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Capítulo 6 - Uriel

CAPÍTULO 6 - Uriel

Encaro a enfermeira com calma, mastigando minha última refeição naquele hospital.

Passara-se uma semana desde que adentrei aquelas portas, inconsciente e rasgada como uma folha velha. Minhas costas e costela foram costuradas, meus feridos muito bem cuidados e sinto que nunca me senti tão bem rodeada de humanos como nos últimos dias.

Porém, como estou melhor, os cortes com nada de infecção e os exames não indicam nada demais, não há motivos para me manterem aqui. E a notícia me entristece, criei um certo vínculo amigável com essas pessoas, quem passou em meu quarto eu me lembro perfeitamente.

– Mas... já? Imaginei que me mantivessem mais tempo para verificar minha saúde.

Ela nega, me entregando meu vestido agora limpo. Não sei quem o limpou, mas gostaria de agradecer. Ponho o potinho de gelatina para o lado (uma deliciosa união de textura estranha e sabor cítrico, primeira vez que como isso), esticando o braço para a mulher retirar a agulha.

– Já está zero bala, querida. Não tem para que ficar aqui, já já vou pedir que liguem para seu contato de emergência vir te buscar e vai para casa descansar.

Ergo os olhos de seu trabalho impecável, fechando o sorriso que antes me tomava o rosto e pensando em como estou perdida.

– Meu contato?

– Sim, não sei como mas tem um contato lá. Geralmente – segue falando enquanto fazia seu trabalho, tranquilamente como se fofocasse com uma colega – chamamos um parente quando acontece a situação, só que não tinha um contato além do orfanato para ligarem.

Assinto indicando que continue, preciso saber o que Zadkiel fez.

– Estranho, aliás, o orfanato não reconheceu seu nome na primeira ligação e depois, quando tentaram de novo, já sabiam exatamente quem era.

É por que Uriel Santos não existe.

Ela para na porta me olhando desconfiada, esperando que eu solte algo para poder levar para seus colegas de trabalho, entretanto sorrio me pondo de pé e pegando o vestido do colchão.

– Infelizmente sempre fui muito quieta, não me fiz muito presente naquele lugar. Porém, fico feliz que possam ter enviado alguém para me buscar.

Sorrindo decepcionada com a falta do que compartilhar, a enfermeira sai, levando consigo os acessos e pedindo que eu fique pronta em vinte minutos.

Retiro a camisola fina do hospital sem pressa, pondo minha roupa outra vez e me olhando no espelho pequeno do banheiro para me ajustar. Meus cabelos ondulados estão bem amassados e meus olhos não possuem mais o brilho extra que tinham, quando eu ainda era um anjo completo. Perdi um pouco de peso também, meu quadril diminuiu um pouco e minha barriga não tem mais as dobrinhas que eu tanto amava...

– A comida aqui pode ser gostosa, mas definitivamente não ajuda no peso.

– Uriel – a mesma enfermeira de mais cedo chama, batendo na porta – está pronta? Já ligaram para seu contato.

Saio para o quarto, encontrando ela com uma cadeira de rodas nas mãos.

– Desculpe, mas estou bem. Consigo andar até a saída – Tento sair por ela, contudo sou barrada pela cadeira.

– É protocolo, infelizmente.

Respiro fundo sentando e cruzando os tornozelos em cima dos apoios para os pés da cadeira. A mulher me empurra pelos corredores até as portas de saída do prédio, aguardando.

Eu não tenho um contato de emergência de verdade!

– Ah, ficarei bem aguardando aqui, se a senhora quiser... sabe, pode voltar aos seus afazeres.

Ela nega e começo a ficar ansiosa.

– Não se preocupe, posso aguardar contigo sem problemas – fala se encostando nas costas da cadeira.

Me viro novamente para frente, remexendo os dedos uns nos outros impacientemente. Zadkiel pode ter posto qualquer número naquele contato, sabe-se lá quem virá me receber. Ou se virão.

Olho sobre o ombro para ela, tentando persuadi-la para que me deixe sozinha e eu consiga correr porta afora.

– Sou uma adulta, agora saudável, bem apessoada, que consegue ficar sozinha por alguns minutos.

Ela nega irredutível, sem qualquer menção de se afastar da cadeira que estou sentada e alguns acompanhantes na entrada nos olham com curiosidade. Minha respiração se torna um pouco rápida e passo a considerar fortemente correr para fora sem que a mulher consiga me deter.

Senhor, por favor, me traga uma luz.

– Orion! – A enfermeira chama alguém que passava pela porta – O que faz desse lado?

Meus olhos são puxados para um homem alto com uniforme de socorrista e cabelos presos tão escuros quanto os meus. Seus olhos me fitam diretamente antes mesmo de se dirigirem a mulher atrás de mim.

– Eu... vim entregar esses papéis – aponta para as folhas em sua mão grande, intercalando a vista de mim para ela – E você, o que faz? Pensei que estivesse com os pacientes do acidente de avião que chegou no PS agora.

Entorto o pescoço para ver sua reação e seus olhos brilham pela possibilidade. Creio que acidentes grandes não ocorram com certa frequência, graças a Deus.

– Ah não, preciso esperar o responsável por essa mocinha.

– Já disse que sou adulta... – resmungo cruzando os braços, tal qual uma adolescente emburrada.

O socorrista franze os lábios, levantando os papéis para a enfermeira e indicando o balcão mais a frente.

– Se você levar isso para mim, posso ficar com ela enquanto essa pessoa não chega, e ainda poderá atender mais pacientes – Sua voz grave é sedosa como as penas de um anjo e por segundos não fecho os olhos para ouvi-la melhor.

E creio que a moça também se encontre em tamanha vontade de fazer o que ele diz, já que me olha nervosa e encara o corredor que imagino levar à emergência com incerteza, mas muita vontade.

– Tem certeza? Não vai te atrapalhar?

Ergo uma sobrancelha, me enervando com a forma que ela passou a me tratar como um estorvo.

– Olha aqui...

– Claro, há bastante plantonistas hoje, Ana – o homem me interrompe, empurrando os documentos para ela e se posicionando atrás das costas da minha cadeira.

Sorrindo, Ana sopra um beijo para ele e quase corre para o balcão entregar o que lhe foi pedido e saltar para dentro do caos do pronto socorro.

Ainda virada para trás, subo a vista para o rapaz que já me olha de cima com curiosidade.

– Vocês sempre agem assim quando há pessoas machucadas ou morrendo?

– Socorristas não, ficamos nervosos sempre que há um chamado, nunca sabemos que situação podemos encontrar. Mas os enfermeiros gostam do ato de serem produtivos, não dos acidentes em si.

Passa a empurrar a cadeira de rodas – desnecessária – para a saída calmamente, como se já tivesse feito isso várias vezes.

– É, desculpe, mas preciso encontrar a pessoa que ligaram para me buscar – falo quando vejo que nos dirigimos para o estacionamento das ambulâncias, com o cachorrinho de semanas atrás ainda rodeando as pessoas esperando por ali.

Alguns sentam nos bancos retos rente a parede do hospital, protegidos do sol quentinho. Outros já se escoram nos veículos com expressões tediosas, supondo que aguardando algo acontecer nas ruas para que liguem suas sirenes e corram entre os carros.

– Estranhamente meu telefone tocou a meia hora, do hospital que eu trabalho, mesmo eu estando aqui desde hoje de manhã – Confidência como se dissesse casualidades para um amigo.

– E isso me interessa por...?

Parando a cadeira na sombra com as costas grudadas na parede (e suponho que essa situação apenas deveria ir até a saída do prédio), me encara de frente. Esse homem deve se enquadrar no que ouvi outras pessoas dizerem sobre "lindo de morrer", com seus cabelos chegando a altura do ombro e o rosto com ângulos pontiagudos.

– Porque coincidentemente essa ligação pedia para que eu buscasse uma mulher que acabou de sair de uma internação de uma semana com caso de tentativa de homicídio. Imagine meu pavor ao imaginar minha mãe ou irmã nessa situação e, até que eu deduzisse que fosse você, a mulher que socorri...

Crispo a testa frustrada; Zadkiel, por mil demônios, o que fez?!

– Bom, claramente deve ter percebido pelo meu estado que não fui a responsável por tal coisa, então se me der licença – me ergo sobre os pés sem muita sutileza, porém conseguindo apenas me igualar a ele e nos encaramos face a face.

Seus olhos estreitos

– Quem é você?

– Uriel.

O empurro tentando passar mas ele segura meu pulso – não machucando, mais para me deter – e cerro os olhos segurando o impulso de um soco bem dado em seu queixo.

Você é um anjo, Uriel, serve para cuidar e proteger dos humanos. Lembre-se disso.

– E diga-me, Uriel, qual a razão do meu número ser seu contato de emergência quando eu nunca a vi na vida – pergunta me puxando para si a ponto do meu rosto estar a um palmo do seu, seus olhos se revezando para escrutinar todos os meus traços.

– Acredite, há coisas que nem mesmo Deus saberia lhe responder.

Desfaço seu aperto com um safanão, saindo rapidamente pelos portões (os mesmos que já usei anteriormente), parando na esquina da rua do hospital sem saber para que lado ir.

A avenida está cheia naquele horário, o meio da semana sempre teve mais movimento que o início e as pessoas agora desviavam de mim ao passarem por onde estou estacada me olhando com raiva ou curiosidade, como um dos postes não muito longe. Pombas ciscam próximos a um senhorzinho que os alimenta com um pão seco na beira da calçada e, encarando o homem de idade, indago:

– E agora?

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