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Capítulo 109: POV Melissa Kaiser

Isso era estranho. Isso era muito estranho. Muito, muito estranho. Eu deveria me preocupar que eu ficava sentindo uma vontade enorme de sair correndo? E se eu saísse correndo? Eu poderia sair correndo?

Ai, meu deus, eu não podia estar enlouquecendo desse jeito! Não AGORA!

Mas era tudo tão diferente, todas as pessoas à minha volta falavam uma língua que eu mal conseguia entender. Pelo menos eu podia olhar para a minha mãe de vez em quando e ver que ela parecia ainda mais confusa do que eu.

E o meu pai, então, ele parecia que estava prestes a passar mal. Ele se apoiava na parede, uma mão na barriga, me deixando bastante nervosa. Se ele passasse mal, eu não saberia o que fazer! E se ele sujasse meu vestido? Teria como eu limpar antes de entrar? E se eu tivesse que escolher entre ajudá-lo e me casar com Theo? E se uma emergência atrasasse e eu tivesse que deixá-lo esperando no altar? E se todos pensassem que eu o estava abandonando?

Até então, o povo tinha me aceitado muito bem. Mas eu ainda sentia que todos só estavam esperando que eu fizesse alguma coisa errada. Eu precisava pelo menos conseguir passar pelo meu casamento sem estragar tudo. Mas eu já conseguia imaginar como seria. Eu tropeçaria no meu véu quilométrico, minha aliança ficaria presa na renda do meu vestido, meus sapatos me fariam cair no meio de uma dança, a coroa não pararia no cabelo e cairia na primeira vez que eu tentasse me levantar.

Eu respirei fundo, sentada na penteadeira do que seria meu quarto só por mais algumas horas. As minhas três criadas arrumavam o meu cabelo, como se eu nem estivesse ali. Eu precisava confiar nelas, elas saberiam o que estavam fazendo, elas tinham como saber como arrumar um cabelo para receber uma coroa! E também, mesmo que eu quisesse perguntar alguma coisa, elas falam alemão tão rápido, que eu mal conseguia acompanhar.

Por que eu tinha que ter me apaixonado logo por um alemão? Eu precisaria da vida inteira ali para conseguir dominar aquela língua! Teria sido tão mais fácil se eu tivesse me apaixonado por um inglês!

Mas aí eu não teria me apaixonado pelo Theo. E só de pensar nele, eu já sorri. Eu estava tão nervosa, tão feliz, tão tudo, eu mal conseguia pensar direito em alguma coisa fixa. Mas nos poucos momentos em que todos à minha volta ficavam quietos, meus pensamentos iam direto a ele, me distraindo de tudo por alguns segundos abençoados.

Uma das criadas me perguntou alguma coisa que eu não entendi, e eu concordei com a cabeça. Ela tirou uma coroa de uma caixa e colocou sobre a minha cabeça. Já prestando atenção no que ela dizia, aquela era uma réplica, nada ali era verdadeiro. Mas o pânico que a minha imagem no espelho me trazia era verdadeiro. Era BEM verdadeiro.

Minha mãe ficou hipnotizada, se levantando da poltrona onde estava para ir me ver mais de perto. Ela disse que eu estava linda, maravilhosa, mas eu não conseguia olhar diretamente para ela. Eu mirava meus próprios olhos, sentindo o peso da coroa, não só na minha cabeça, mas nos meus ombros.

Eu já tinha falado para mim mesma mil vezes que eu viraria rainha. Theo e eu até brincávamos sobre isso. E eu usava aquela palavra como se não fosse nada. Rainha, rainha. Uma simples rainha. Mais uma rainha. A rainha dele, da Alemanha. Rainha.

O problema era que aquela palavra não vinha sozinha. Ela vinha mesmo com um reino todo. Mas não um reino para me servir, e sim um reino para eu mesma servir. Eu estaria assinando um contrato para ser a esposa de Theo para o resto da vida, essa parte era fácil, mas teria outra clausula no contrato que me faria prometer que passaria o resto da vida servindo o povo da Alemanha, fazendo de tudo pelo seu bem. Parecia bem fácil, ainda mais para mim, que tinha uma índole verdadeiramente boa. Mas e se eu não conseguisse? E se eu falhasse? E se um momento de fraqueza me roubasse minha honra por um tempo e minhas ações refletissem mal no país? E se eu fizesse alguma coisa, mesmo na ignorância, que acabasse afetando o país todo? Eu não poderia agir na ignorância. Nem na fraqueza. Eu estaria assinando um contrato falando que eu seria forte, mesmo quando fosse fraca. Que eu seria decidida, mesmo quando estivesse confusa. Eu estaria assinando um contrato e eu nem sabia se eu estava pronta para isso.

A criada tirou a coroa da minha cabeça, mas o peso sobre os meus ombros continuou lá. Eu tentei ignorá-lo, falei para mim mesma que, se Theo tinha certeza de que eu conseguia, então eu conseguia. Eu conseguia. Eu só precisava acreditar nisso.

Eu passei o resto da tarde tentando falar com ele, mas todos estavam empenhados em não deixar que nós nos víssemos antes da hora. O castelo nem era tão grande, mas parecia que todos estavam fazendo uma coreografia para que Theo e eu nunca nos encontrássemos. Eu tentei mandar uma mensagem para ele, pedindo que ele viesse me ver, que eu me esconderia, eu só precisava falar com ele. Eu precisava que ele me dissesse que estava tudo bem, que era nós dois contra o mundo, que ele estava comigo.

Mas a criada disse que ela não conseguiu entregar a tempo. E eu tive que ficar olhando pela janela, vendo ele sair do castelo com uma limusine, provavelmente indo em direção à catedral. O sol estava quase se pondo, eu sabia que em menos de uma hora eu teria que ir para lá também, onde eu assinaria o tal contrato. Eu fiquei repetindo para mim mesma que aquele era o meu dia, para comemorar com o Theo. Era para a gente que eu estava fazendo tudo aquilo. Era por ele.

Mas eu estava nervosa demais para conseguir acalmar a mim mesma. E a minha mãe nunca tinha sido muito boa em controlar situações de emergência, então eu achei melhor não falar nada para ela. E meu pai não era nada melhor nisso. Ele só ficaria ainda mais nervoso e me falaria para fazer o que meu coração mandava.

Só que o meu coração não sabia o que estava fazendo! Se ele soubesse, eu não teria estado tão nervosa. Era uma decisão tão grande, eu estava mesmo pronta para aquilo? E se essa dúvida fosse um sinal para eu realmente sair correndo? E se essa dúvida fosse a prova de que tudo aquilo era um erro? Era tão fácil pensar em me casar quando o dia estivesse longe! Por que não dava para nós termos marcado para daqui um ano? Eu poderia muito bem ter me acostumado com a ideia durante um ano.

Ah, claro. Porque Theo precisava ser coroado.

Eu deixei a janela e fui me olhar no espelho. Meu vestido era maravilhoso. E o cinto de diamantes na minha cintura, mais ainda! Eu passei minhas mãos sobre ele, sentindo cada pedrinha. Era essa a minha vida. Luxo, riquezas, realeza. Eu respirei fundo, tentando me acalmar. Eu precisava ser forte. Senão para o resto da minha vida, pelo menos naquela noite. Eu estava fazendo tudo aquilo por ele. Por nós.

"Mel, você está bem?" Minha mãe perguntou, entrando de volta no quarto.

Eu estava me apoiando no espelho com as duas mãos, seria inútil mentir.

"Não," eu falei, suspirando alto. E então meus pulmões resolveram que eles precisavam de muito mais ar, em muito menos tempo. E eu comecei a respirar super-rápido. "Não, não estou nada bem."

"O que aconteceu?" Minha mãe correu até mim e segurou meu rosto com as duas mãos, me fazendo virar para ela. "Ah, querida. Você está nervosa?" Eu concordei com a cabeça enfaticamente e ela riu, como se meu pânico fosse engraçado. "Mel, meu amor, não se preocupe. Vai dar tudo certo. Você nasceu para isso!"

"Como eu posso ter nascido para isso? Eu nasci do outro lado do oceano!" Minha voz estava um pouco alta demais, já que ela só estava tentando me ajudar.

Mas, naquela hora, eu já não estava me importando em ser educada, elegante ou simplesmente coerente.

"Não digo para ser rainha da Alemanha," minha mãe disse, sem perder seu tom de voz reconfortante. "Mas para ser rainha. Você tem o maior coração que eu já vi. E você não imagina a sorte que esse país tem de te ter do lado deles."

Ela me sorriu, fazendo carinho na minha cabeça, depois me puxou para abraçá-la.

"Mãe?" Eu perguntei, meus braços apertados em volta dela.

"Sim?"

"Eu querer sair correndo agora," eu falei no meio do cabelo dela, "isso é algum sinal de que talvez eu não esteja pronta para me casar com o Theo?"

Ela se afastou de mim, me segurando pelos ombros e olhei para mim. Era engraçado, pois eu era bem mais alta que ela, mas ela conseguia sempre me parecer bem mais forte do que eu era.

"Eu vou te falar a verdade, Mel," ela disse, séria. "Casamentos não são fáceis. Essa não vai ser a única vez que você vai sentir vontade de sair correndo, infelizmente. Vão ter dias que você vai estar disposta a trocar de vida com outra pessoa, só para não ter que encarar seus próprios problemas."

"Mas como pode ser tão ruim?"

"Não é ruim," ela me corrigiu. "Não é nada ruim. O problema é que vocês estão escolhendo crescer juntos. E às vezes as pessoas crescem diferente, em ritmos diferentes. E vocês precisam se esforçar para se manterem juntos. Nunca se esqueça da escolha que você está fazendo hoje. Nunca se esqueça que ele é seu companheiro, que vocês são parceiros, juntos, na guerra que é o mundo. Conte com ele, sempre que precisar contar com alguém. Seus medos, inseguranças, alegrias. Se vocês compartilharem tudo, se confiarem um no outro, não existe batalha que vocês não superem. E toda vez que você sentir que quer sair correndo de novo, você só vai ter de olhar para ele e você vai saber que ele está ali para o que quer que você precise. E você vai ter certeza, principalmente nos momentos mais difíceis, que você fez a escolha certa."

Conforme ela foi falando, minhas lágrimas de nervosismo foram secando e parando de aparecer. Quando é que a minha mãe tinha ficado tão sábia? E tão calma! Era sempre eu que tinha que ficar tentando acalmá-la nos momentos de pânico, era incrível ver que ela conseguia retribuir o apoio no momento em que eu mais precisava.

As palavras de minha mãe tinham sido o suficiente para eu me acalmar naquela hora, mas assim que eu saí do carro na frente da catedral, todo o meu nervosismo voltou e, dessa vez, à flor da pele. Estavam todos esperando por mim, fotógrafos, fãs, pessoas que eu nunca tinha visto antes. Guardas reais estavam de pé, um do lado do outro, formando um pequeno caminho que levava da rua até a escadaria da catedral de Berlim para eu passar. Meu pai me ofereceu o braço e eu passei o meu em volta do dele. Sorria, Mel, eu pensei. Mas talvez eu só estivesse rangendo os dentes.

Precisei de algumas damas de honra para segurar o meu véu e meu pai para me manter de pé, mas eu consegui chegar até a porta da igreja, que estava aberta. E então eu pude ver a decoração.

Um tapete vermelho levava da rua até o altar. Mas ele e as árvores que enfeitavam os bancos eram as únicas cores lá dentro. O resto todo era branco, como as rosas que eu levava. Theo e eu tínhamos combinado que aquele seria o melhor jeito de homenagear o seu pai. Ao invés de usar preto e lamentar sua morte, nós íamos começar do zero, limpo e puro. Seria pela vida que nos esperava, pelo legado que ele tinha nos deixado. Era uma celebração.

Minhas pernas tremiam conforme eu fui passando por todos os bancos e olhava para os convidados, cada um com um chapéu diferente. Quando eu achava que tinha visto alguém me olhando com o máximo de admiração que eu já tinha visto na minha vida, eu encontrava uma pessoa que parecia estar julgando todos os detalhes do meu vestido.

Eu só fui ficando mais nervosa a cada passo. E o caminho era longo, parecia que eu nunca chegaria lá na frente. E então eu levantei o rosto e meus olhos encontraram os de Theo. Ele usava seu uniforme para cerimônias, tão formal e rei como alguém poderia ser. Mas seu olhar contrastava com tudo aquilo. Eram olhos de menino, esperançoso e sonhador. Eu não conseguia olhar para outro lugar. Ele sorria, mas depois ficava sério, e então sorria de novo, seus olhos começando a lacrimejar.

Quando eu cheguei até ele, eu já tinha até me esquecido do que estava fazendo ali. Nenhuma das minhas dúvidas me incomodava mais. Era só eu e ele. Não tinha um padre ali, nem quase duzentas pessoas com ouvidos e olhos grudados em nós. Era só eu e ele, no que eu sabia que seria a melhor história de amor da humanidade.

Meu pai me pegou pela mão e a colocou na de Theo, que a beijou assim que a segurava.

"Cuida dela," meu pai disse para ele.

"Com a minha vida," Theo respondeu, sem tirar os olhos de mim.

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