mas ele nunca viu em mim nada além do que uma pirralha como até hoje me chama, por isso, por muito tempo guardei esse sentimento só para mim. Queria que ao menos pudéssemos ser amigos e que ele voltasse a andar para refazer completamente a sua vida, ainda que não seja comigo. O Fernando nunca me deu a menor chance, mas eu desejo que ele seja muito feliz.

Então Mariana também confessou algo para Lucero.

— Lu, eu também preciso dizer a você uma coisa... Acho seu namorado um encanto.

Lucero olhou para Mariana surpresa.

— Você está começando a gostar do Santiago?

Ela ficou toda sem jeito, mas acabou admitindo.

— Sei que ele é seu namorado, mas eu o acho muito bonito e muito simpático.

Lucero continuou a conversa.

— Então preciso dizer à você mais uma coisa.

Mariana ergueu a sobrancelha, curiosa.

—  O que Lu? Que segredos você ainda guarda?

Lucero contou algo mais para a amiga, mas logo elas mudaram de assunto, percebendo que alguém se aproximava, prometendo manter segredo sobre tudo o que conversaram.

O assunto foi encerrado no momento certo, pois dona Margarita apareceu, perguntando sorridente.

— De que falavam as minhas meninas?

Mariana disfarçou.

— Nada importante mamãe, assuntos da fazenda. E o meu irmão?

Dona Margarita comentou.

— O cabeça dura ainda está irredutível, continua tendo tudo contra a Lu e não quer saber de novos tratamentos, nem de seguir qualquer sugestão dada.

Novamente os olhos de Lucero se encheram de lágrimas.

— Por que ele é assim comigo? Nunca fiz nada para ele, para que me trate desse jeito.

Dona Margarita tentou confortá-la mais uma vez.

— Tenha um pouco mais de paciência querida, um dia esse ogro dará lugar ao Fernando doce de antes daquele fatídico acidente e você conhecerá o meu filho de verdade.

Lucero não pareceu muito confiante.

— Será? Custa muito acreditar que esse Fernando de quem vocês falam tão bem, tenha existido um dia.

Mariana então pediu, estentendo a mão para Lucero.

— Lu, venha comigo, eu quero mostrar- lhe uma coisa. — E foi com ela e dona Margarita até a sala de TV, onde ligou o aparelho de DVD, depois de ter colocado um CD para rodar.

— Veja com seus próprios olhos! Eu gravei esse vídeo, alguns dias antes do acidente, no Dia das Mães. — Disse ela, visivelmente emocionada.

No vídeo... Fernando apareceu sorrindo  descontraído, demonstrando estar muito feliz.

— Onde está a melhor mãe do mundo?

Dona Margarita respondeu com um enorme sorriso no rosto.

— Para! Assim você me deixa sem jeito filho.

Fernando se aproximou ainda mais dizendo.

— Rosas para a mais bonita rosa da minha vida. — Falou entregando-as para a mãe, abraçando-a e beijando seu rosto muitas vezes.

Dona Margarita continuava sorrindo, toda boba com o gesto tão amoroso do filho.

— Elas são lindas meu menino, assim como você!

Fernando disse então.

— Fiz questão de plantar, cultivar e colher essas rosas champanhe para presentear a mãe mais incrível que existe nesse mundo, pois elas significam admiração, respeito e gratidão, tudo que eu sinto pela senhora. ¡Te amo mamá! / Eu te amo mamãe!

Dona Margarita tinha os olhos marejados de emoção.

— Obrigada, meu filho!

Lucero ficou pasma com a forma como Fernando era antes do acidente e não conseguia entender como ele tinha se transformado em um homem tão frio, amargo e grosseiro.

— Como uma pessoa pode mudar tanto? O que houve de tão grave nesse acidente que o deixou assim?

Alba respondeu, com a voz embargada pela emoção.

— Só posso dizer que um dia você entenderá.

Lucero se retirou para seu quarto, pensativa.

"O Fernando devia ser mesmo muito apaixonado pela esposa e pelo filho para sofrer tanto assim".

A jovem continuava triste, lembrando as palavras de Mariana e as cenas que viu dele com a mãe.

"Definitivamente jamais haverá espaço em sua vida e em seu coração para mim Fernando, ainda que eu o ame e o queira mesmo que você nunca volte a andar. Por que meu Deus, eu gosto tanto dele e ele se quer olha para mim como uma mulher? Para ele eu não passo de uma pirralha".

Lucero deitou na cama, chorando ainda mais.

Mal sabia ela que no quarto ao lado, Fernando também enfrentava suas emoções. Ele parou em frente à cômoda, abriu a primeira gaveta e retirou de dentro dela a fotografia de um menino que sorria, mostrando dentes bem branquinhos. Fernando passou delicadamente os dedos sobre a foto, como se acariciasse o rostinho do filho, enquanto grossas lágrimas rolavam pelo seu rosto, descendo quentes até a gola da camisa.

— Oi filhão! O papai está com saudades e sentindo muito a sua falta. Estou aqui lembrando das nossas brincadeiras com bola, você estava aprendendo a chutar tão bem. Aposto que ia ser um goleador. Queria que você estivesse aqui agora Felipe, para abraçá-lo, bagunçar o seu cabelo, vendo-o rir e pedir para eu parar. ¡Te amo campeón! / Eu te amo campeão! — Beijou a foto e guardou-a com muito cuidado.

Em seguida, pegou a fotografia de uma mulher muito bonita, com cabelos e olhos escuros, ficou olhando por uns instantes, até que perguntou, como se ela estivesse em frente à ele.

— Por que Roberta, por que? Por que tudo teve que terminar daquela maneira? — Tomado pela raiva, jogou a foto dentro da gaveta, fechando-a com força.

Sentia seu coração se comprimindo e uma dor absurda se espalhando por todo o seu corpo, sua respiração estava entrecortada, seu peito subia e descia rapidamente, enquanto ele revivia o acidente, sem poder controlar as lembranças que surgiam em sua mente, parecendo um filme passando muito rápido. Fechou os olhos com força na esperança que aquelas imagens desaparecessem para sempre.

Logo que anoiteceu, Fernando vestiu um roupão por cima do pijama e foi até a zona leste da fazenda para colocar seus pensamentos em ordem, como costumava fazer, pois ainda não tinha coragem de conversar com ninguém sobre tudo o que realmente tinha acontecido no dia do acidente.

Ao chegar, surpreendeu-se ao ver que a grama fora aparada e tudo estava muito limpo, porém ficou irritado, pois isso significava que alguém havia descumprido suas ordens e esteve lá, então voltou para casa e se deitou, pensando no que havia visto.

Nessa noite, ele custou a pegar no sono, muita coisa passava por sua cabeça e havia uma imagem que não conseguia esquecer, ainda que se esforçasse muito para que isso acontecesse.

O dia já estava clareando quando ele finalmente conseguiu dormir um pouco.

"Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta". (Salmo 69:5)

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