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Capítulo 123: POV Sky Brodovisk

Este capítulo foi escrito por AmandaWerneck depois de ganhar um desafio!

Eu adorava ouvir a Dana. Ela era mais uma cantora de Illéa, mas uma das minhas favoritas. Eu ouvia as músicas dela quase todos os dias. Eram meio deprimidas e melancólicas, não eram muito eu, mas ainda assim eu gostava. A voz da Dana me trazia conforto. E era ela quem eu estava ouvindo agora, deitada na minha cama grande, com os fones enchendo meus ouvidos com cada acorde, impressionada cada vez que ela abria a boca e saía aquela voz linda. Eu queria poder cantar igual a ela. Mas eu não sabia cantar.

Eu sabia atuar, era o que fazia de melhor, até onde eu saiba. Os testes que eu tinha feito para conseguir o papel da Chloe não tinham sido difíceis. Na verdade, foram até fáceis para mim. Quer dizer, a série estava sendo bem cotada na emissora, tinham adorado o roteiro, e claro que ia ter várias atrizes famosas e competentes competindo pelos papéis principais. Mas minha sorte era que eles queriam meninas do meu feitio, e eu estava em evidência por causa da Seleção. Quando vi que o papel era de uma menina como a Chloe, sabia que teria que conseguir. Eu simplesmente me identifiquei!

A Seleção de fato tinha mudado minha vida. Não só porque eu tinha agora a oportunidade de ter uma carreira de atriz e modelo, não. Nem porque agora eu tinha fãs, o que era muito bom. Mas também porque eu pude viver um tempo no castelo, ainda que curto. Pude conhecer o rei e a rainha, e os príncipes, o que era meu sonho desde criança. A vida deles sempre foi bastante pública, então os plebeus sabiam quando era aniversario deles, ou quando eles iam treinar no exército, ou quando eles iam viajar para outros países.

Também tinha sido muito legal conhecer as meninas, até porque eu mantinha contato com algumas delas. E tiveram também outras pessoas que legais de conhecer no castelo. Como a Silvia, a Marlee, os guardas. É, ué, eles eram sempre legais, gentis e prestativos.

Nunca pensei que veria algum deles novamente. Até ontem, o dia do casting. Jasper apareceu lá, confiante e determinado. Eu admito que já tinha reparado nele, já o tinha visto. Mas nunca pensei que o veria novamente, muito menos num casting para uma série.

Mas quando descobri que ele me vigiava de tão perto, me senti estranha, invadida. Ontem quando voltei para o meu quarto com a Destiny e Ellie, ficamos falando sobre os meninos por quase a noite toda. Mas eu não conseguia tirar o Jasper da minha cabeça e o que ele tinha falado! Queria mesmo muito saber o que ele tinha visto. E pensado. Não que eu me importasse com a opinião dele, eu mal o conhecia, por favor! Mas ele me viu também.

E hoje era o dia do teste com cena. Eu já tinha decorado tudo, claro. Não que fosse muito difícil para mim, porque eu tinha a incrível facilidade de memorizar textos e falas. A pior parte era mesmo ficar de frente com meninos. Eu teria que me acostumar a isso, afinal era com algum deles com quem eu ia contracenar diretamente. Talvez eu contracenasse com ele. Talvez não.

Comecei a pegar minha bolsa para descer para o salão onde os testes estavam sendo realizados. Não sabia bem se queria chegar logo ou postergar. Gostava muito mesmo do que estava fazendo, mas só de pensar naqueles meninos na minha frente, próximos... não me deixava muito confortável, ainda que eu apreciasse, claro. Mas já sabia que tudo poderia ser diferente do que eu pensava que seria, tanto que me assustava com a própria mudança perante as câmeras. Mas será que eu mudaria com Jasper na minha frente? O nervosismo começou, e decidi ir pelas escadas mesmo. Não era uma jornada tão longa assim.

Chegando no salão dos testes, logo avistei a Abigail sentada na mesa. Caminhei para sentar na cadeira ao lado dela.

"Oi. Já chegaram todos?" Eu puxei conversa, colocando os cabelos para trás dos ombros.

"Acredito que já! Não estou aqui há muito tempo." Ela respondeu rapidamente. Nem me olhou para responder. Parecia distraída, com a mente longe. Foi aí que me lembrei do outdoor que estava na frente do Hotel.

"Você estava bem bonita na foto. Não me admira ele ter te olhado." Falei rindo de lado. Na verdade, não tinha pensado se ela tinha gostado ou não da declaração. Logo fiquei com medo de ela me dar um fora.

Mas ela me olhou timidamente. Nada da Abigail que eu conheço. Não que ela não seja delicada e fofa, mas geralmente ela tem uma postura mais segura e confiante. "Ah. Você gostou?" Ela perguntou sorrindo aos poucos.

"Se eu gostei? Adoraria que alguém falasse aquilo para mim... Quem sabe um dia!" Falei, imaginando meu dia de receber tal tipo de homenagem. "Você vai fazer algo sobre?"

"Eu ainda estou pensando no que fazer..." Ela disse, voltando a ficar distante, fitando com interesse a toalha que cobria a mesa grande na nossa frente. Eu ia olhar mais de perto para saber se tinha algo interessante nessa toalha, quando a Vanessa, diretora de casting, entrou com os rapazes que iam fazer o teste comigo. Jasper estava no final da fila.

Ele usava um jeans azul e uma camiseta branca. Nada demais, nada incrementado. Mas estava bonito. Tá, muito bonito! Tipo... lindo! E eu, mais uma vez, não conseguia tirar os olhos dele.

Mas tive que fazer o esforço de desligar meu olhar quando a Vanessa começou a explicar como seria o teste para os candidatos, que estavam de pé em frente à mesa. "Então, hoje a gente vai reparar não apenas em vocês, mas na química com a Sky. Espero que vocês tenham recebido o roteiro, mas não precisam se apegar a ele de modo incondicional! Não, vocês podem improvisar um pouco. Nada que mude o roteiro completamente, por favor. O diretor vai estar observando vocês, lembrem-se disso!" Ela disse, apontando para um homem sentando na última cadeira acomodada na mesa. Ele era grisalho e usava óculos pesados. "Agora vamos começar na seguinte sequência: Arthur, Zach, Matthew, Jasper e finalizar com o Josh! Podem se retirar o restante, ficamos com o Arthur por hora!"

Arthur permaneceu de pé onde estava, enquanto os outros saíram do salão. Jasper não olhou para atrás.

Eu me levantei, caminhando pelo salão, me posicionando próxima ao Arthur. Ele era bem simpático, leve, sabia o que fazer e o que queriam dele. Eu também sabia o que fazer! Era uma cena simples entre a Chloe e o Sebastian. Eles tinham acabado de ter sido apresentados pela Elisa, e desenvolviam uma conversa casual sobre a escola Belforte, pois ela estudava lá e ele já tinha sido aluno.

O diálogo com o Arthur foi tranquilo. Nenhum nervosismo me atingiu. Eu estava estranhamente confiante e alegre. O teste com ele acabou muito bem, pelo menos eu tinha gostado. Mas ele era apenas o primeiro. Aí lembrei que faltavam mais dois para eu ver o Jasper, não que eu estivesse contando!

Os outros dois foram bem tranquilos também, ainda que eu tenha sentido o Matthew meio fora de foco, parecia que ele estava meio nervoso, meio perdido; enquanto que o Zach era ligeiramente tímido, o que me fez me sentir bem. Finalmente alguém tímido na minha frente.

E então o Zach se despediu e eu sabia o que viria a seguir. Era ele.

Eu comecei a me sentir nervosa. Mas eu não entendia porquê! Esse tipo de coisa não acontecia comigo em frente às câmeras. Jasper entrou no salão e me desliguei desse pensamento.

Ele era realmente o mais bonito de todos. Não haviam dúvidas, e não somente pela beleza em si, mas o charme que ele exalava, a confiança que transmitia, além da postura de guarda, que o deixava com um ar quase solene. Mas não tão solene, não de um modo ruim. Não, era solene de um modo misterioso!

Vanessa chamou minha atenção para fora dos meus pensamentos. Droga, eu ainda estava olhando para ele. Devo ter ficado com cara de tonta, porque a quando olhei de relance para a Abigail, ela estava com um risinho divertido no rosto. Pelo menos alguém estava se divertindo. Pena que era às minhas custas.

Voltei minha atenção para a Vanessa, que explicava de novo o que eu já sabia. Que era para testar a química. O mais importante desse teste era mesmo saber o feeling que o casal (ela disse casal?!) passaria para as câmeras.

Vanessa terminou de falar e disse que poderíamos começar. Eu imediatamente fiquei mais nervosa. Não, não era nervosa, era muito nervosa. Fora de mim! Minhas mãos ficaram úmidas, meu coração acelerou, e ... PÁRA! Eu tenho que me concentrar, pensei. Olhei pra Abigail de novo, e acho que ela percebeu que eu estava nervosa, porque me mandou um olhar incentivador, como que um "vai, desembucha!". Ah, se ela soubesse o jeito com que ele estava mexendo comigo!

Olhei novamente pra Ridley, e me coloquei de frente a ele. Ele estava sorrindo, me incentivando a começar também. Ah, esse sorriso...

Eu ri nervosamente para ele.

"Está bem. Er... Por onde você quer começar?" Perguntei, mirando o chão.

"Hum, do começo?" Ele riu fracamente. Olhei para cima e ele me encarava firmemente, com um sorriso de canto.

Ai, como isso me desconcentrava! Ele tinha que parar com isso! Quer dizer, eu tinha que parar com isso. Não podia me deixar afetar assim tão intensamente. Era só um dos meninos, só mais um.

Assenti rapidamente, tentando me lembrar do início do diálogo. Até isso eu tinha esquecido! Isso nunca tinha acontecido comigo! Com os outros, tinha sido tudo normal! Tudo tinha corrido bem, muito bem! Imagina se Jasper realmente conseguisse o papel do Príncipe Sebastian! Eu ia perder as falas assim sempre?! Meu coração bateu mais rápido ainda, mas consegui me segurar ao resto de memória que me restava do início do roteiro.

Levantei o olhar para ele. Não queria me esforçar muito, não sabia ainda se eu queria que ele conseguisse o papel, por razões óbvias. Fiz a feição de encantada de quando a Chloe olhava para o príncipe, como se ele fosse o verdadeiro Encantado. Ele imediatamente recebeu meu olhar, e acho que percebeu que eu já tinha começado a atuar, porque devolveu a expressão de um modo igualmente aprazado.

"É, aqui na Belforte as aulas são bem intensas. Eu tento estudar o máximo que eu consigo. Não só porque eu gosto. É, eu gosto, mas não sou tão nerd assim. Acho que tenho que me aplicar para me destacar por aqui. Têm muita gente boa, muito boa," falei como Chloe, conforme dizia no roteiro, de modo nervosamente animado. Não que fosse longe do que eu estava sentindo nesse momento.

"Claro. Eu, diferente de você, não estudei na Casa das Artes, mas na das Ciências. Gostava muito do que fazia," ele disse, simpático. "Na verdade, ainda gosto, porque minha faculdade trata de assuntos relacionados. É uma área que me traz muitos questionamentos sobre a sociedade e as políticas, em geral. Quem sabe não vou usar para algo um dia, não é?" Disse, sorrindo entretido.

Eu olhei para o sorriso dele. Era aberto, sincero, quase brincalhão. Quer dizer, era convincente! Claro, porque ele estava ali ATUANDO, no papel de um príncipe. Droga, príncipe que não estava ajudando a me concentrar!

"É claro! Mais ainda se algum dia você vier a ser rei. Deve ser bem útil, mas ainda bem que você realmente gosta, não é?" Sorri timidamente, tentando soar animada como dizia o roteiro.

"Ah sim!" Ele começou. "Melhora muito quando você faz o que tem que fazer com o que você gosta. Perfeito mesmo fica quando você o faz perto de quem você gosta."

Olhei para os olhos dele. Do que ele estava falando? Como assim? Isso não estava no roteiro. Ele estava improvisando. Sim, muito bem, por sinal, mas aquilo não soava despropositado. Pensei no que falar e nada vinha. Tudo o que eu não queria era fazer papel de boba.

"Mas eu acho que me daria bem na Casa das Artes. Não que eu considere mais fácil nem nada disso, é só que minha família preza muito pelas habilidades artísticas, como aprender a maior variedade de instrumentos possíveis, ou apreciar belas pinturas. Mas, na verdade, tenho que admitir que talvez eu seja melhor observando do que com a mão da massa," ele riu de si mesmo, com uma cara de quem tinha tentado fazer um desenho, mas só conseguiu palitinhos. Mas de um modo tão fofo que me fez rir junto com ele.

Ele tinha voltado para o script.

Espera aí, eu não estava conseguindo parar de rir. Isso era um problema. Não era? Eu estava mais nervosa do que queria assumir. Respirei fundo entre uma risada e outra. Ele me olhava divertido, como se eu fosse engraçada, ainda com aquele sorriso fofo. Por que ele fazia isso? Engraçada eu devia estar sendo mesmo, fazendo papel de tapada na frente da produção inteira.

"Hum, eu poderia te ajudar em alguma coisa," eu disse. "Se você quiser, claro!" Acrescentei rapidamente. A Chloe era muito parecida comigo. Não era difícil entrar na personagem dela. E tinha que admitir que o encantamento dela pelo príncipe Sebastian me era muito familiar nesse momento.

"Sim, isso seria ótimo," ele continuava sorrindo daquele jeito. "Perfeito, na verdade," ele disse num tom mais baixo. Novamente um improviso. Um excelente improviso. Ele me olhava de um modo intenso, dedicado, como se quisesse me descobrir. Ou entrar nos meus olhos, não sei bem. Só que ele me fez conectar com os dele, que tinham a cor azul do céu. De um céu claro, como daqueles dias em que você quer pular na piscina porque o dia está lindo demais, ou quando você quer andar de bicicleta o dia inteiro só para sentir o calor nas bochechas. Esse céu. Céu de dias felizes.

Só quando ele piscou os olhos que voltei a prestar atenção em onde estávamos e o que estávamos fazendo. Eu corei, olhando rapidamente de lado para a produção que estava sentada na mesa. Todos pareciam muito concentrados e interessados. Quando voltei para olha-lo, ele tinha um olhar estranho, como se não estivesse entendendo ou confuso, mas rapidamente fez uma expressão leve. EU quem não estava entendendo o que estava acontecendo comigo!

"Okay então," tentei voltar pro script, de onde a gente tinha parado. "A gente pode marcar! Pode ser por intermédio da Elisa. Você a conhece, não é? Parece que muito bem," é, pois é. A Chloe tinha um ciúme discreto da relação entre o Sebastian e a Elisa, papel da Abbie. Mal sabia ela que eles eram irmãos.

"Sim, eu a conheço," ele dizia casualmente, "ela é-" ele parou de falar e arregalou os olhos, surpreso. Mas logo se recuperou. Ele realmente atuava muito bem. Sebastian não poderia revelar a real identidade da irmã. "Ela é conhecida por toda a família real. Ela é filha de um dos meus tios."

"Ah, então isso quer dizer que ela é sua prima?" Perguntei, desanimada. A Chloe deveria estar pensando naquele velho ditado 'Deus fez os primos para não cometer pecado pegando os irmãos'. Não me pergunte de onde veio isso!

"Sim! Isso aí, ela é minha prima," ele fez cara de alívio. Como se tivesse safado a Elisa de uma. Tive que sorrir. Ele realmente atuava muito bem. Mas não era para eu ter sorrido, a Chloe não deveria estar sorrindo, então me recompus.

"Então vocês são bem próximos, não é?!" Eu soava desanimada. Tinha que soar desanimada, ainda que não estivesse. Ele estava tão próximo de mim que me fazia querer tocar nele. Mas não fazia sentido, nem era parte do roteiro.

"Somos sim," disse, assentindo. Mas rapidamente ele – nem sei mais como chamar, se de Sebastian ou Jasper, ele era muito bom mesmo! – percebeu que eu estava desanimada, percebendo o que a Chloe estava pensando, logo adicionou. "Mas nem somos tão próximos assim. Eu acho ela até meio chata, sabe. Tipo... uma irmã." Ele abriu um sorriso de leve. Meu Deus, será que ele era o Sebastian da vida real? Só podia!

Eu ri. Quer dizer, a Chloe riu. Eu já estava ficando um pouco confusa. E a presença dele não ajudava em nada a organizar as ideias.

"Entendi."

"Mas, se você preferir, a gente pode trocar os números. E a gente mesmo combina," ele propôs. Reparei que ele tinha uma expressão diferente no rosto. Não sabia explicar qual seria, mas parecia esperança e expectativa. Mas porquê, eu sinceramente não sabia. Sim, o Sebastian poderia ser dispensado pela Chloe. Mas não era assim que o roteiro dizia para reagir. Não sabia o porquê de ele me olhar dessa maneira. E pior, porquê aquilo me afetava.

"Isso seria ótimo!" Sorri, do jeito tímido à la Chloe - e, convenhamos, à la Sky - abaixando a cabeça e olhando para o chão. Já não lembrava mais o que eu estava fazendo, na verdade. Se era eu, a Chloe, ou outra pessoa. Ele me confundia, e me fazia só olhar para os olhos ou sorriso dele. E.

Espera aí! O QUE É ISSO? Meu Deus, ele estava me tocando. No meu cabelo. Afastando uma mecha de cabelo que caiu na frente do meu rosto quando abaixei a cabeça. O que era isso? Por que ele estava fazendo isso? Não estava no script!

Eu não conseguia olhar para cima. Não agora com ele me tocando. Ele agora estava botando uma mecha atrás da minha orelha esquerda. Era um toque tão delicado, ainda que as mãos dele fossem fortes e grandes. Sim, eu estava olhando para as mãos dele. Não sabia como encará-lo. Tampouco afastá-lo.

Eu sabia que devia estar como tomate. Como pimenta. Acho que não estava nem respirando direito. Acho que tinha parado desde quando senti o dedo dele tocando na minha orelha.

Só que agora era pior. Ou melhor, não sabia direito! Jasper pegava gentilmente no meu queixo, o levantando. Eu nem considerei resistir. Eu queria olhá-lo nos olhos de novo. Queria olhar para aquele céu. Quando eu subi meus olhos para ele, foi que percebi o quão próximo estávamos. Eu poderia contar as sardas nas bochechas dele, se ele tivesse alguma.

Mas não tive tempo para verificar. Ele aproximava seu rosto do meu. Acho que não era para contar minhas sardas. Não, porque ele olhava para a minha boca. Senti a respiração dele dançando na minha pele. Não tinha jeito, eu queria aquilo, eu queria aquele momento! Eu queria aquele beijo!

E eu o tive. A boca dele encostou na minha delicadamente. Os lábios dele eram macios e quentes. Ele me beijava carinhosamente, de um jeito que eu sempre quis ser beijada. Ou como toda garota quer ser beijada. Como se ele quisesse só a mim.

A mão direita dele encostou na minha bochecha, ele a alisava com o polegar. Eu não sabia o que fazer com minhas mãos. Eu queria abraça-lo ou mexer nos cabelos dele ou envolver meus braços no pescoço dele. Mas eu não podia. Por que eu não podia? Eu podia sim! Não, não podia! Por que? Por que? PORQUE EU ESTAVA NO MEIO DE UM TESTE!

Parei o beijo arfando (seria a primeira vez que eu estava respirando desde quando ele me tocou?). Eu não podia acreditar. Eu não podia acreditar que tinha me deixado levar. Olhei nos olhos dele, que me miravam intensamente. Eu queria beijá-lo de novo. Reparei que a mão dele ainda estava me tocando. E parece que ele também percebeu, porque a tirou de mim.

Olhei para a frente, para a mesa, com olhos quase arregalados. E a maioria das pessoas sentadas olhavam para a gente com expressões igualmente surpresas. A Abbie nos olhava com as sobrancelhas levantadas e a boca levemente aberta. Andre, o empresário dela, nos olhava da mesma maneira, mas tinha a delicadeza de cobrir a boca.

"Mas... MEU DEUS! O que foi isso, gente?" Era o diretor. Ele estava finalmente se manifestando. A voz dele soava bastante nervosa e irritada. Droga, por que eu não pude me segurar? Como eu caí nessa? Tudo bem, tinha sido o melhor beijo da minha vida, mas ainda assim, não valia a pena trocá-lo pela minha carreira. Que, aliás, eu estava apenas iniciando. Ou valia?

O diretor se virou para as pessoas que estavam na mesa. "Onde vocês esconderam eles? Por que diabos estavam me escondendo o talento desses dois?" Ele gritava.

Mas hein?! Do que ele estava falando? Ele voltou-se para mim e Jasper.

"Isso é puro ouro! Puro ouro! As improvisações que o garoto adicionou foram ótimas, e esse final... esse final foi ESPETACULAR!" Ele levantou e já quase pulava de animação. Okay, por essa eu não esperava. "Nem precisa me trazer mais ninguém. É ele! Esse vai ser o próximo astro de Illéa! Parabéns, garoto! Vai ser meu prazer dirigi-lo." Ele caminhou até o Jasper e apertou-lhe a mão animadamente.

Quando eu olhei para o Jasper, ele parecia confuso e surpreso. Como se pego em flagrante. Mas começou a rir enquanto apertava a mão do diretor.

"Obrigado. Muito obrigado!" E soltou a mão do diretor. Olhou para todos da mesa e saiu para o corredor. Ele olhou para mim? Não. Mas por que? Eu tinha feito algo errado? Ele que tinha me beijado e quase posto minha carreira a perder, e nem ao menos me olhou depois?! Mas...

Antes de pensar, eu comecei a sair de lá também. Nem olhei para atrás. Eu não costumava ser uma pessoa assim, impulsiva. Não, eu era a Sky, tímida, aquele tipo de menina que pensava antes de falar, de agir, mas ele me deixava fora de mim, isso eu já tinha percebido. Sim, eu iria atrás dele. Queria pelo menos saber o porquê de ele ter me beijado. Viu, lá estava eu racionalizando, isso eu fazia bem. Mas o problema era quando ele estava me tocando, ou me olhando, ou próximo de mim.

Quando abri a porta, vi que ele já estava mais à frente, caminhando para o elevador.

"Jasper!" Chamei. Ele olhou para atrás, parando. Virou-se para mim, enquanto eu o alcançava.

"Olha Sky, me desculpa, está bem?" Ele disse com uma expressão culpada no rosto, com aquele céu me mirando mais uma vez. Eu não queria que ele ficasse culpado, queria que ele me dissesse o porquê!

"Só me diz por que você me beijou," eu pedi, decidida. Era tudo o que eu queria saber. "Por favor."

"Eu... eu não sei no que estava pensando," ele começou, mas logo fechou os olhos com força, como se tivesse algo errado ou com dor. Eu não entendia. Não conseguia entender!

Ele olhou para baixo, pensativo, e balançando o pé, inquieto. Eu estava ansiosa, queria que ele me respondesse logo, que me dissesse o que quer que ele estivesse pensando. Ou não. Talvez eu não quisesse ouvir. Me virei para voltar para o salão, mas ele me impediu, me pegando pelo braço.

Jasper, aqueles olhos, me encaravam novamente. "É mentira. Eu sabia bem no que eu estava pensando," ele engoliu em seco. "Eu estava pensando em como você é inteligente, sensível e tímida de um jeito..," ele sorriu de lado, "de um jeito que só você sabe ser. E como seu sorriso é o mais lindo que eu já vi. Era nisso que eu estava pensando."

Mas... mas... Eu não sabia como reagir àquilo. Eu estava sem palavras. Nunca tinha ouvido nada parecido. Eu nunca tinha sido invisível para os meninos, mas eles só diziam o quanto eu era bonita, mas nada daquele jeito, nada como aquela atenção.

"Hm..." Eu arrisquei. Mas não saía nada. Eu não conseguia pensar. Na verdade, pensei no que ele devia estar pensando sobre essa minha cara de tacho agora. "Uau!" Abaixei os olhos dos dele, piscando. Eles só dificultavam tudo. Mas senti falta e logo voltei a encará-los novamente. "Acho que esquecemos de trocar os números."

Ele riu alto. Aquilo era bom. Era muito bom, na verdade. Eu ri também.

"É, acho que sim..." Ele disse, num tom entretido, ainda com o sorriso de orelha a orelha. Eu me senti satisfeita de tê-lo feito sorrir daquele jeito.

"Er..." comecei a falar, ainda sorrindo. Ele olhou de novo para os pés. Era possível ele estar mais tímido do que eu? "Na verdade, tem um bistrô aqui perto que tem o melhor café que eu já tomei," respirei fundo. "E eu vou estar livre daqui a meia hora."

Comecei a ficar muito nervosa mais uma vez (porque nervosa eu estive tempo todo desde que o vi). Quem era essa falando? Era eu? Eu sentia que não deveria ter falado isso, não deveria. Talvez ele quisesse pensar, ou tivesse compromisso, ou talvez gostasse só de apreciar me olhar, sei lá! Talvez ele-

"Claro!" Ele exclamou, interrompendo meus pensamentos, felizmente. "Eu ia adorar!" Ele disse, sorrindo novamente de orelha a orelha.

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