Capítulo 39: POV Nina Marshall
Não sei bem que horas eram, mas depois de um tempo, eu já estava cansada daquela festa. Tudo tinha sido perfeito, disso eu não podia reclamar. Mas eu não estava acostumada com tanta gente vindo atrás de mim, me cumprimentando, perguntando sobre a festa. Como se isso já não fosse ruim, tinha sempre uma câmera me seguindo, para onde quer que eu fosse.
Depois de ter passado a noite toda assim, resolvi que precisava de um tempo sozinha. Mas assim que saí da tenda principal, percebi a dos animais e decidi que não precisava ficar sozinha. Podia simplesmente passar um tempo com eles.
Os macacos ainda estavam com os convidados e o elefante estava solitário, quase dormindo. Me sentei na frente dele, longe o suficiente para ele não me bater sem querer, mas ele abriu os olhos assim que cheguei perto, levantando a tromba para mim.
Senti um impulso de tocá-lo, ao mesmo tempo que tinha medo dele.
"Tem certeza disso?" Levei um susto quando ouvi alguém perguntando atrás de mim.
A pior parte era que eu sabia de quem era aquela voz.
Me virei para ver Sebastian andando até mim, sem cartola nem chicote. Tinha alguma coisa diferente nele, quase um ar meio triste. Por um segundo fiquei um pouco com dó dele, mas depois me lembrei quem ele era e retomei minha armadura.
"Qual o problema?" Perguntei, um pouco dura demais.
Ele estava sem expressão, como se nada estivesse acontecendo ao redor dele. Se sentou do meu lado e ficou olhando para o chão.
Tá, aquilo já era demais. A gente tinha dado a festa mais legal do universo para ele e ele estava ali, como se aquilo não fosse o bastante.
"Ei, você deveria nos agradecer, tá?" Falei, me afastando um pouco dele.
"Quê?" Ele perguntou, como se não tivesse nem me ouvido.
O olhar dele me fez perder a vontade de brigar.
"Ei, você tá bem?" Perguntei.
Ele deu de ombros. "Estou, não se preocupe."
Ficamos em silêncio um segundo, eu sem ter ideia do que falar.
"Relaxa," eu falei, finalmente, "dezoito nem é tão velho assim."
Ele sorriu meio triste, sem virar para mim. Aquilo estava partindo o meu coração, mas eu já não sabia o que mais falar para tentar animá-lo.
Ele suspirou alto e apoiou as costas no banco, olhando à nossa volta. Aí se virou para mim.
"Por que você fez tudo isso?" Perguntou, ainda com cara de quem tinha acabado de perder o melhor amigo.
"O quê?"
"Isso," ele abriu os braços. "Por que você pensou em tudo isso? Por que fez isso por mim?"
Eu não sabia o que responder. Eu não sabia por quê. E quem é que pergunta esse tipo de coisa?
"Pensei que me odiasse," ele falou finalmente, seus olhos ainda em mim.
Eu mesma tive que olhar para baixo um pouco, fingir que ele não estava ali tão perto, só para poder manter meus pensamentos em ordem e não falar a coisa errada.
"E eu te odeio mesmo," falei, minha voz doce contrastando com minhas palavras.
Eu estava com medo daquilo só contribuir para ele ficar mais triste, mas foi bem o contrário. Ele sorriu, achando aquilo tão divertido.
"Ei, você também me odeia, nem vem," falei, dando-lhe um empurrãozinho.
Ele mal se mexeu.
"Por que você acha que eu te odeio?" Perguntou.
"Não sei, você me olha com esse jeito de..." meus olhos caíram nos dele e ele ficou sério, me fazendo perder o que estava falando.
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