Capítulo 100: POV Gregor Laeddis
Todos nós nos escondemos atrás de árvores e colocamos nossas máscaras, enquanto Eli colocava um bloqueador de sinal perto do portão de entrada. Nós esperamos que ele o ligasse e nos avisasse. E aí começou, finalmente. Era tudo ou nada. E tinha que ser tudo mesmo. Tudo precisava dar certo, na ordem certa.
Olhei no relógio uma última vez antes de dar o sinal para avançarmos. Seis e cinquenta. Todos já estavam fora, todos já estavam no píer, Cam e Robert já os tinha avistado. O helicóptero estava parado, os esperando. E a família real tinha cercado o quarteirão, tentando proteger seu filho mais velho.
Mas nós estávamos a vários quilômetros de distância, na frente do portão do castelo. Eu lembrei minha própria ordem e engoli em seco. Aquela era a minha única chance, eu precisava que tudo desse certo. Tudo sincronizado. Eu precisava do dinheiro, eu precisava acabar com as provas contra mim. Eu tinha que pagar esses caras, eu tinha que conseguir ir para longe, começar uma vida nova em outro lugar. Eu precisava que tudo desse certo, como eu tinha planejado. E tudo daria.
Fiz o sinal e Michael e Eli andaram até o portão, cada um de um lado. Assim que Michael estava à vista e que os guardas do portão o avistaram, ele atirou em um com um dardo tranquilizante, e Eli colocou um pano na boca do outro, chegando por trás fazendo-o desmaiar. Os dois rapidamente puxaram os guardas de volta para a guarita deles e abriram para que nós entrássemos.
As câmeras do jardim já deveriam estar com problema por causa do bloqueador de sinal, mas nós fomos sorrateiros, quase engatinhando, tentando nos mostrar o mínimo possível.
Assim que estávamos dentro, Eli fechou o portão e entrou com Michael, também se escondendo. Eu peguei minha arma, rosqueei o silenciador e a desbloqueei, enquanto os outros faziam o mesmo. Atire para matar, eu tinha falado. Espere minha confirmação de que eu tinha as provas e então, atire para matar. Nós precisávamos deixar os que cuidavam do portão vivos para não causar alarde. Mas dali para a frente, não havia porque nos conter.
Todos olharam para mim e eu olhei para eles, só para ter certeza de que estavam prontos. Então fiz o sinal e nós começamos a andar pela grama, nos espalhando, cada um indo para um lado do castelo.
Michael cobriria o lado sul, Gray ia tomar conta do jardim, Percy ia pelo Leste e eu pelo Oeste. Eu precisava encontrar o escritório do rei, eu precisava encontrar o que estava procurando. Nem sabia se estaria lá, mas se eu conseguisse entrar, talvez conseguisse fazê-lo de refém. Talvez conseguisse o que quisesse. Gabrielle era uma ótima refém, mas o rei seria ainda melhor. Quem não faria tudo para salvar a vida do amado Rei Maxon?
Eu me aproximei da parede do castelo e me escondi embaixo de uma janela. Respirei fundo antes de me virar rapidamente para ver o que tinha lá dentro e depois me esconder de novo. Nada. Uma sala vazia. Olhei de novo lá para dentro, dessa vez sem pressa. Realmente estava vazia, parecia uma sala de estar qualquer. Sem guardar a minha arma, eu peguei o cortador de vidro de diamante que Eli tinha preparado e cortei um dos retângulos da janela fora, pegando-o quando ele caiu para o lado de fora. Silenciosamente, eu o apoiei no chão na grama e me escondi de novo. Depois de outra olhada rápido para dentro e de perceber que ninguém tinha me ouvido, eu liguei meu fone e microfone.
"Leão, reportem," falei, preparando a minha arma.
"Macaco, me aproximando," Michael falou.
"Elefante, a postos," esse era Eli.
"Puma, pronto," Percy.
"Gato, dentro," Gray falou.
"Leão, entrando," eu informei depois de todos e nós continuamos.
Eu tentei o máximo passar pelo buraco pequeno e entrar sem que fizesse muito barulho e consegui o suficiente para ninguém ir ver o que estava acontecendo. De qualquer jeito, eu me escondi perto da porta, esperando que alguém aparecesse. Depois de alguns minutos sem ninguém chegar, decidi que deveria continuar.
"Leão para elefante como estão as câmeras?" Perguntei baixinho, girando a maçaneta devagar e abrindo só um pouco da porta, só o suficiente para eu colocar um espelho perto e ver o máximo possível do corredor.
"De onde você está até as escadas está livre," ele disse. "Mas vai rápido, um guarda está vindo pelo corredor à esquerda. Você tem quinze segundos para chegar na escada. Segundo andar está livre também. Vai agora."
Eu fiz como ele falou, abri a porta com tudo e corri para as escadas, olhando para todos os lados, apontando minha arma para todos os cantos de onde poderia sair alguém.
Quando cheguei no segundo andar, me escondi atrás de uma estátua e percebi que tinha um guarda no final do corredor.
"Macaco, me aproximando da escadaria principal," ouvi Michael falando e abaixei um pouco o volume do meu fone, com medo de que os guardas ouvissem.
Depois mirei um, mesmo de longe, do jeito que dava. Mirei bem na cabeça e estava pronto para atirar caso me avistasse, quando ele abaixou um pouco, levando uma mão ao ouvido. Eu esperei, sem tirar a mira dele. Até que ele começou a andar para o lado aonde eu queria ir.
"Leão, estou indo em direção à escadaria principal," falei, baixinho.
"Elefante para leão e macaco, dois guardas estão chegando ao primeiro degrau," Eli falou. "Trinta segundos até que eles desapareçam."
"Eles estão subindo para o terceiro andar?" Ouvi Michael perguntando enquanto eu dava uma última olhada em volta de onde estava.
"Sim," Eli falou. "Em direção ao escritório do rei.
Eu respirei fundo. Aquilo não seria fácil, aquele seria o lugar mais vigiado do castelo, mesmo com a grande maioria dos guardas fora.
"Chego à escadaria em vinte," eu falei e saí de trás da estátua, deixando as escadas laterais para trás, avançando no corredor.
Eu me escondi um pouco, como dava, apesar de saber que Eli me avisaria se alguém aparecesse. Andava na ponta do pé, rápido e ágil, sem fazer muito barulho. Logo antes de virar o corredor, dei uma olhada de trás da parede para encontrar os dois guardas de quem Eli tinha falado começando a subir as escadas, conversando casualmente, sem ter ideia de que eu poderia simplesmente matá-los dali.
"Macaco, permissão para atirar," Michael falou, provavelmente conseguindo avistá-los de outro ângulo.
"Negada," eu disse. Preferia chegar até o escritório sem problemas e ali começar a confusão. Eu precisava ter os papéis na minha mão antes que pudesse sair atirando.
"Leão, chegando," eu disse.
"Macaco, chegando."
Eu encontrei Michael no pé da escada e nós ficamos de costas um para o outro, apontando nossas armas para cada lado do corredor.
"Me cobre," falei, começando a subir as escadas, com ele logo atrás de mim. Eu me virei para o lado do corredor assim que dava para ver o segundo andar. Apontava a arma para cima, enquanto Michael mantinha o começo da escadaria coberto.
Era muita larga, seria muito fácil nos avistarem. Mas nós estávamos dando muita sorte mesmo. Eu estava começando a me sentir muito orgulhoso de mim mesmo por ter pensado no sequestro de Gabrielle. Sem ela, nós nunca teríamos conseguido deixar o castelo tão fácil, tão fácil de atacar.
"Elefante para leão e macaco, guardas seguiram para a esquerda, mas não pararam na frente do escritório," Eli falou.
"Como assim, não pararam?" Eu perguntei baixinho, levando uma mão à orelha, já que meu fone estava muito baixo. Minha arma continuava apontada para quem pudesse aparecer ali.
"Eles parecem estar fazendo uma patrulha," Eli explicou.
"Já conseguiu o código?" Perguntei.
"Elefante para puma, conseguiu o código?" Ouvi Eli perguntando, enquanto eu e Michael mantínhamos nossa posição, sempre atentos a quem pudesse aparecer a qualquer segundo.
"Quase lá," Percy disse, só me deixando nervoso.
"Mais rápido," eu falei, talvez um pouco alto demais.
"Não sei mais quanto tempo nós conseguimos segurar aqui," Michael disse.
"Já vai," Percy parecia irritado. "Não é tão fácil assim conseguir entrar no computador de toda a segurança do castelo," ele falou.
"E o dono do computador?" Eu perguntei.
"Apagado, mas vivo, por enquanto," ele disse.
"Ótimo," eu falei. "Preciso do máximo de calmaria possível até eu ter os papéis na minha mão.
"Consegui!" Percy soltou. "422743553. Repetindo, 422743553."
"Elefante?"
"Peguei," Eli disse. "Os guardas estão voltando. Trinta."
"Desce," falei para Michael e nós descemos até a base da escada de novo. "Me cobre."
"Pode deixar," ele disse, apontando sua arma para todos os lados de onde podia vir gente, enquanto eu mantinha a minha no alto, mirando o primeiro espaço que tinha na escada, primeiro espaço onde eu veria os guardas caso eles descessem.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, ouvindo enquanto eles andavam e discutiam uma criada qualquer, até que Eli falou novamente.
"Eles viraram o corredor, avançar, avançar," disse, e Michael e eu subimos o mais rápido que podíamos, cobrindo todos os cantos possíveis, tentando não fazer barulho algum que chamaria a atenção dos guardas por quem tínhamos acabado de passar.
"Leão para gato," eu falei.
"Gato aqui," ouvi Gray do outro lado, assim que Michael e eu chegamos até a porta que sabíamos ser do escritório do rei.
"Transporte?" Perguntei.
"A postos, para quando vocês precisarem sair," ele me garantiu.
"É agora," eu falei, olhando para o teclado de números que estava na porta. "Todos prontos, porque tudo pode começar a desandar agora."
"Gato, pronto."
"Puma, me aproximando do gato."
"Elefante, pronto."
"Vamos lá, então," Michael disse e eu o ouvi tanto do meu lado, quanto no fone.
"Vamos lá," eu repeti. "Código?"
"422743553," Eli falou. "Guardas aparecendo no corredor em dez."
Coloquei os números conforme ele falou e ouvi o clique da porta abrindo. Respirei fundo mais uma vez e segurei minha arma com as duas mãos. Empurrei a porta e então estava dentro. O escritório parecia vazio de onde eu estava, mas a cadeira estava virada para a janela. Ou o rei estava ali, ou eu teria todo o tempo do mundo para encontrar o que procurava. De qualquer jeito, eu já me sentia vitorioso. Queria evitar comemorar antes do tempo, mas já me sentia bastante aliviado.
Mas antes que pudesse dar um passo a mais e falar para Michael fechar a porta, eu ouvi um grunhido e me virei para vê-lo caindo aos meus pés, apagado, um dardo em seu pescoço. Não conseguia ver ninguém no corredor, ninguém que pudesse tê-lo atacado, mas fechei a porta mesmo assim, para bloquear quem quer que fosse de me acertar também. E então meu alívio virou desespero e eu andei até a poltrona do rei. Com uma arma apontada para quem pudesse estar ali, eu a virei com tudo, só para perceber que ela estava vazia.
"Estava te esperando," ouvi alguém falar e segui a sua voz.
E lá estava ele, Príncipe Charles, segurando uma arma apontada para a minha cabeça, de pé na frente da estante do lado da porta. Eu fiz uma menção de levantar a minha arma para ele, mas não fui rápido o suficiente.
"Eu não faria isso se fosse você," ele disse. "Abaixe a arma."
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