§ëvĕņ: Blood juice
⚠️ALERTA DE GATILHO⚠️
Automutilação
Sangue
Suco de sangue
🌈🌞🍄
❝Jeon Jungkook❞
Dizem que os olhos são as janelas da alma. Mas prefiro dizer que são portas de entradas para permitir o ser humano de enxergar as mais absurdas coisas, tal imagem chegar em sua mente e o deturpar.
Jungkook ainda olhava pela grande janela do enorme prédio, pensando no que faria para sair dali. Estava no primeiro andar ao notar-se o ângulo da imagem do prédio. Claro que passou por sua mente em voltar, porém quando tentou, só achou uma parede bloqueando o caminho.
Agora pensava em abrir a janela, mas como? Observando-a, não tinha quaisquer tipo de ferrolho ou fechadura. Parecia que apenas colocaram um vidro para simular uma janela, impossibilitando alguém passar da maneira convencional.
O que devia fazer? O que devia fazer? O que devia fazer...
Seus olhos pousaram em um objeto no canto do corredor. Um pé de cabra. Quão proposital. Olhou a janela de novo. Ah, aquilo seria divertido.
Pegou o pé de cabra e foi em frente a janela. Sempre teve vontade de quebrar alguma coisa com aquela ferramenta. Desde pequeno era meio rebelde, sua mãe costumava ser chamada na escola no período do fundamental muitas vezes. Uma das vezes foi porque ele "sem querer" quebrou a janela da sala da diretora com uma bola de futebol, enquanto brincava com os colegas. Teve o pior castigo de sua vida. Mas agora podia fazer aquilo sem se preocupar com as consequências, sem ninguém para dar bronca. Novamente, engano seu.
Tomou impulso e começou a quebrar a janela com o pé de cabra. Conseguia ser até satisfatório. O vidro se rachava de pouco em pouco, quanto mais ele batia. Dentre isso, sentiu uma minúscula pedrinha de vidro raspar por sua pele, próximo ao seu olho. Aquilo doeu, o fazendo levar a mão ao local e viu uma linha de sangue. Não se preocupou muito com isso.
Com o vidro bastante arrebentado, deu fortes chutes fazendo milhares de pedaços de vidro se estilhaçarem no chão. Assim liberando passagem para passar pela janela.
Pousou seus pés no chão duro do pátio, sentindo uma certa liberdade por agora estar num lugar a céu aberto. Observou bem o edifício. Sua arquitetura era meio... diferente. Seu formato pentagonal que contornava o pátio dava uma leve claustrofobia. O que chamava atenção era a grande quantidade de janelas presentes. A maioria delas tinha uma persiana cobrindo seu interior, enquanto outras tinham uma fonte de luz. Olhando para cima, o céu se expandia numa escuridão infinita.
Obviamente não estava em casa, o que queria dizer que ainda estava naquela realidade paralela, talvez uma parte ou expansão dela, vai saber.
Agora precisa pensar em como sair dali, talvez do mesmo jeito que saiu pela janela de antes, ainda segurava o pé de cabra. Mas tinha um grande problema, existia uma infinidade de janelas, não conseguia nem contar nos dedos. Por qual delas deveria entrar? Parece uma questão bem simples e fácil, mas se fizesse a escolha errada poderia achar algo nada agradável por detrás daquelas janelas, visto o quão perigoso o lugar parecia.
— Certo, as janelas com persianas parecem esconder algo, então talvez uma com fonte de luz... — Pensou alto, racionando um pouco.
Foi até uma das janelas com luz dentro, vendo o que tinha ali. Aparentemente nada. Mas... deveria arriscar? De alguma forma teria que sair dali por alguma das janelas. Era realmente arriscado, porém iria tentar. Chegando mais próximo, quando estava prestes a quebrar o vidro, viu uma sombra se mexer no fundo da janela, o que fez com que se afastasse de imediato. A sombra veio em sua direção, o deixando assustado, por sorte aquela sombra não conseguia passar pela janela. Se afastou mais ainda.
Tinha que ter o dobro de cuidado agora.
Olhou as outras janelas com fonte de luz. Nelas também apareciam sombras com figuras estranhas se mexendo e se contorcendo incessantemente.
E agora? Tinha que pensar em algo rápido.
Subitamente, um balão vermelho passou voando perto dele, indo em direção à uma janela. Por um segundo, pensou em seguir o balão, mas aquilo podia apenas ser uma isca para o levar à uma armadilha. Já viu esse filme antes.
Procurou entre as janelas alguma que não houvesse perigo aparente. Mas era difícil saber tendo em vista as condições do lugar.
Uma coisa era certa: é cedo demais para desistir.
Até que finalmente achou uma janela mais vazia. Uma persiana cobria apenas metade, dando certa visão por dentro. Se aproximou esperando que algo aparecesse, para ir procurar novamente. Mas realmente não tinha nada ali. Foi a deixa perfeita para quebrar a janela com o pé de cabra enferrujado. Após abrir passagem, observou atentamente e seguiu cauteloso.
Era um longo corredor dentro da janela. O chão era feito de madeira polida, e a cada passo o piso rangia ridiculamente alto. Estava um silêncio ensurdecedor enquanto andava no corredor. Não era tão escuro, apenas sendo iluminado por uma penumbra desconhecida. À medida que avançava, a madeira ficava cada vez mais empoeirada e coberta de sujeira, como se o lugar tivesse sido abandonado. Ao fim do corredor, chegou numa espécie de sala. No interior são vistas janelas com uma luz branca bloqueando a visão do lado de fora. Também havia barras presas horizontalmente nas paredes, juntamente a enormes espelhos que iam do teto ao chão. O ar empoeirado trazia desconforto a seu nariz, o levando a tossir levemente. Mas o que o deixava com certo medo era uma melodia de piano que tocava distante.
Certamente era um estúdio de dança ou balé.
E novamente memórias iam e vinham.
"Você quer ver um trechinho do solo que irei apresentar?"
"Ahh amor, não pode ser depois? Vamos nos atrasar."
"É rapidinho, você vai gostar."
"Tudo bem. Eu não consigo dizer não pra você."
Um pequeno sorriso lhe veio ao rosto. Mas logo se foi tão rápido quanto veio.
Se olhou em um dos espelhos, vendo o pequeno corte recente na sua bochecha. Ainda tinha um pouco de sangue. O som do piano ainda ressoava de algum lugar desconhecido. Se perdeu em pensamentos.
Uma pena as coisas terem sido assim.
🍀⏳
❝Kim Taehyung❞
— 36,... 37,... 38,... — Se passaram exatos dois dias desde então.
Como ele sobreviveu esse tempo? Ele tinha comida na sua mochila que havia trago, mesmo que não fosse das mais saudáveis, era um bom quebra-galho, então economizou o máximo possível, não sabia quando sairia dali. E em questão das necessidades fisiológicas... ele deu um jeito.
Mas é claro, tudo nessa realidade paralela é peculiarmente tão igual e tão diferente do mundo normal. Algo indecifrável é como o tempo passa lá dentro. Se passa mais rápido, devagar ou se ao menos passa. Mas naquele mundo de onde vieram as coisas se tornaram um caos.
— 39,... 40,... — Agora fazia riscos na parede, como uma forma de passar o tempo e se distrair um pouco, mas não estava ajudando muito.
Ainda pensava em uma forma de ir embora, tentou de tudo, mas nada adiantava. Se perguntava se os outros conseguiram sair daquele lugar. Ou se ainda estão tentando achar uma saída possível.
Sabe aqueles momentos em que tudo anda tão difícil, que você acha que não tem solução e simplesmente pensa em desistir?
Taehyung se sentia assim, não sabia se era carma ou se aquele lugar na verdade não tinha saída. Mas... não queria pensar na possibilidade de não existir uma saída. Enlouqueceria de certo.
Se deitou no chão, afundando junto com o carpete velho. Sua cabeça pesava. Por mais que tentasse, não conseguia pensar em outra maneira de sair daquele lugar. Parecia quase impossível...
Mas quando as possibilidades parecem acabar, deve-se olhar por outro ângulo.
A luz fluorescente irradiava em seu rosto. E de repente, foi como se uma lâmpada aparecesse em cima de sua cabeça. Se levantou meio rápido. Focou seu olhar nas luzes, apertando os olhos. Podia ver não tão claramente, fragmentos brilhando em cores.
Vermelho. Verde. Azul.
As mesmas cores de um "glitch".
Era isso! Se conseguisse achar um "glitch" ou simplesmente tentar atravessar em alguma parede, poderia sair dali.
Então, tentou de todas as formas atravessar ou teleportar. Tocava em paredes, pisava no chão, andar aleatoriamente e esbarrar de propósito. Porém deveria tá fazendo algo errado, já que nada acontecia. Se lembrasse bem, havia apenas tocado naquele "glitch" do terreno baldio e assim foram parar ali. Talvez seja isso. Então, pegou sua bolsa e rumou a procura de qualquer tipo de falha ou algo anormal naquelas salas, mesmo que já parecesse bastante anormal.
Ia e voltava. Nada estranho.
Olhou novamente as lâmpadas acima de si. Agora pareciam ainda mais espessas com as mesmas cores se fundindo uma sobre a outra. Uma verdadeira bagunça sem sentido.
Mas ele estava no caminho certo. Ou deveria pelo menos.
Seguindo em frente, as coisas ao seu redor se assemelhavam às luzes. Sua visão começava a ficar cada vez mais distorcida, assim como aquela misteriosa falha. O ar de repente pareceu ficar denso, quase o sufocando. Estava quase nos limites daquele lugar. Não aguentaria mais um segundo sequer.
Foi quando apoiou sua mão em uma parede e assim, sem mais nem menos, atravessou a parede. Mas não sentiu dor ou ardência. Na verdade, o que sentiu foi um leve formigamento a percorrer todo seu corpo.
E foi assim que Taehyung saiu do primeiro nível daquela realidade paralela esquisita, assim como os outros.
Mas... como isso realmente aconteceu? Como foi possível ele atravessar a parede como se fosse nada?
Bom, algo que explica isso é o "no-clipping". É o ato de viajar repentinamente de um lugar para o outro, sem se machucar pela distância ou pelos obstáculos físicos. Esse fenômeno é bem comum nesse mundo esquisito, e pode ser que os outros meninos experimentem disso.
E o que explicaria o "no-clipping" seria algo chamado de tunelamento quântico, mas isso é um assunto bem mais complicado.
Devo lembrar que não estamos no mundo real. Então, esse tipo de coisa é totalmente "normal" de acontecer.
Tudo de impossível pode acontecer nesse mundo.
Claro, eles vão descobrir mais sobre o lugar em que estão mais em breve. No momento, estão explorando o começo de uma longa jornada. Nada que não possam suportar...
Quando se deu por si, já estava em um lugar diferente. Percebeu que finalmente havia saído daquelas salas infinitas e agonizantes. Sorriu grande e deu leves pulinhos em comemoração. Mas sua alegria durou pouco. Sabia que estava longe de voltar para casa. E por mais desanimador que fosse, continuaria até achar a saída definitiva daquele mundo.
O lugar que estava agora parecia um estacionamento de algum armazém, porém vazio. Os pisos e as paredes de concreto passavam um ar vazio e triste. Em várias regiões no chão, se formavam poças de água inconsistentes. Parecia um lugar grande para se explorar. Quem sabe até pudesse achar alguma coisa para ajudar na sua viagem.
Agora é seguir a própria intuição.
🍀⏳
❝Park Jimin❞
O ar gélido soprava seus fios loiros. Ainda sentado no gramado, perguntas rondavam sua mente, nenhuma sendo respondida. A vista era de um campo de trigo e cevada, que se estendia por todo o ambiente do lugar. Nos limites, era rodeado de lindas árvores e arbustos cheios, assim como os que tinha passado para chegar ali. Era até meio reconfortante, mesmo aparentando a ausência de perigo, ainda passava uma sensação estranha.
Mas agora Jimin tinha outra coisa para se preocupar, seu joelho machucado. Só agora viu o machucado feio que havia feito depois da queda que levou naquela rua molhada. Não era um corte tão profundo, mas sentia dor e sangrava em pequena quantidade. O problema era que não tinha nada para limpar e estancar o ferimento, o que poderia ocasionar uma infecção. Tinha que dar um jeito naquilo o quanto antes.
Observou o campo em que estava, o lugar agradável parecia bem grande. Em algum canto dali deveria ter algo que pudesse ajudá-lo. Se levantou com certa dificuldade e começou a caminhar, mesmo mancando um pouco ainda conseguia andar. Certamente, era um tanto desastrado, os meninos sempre diziam para ele tomar cuidado para não acabar caindo, o que na maioria das vezes não adiantava muito.
O cheiro de grão de trigo era acolhedor e gostoso. Impressionante como a pouco tempo atrás fugia de uma entidade perigosa, e agora se encontrava em um lugar tão calmo e tranquilo. Atravessava um caminho de terra que o levava na direção da corrente de vento. Ao longe, avistou um pequeno galpão de madeira. Andou até lá. O galpão não era tão grande, tinha poucas coisas dentro, não havia muito o que explorar. Curiosamente não tinha porta, nem nada para impedir alguém entrar. Procurou por qualquer coisa lá dentro que o pudesse ajudar, mas nada achou, só uns pedaços de madeira e ferramentas velhas.
Saindo do pequeno galpão, seguiu o caminho de terra novamente. Seu joelho machucado não ajudava muito na caminhada.
...
— Daisy Daisy, me dê uma resposta, vai! Estou meio louco, tudo de amor por você! — cantarolava baixo, mais uma vez andando por um bom tempo por uma estrada deserta. Esse cenário parecia se repetir de novo.
Pensava como seus pais deveriam estar agora, muito provavelmente preocupados consigo. Imaginava sua mãe desesperada, enquanto seu pai tentaria manter o controle. Esperava encontrá-los novamente em breve, assim que esse pesadelo acabar. Mentiria se dissesse que não sentia falta da sua vida calma e tediosa na sua realidade pacata. Agora tudo andava mais agitado do que deveria. E perigoso também. A dor no seu joelho ainda estava presente, não reclamaria se sua mãe passasse aquele remédio que ardia até na alma, na verdade apenas agradeceria de bom grado.
Foi quando avistou alguns metros um lago. Depressa, andou até lá. O lago se estendia até uma certa distância, a área ao redor era composta por manchas de terra e grama. A água do lago tinha aparência cristalina e límpida, e parecia refrescante. Jimin se aproximou da borda um tanto elevada para a altura que a água batia. O lago era tão cristalino que conseguia ver o próprio reflexo nitidamente. Se assustou um pouco com sua aparência; seus fios curtos estavam completamente bagunçados e emaranhados, além do suor que fazia alguns fios grudarem na sua testa, havia sujeira de terra, folhas secas e manchas molhadas na sua roupa e seu joelho sujo que ainda sangrava.
É, um banho não seria nada mal. Claro que desejava um banho de verdade, mas devido às circunstâncias, aquela era a melhor opção.
Primeiro tratou de limpar o machucado. Sentou na borda, deixando a ferida exposta, assim começando a limpá-la usando a água do lago. Ardeu um pouco, mas continuou higienizando. O sangramento parou e o machucado estava bem limpinho. Como não tinha nada para enfaixar, teve que deixar do mesmo jeito.
É interessante o fato de ele entrar num lago sem saber das procedências dele. Para sua pura sorte, aquele lago não lhe dava nenhum risco de perigo.
Se lavou com roupa mesmo, pois estava com preguiça de tirar, assim limpando toda sujeira do seu corpo. A água era realmente limpa, até tentou beber um pouco mas fez careta com o gosto terroso horrível.
Enquanto aproveitava seu banho improvisado, algo chamou sua atenção ao longe no lago. Pareciam bolhas se formando no fundo. Como o bom menino curioso que é, ele mergulhou e foi conferir o que era, ao invés de só sair do lago. Não pensou muito antes de fazer isso. Nadou até o meio do lago. Porém quando chegou lá, não tinha nada de anormal, até olhou envolta mas realmente não havia nada ali. Então, voltou para a superfície.
Mas para sua grande surpresa, o campo de trigo desapareceu e no lugar avistou uma praia. Também não estava mais no lago de antes, agora estava no oceano que encostava na areia da praia. Além de avistar o belíssimo pôr do sol, já que antes o tempo estava nublado.
Acabou nadando para tão longe assim? Que estranho.
Chegou até a areia, percebendo que sua mochila ficou para trás. — Ah não. — Era só o que faltava.
Curiosamente, sentiu algo no bolso de sua calça. Colocou a mão pegando o objeto, vendo que era aquele mesmo artefato bonito de metal que havia achado naquela casa vazia do bairro escuro.
Mas... como ele foi parar ali?
🍀⏳
❝Min Yoongi❞
E então...
Bem, o espaço agora onde estava era minimamente diferente do escritório abandonado. As salas eram menores, os móveis que tinham eram armários, — melhor não saber o que tem dentro — além de ter uma aparência de quase abandono pelos destroços por toda parte. Mas algo incomum é que esse possui um ar um tanto diferenciado, não sabia dizer o quê exatamente, mas mexia com seu corpo de forma anormal.
Sua cabeça doía agudo. Se sentia meio tonto, mesmo estando deitado no chão. Ainda se lembrava como foi parar ali, era bizarro ter esbarrado em um suposto corpo morto, isso significava o quanto as coisas podiam o surpreender de forma nada positiva.
Na verdade, estava assustado. Não queria surtar, se desesperar tão cedo, mas parecia que nada estava a seu favor. A tendência de algo desmoronar em sua cabeça era enorme.
Com sua dor de cabeça passando, resolveu se levantar e entender o que estava acontecendo ao seu redor. Se encontrava sozinho novamente, "Graças a Deus" pensou, aquela tal de Chuu estava começando a agir meio estranho. E para ser sincero não precisava dela, nem de ninguém para se virar. Tomara mesmo.
Começando a explorar o novo lugar, sentia algo mexendo dentro de si, um misto de sensações esquisitas. Talvez fosse fome? Não come há um tempinho, mas não devia ser isso. Entrou em uma espécie de banheiro que não possuía porta, estava bem sujo e com alguns azulejos de cerâmica branca quebrados, além de canos pendurados do teto de concreto. Mas quando virou, se horrorizou com o que viu.
Várias manchas de sangue seco pintavam as paredes em uma bela bagunça sangrenta. Algumas tinham o formato de mãos e dedos humanos, como se alguém tentasse resistir a algo.
Yoongi arregalou os olhos, aquilo era deveras assustador e horrível. Alguém provavelmente morreu ali. Mas o pior era que não tinha nenhum corpo.
Respirando ofegante, saiu do banheiro rapidamente. Aquilo não podia estar acontecendo. Todos os terríveis cenários passaram pela sua mente, o levando a imaginar o pior. Não era tão imune quanto pensava que era para aquele tipo de situação. Mas para sua infelicidade, as outras salas adiante também estavam totalmente sujas com o sangue desconhecido, como uma verdadeira arte usando o líquido vermelho de tinta.
Parou. Ainda respirava ofegante. Sentiu seu estômago formigar, e suas mãos começaram a tremer. Já não tinha mais tanto medo quanto antes. Sua boca agora estava seca. Como se não bebesse água a dias.
O que era isso?
Sucumbiu uma grande necessidade em si. Por algum motivo estava com muita sede. A vontade era enlouquecedora.
Mas... não tinha sede de água. Não era uma sede comum.
Queria mentir para si mesmo e dizer que aquilo era loucura. Que não era real. Não podia ser.
Mas seu subconsciente gritava mais alto, implorando para que matasse sua sede o mais rápido possível.
Desejava por sangue.
Sua sede era definitivamente por sangue humano. Não importava como, ele iria conseguir o que tanto queria. Começou a procurar por alguém ali, desesperado, estava totalmente refém do seu desejo incontrolado. Porém não havia ninguém por perto. Aquilo o agoniou ainda mais. Frustrado, se sentou próximo a uma janela.
Foi então que ele lembrou.
Depressa abriu sua mochila, procurando com a mão o que acabara de lembrar. Tirou de lá o canivete que havia pego com Jisoo. Sabia que mais cedo ou mais tarde seria útil.
Olhou a lâmina brilhante, eufórico. Em seguida, olhou para o próprio braço esquerdo ainda coberto pela manga de sua jaqueta.
Ele... não faria isso... Faria?
Levantou a manga da jaqueta, revelando sua pele alva e branca. Era tão macia, tão tentadora... tão deliciosa. Estava ansioso para sentir o gosto.
Então o fez.
Rastejou a lâmina afiada por seu braço, com pouca força, cortando sua pele. Sentiu dor, mas não se importava com isso agora, sua sede era mais importante. O sangue viscoso começava a derramar em abundância por seu braço, caindo na sua perna e no chão. Seus olhos brilhavam com a visão.
Quão louco podia estar para beber o próprio sangue?
Com certeza estava louco. Louco por sangue.
Lambeu todo o sangue que escorria. Não deixava uma gotinha sequer escapar. O gosto para si era um dos melhores, mesmo sendo puro ferro. Quanto mais sangue saía, mais bebia de si, mais se deliciava do seu próprio gosto. Não satisfeito, fez mais cortes pelo braço, assim bebendo mais e mais.
Ria sem motivo algum, como se consumisse alguma droga. Sua mente se fixava naquele momento de prazer. Estava completamente absorto. Não sabia explicar o que estava acontecendo consigo, algum efeito psicológico inundava sua mente.
Se encontrava todo sujo do seu sangue, desde a boca até as pernas estava coberto pelo líquido escuro. Uma verdadeira cena de horror, chegava a ser nojento. Até seu cabelo cinza claro tinha respingos vermelhos. Além dos cortes recém abertos um tanto profundos, ainda derramava muito sangue.
Se levantou de supetão. Fraco e tonto, sua visão escureceu o levando ao desequilíbrio, tombando no ar, e em seguida caindo pela janela atrás de si, assim se afundando no mar desconhecido que havia ali.
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